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Ad1 Literatura Brasileira V

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Aluna: Carmen de Andrade Silva
Matrícula: 17 213120065
Polo: Nova Friburgo
Disciplina: Literatura Brasileira V
Coordenador: Professor Franklin Alves Dassie 
AD 1 - 2020/1
RESPOSTAS
Questão 1- O Barroco é um estilo da religiosidade que esteve presente no Brasil no século XVII, também chamado de literatura seiscentista. Essa arte teve manifestações na música, pintura, arquitetura e escultura. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e a contrarreforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. E ao adentrar mais sobre a nossa primeira aula desta disciplina foi explicada as duas concepções que abordaríamos dessa arte ligada a Gregório de Matos Guerra no Brasil. Estando a primeira delas presentes na disciplina de Literatura Brasileira I -que aborda o barroco em suas origens, ou seja, a arte representada como o Barroco mesmo-. E em sua concepção inovadora, que se deu no século XX -que chama a atenção por extrapolar o vínculo estrito de um estilo a determinada época. Desta maneira, a partir das disciplinas anteriores de Literatura Brasileira e a junção desta última, pode-se perceber como as obras de Gregório transitaram sobre o tempo e a época que estavam inseridas.
Gregório de Matos foi o maior poeta do barroco brasileiro. Desenvolveu uma poesia amorosa, erótica e religiosa, mas se destacou por sua poesia satírica, constituindo uma crítica a sociedade em que vivia. Sua obra pode é dividida em três eixos temáticos, sendo a poesia religiosa, a poesia satírica e a poesia lírica. O contexto da arte do autor rompia com as convenções do barroco representadas no século XVII por ter características vanguardista. Em torno de sua obra é feita contestações dos valores religiosos utilizando a sátira em forma poética para ridicularizar governantes e pessoas comuns, sendo essa providas de um vocabulário que não era formal para aquela época. 
Gregório de Mattos Guerra, apelidado ‘’Boca do Inferno’’ (recebeu esse apelido graças a sua irreverente obra satírica.) foi a figura percussora do Barroco. Foi um autor muito prestigiado no passado e voltou a ser uma figura essencial por ter uma obra peculiar e muito ilustrativa, e em torno de toda essa obra se tornou uma referência importante para escritores modernistas do século XX. As múltiplas vertentes das poesias atribuídas ao Boca do Inferno sempre provocaram perplexidade aos estudiosos e têm alimentado, até os dias de hoje, uma longa polêmica. O autor é sem dúvidas um dos poetas mais enigmático e polêmico da nossa literatura e dono de uma obra multifacetada e engenhosa. Apesar de ter vivido e escrito sua poesia em pleno século XVII, com seu espírito vanguardista, deu essas características impregnadas de modernidade. 
‘’Desta maneira, a partir de Octavio Paz, em seus estudos sobre Sor Juana Inés de la Cruz, que foi contemporânea de Gregório, afirma que o Barroco produziu um poema reflexivo, crítico e metalinguístico, que anteciparia o “Coup de dés”, do francês Stéphane Mallarmé (1842-1898), poema fundamental do estabelecimento da Modernidade, como podemos observar no soneto gregoriano a seguir de caráter encomiástico, que explora a visualidade do texto escrito:
E outro exemplo além de ser um bom exemplo do jogo lúdico e engenhoso com a sonoridade, também ilustra a circulação de textos de gregório, mesmo que só orais. Assim conferimos a partir deste, outros poemas que também utilizam da mesma engenhosidade vocabular.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa
Sendo assim, conclui-se que Gregório de Matos é um poeta tanto tradicionalista quanto moderno, podendo visualizar em sua obra todo o seu vocabulário coloquial ao mesmo tempo que em outras obras escreve voltado para celebrar símbolos religiosos, e em controversa não deixa o amargor e a zombaria, que lhe confere movimento, pluralismo e modernidade.
Questão 2- Augusto de Carvalho Rodrigues do Anjos foi um grande poeta brasileiro, que vivenciou a época do parnasianismo e simbolismo, foi das influências destas escolas literárias através de seus escritores, como: Olavo Bilac, Alberto Oliveira, Cruz e Souza, Graça Aranha, dentre outros. Autor de uma única obra Intitulada Eu, publicada no ano de 1912, que ilustra uma reunião de poemas com um teor jamais visto antes. Foi sem dúvidas um grande autor singular que através de sua poesia trazia relatos sobre a morte, onde putrefação, decomposição da matéria estavam presentes. Tinha uma linguagem agressiva, um vocabulário pouco comum, repleto de palavras com forte carga cientificista. Com a presença da multiplicidade de influências literárias que recebe torna difícil sua classificação estilística, principalmente pelo desespero radical com que tematiza o fim de todas as ilusões românticas. Utiliza da fatalidade e da morte e apodrecimento inexorável do corpo, chegou a ficar conhecido como ‘’Poeta da Morte’’.
Assim, através de seu léxico antipoético onde o cientificismo e escatologia o autor utiliza características formais pertencentes ao parnasianismo e ao simbolismo, mas o conteúdo busca aproximação com a realidade. Com isso, sua obra pode ser melhor entendida se dividida em três fases: a primeira é marcada pelo simbolismo; na segunda o autor já coloca nos poemas a sua visão de mundo pouco tradicional; e na terceira apresenta obras mais maduras. 
Desta maneira, a modernidade de Augusto dos Anjos também resulta do fato de a escrita do poeta paraibano apresentar elementos associáveis a diversos estilos e tendências da literatura brasileira, como o Simbolismo, o Parnasianismo, o Pré-Modernismo e até o Romantismo.
O poema a seguir ilustra um pouco dessa modernidade incomparável:
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Referências Bibliográficas
Livro de Literatura Brasileira V-CEDERH, volume 1 (aula 1)
Livro de Literatura Brasileira V-CEDERJ, volume 1 (aula 2)

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