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AAS - NOB's, NOAS, Arcabouço Legal e Pacto pela Saúde

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AMANDA RODRIGUES PROBLEMA 2
O que são as Normas Operacionais do SUS e quais são as principais.
Diferenciar NOBS de NOAS: 
NOBS estão relacionadas com a Municipalização e NOAS estão relacionadas com a Regionalização.
Em 1990, as teorias já tinham sido passadas e as leis aprovadas. Só que o município ainda não queria e nem estava preparado para receber essa responsabilidade, não sabia como pôr em prática. Então o Ministério da Saúde teve que fazer isso de forma gradativa. Esse processo de Descentralização, que é tirar o poder máximo da esfera federal e direcionar para os estados e municípios, que começa em 91, só vai se concretizar em 96, que é quando acontece a Municipalização. E o NOAS vem pra delimitar espaços, e essa delimitação de espaços é chamada de Regionalização.
Norma Operacional Básica 01/91
A NOB 91 foi um retrocesso, porque a tendencia do SUS é fazer a descentralização da gestão através da municipalização e ela trouxe uma centralização da gestão através do INAMPS. O INAMPS, que mesmo criando o SUS com a Constituição de 1988, ele só vai falecer em 93. Então a NOB 91 trouxe o INAMPS como o maior pagador por produtividade, então é um processo de centralização e não descentralização.
· A NOB 91 cria a AIH (Autorização de Internação Hospitalar), porque os municípios são responsáveis pela Atenção Básica, então quando tiver caso algum paciente precise de uma média/alta complexidade. E como o município não tem dinheiro para arcar com esses custos, o Ministério vai pagar por ele através dessa AIH. 
· E também foi criado o SIH (Sistema de Informação Hospitalar), que servia para que o Ministério da Saúde recebesse essas fichas (AIH) que os municípios preenchiam desses pacientes. E aí para que os municípios pudessem colocar esse sistema em prática, o Ministério ofereceu o FEM (Fator de Estímulo à Municipalização) que é o dinheiro que ele dava aos municípios pra que ocorresse essa municipalização.
· Outro fator importante da NOB 91 é o Reajuste Ambulatorial, que esse reajuste é para a cobertura das unidades de Atenção Básica. Então o Ministério se comprometeu a mandar dinheiro para esse Reajuste, e para isso foi criado o SIA (Sistema de Informação Ambulatorial), daí os municípios mandavam as justificativas por esse sistema para que o Ministério mandasse o dinheiro. (ex. se tiver que pagar mais para algum profissional)
Norma Operacional Básica 01/93
A NOB 93 tem dois pontos principais que são importantes, o primeiro é a transferência automática e regular de fundo a fundo do financiamento do SUS. Que vai ser transferido o financiamento do fundo nacional para o fundo estadual para o fundo municipal. Essa transferência vai ser automática e regular. E a segunda vertente é como esses gestores vão se comunicar, então de 93 a 94 foram sendo criadas as Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite (CIB e CIT), que são onde ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das políticas de saúde pública. CIB – Ceas e Cosems. CIT – Ministério da Saúde, Conass e Conasems.
Em 2011, por conta do Decreto 7.508, esses dois pontos foram pegos da NOB 93 e agora estão dentro da Lei 8080, no artigo 14-A e 14-B.
“O Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.”
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Norma Operacional Básica 01/96
A NOB 96 tem duas vertentes, a primeira delas é que há um aumento da transferência automática e regular do financiamento fundo a fundo que tinha iniciado na NOB 93, e a segunda depende da criação do Programa de Saúde da Família (Estratégia de Saúde da Família) em 94. Então, a NOB 96 entende que nesse momento o Programa de Saúde da Família é o alvo da assistência à saúde, é ela que vai ser o principal coordenador de saúde daquela população. Então vai ser fortalecida a Estratégia de Saúde da Família, através do PAB (Piso da Atenção Básica). Daí os municípios que adotaram o Programa de Saúde da Família eles vão ser pagos por um piso, o mínimo de financiamento possível através do PAB. E aí para que os procedimentos de alta complexidade serem regulados, vai ser criado a APAC (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade/Custo). Então, dá pra ver que das NOBS 93 e 96 tem uma tendência a descentralização e municipalização.
Norma Operacional de Assistência à Saúde NOAS/SUS (2001-2002)
A NOAS traz um segundo contexto importante, que nas NOBs foi a descentralização e no NOAS vai ser a regionalização, ela vem pra delimitar espaços. Porque os recursos ainda não estavam iguais, algumas regiões recebiam mais e outra regiões recebiam menos, então através da regionalização foi criado o Plano Diretor de Regionalização (PDR). Que aí pequenos municípios vão ser divididos em áreas de complexidade (através de baixa, média e alta complexidade) para que os recursos sejam distribuídos iguais através do princípio da equidade, aqueles que mais precisam vão receber mais cuidados.
Compreender os principais artigos da Lei Orgânica que regulamentam o SUS que regem o arcabouço legal.
Lei 8080/90
· É a lei que instituiu o SUS.
· Criada em 19 de setembro de 1990.
· Ela fala sobre a Promoção, proteção e reabilitação da saúde.
· Também fala sobre a organização e funcionamento dos serviços do SUS. Ela regula tudo que vai acontecer no território nacional.
· Ela define como os poderes do governo vão atuar sobre o SUS. 
Ex: O governo municipal fica responsável pela execução, então o município vai dar a saúde. O estado vai coordenar se o município estava fazendo isso de uma forma bem-feita. E nacional fica responsável por definir, ele define quais vão ser asnormas, como que as coisas vão acontecer. Mas há casos em que o governo federal passa a ser executor, é ele quem faz a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, e também quando acontece catástrofes (ex: como aconteceu em Mariana).
· Ele fala como a saúde privada deve atuar, então ela ficou como uma assistência livre para atuar para as pessoas com plano de saúde ou que podem pagar por ela, e que deve atuar de forma complementar ao SUS. Então, se o SUS não tiver algum tipo de serviço, ele pode contratar o privado para fazer esse serviço.
Lei 8142
· Mesmo a Lei 8080 sendo bem ampla, faltaram duas coisas importantes nela. Como que seria feita a participação popular na gestão do SUS e como que seria feita a transferência de dinheiro entre os governos, porque o município que ia executar a saúde não tinha como bancar toda essa saúde, então como que essa transferência seria feita foi definido na lei 8142.
· A participação da comunidade foi feita de duas formas, tem os Conselhos de saúde e as Conferências de saúde. 
· Os Conselhos de Saúde têm reuniões mensais, 50% é composto por representantes de usuários do SUS e 50% por profissionais da saúde (25%), representantes do governo (12,5%), prestadores de serviço (12,5%). Esses Conselhos têm a função de controlar os gastos e a execução da saúde, ver se tudo que foi proposto está sendo bem aplicado.
· As Conferências têm como função fazer as diretrizes da saúde, elas vão fazer as regras, as normas da saúde, elas acontecem a cada 4 anos. Geralmente são os conselhos que convocam as Conferências para mudar algumas coisas, mas também podem ser convocadas pelo executivo.
· E a transferência de dinheiro para o município seria feita de fundo a fundo, ele seria transferido do fundo nacional para o fundo estadual para o fundo municipal, de forma regular e automática. É uma forma do município ter certeza que vai receber pelo que ele tá dando para a população.
· E no artigo 4 da Lei 8142 fala o que os Municípios, Estados e o Distrito Federal precisam ter para receberem esses recursos. 
“Lei nº 8.142 de 28 de Dezembro de 1990. Art. 4 ° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III - plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.”
Entender o que propõe o Pacto pela Saúde e qual sua importância para o SUS. 
Pacto pela Saúde
· Foi definido pela Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. 
· Por meio dele aconteceram mudanças importantes no modelo de gestão dentro do SUS.
· E ele também traz uma redefinição das responsabilidades sanitárias, em função das necessidades de saúde da população e também na busca por uma equidade social.
· Em 2003, o CONASS solicitou ao Ministério da Saúde uma revisão dos processos normativos do SUS, e aí depois de muito discutirem, os gestores se entenderam de que as normativas do SUS deveriam contemplar a diversidade do Brasil e as novas normativas teriam que contemplar os princípios do SUS. 
· E, depois de anos de discussão, em 2006 foi divulgado o Pacto pela Saúde, que era revisado anualmente (com base nos princípios constitucionais do SUS) focando nas necessidades de saúde da população, para se adaptar a realidade que é enfrentada pelos gestores de saúde. 
· E com esse Pacto pela Saúde eles buscam inovações nos processos e instrumentos de gestão do SUS e alcançar uma eficiência, uma qualidade das respostas do Sistema de Saúde.
· O Decreto nº 7.511/2011 trouxe acréscimos ao Pacto pela Saúde.
· O Pacto pela Saúde tem três componentes: o Pacto pela Vida, o Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão do SUS. Dentro de cada um desses componentes tem outros elementos.
· Eles são como objetivos e metas a serem alcançados, os estados e municípios vão realizar o planejamento de suas ações se baseando nessas prioridades. E com isso eles elaboram o Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que vai ter todas essas metas propostas a serem alcançadas pelos estados e municípios.
Pacto pela Vida:
“O Pacto pela Vida é o mais importante, porque existem agora como se fossem diretrizes a serem seguidas, então os cinco principais movimento do Pacto pela Vida é: a Saúde do idoso; Câncer de colo de útero e de mama; Diminuir a mortalidade infantil e materna; Aumento das respostas às doenças emergentes Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza; e Aumento da promoção de saúde, através da atividade física regular, alimentação saudável e fortalecer a Atenção Básica (de novo, igual trouxe na NOB 96).”
· Ele é constituído de vários compromissos sanitários, e é através de uma análise da situação de saúde no Brasil que esses compromissos são estabelecidos e também com base nas prioridades definidas pelos governos das três esferas (federal, estadual e municipal).
Seus compromissos/prioridades são: 
· Saúde do Idoso; 
· Câncer de Colo de Útero e de Mama; 
· Mortalidade Infantil e Materna (e também a mortalidade infantil por doença diarreica e pneumonia); 
· Doenças Emergentes e Endemias, com Ênfase na Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza; 
· Promoção da Saúde (com ênfase na adoção de hábitos saudáveis pela população brasileira e com isso se espera internalizar a responsabilidade individual de cada pessoa em relação a atividade física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo); 
· Atenção Básica à Saúde (busca consolidar e qualificar a Estratégia de Saúde da Família (ESF) com um modelo de Atenção Básica e como centro coordenador das redes de atenção à saúde do SUS).
· Em 2008, a Portaria 325 do Ministério da Saúde que acrescentou mais cinco compromissos ao Pacto pela Vida, que foram: Saúde do Trabalhador; Saúde Mental; Fortalecimento da Capacidade de Resposta do Sistema de Saúde às Pessoas com Deficiência; Atenção Integral às Pessoas em Situação ou Risco de Violência; e Saúde do Homem.
Pacto em Defesa do SUS
O Pacto em Defesa do SUS é um aumento da política do SUS, de divulgação das políticas do SUS, mostrando que ele é a porta aberta do primeiro nível de assistência do sistema público de saúde. Ele vai estar relacionado com ações que reforcem o SUS mais como política de Estado do que de Governo. Política de Estado: política que é permanente, não depende de mudança de governo. Então, ele tem como objetivo garantir a permanência do SUS e suas diretrizes.
Seus compromissos/prioridades são:
· Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos;
· Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional (Alterou os art. 34, 35, 156, 160, 167 e 198, e acrescentou artigos na disposição da CF para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das nações e serviços públicos de saúde);
· Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde;
· Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas; 
· Elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.
Pacto de Gestão do SUS
O Pacto de Gestão do SUS traz novamente o fortalecimento dos princípios éticos, doutrinários e operacionais que é a descentralização, regionalização, financiamento, planejamento, regulação, participação social, gestão do trabalho e educação em saúde.
· Ele vai reestabelecer as Responsabilidades sanitárias de forma mais clara para cada um dos entes federativos, e aí com isso vai diminuir as competências concorrentes e vai deixar mais clara ainda quem deve fazer o quê, definindo as responsabilidades de cada esfera para fortalecer a gestão compartilhada no SUS.
·A radicalização da Descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados, e para os municípios.
· O reforço da Territorialização da saúde como base para a organização dos sistemas, o que estrutura as regiões sanitárias e institui colégios de gestão regional.
· Ele também reitera a Importância da participação e controle social no SUS, a participação do usuário, da comunidade, do usuário na gestão do SUS com compromisso de apoiar e qualificar essa participação.
· E ele vai trazer de forma mais explícita as Diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite, então ele vai buscar critérios de alocação dos recursos de forma equitativa, reforçando os mecanismos de transferência fundo a fundo entre os gestores, integrando em grandes blocos o financiamento federal e estabelecendo relações contratuais entre os entes federativos.
Diretrizes para a gestão do SUS (Diretrizes do Pacto de Gestão):
· Descentralização
· Regionalização
· Financiamento
· Planejamento
· Programação Pactuada e Integrada – PPI
· Regulação
· Participação Social
· Gestão do Trabalho
· Educação na Saúde

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