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POLÍTICAS PÚBLICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Ana Manuela Ordonez O65p Ordonez, Ana Manuela. Políticas públicas de alimentação e nutrição [recurso eletrônico] / Ana Manuela Ordonez, Andrei Valerio Paiva. – 2. ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. Editado como livro impresso em 2017. ISBN 978-85-9502-029-0 1. Saúde pública. 2. Nutrição – Políticas públicas. 3. Alimentação – Assistência em saúde. I. Paiva, Andrei Valerio. II. Título. CDU 614:612.39 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 Politicas_publ_alim_nutri.indb 2 16/01/17 16:21 Pacto pela Saúde Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Compreender o propósito da criação do Pacto pela Saúde. � Definir as três dimensões que compõem o Pacto pela Saúde. � Relacionar as dificuldades na implantação do Pacto pela Saúde. Introdução Como a fragmentação das políticas e dos programas de saúde pre- cisava ser superada, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) – os três gestores do SUS – firmam um pacto, este chamado de Pacto pela Saúde. Neste texto, você vai estudar sobre o Pacto pela Saúde e vai compre- ender a importância deste para a sociedade, pois cria uma unidade de princípios que respeita as diferenças regionais, agrega os pactos anteriormente existentes, reforça a organização das regiões sanitárias, fortalece o controle social, qualifica o acesso da população à atenção integral à saúde, redefine os instrumentos de regulação, programa- ção e avaliação, valoriza a cooperação entre os gestores e propõe um financiamento tripartite que estimula critérios de igualdade nas trans- ferências fundo a fundo. Propósito do Pacto pela Saúde: contexto do surgimento e temas relevantes Para solidificar um modelo de atenção à saúde – no qual usuários e profissio- nais participem da construção dos serviços e do cuidado à saúde, mantendo a comunicação em nível horizontal –, é preciso um modelo de gestão diferen- ciado, que delegue o poder entre os gestores e a população. É responsabilidade direta dos gestores, nas três esferas do governo, gerir o sistema de saúde. Assim, ministro e secretários de saúde estaduais e mu- nicipais devem ser responsabilizados pelos resultados macrossanitários (isto é, redução de riscos à saúde da população, mortalidade por causas evitáveis e adoecimento), além de atuarem sobre os determinantes sociais de saúde. Politicas_publ_alim_nutri.indb 84 16/01/17 16:21 No entanto, os gestores municipais são quem responde por esse processo, de- vendo assumir as seguintes responsabilidades: � execução dos serviços de saúde que são de sua alçada; � definição e operacionalização do Plano de Saúde Municipal, em conjunto com o Conselho Municipal de Saúde, com base em prioridades; � planejamento, organização, coordenação, controle e avaliação das ações de saúde; � participação do processo de organização e consolidação do SUS regional. Assim, nesse cenário, com a finalidade de auxiliar o relacionamento entre gestores dos três níveis, surgiu o Pacto pela Saúde, definido em 2006. O debate que culminou na publicação das diretrizes do Pacto pela Saúde foi desencadeado em 2003 com a entrada de novos dirigentes no Ministério da Saúde, que identificaram a necessidade de mudanças nas formas de relacio- namento estabelecidas entre as esferas de governo na política de saúde. O documento das Diretrizes do Pacto pela Saúde – Consolidação do Sistema Único de Saúde foi publicado na Portaria/GM nº 399, de 22 de fevereiro de 2006 (Brasil, 2006), e contempla o pacto firmado entre os gestores do SUS, em suas três dimensões que se correlacionam: pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. O Pacto pela Saúde buscou preservar os princípios do SUS pre- vistos na Constituição e nas Leis Orgânicas da Saúde (Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 [Brasil, 1990a], e 8.142, de 11 de dezembro de 1990 [Brasil, 1990b]), prevendo estratégias que afirmam esses princípios. Características do Pacto pela Saúde O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais cujo foco está na gestão por resultados. Os governos devem gerir a rede de serviços e as ações de saúde buscando alcançar resultados de impacto positivo na saúde da população. Sua finalidade foi a qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas. Foi um esforço das três esferas de governo (municípios, estados e União) para, em conjunto com o Conselho Nacional de Saúde, rediscutir a organização e o funcionamento do SUS. Seu objetivo principal foi avançar na implantação dos princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabi- lidades de gestão de cada ente federado. Pacto pela Saúde 85 Politicas_publ_alim_nutri.indb 85 16/01/17 16:21 O Pacto é composto por diferentes temas, entre eles atenção básica, regio- nalização e financiamento. É constituído a partir de princípios que buscam as seguintes metas: � respeitar as diferenças locais e regionais; � reforçar a organização das regiões sanitárias (regionalização); � qualificar o acesso ao direito humano à saúde; � redefinir instrumentos de regulação, programação e avaliação; � valorizar a cooperação técnica entre os gestores; � unificar os diversos pactos existentes; � estimular o financiamento tripartite com critérios de equidade nas trans- ferências fundo a fundo; � fortalecer o controle social. O Pacto pela Saúde, no que se refere à implantação da política de Atenção Básica, recomenda que os gestores municipais aumentem aos poucos as equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal e de Agentes Comunitários de Saúde. A comunidade deve estar atenta e exigir que o gestor construa uma proposta de Atenção Básica integrada ao Sistema. Tal proposta deve resolver as demandas a partir dos princípios do SUS, sempre tendo como base o Plano de Saúde. A regionalização é o eixo estruturante da implantação do Pacto pela Saúde. É também elemento fundamental para obtenção da integralidade do sistema e para melhorar a integração entre as bases municipais de serviços de saúde. Ao atribuir aos municípios um papel central no planejamento e na exe- cução das ações e serviços de saúde, o Pacto contribui para que cada espaço regional possa diagnosticar e responder às suas necessidades. Para que isso funcione, o Pacto identifica quatro tipos de regiões sanitárias: a. intramunicipais: formadas dentro de um mesmo município; b. intraestaduais: formadas por municípios dentro de um mesmo estado; c. interestaduais: formada por municípios de estados diferentes; d. fronteiriças: formadas por municípios brasileiros e de outros países. A Constituição de 1988 (Brasil, 1988) define que a responsabilidade de financiamento da saúde é das três esferas de governo: municípios, estados e União. A Lei nº 8.080/90 (Brasil, 1990a) define que os recursos a serem re- Políticas públicas de alimentação e nutrição86 Politicas_publ_alim_nutri.indb 86 16/01/17 16:21 passados ao SUS devem ser suficientes para a realização de suas finalidades. Estabelece também os critérios para o repasse de recursos aos estados e mu- nicípios, dizendo que metade deve ser repassada de acordo com o número de habitantes. No ano de 1993, foi proposta a PEC 169, aprovada apenas no ano 2000 com o nome de EC-29 (Brasil, 2000). Principais inovações da Emenda Constitucional 29: definição de um percentual mínimo a ser investido pelos gestores, definição do que é ação e serviço em saúde e constitucionalização do Fundo de Saúde e da Participação da Comunidade. O Pacto pela Saúde enfatizou o tema do financiamento no Pacto em Defesa do SUS, propondo um processo de mobilizaçãopela regulamentação da EC-29 e pelo aumento dos recursos para o SUS. Apresentado como uma alternativa fortalecedora da gestão descentrali- zada do sistema, o Pacto pela Saúde propôs a redefinição das responsabili- dades dos três entes gestores e a combinação de prioridades, objetivos e metas a serem atingidos. As conjecturas do Ministério da Saúde assumem a feição de compromissos pactuados que foram reunidos em 14 Cadernos da Série Pactos pela Saúde, publicados até dezembro de 2010. Nas três dimensões abordadas pelo Pacto pela Saúde, o Pacto pela Vida corresponde à definição de melhoria das condições de saúde da população, a serem acordadas pelas três esferas de governo. Já o Pacto em Defesa do SUS indica a necessidade de iniciativas e ações para a garantia de princípios e dire- trizes da reforma sanitária, que transcendam os limites setoriais e aumentem a base de apoio à política de saúde nos governos e na sociedade. O Pacto de Gestão é o que estabelece diretrizes para o aprimoramento da gestão do SUS nestes aspectos: descentralização, regionalização, financiamento, plane- jamento, Programação Pactuada e Integrada (PPI), regulação, participação e controle social, gestão do trabalho e educação na saúde. O Pacto pela Saúde diferencia-se dos instrumentos anteriormente ado- tados no âmbito do SUS por propor a formalização de acordos intergover- namentais em diversos âmbitos da gestão e atenção à saúde. A adesão ao Pacto é feita por meio do preenchimento e da assinatura de Termos de Com- promisso de Gestão pelos gestores, que devem ser aprovados e homologados nas respectivas Comissões Intergestoras em âmbito estadual e nacional, subs- tituindo os antigos processos de habilitação às Normas Operacionais do SUS. Pacto pela Saúde 87 Politicas_publ_alim_nutri.indb 87 16/01/17 16:21 Pode-se citar como regulação as centrais de marcação de consultas em especiali- dades. Para um usuário ser encaminhado para outro nível de atenção, é preciso seguir um protocolo, isto é, ele deve apresentar condições de saúde especiais que deter- minem a necessidade de um especialista. Se o usuário tem sérios problemas cardíacos, deve consultar um cardiologista antes de um usuário que tem hipertensão arterial con- trolada, por exemplo. Quando o município regula as vagas dos prestadores dos serviços especializados, ele sabe quantas vagas estão disponíveis em cada local e especialidade, podendo destiná-las de modo adequado e de acordo com a prioridade de cada usuário. Se todas as pessoas resolvessem acessar especialistas de acordo com sua própria avaliação, não haveria vagas suficientes na média complexidade para atender a quem realmente pre- cisa. A regulação proporciona organização das vagas, oferecendo cuidado oportuno e de qualidade para quem precisa, racionalizando os custos. Dimensões do Pacto pela Saúde O Pacto pela Saúde envolve três grandes dimensões: Pacto Pela Vida, Paco em Defesa do SUS e Pacto de Gestão. Confira a seguir mais informações sobre cada dimensão! Pacto pela Vida Pactuado de forma tripartite, o Pacto pela Vida estabelece compromissos sa- nitários com caráter prioritário que devem ser implementados pelos entes fe- derados, reforçando a gestão pública em busca de resultados. As prioridades estaduais, regionais ou municipais podem ser agrupadas com as prioridades nacionais, por meio de pactos locais, envolvendo comissões intergestoras, co- legiados de gestão regional e os conselhos de saúde. Essas prioridades devem buscar enfrentar os principais problemas de saúde que afligem o país, os es- tados, as regiões e os municípios. Os objetivos do Pacto são eleger prioridades nacionais e incentivar que estados e municípios elejam as suas a partir da realidade local e regional. As prioridades não devem ser ações que já incluídas no cotidiano do sistema; elas devem continuar sendo executadas com qualidade, mas não precisam constar Políticas públicas de alimentação e nutrição88 Politicas_publ_alim_nutri.indb 88 16/01/17 16:21 como prioridade, pois já fazem parte da cultura dos gestores, conselheiros e cidadãos. Até 2006, o Pacto pela Vida era constituído por indicadores do Pacto da Atenção Básica, da Programação Pactuada e Integrada da Vigilância (PPI-VS) e por indicadores do Pacto pela Saúde. A Portaria GM/MS nº 91, de 10 de janeiro de 2007 (Brasil, 2007), unificou o processo de pactuação de indicadores por meio de aplicativo eletrônico. Esta portaria foi alterada pela Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008 (Brasil, 2008), em que foram incluídas novas responsabilidades. Em 2009, foi mantida a pactuação de 2008 por meio da Portaria GM/MS nº 48, de 12 de janeiro de 2009. Pacto em Defesa do SUS Essa dimensão do Pacto pela Saúde coloca o compromisso dos gestores do SUS em consolidar a Reforma Sanitária e articular ações voltadas para as- segurar o SUS como política pública. É um dos objetivos desse pacto forta- lecer a participação social, desenvolvendo estratégias de mobilização e po- litização da saúde. Assim, a defesa do SUS busca discuti-lo a partir dos seus princípios fundamentais, procurando a repolitização do sistema, reafirmando o seu significado e sua importância para a cidadania brasileira, retomando os princípios declarados na Constituição Federal. Assim, as diretrizes operacionais do Pacto em Defesa do SUS reco- mendam: a. Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consoli- dação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos prin- cípios do SUS estabelecidos na Constituição Federal; b. Desenvolver e articular ações no seu âmbito de competência e em con- junto com os demais gestores, buscando qualificar e assegurar o SUS como política pública. Para isso, o Pacto em defesa do SUS determina três frentes de ação, descritas a seguir. A primeira frente de ação busca implementar um amplo processo de mobilização social para divulgar a saúde como direito de todos e o SUS como a política pública que deve responder a esse direito. Deste processo resultou a Carta dos Direitos dos Usuários do SUS, um conhecido e importante instru- mento para a mobilização e o controle social. A partir de 2009, o Conselho Nacional de Saúde (em parceria com o Ministério da Saúde, Conselho Na- cional de Secretários de Saúde [CONASS] e Conselho Nacional de Secreta- Pacto pela Saúde 89 Politicas_publ_alim_nutri.indb 89 16/01/17 16:21 rias Municipais de Saúde [CONASEMS]) instituiu a Caravana em Defesa do SUS. O objetivo é fortalecer o debate da saúde como um direito humano e repolitizar o SUS de acordo com os princípios da reforma sanitária. A segunda frente de ação tem como objetivo mobilizar a sociedade para ter mais recursos para a saúde. O Pacto em Defesa do SUS destaca a intenção de evitar a suposição de políticas de governo. Assim, busca-se a existência de uma política de financiamento de Estado, que garanta estabilidade e o pro- gressivo aumento dos recursos destinados à saúde. A terceira frente de ação diz respeito à ampliação do diálogo com a sociedade. Pacto de Gestão O Pacto de Gestão valoriza a relação de solidariedade entre gestores, de- finindo diretrizes e responsabilidades, com o objetivo de fortalecer a gestão nos seguintes eixos: descentralização, regionalização, financiamento do SUS, planejamento do SUS, PPI, regulação da atenção à saúde e assistencial, par- ticipação e controle social, gestão do trabalho na saúde e educação na saúde. O foco do Pacto de Gestão está em um dos maiores desafios do SUS: a regionalização. O sistema ainda convive, em alguns casos, com uma lógica centralizada, que não permite o pleno e qualificado acesso dos cidadãos às ações e aos serviços de saúde. O Pacto de Gestão do SUS definiu melhor as responsabilidades de cada esfera de governo, e essa definição é importantepara que a política do SUS funcione a partir da gestão participativa. O pacto reconhece que a participação da comunidade tem importância estrutural na gestão do sistema. Dentro do Pacto de Gestão, o planejamento do SUS deve ser feito de acordo com a realidade local, considerando os recursos humanos e finan- ceiros, a estrutura dos serviços e o perfil epidemiológico da região. Deve en- volver gestores, gerentes, profissionais e população e atender às necessidades de saúde do povo. Como todo planejamento, deve prever execução, monito- ramento, acompanhamento e avaliação das ações. Assim, entre os itens do planejamento, devem constar reformas e ampliação de serviços, contratações de profissionais e metas de atendimento a serem alcançadas, entre outras informações. A PPI determina a programação das ações de saúde nos diferentes territórios e norteia a distribuição dos recursos financeiros a partir de critérios pactuados entre os gestores, definindo e garantindo as ações essenciais para o Políticas públicas de alimentação e nutrição90 Politicas_publ_alim_nutri.indb 90 16/01/17 16:21 cuidado das necessidades de saúde da população. Toda rede de serviços, além de estar integrada, deve ser regulada pelos gestores. São estas as três princi- pais diretrizes da regulação: cada prestador de serviço responde a apenas um gestor; a regulação dos prestadores de serviço é preferencialmente municipal; é responsabilidade do gestor estadual regular as referências entre municípios e operar os complexos reguladores, com referência intermunicipal, que deve estar pactuada na Comissão de Intergestores Bipartite. A regulação em saúde é a forma como o Estado intervém em setores so- ciais e da economia, com o objetivo de equilibrar as relações entre as necessi- dades da população, os prestadores de serviço e o Estado, por meio de norma- tivas, buscando o cumprimento dos objetivos do SUS. A gestão no cotidiano do SUS permite a operacionalização do sistema, sendo o que permite ao SUS oferecer assistência diária em saúde para a população. Aspectos da implantação do Pacto pela Saúde O Pacto pela Saúde representa um movimento de inflexão nos mecanismos de coordenação federativa na política de saúde brasileira, com valorização das esferas estaduais e municipais e a criação de novas instâncias regionais. Como avanços trazidos pelo Pacto, pode-se apontar a organização das transferên- cias federais em blocos de financiamento, reduzindo a fragmentação dos repasses financeiros e priorizando as transferências fundo a fundo para ges- tores estaduais e municipais. Isso permitiu a flexibilização da aplicação dos recursos, o que supera as rígidas diretrizes do financiamento dos programas de saúde. Outro avanço diz respeito à qualificação da gestão, com a defi- nição de diretrizes nacionais para os processos de gestão do SUS, fazendo-se o estabelecimento de responsabilidades sanitárias e indicadores prioritários de saúde, além de serem traçados objetivos e metas. Algumas experiências manifestam que é necessário avançar na conformação de estratégias e instrumentos de planejamento, regulação e financiamento, que possam apoiar a adequação de sistemas públicos de saúde regionais em dife- rentes territórios (regiões de fronteira, áreas metropolitanas, reservas indígenas e áreas de proteção ambiental). Além disso, é preciso desenvolver mecanismos que favoreçam a participação e cooperação entre governos, organizações e ci- dadãos nos espaços regionais. Os incentivos criados pelo Governo Federal para a regionalização ainda são insuficientes diante das desigualdades políticas, eco- nômicas, demográficas e financeiras das diferentes regiões do Brasil. Pacto pela Saúde 91 Politicas_publ_alim_nutri.indb 91 16/01/17 16:21 1. Em relação ao Pacto pelo Saúde, é correto afirmar que: a) Entre as prioridades do Pacto em Defesa do SUS, estão a saúde do idoso, a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama e a redução da mortali- dade materna, infantil neonatal, infantil por diarreia e pneumonias. b) São as três dimensões do Pacto pela Saúde: combate à pobreza e à fome; descentralização da gestão do SUS; redução da morta- lidade materna e infantil. c) São as três dimensões do Pacto pela Saúde 2006: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. d) O Pacto pela Saúde reconheceu as limitações das equipes de saúde da família e determinou a ampliação mínima, congregando profissionais das áreas de psico- logia e assistência social. e) O Pacto pela Saúde é produto de uma proposta estabelecida entre o Ministério da Saúde e o Minis- tério da Educação. É um conjunto de medidas nas quais um dos objetivos é fortalecer a formação de recursos humanos na área da saúde. 2. O Pacto pela Saúde, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde, foi efetivado pelas três esferas de gestão (União, estados e municípios) em 2006. A respeito das três dimensões desse pacto, é correto afirmar que: a) O Pacto de Gestão estabelece diretrizes nos aspectos da partici- pação e do controle social. b) O Pacto em Defesa do SUS define as prioridades para o SUS. c) No que se refere ao planeja- mento, o Pacto de Gestão estabe- lece itens a pactuar, entre os quais não se inclui a cooperação entre as três esferas de gestão. d) O Pacto de Gestão, uma das dimensões do Pacto pela Saúde, define o plano de saúde, a programação anual de saúde e o relatório mensal de gestão como seus principais instrumentos de planejamento e gestão. e) O Pacto pela Vida propõe uma agenda de repolitização do SUS com a sociedade e a busca de financiamento adequado. 3. Ao apresentar o Pacto pela Saúde 2006, o Ministério da Saúde: a) Buscou priorizar, ampliar e quali- ficar a estratégia de Saúde da Fa- mília nas áreas mais distantes dos grandes centros urbanos e com os piores indicadores de saúde. b) Partiu da constatação de que o Brasil, mesmo sendo um país de extenso território geográfico, com enormes diferenças regionais, ne- cessita de uma ação padronizada e uniforme na operacionalização do sistema de saúde. c) Verificou que o SUS, após uma década e meia de existência, não obteve sucesso em estruturar um sistema de saúde sólido, com prestação de serviços de quali- dade insatisfatória à população brasileira. Políticas públicas de alimentação e nutrição92 Politicas_publ_alim_nutri.indb 92 16/01/17 16:21 d) Definiu como prioridade dentro do Pacto pela Vida a saúde do idoso; o câncer de colo de útero e de mama; a mortalidade infantil e materna; as doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; a promoção da saúde e a atenção básica à saúde. e) Previu que o pacto deveria ser revisado a cada 10 anos pelos gestores do SUS, com base nos princípios da Constituição e na análise histórica dos indicadores de saúde. 4. O Pacto pela Vida se refere ao com- promisso entre os gestores do SUS com as prioridades de impacto sobre a qualidade de vida e de saúde da população brasileira. Sobre o Pacto pela Vida, é correto dizer que: a) As ações necessárias para al- cançar as metas propostas são impostas pelo Governo Federal e devem ser cumpridas pelos estados e municípios. b) A redução da mortalidade infantil e da materna são objetivos do pacto, com vistas à redução dos índices de mortalidade. c) A saúde do idoso (indivíduo com idade superior a 80 anos) é prioridade proposta no Pacto pela Vida. d) Consiste em prioridade do Pacto pela Vida o fortalecimento da atenção básica, tendo como finalidade ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família em comunidades rurais. e) Uma das prioridades propostas pelo Pacto pela Vida é a saúde do homem. 5. Uma das três dimensões do Pacto pela Saúde diz respeito ao Pacto pela Vida, sobre o qual é correto afirmar que:a) O planejamento deve ser feito de acordo com a realidade local, considerando os recursos hu- manos e financeiros, a estrutura dos serviços e o perfil epidemio- lógico da região. Deve envolver gestores, gerentes, profissionais e população e atender às necessi- dades de saúde da população. b) Busca fortalecer a participação social, desenvolvendo estratégias de mobilização e politização da saúde. c) É constituído por compromissos sanitários, traduzidos em obje- tivos de processos e resultados, provenientes da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelas esferas federal, estadual e municipal. d) Estabelece as responsabilidades de cada ente federado, contri- buindo para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. e) Passa por um movimento de repolitização da saúde, com mobilização social vinculada ao processo de estabelecimento da saúde como direito de cidadania, tendo como um de seus pilares o financiamento público da saúde. Pacto pela Saúde 93 Politicas_publ_alim_nutri.indb 93 16/01/17 16:21 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio à Descen- tralização. Coordenação-Geral de Apoio à Gestão Descentralizada. Diretrizes operacio- nais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/webpacto/volumes/01.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. LIMA, L.D. et al. Descentralização e regionalização: dinâmica e condicionantes da im- plantação do Pacto pela Saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 7, p. 1903-1914, 2012. SOLHA, R.K.T.D. Sistema Único de Saúde: componentes, diretrizes e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2014. Cap. 4. Leituras recomendadas BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 91, de 10 de janeiro de 2007. Brasília, DF, 2007. Dispo- nível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt0091_10_01_2007_ comp.html>. Acesso em: 10 dez. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 325, de 21 de fevereiro de 2008. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/5127629/4132782/Portarian.325 GMde21defevereirode2008.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/ prt0399_22_02_2006.html>. Acesso em: 10 dez. 2016. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 01 dez. 2016. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Emenda constitucional n. 29, de 13 de setem- bro de 2000. Brasília, DF, 2000. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm>. Acesso em: 10 dez. 2016. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 8.080 de 19 se setembro de 1990. Brasí- lia, DF, 1990a. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em 01 dez. 2016. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 8. 142, de 28 de dezembro de 1990. Bra- sília, DF, 1990b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm>. Acesso em 01 dez. 2016. Referências Políticas públicas de alimentação e nutrição94 Politicas_publ_alim_nutri.indb 94 16/01/17 16:21 Conteúdo: