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POLÍTICAS
PÚBLICAS DE
ALIMENTAÇÃO
E NUTRIÇÃO
Ana Manuela Ordonez
O65p Ordonez, Ana Manuela.
Políticas públicas de alimentação e nutrição [recurso 
eletrônico] / Ana Manuela Ordonez, Andrei Valerio Paiva. 
– 2. ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
Editado como livro impresso em 2017.
ISBN 978-85-9502-029-0
1. Saúde pública. 2. Nutrição – Políticas públicas. 3. 
Alimentação – Assistência em saúde. I. Paiva, Andrei 
Valerio. II. Título. 
CDU 614:612.39
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Politicas_publ_alim_nutri.indb 2 16/01/17 16:21
Pacto pela Saúde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Compreender o propósito da criação do Pacto pela Saúde.
 � Definir as três dimensões que compõem o Pacto pela Saúde.
 � Relacionar as dificuldades na implantação do Pacto pela Saúde.
Introdução
Como a fragmentação das políticas e dos programas de saúde pre-
cisava ser superada, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários 
Municipais de Saúde (Conasems) – os três gestores do SUS – firmam 
um pacto, este chamado de Pacto pela Saúde. 
Neste texto, você vai estudar sobre o Pacto pela Saúde e vai compre-
ender a importância deste para a sociedade, pois cria uma unidade 
de princípios que respeita as diferenças regionais, agrega os pactos 
anteriormente existentes, reforça a organização das regiões sanitárias, 
fortalece o controle social, qualifica o acesso da população à atenção 
integral à saúde, redefine os instrumentos de regulação, programa-
ção e avaliação, valoriza a cooperação entre os gestores e propõe um 
financiamento tripartite que estimula critérios de igualdade nas trans-
ferências fundo a fundo. 
Propósito do Pacto pela Saúde: 
contexto do surgimento e temas relevantes
Para solidificar um modelo de atenção à saúde – no qual usuários e profissio-
nais participem da construção dos serviços e do cuidado à saúde, mantendo a 
comunicação em nível horizontal –, é preciso um modelo de gestão diferen-
ciado, que delegue o poder entre os gestores e a população. 
É responsabilidade direta dos gestores, nas três esferas do governo, gerir 
o sistema de saúde. Assim, ministro e secretários de saúde estaduais e mu-
nicipais devem ser responsabilizados pelos resultados macrossanitários (isto
é, redução de riscos à saúde da população, mortalidade por causas evitáveis
e adoecimento), além de atuarem sobre os determinantes sociais de saúde.
Politicas_publ_alim_nutri.indb 84 16/01/17 16:21
No entanto, os gestores municipais são quem responde por esse processo, de-
vendo assumir as seguintes responsabilidades: 
 � execução dos serviços de saúde que são de sua alçada;
 � definição e operacionalização do Plano de Saúde Municipal, em conjunto
com o Conselho Municipal de Saúde, com base em prioridades;
 � planejamento, organização, coordenação, controle e avaliação das ações
de saúde;
 � participação do processo de organização e consolidação do SUS regional.
Assim, nesse cenário, com a finalidade de auxiliar o relacionamento entre
gestores dos três níveis, surgiu o Pacto pela Saúde, definido em 2006. O 
debate que culminou na publicação das diretrizes do Pacto pela Saúde foi 
desencadeado em 2003 com a entrada de novos dirigentes no Ministério da 
Saúde, que identificaram a necessidade de mudanças nas formas de relacio-
namento estabelecidas entre as esferas de governo na política de saúde. O 
documento das Diretrizes do Pacto pela Saúde – Consolidação do Sistema 
Único de Saúde foi publicado na Portaria/GM nº 399, de 22 de fevereiro de 
2006 (Brasil, 2006), e contempla o pacto firmado entre os gestores do SUS, 
em suas três dimensões que se correlacionam: pela Vida, em Defesa do SUS 
e de Gestão. O Pacto pela Saúde buscou preservar os princípios do SUS pre-
vistos na Constituição e nas Leis Orgânicas da Saúde (Leis nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990 [Brasil, 1990a], e 8.142, de 11 de dezembro de 1990 [Brasil, 
1990b]), prevendo estratégias que afirmam esses princípios.
Características do Pacto pela Saúde
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais cujo foco está 
na gestão por resultados. Os governos devem gerir a rede de serviços e as 
ações de saúde buscando alcançar resultados de impacto positivo na saúde 
da população. Sua finalidade foi a qualificação da gestão pública do SUS, 
buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas. Foi um 
esforço das três esferas de governo (municípios, estados e União) para, em 
conjunto com o Conselho Nacional de Saúde, rediscutir a organização e o 
funcionamento do SUS. Seu objetivo principal foi avançar na implantação dos 
princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabi-
lidades de gestão de cada ente federado.
Pacto pela Saúde 85
Politicas_publ_alim_nutri.indb 85 16/01/17 16:21
O Pacto é composto por diferentes temas, entre eles atenção básica, regio-
nalização e financiamento. É constituído a partir de princípios que buscam as 
seguintes metas: 
 � respeitar as diferenças locais e regionais;
 � reforçar a organização das regiões sanitárias (regionalização);
 � qualificar o acesso ao direito humano à saúde;
 � redefinir instrumentos de regulação, programação e avaliação;
 � valorizar a cooperação técnica entre os gestores;
 � unificar os diversos pactos existentes;
 � estimular o financiamento tripartite com critérios de equidade nas trans-
ferências fundo a fundo;
 � fortalecer o controle social.
O Pacto pela Saúde, no que se refere à implantação da política de Atenção
Básica, recomenda que os gestores municipais aumentem aos poucos as equipes 
de Saúde da Família e Saúde Bucal e de Agentes Comunitários de Saúde. A 
comunidade deve estar atenta e exigir que o gestor construa uma proposta de 
Atenção Básica integrada ao Sistema. Tal proposta deve resolver as demandas a 
partir dos princípios do SUS, sempre tendo como base o Plano de Saúde. 
A regionalização é o eixo estruturante da implantação do Pacto pela 
Saúde. É também elemento fundamental para obtenção da integralidade do 
sistema e para melhorar a integração entre as bases municipais de serviços de 
saúde. Ao atribuir aos municípios um papel central no planejamento e na exe-
cução das ações e serviços de saúde, o Pacto contribui para que cada espaço 
regional possa diagnosticar e responder às suas necessidades. Para que isso 
funcione, o Pacto identifica quatro tipos de regiões sanitárias: 
a. intramunicipais: formadas dentro de um mesmo município;
b. intraestaduais: formadas por municípios dentro de um mesmo estado;
c. interestaduais: formada por municípios de estados diferentes;
d. fronteiriças: formadas por municípios brasileiros e de outros países.
A Constituição de 1988 (Brasil, 1988) define que a responsabilidade de 
financiamento da saúde é das três esferas de governo: municípios, estados e 
União. A Lei nº 8.080/90 (Brasil, 1990a) define que os recursos a serem re-
Políticas públicas de alimentação e nutrição86
Politicas_publ_alim_nutri.indb 86 16/01/17 16:21
passados ao SUS devem ser suficientes para a realização de suas finalidades. 
Estabelece também os critérios para o repasse de recursos aos estados e mu-
nicípios, dizendo que metade deve ser repassada de acordo com o número de 
habitantes. No ano de 1993, foi proposta a PEC 169, aprovada apenas no ano 
2000 com o nome de EC-29 (Brasil, 2000). Principais inovações da Emenda 
Constitucional 29: definição de um percentual mínimo a ser investido pelos 
gestores, definição do que é ação e serviço em saúde e constitucionalização 
do Fundo de Saúde e da Participação da Comunidade. O Pacto pela Saúde 
enfatizou o tema do financiamento no Pacto em Defesa do SUS, propondo um 
processo de mobilizaçãopela regulamentação da EC-29 e pelo aumento dos 
recursos para o SUS. 
Apresentado como uma alternativa fortalecedora da gestão descentrali-
zada do sistema, o Pacto pela Saúde propôs a redefinição das responsabili-
dades dos três entes gestores e a combinação de prioridades, objetivos e metas 
a serem atingidos. As conjecturas do Ministério da Saúde assumem a feição 
de compromissos pactuados que foram reunidos em 14 Cadernos da Série 
Pactos pela Saúde, publicados até dezembro de 2010. 
Nas três dimensões abordadas pelo Pacto pela Saúde, o Pacto pela Vida 
corresponde à definição de melhoria das condições de saúde da população, a 
serem acordadas pelas três esferas de governo. Já o Pacto em Defesa do SUS 
indica a necessidade de iniciativas e ações para a garantia de princípios e dire-
trizes da reforma sanitária, que transcendam os limites setoriais e aumentem 
a base de apoio à política de saúde nos governos e na sociedade. O Pacto 
de Gestão é o que estabelece diretrizes para o aprimoramento da gestão do 
SUS nestes aspectos: descentralização, regionalização, financiamento, plane-
jamento, Programação Pactuada e Integrada (PPI), regulação, participação e 
controle social, gestão do trabalho e educação na saúde.
O Pacto pela Saúde diferencia-se dos instrumentos anteriormente ado-
tados no âmbito do SUS por propor a formalização de acordos intergover-
namentais em diversos âmbitos da gestão e atenção à saúde. A adesão ao 
Pacto é feita por meio do preenchimento e da assinatura de Termos de Com-
promisso de Gestão pelos gestores, que devem ser aprovados e homologados 
nas respectivas Comissões Intergestoras em âmbito estadual e nacional, subs-
tituindo os antigos processos de habilitação às Normas Operacionais do SUS.
Pacto pela Saúde 87
Politicas_publ_alim_nutri.indb 87 16/01/17 16:21
Pode-se citar como regulação as centrais de marcação de consultas em especiali-
dades. Para um usuário ser encaminhado para outro nível de atenção, é preciso seguir 
um protocolo, isto é, ele deve apresentar condições de saúde especiais que deter-
minem a necessidade de um especialista. Se o usuário tem sérios problemas cardíacos, 
deve consultar um cardiologista antes de um usuário que tem hipertensão arterial con-
trolada, por exemplo. 
Quando o município regula as vagas dos prestadores dos serviços especializados, 
ele sabe quantas vagas estão disponíveis em cada local e especialidade, podendo 
destiná-las de modo adequado e de acordo com a prioridade de cada usuário. Se todas 
as pessoas resolvessem acessar especialistas de acordo com sua própria avaliação, não 
haveria vagas suficientes na média complexidade para atender a quem realmente pre-
cisa. A regulação proporciona organização das vagas, oferecendo cuidado oportuno e 
de qualidade para quem precisa, racionalizando os custos.
Dimensões do Pacto pela Saúde
O Pacto pela Saúde envolve três grandes dimensões: Pacto Pela Vida, Paco em 
Defesa do SUS e Pacto de Gestão. Confira a seguir mais informações sobre 
cada dimensão!
Pacto pela Vida 
Pactuado de forma tripartite, o Pacto pela Vida estabelece compromissos sa-
nitários com caráter prioritário que devem ser implementados pelos entes fe-
derados, reforçando a gestão pública em busca de resultados. As prioridades 
estaduais, regionais ou municipais podem ser agrupadas com as prioridades 
nacionais, por meio de pactos locais, envolvendo comissões intergestoras, co-
legiados de gestão regional e os conselhos de saúde. Essas prioridades devem 
buscar enfrentar os principais problemas de saúde que afligem o país, os es-
tados, as regiões e os municípios. 
Os objetivos do Pacto são eleger prioridades nacionais e incentivar que 
estados e municípios elejam as suas a partir da realidade local e regional. As 
prioridades não devem ser ações que já incluídas no cotidiano do sistema; elas 
devem continuar sendo executadas com qualidade, mas não precisam constar 
Políticas públicas de alimentação e nutrição88
Politicas_publ_alim_nutri.indb 88 16/01/17 16:21
como prioridade, pois já fazem parte da cultura dos gestores, conselheiros 
e cidadãos. Até 2006, o Pacto pela Vida era constituído por indicadores do 
Pacto da Atenção Básica, da Programação Pactuada e Integrada da Vigilância 
(PPI-VS) e por indicadores do Pacto pela Saúde. A Portaria GM/MS nº 91, 
de 10 de janeiro de 2007 (Brasil, 2007), unificou o processo de pactuação de 
indicadores por meio de aplicativo eletrônico. Esta portaria foi alterada pela 
Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008 (Brasil, 2008), em que 
foram incluídas novas responsabilidades. Em 2009, foi mantida a pactuação 
de 2008 por meio da Portaria GM/MS nº 48, de 12 de janeiro de 2009.
Pacto em Defesa do SUS 
Essa dimensão do Pacto pela Saúde coloca o compromisso dos gestores do 
SUS em consolidar a Reforma Sanitária e articular ações voltadas para as-
segurar o SUS como política pública. É um dos objetivos desse pacto forta-
lecer a participação social, desenvolvendo estratégias de mobilização e po-
litização da saúde. Assim, a defesa do SUS busca discuti-lo a partir dos seus 
princípios fundamentais, procurando a repolitização do sistema, reafirmando 
o seu significado e sua importância para a cidadania brasileira, retomando os
princípios declarados na Constituição Federal.
Assim, as diretrizes operacionais do Pacto em Defesa do SUS reco-
mendam: 
a. Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consoli-
dação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos prin-
cípios do SUS estabelecidos na Constituição Federal;
b. Desenvolver e articular ações no seu âmbito de competência e em con-
junto com os demais gestores, buscando qualificar e assegurar o SUS
como política pública. Para isso, o Pacto em defesa do SUS determina
três frentes de ação, descritas a seguir.
A primeira frente de ação busca implementar um amplo processo de 
mobilização social para divulgar a saúde como direito de todos e o SUS como 
a política pública que deve responder a esse direito. Deste processo resultou a 
Carta dos Direitos dos Usuários do SUS, um conhecido e importante instru-
mento para a mobilização e o controle social. A partir de 2009, o Conselho 
Nacional de Saúde (em parceria com o Ministério da Saúde, Conselho Na-
cional de Secretários de Saúde [CONASS] e Conselho Nacional de Secreta-
Pacto pela Saúde 89
Politicas_publ_alim_nutri.indb 89 16/01/17 16:21
rias Municipais de Saúde [CONASEMS]) instituiu a Caravana em Defesa do 
SUS. O objetivo é fortalecer o debate da saúde como um direito humano e 
repolitizar o SUS de acordo com os princípios da reforma sanitária.
A segunda frente de ação tem como objetivo mobilizar a sociedade para 
ter mais recursos para a saúde. O Pacto em Defesa do SUS destaca a intenção 
de evitar a suposição de políticas de governo. Assim, busca-se a existência de 
uma política de financiamento de Estado, que garanta estabilidade e o pro-
gressivo aumento dos recursos destinados à saúde.
A terceira frente de ação diz respeito à ampliação do diálogo com a 
sociedade. 
Pacto de Gestão 
O Pacto de Gestão valoriza a relação de solidariedade entre gestores, de-
finindo diretrizes e responsabilidades, com o objetivo de fortalecer a gestão 
nos seguintes eixos: descentralização, regionalização, financiamento do SUS, 
planejamento do SUS, PPI, regulação da atenção à saúde e assistencial, par-
ticipação e controle social, gestão do trabalho na saúde e educação na saúde. 
O foco do Pacto de Gestão está em um dos maiores desafios do SUS: a 
regionalização. O sistema ainda convive, em alguns casos, com uma lógica 
centralizada, que não permite o pleno e qualificado acesso dos cidadãos às 
ações e aos serviços de saúde. O Pacto de Gestão do SUS definiu melhor as 
responsabilidades de cada esfera de governo, e essa definição é importantepara que a política do SUS funcione a partir da gestão participativa. O pacto 
reconhece que a participação da comunidade tem importância estrutural na 
gestão do sistema. 
Dentro do Pacto de Gestão, o planejamento do SUS deve ser feito de 
acordo com a realidade local, considerando os recursos humanos e finan-
ceiros, a estrutura dos serviços e o perfil epidemiológico da região. Deve en-
volver gestores, gerentes, profissionais e população e atender às necessidades 
de saúde do povo. Como todo planejamento, deve prever execução, monito-
ramento, acompanhamento e avaliação das ações. Assim, entre os itens do 
planejamento, devem constar reformas e ampliação de serviços, contratações 
de profissionais e metas de atendimento a serem alcançadas, entre outras 
informações.
A PPI determina a programação das ações de saúde nos diferentes 
territórios e norteia a distribuição dos recursos financeiros a partir de critérios 
pactuados entre os gestores, definindo e garantindo as ações essenciais para o 
Políticas públicas de alimentação e nutrição90
Politicas_publ_alim_nutri.indb 90 16/01/17 16:21
cuidado das necessidades de saúde da população. Toda rede de serviços, além 
de estar integrada, deve ser regulada pelos gestores. São estas as três princi-
pais diretrizes da regulação: cada prestador de serviço responde a apenas um 
gestor; a regulação dos prestadores de serviço é preferencialmente municipal; 
é responsabilidade do gestor estadual regular as referências entre municípios 
e operar os complexos reguladores, com referência intermunicipal, que deve 
estar pactuada na Comissão de Intergestores Bipartite.
A regulação em saúde é a forma como o Estado intervém em setores so-
ciais e da economia, com o objetivo de equilibrar as relações entre as necessi-
dades da população, os prestadores de serviço e o Estado, por meio de norma-
tivas, buscando o cumprimento dos objetivos do SUS. A gestão no cotidiano 
do SUS permite a operacionalização do sistema, sendo o que permite ao SUS 
oferecer assistência diária em saúde para a população. 
Aspectos da implantação do Pacto pela Saúde
O Pacto pela Saúde representa um movimento de inflexão nos mecanismos de 
coordenação federativa na política de saúde brasileira, com valorização das 
esferas estaduais e municipais e a criação de novas instâncias regionais. Como 
avanços trazidos pelo Pacto, pode-se apontar a organização das transferên-
cias federais em blocos de financiamento, reduzindo a fragmentação dos 
repasses financeiros e priorizando as transferências fundo a fundo para ges-
tores estaduais e municipais. Isso permitiu a flexibilização da aplicação dos 
recursos, o que supera as rígidas diretrizes do financiamento dos programas 
de saúde. Outro avanço diz respeito à qualificação da gestão, com a defi-
nição de diretrizes nacionais para os processos de gestão do SUS, fazendo-se 
o estabelecimento de responsabilidades sanitárias e indicadores prioritários 
de saúde, além de serem traçados objetivos e metas. 
Algumas experiências manifestam que é necessário avançar na conformação 
de estratégias e instrumentos de planejamento, regulação e financiamento, que 
possam apoiar a adequação de sistemas públicos de saúde regionais em dife-
rentes territórios (regiões de fronteira, áreas metropolitanas, reservas indígenas 
e áreas de proteção ambiental). Além disso, é preciso desenvolver mecanismos 
que favoreçam a participação e cooperação entre governos, organizações e ci-
dadãos nos espaços regionais. Os incentivos criados pelo Governo Federal para 
a regionalização ainda são insuficientes diante das desigualdades políticas, eco-
nômicas, demográficas e financeiras das diferentes regiões do Brasil.
Pacto pela Saúde 91
Politicas_publ_alim_nutri.indb 91 16/01/17 16:21
1. Em relação ao Pacto pelo Saúde, é 
correto afirmar que: 
a) Entre as prioridades do Pacto em 
Defesa do SUS, estão a saúde do 
idoso, a redução da mortalidade 
por câncer de colo do útero e de 
mama e a redução da mortali-
dade materna, infantil neonatal, 
infantil por diarreia e pneumonias.
b) São as três dimensões do Pacto 
pela Saúde: combate à pobreza 
e à fome; descentralização da 
gestão do SUS; redução da morta-
lidade materna e infantil.
c) São as três dimensões do Pacto 
pela Saúde 2006: Pacto pela Vida, 
Pacto em Defesa do SUS e Pacto 
de Gestão do SUS.
d) O Pacto pela Saúde reconheceu 
as limitações das equipes de 
saúde da família e determinou a 
ampliação mínima, congregando 
profissionais das áreas de psico-
logia e assistência social.
e) O Pacto pela Saúde é produto de 
uma proposta estabelecida entre 
o Ministério da Saúde e o Minis-
tério da Educação. É um conjunto 
de medidas nas quais um dos 
objetivos é fortalecer a formação 
de recursos humanos na área da 
saúde.
2. O Pacto pela Saúde, aprovado pelo 
Conselho Nacional de Saúde, foi 
efetivado pelas três esferas de gestão 
(União, estados e municípios) em 
2006. A respeito das três dimensões 
desse pacto, é correto afirmar que: 
a) O Pacto de Gestão estabelece 
diretrizes nos aspectos da partici-
pação e do controle social.
b) O Pacto em Defesa do SUS define 
as prioridades para o SUS.
c) No que se refere ao planeja-
mento, o Pacto de Gestão estabe-
lece itens a pactuar, entre os quais 
não se inclui a cooperação entre 
as três esferas de gestão.
d) O Pacto de Gestão, uma das 
dimensões do Pacto pela Saúde, 
define o plano de saúde, a 
programação anual de saúde e o 
relatório mensal de gestão como 
seus principais instrumentos de 
planejamento e gestão.
e) O Pacto pela Vida propõe uma 
agenda de repolitização do SUS 
com a sociedade e a busca de 
financiamento adequado.
3. Ao apresentar o Pacto pela Saúde 
2006, o Ministério da Saúde: 
a) Buscou priorizar, ampliar e quali-
ficar a estratégia de Saúde da Fa-
mília nas áreas mais distantes dos 
grandes centros urbanos e com 
os piores indicadores de saúde.
b) Partiu da constatação de que o 
Brasil, mesmo sendo um país de 
extenso território geográfico, com 
enormes diferenças regionais, ne-
cessita de uma ação padronizada 
e uniforme na operacionalização 
do sistema de saúde.
c) Verificou que o SUS, após uma 
década e meia de existência, não 
obteve sucesso em estruturar 
um sistema de saúde sólido, com 
prestação de serviços de quali-
dade insatisfatória à população 
brasileira.
Políticas públicas de alimentação e nutrição92
Politicas_publ_alim_nutri.indb 92 16/01/17 16:21
d) Definiu como prioridade dentro 
do Pacto pela Vida a saúde do 
idoso; o câncer de colo de útero e 
de mama; a mortalidade infantil e 
materna; as doenças emergentes 
e endemias, com ênfase na 
dengue, hanseníase, tuberculose, 
malária e influenza; a promoção 
da saúde e a atenção básica à 
saúde.
e) Previu que o pacto deveria ser 
revisado a cada 10 anos pelos 
gestores do SUS, com base nos 
princípios da Constituição e na 
análise histórica dos indicadores 
de saúde.
4. O Pacto pela Vida se refere ao com-
promisso entre os gestores do SUS 
com as prioridades de impacto sobre
a qualidade de vida e de saúde da 
população brasileira. Sobre o Pacto 
pela Vida, é correto dizer que: 
a) As ações necessárias para al-
cançar as metas propostas são 
impostas pelo Governo Federal 
e devem ser cumpridas pelos 
estados e municípios.
b) A redução da mortalidade infantil 
e da materna são objetivos do 
pacto, com vistas à redução dos 
índices de mortalidade.
c) A saúde do idoso (indivíduo 
com idade superior a 80 anos) 
é prioridade proposta no Pacto
pela Vida.
d) Consiste em prioridade do Pacto 
pela Vida o fortalecimento da 
atenção básica, tendo como 
finalidade ampliar e qualificar a 
estratégia de saúde da família em 
comunidades rurais.
e) Uma das prioridades propostas 
pelo Pacto pela Vida é a saúde do 
homem.
5. Uma das três dimensões do Pacto 
pela Saúde diz respeito ao Pacto pela 
Vida, sobre o qual é correto afirmar 
que:a) O planejamento deve ser feito 
de acordo com a realidade local, 
considerando os recursos hu-
manos e financeiros, a estrutura 
dos serviços e o perfil epidemio-
lógico da região. Deve envolver 
gestores, gerentes, profissionais e 
população e atender às necessi-
dades de saúde da população.
b) Busca fortalecer a participação 
social, desenvolvendo estratégias 
de mobilização e politização da 
saúde.
c) É constituído por compromissos 
sanitários, traduzidos em obje-
tivos de processos e resultados, 
provenientes da situação de 
saúde do País e das prioridades 
definidas pelas esferas federal, 
estadual e municipal.
d) Estabelece as responsabilidades 
de cada ente federado, contri-
buindo para o fortalecimento da 
gestão compartilhada e solidária 
do SUS.
e) Passa por um movimento de 
repolitização da saúde, com 
mobilização social vinculada ao 
processo de estabelecimento da 
saúde como direito de cidadania, 
tendo como um de seus pilares o 
financiamento público da saúde.
Pacto pela Saúde 93
Politicas_publ_alim_nutri.indb 93 16/01/17 16:21
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio à Descen-
tralização. Coordenação-Geral de Apoio à Gestão Descentralizada. Diretrizes operacio-
nais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília, DF, 2006. Disponível em: 
<http://conselho.saude.gov.br/webpacto/volumes/01.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.
LIMA, L.D. et al. Descentralização e regionalização: dinâmica e condicionantes da im-
plantação do Pacto pela Saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, 
n. 7, p. 1903-1914, 2012.
SOLHA, R.K.T.D. Sistema Único de Saúde: componentes, diretrizes e políticas públicas. 
São Paulo: Saraiva, 2014. Cap. 4. 
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 91, de 10 de janeiro de 2007. Brasília, DF, 2007. Dispo-
nível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt0091_10_01_2007_
comp.html>. Acesso em: 10 dez. 2016.
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Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/5127629/4132782/Portarian.325
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Referências
Políticas públicas de alimentação e nutrição94
Politicas_publ_alim_nutri.indb 94 16/01/17 16:21
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