organização politico administrativa - aula 1

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Direito Constitucional – Organização Político-Administrativa do Estado 
Prof. Esp. Gustavo Antonio Nelson Baldan
Organização Político-Administrava
Aspectos Gerais
Difícil a tarefa de conceituar precisamente “Estado”.
O Prof. Celso Ribeiro Bastos, ensina que Estado é uma espécie de sociedade política, criada a partir da vontade do homem e que tem como objetivo a realização dos fins daquelas organizações mais amplas que o homem teve necessidade de criar para enfrentar o desafio da natureza e das outras sociedades rivais.
Dito de outro modo, o Estado nasce de um ato de vontade do homem que cede parte de seus direitos ao Estado em busca de proteção e para que este possa satisfazer suas necessidades sempre tendo em vista o bem comum.
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Elementos Constitutivos do Estado
Da noção de Estado, podemos extrair que é formado por 3 elementos, quais sejam: povo, território e poder soberano.
Prof. Pedro Lenza, acrescenta como elemento do Estado a finalidade.
As diversas espécies de Estado dependem da maneira se relaciona cada elemento.
Organização Político-Administrativa
Estruturação do Estado
A estruturação do Estado pressupõe 3 escolhas fundamentais:
Forma de Governo;
Sistema de Governo;
 Forma de Estado.
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Forma de Governo
Refere-se à forma como ocorre a instituição do poder e a relação entre governantes e governados, podendo ser:
Monarquia: Hereditariedade, Vitaliciedade, Irresponsabilidade do governante e Inexistência de representação popular;
República: Eletividade, Temporalidade no Governo, Responsabilização do governante e Representatividade popular.
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Sistema de Governo
Refere-se à forma como os Poderes Executivo e Legislativo se relacionam:
Presidencialismo: Concentração das funções executivas no Presidente que acumula as funções de Chefe de Estado e de Governo (Chefia do Executivo monocrática ou unipessoal); Mandato presidencial autônomo por tempo certo (não é responsivo ao Legislativo, sendo a única hipótese de cassação por impeachment pela prática de crime político de responsabilidade); Responsabilidade do Presidente perante o povo.
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Parlamentarismo: Ausência de identidade física entre Chefe de Estado e o de Governo (Chefia do Executivo dual); A Chefe de Governo é escolhida pelo Parlamento e segue sendo a ele responsivo; Mandato do Chefe de Governo é indeterminado (depende da confiança e apoio Legislativo); O Primeiro-Ministro poderá em algumas circunstâncias dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, como forma de renovar a composição parlamentar e aumentar seu apoio.
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Forma de Estado
É a forma de distribuição geográfica do poder político em um território. Relaciona-se com a existência ou não de descentralização do poder político em determinada base territorial.
Estado Unitário: Estado em que existe um único centro de poder político no respectivo território. Centralização política da forma como são exercidas as competências estatais. Ex: Brasil Colônia, Brasil Império, Mônaco, França, Itália, Inglaterra, Espanha, Portugual, etc
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Confederação: Consiste numa reunião dissolúvel de Estados soberanos, que se vinculam mediante a celebração de um tratado internacional. Apenas algumas funções delegadas são exercidas pelo ente central.
São três características que definem uma confederação:
a) União através de um Tratado regido pelo Direito Internacional; 
b) Partes são Estados soberanos; 
c) Dissolubilidade da união, sendo que cada Estado pode-se retirar a qualquer momento, de acordo com sua conveniência.
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Federação: É um modelo de união de entidades políticas autônomas, através de uma Constituição Federal, que estabelece um vínculo indissolúvel. O Estado Federal é soberano, enquanto os entes federativos que os compõe são apenas autônomos. Não há direito de secessão.
Federação por agregação: Estados Soberanos cedem parte de sua autonomia para formar um ente único. Esses Estados passam a ter apenas autonomia (movimento centrípeto). Ex: EUA. 
Federação por segregação: fruto da descentralização política de um Estado Unitário (movimento centrífugo). Ex: Brasil.
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Estado Federal
Segundo ensinamentos de Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes, o Estado Federal nasce do vínculo de partes autônomas, fazendo surgir uma entidade central. Todas as entidades são dotadas de autonomia e possuem o mesmo patamar hierárquico na Federação.
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O poder se reparte no espaço territorial;
Divisão de poderes;
Repartição regional de poderes autônomos;
Autonomia dos Entes Federativos:
Auto governabilidade
(Capacidade de Auto-organização)
órgãos governamentais próprios
Competências exclusivas
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Essa autonomia e seu exercício deve ser organizada através da:
 repartição de competências e rendas: garante a autonomia entre os entes federados, via de consequência lógica, o equilíbrio da federação;
possibilidade de auto-organização por uma Constituição própria: núcleos de poder político com autonomia;
rigidez constitucional: dificuldade de modificar de acordo com os interesses do governo central, configurando verdadeira estabilidade institucional;
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Indissolubilidade do vínculo: uma vez criado o pacto federativo, não se permite o direito de secessão (separação), de retirada.
Participação da vontade das ordens parciais na elaboração da norma geral: as vontades parciais representam-se pelo Senado Federal (formação paritária, cada Estado elege Senadores).
Existência de um tribunal constitucional: tem o papel principal de ser o guardião da Constituição. No Brasil, é o Supremo Tribunal Federal; e
Intervenção federal: em situações de crise excepcionais previstas na Constituição, o processo interventivo surge para assegurar o equilíbrio do vínculo.
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Estado Brasileiro
De acordo com a Constituição Federal:
A) Forma de Governo: República;
B) Sistema de Governo: Presidencialismo;
C) Forma de Estado: Federação.
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Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento
Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
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Composição da Federação Brasileira
Atenção: 
Não há hierarquia entre os Entes federados pois são todos autônomos.
Unidade no âmbito internacional.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
UNIÃO
ESTADOS
DISTRITO FEDERAL
MUNICÍPIOS
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Capital Federal
Art. 18 (...) 
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
Centro Político-Administrativo
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Territórios
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Atualmente, não existem territórios federais:
art. 14, ADCT – Territórios Federais de Roraima e Amapá foram transformados em Estado;
art. 15, ADCT – Território Federal de Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Pernambuco.
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Estados Membros
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
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Municípios
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal,e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
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Federalismo como cláusula pétrea
Constituição Federal
“Art. 60. (...)
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado”.
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Indissolubilidade da Federação e Intervenção Federal
Constituição Federal
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional”.
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Indissolubilidade da Federação e Intervenção
Constituição Federal
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional”.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
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Vedações Constitucionais de Natureza Federativa
Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.