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A História da Psiquiatria e da Saúde Mental Prof. Me. Roberto Albuquerque A doença mental na Pré- História Homem primitivo as doenças como forças externas, sobrenaturais, maus espíritos, bruxos, demônios, deuses. Atendidos em rituais tribais para correção dos distúrbios insucesso abandonados à própria sorte. Antiguidade Grécia e Roma: não existiam procedimentos ou espaços sociais destinados aos “loucos”. Ricos X Pobres A sociedade atribuía as crises de agitação às forças sobrenaturais, decorrentes de possessões “demoníacas” Louco problema familiar e não social. Antiguidade Grécia (860 a.C) sacerdotes recomendavam tratamento com bondade e atividade física. Médicos e estudiosos grande consideração pelos doentes ar, água, luz, encenações teatrais melhorar o humor. Os que não reagiam ao tratamento inanição e flagelação. Idade Média Loucura vista com grande tolerância o mundo era todo organizado de acordo com os desígnios de Deus. Loucos e miseráveis faziam parte da sociedade e eram alvo de caridade Lunáticos (influenciados pelas fases da lua): tinham liberdade de ir e vir. Mais graves: acorrentados, escorraçados, jejuns prolongados possuídos pelo “demônio” rituais de exorcismo Idade Moderna Retomada dos princípios racionalistas na observação e descrição das doenças mentais, em oposição ao misticismo religioso. Mercantilismo crescimento das cidades problemas urbanos e sociais aumento de mendigos e “loucos” Idade Moderna Pobres e loucos desocupados, não produziam riquezas, marginais, improdutivos. Pobres: expulsos das cidades; Loucos: isolados; Hospitais Gerais: loucos e marginalizados. Idade Contemporânea Final do século XVIII Abordagem mais humanista; Construção de asilos violência e privações; Loucura como doença orgânica, que exige condições e tratamentos específicos; 1793: Phillippe Pinel (médico francês) quebra correntes que prendiam os alienados e insanos. Evolução das descrições das doenças mentais. Idade Contemporânea Século XX Criação dos Hospitais Psiquiátricos; Freud: compreende a loucura não como um defeito biológico; 1952: Primeiro neuroléptico Clorpromazina Atitude positiva em relação à doença mental; Doentes crônicos melhoram; Tratamento em casa torna-se possível Expande os tratamentos psicoterápicos Teoria de Enfermagem ( Peplau) Psiquiatria Psiquiatria no Brasil 1852: primeiro manicômio (RJ) fundado por D. Pedro II Local de confinamento da população crescente de desocupados e loucos vagantes pelas cidades. Criação de novos hospícios. Psiquiatria no Brasil Manicômios sempre afastados, frequentados em sua maioria pela população pobre; Até 1889 (Proclamação da República): atendimento nas mãos das Santas Casas; 1890: Hospício D. Pedro II passa ser chamado de Hospital Nacional dos Alienados. Psiquiatria no Brasil Hospício Hospital Alienado Doente Mental Psicopata Loucura Alienação Mental Insanidade Mental Doença Mental Transtorno Mental Sofrimento Psíquico Psiquiatria no Brasil Era do Temor (1950 – 1970): Falta de leitos; Expansão dos leitos privados; Estado patrocinando a loucura: infraestrutura péssima; banheiros coletivos; medicação distribuída sem critérios; ECT como castigo; não pensava-se no doente, e sim na ordem interna e no lucro; Ociosidade dos internos. Psiquiatria no Brasil Era do Temor (1950 – 1970): 1964: contratação de hospitais particulares para atender os pacientes baixo recurso do governo baixo custo e péssimas condições. Psiquiatria no Brasil 1978: Lei proíbe criação de novos hospícios e substituições por pensões protegidas, lares abrigados, hospital-dia, leitos psiquiátricos em hospitais gerais. 1987: Primeiro CAPS e NAPS 1990: Reforma Psiquiátrica Brasileira Psiquiatria no Brasil 1990: Reforma Psiquiátrica Brasileira Movimento de profissionais e famílias; lei proibindo novos hospitais psiquiátricos; enfatiza o tratamento ambulatorial; reinserção do doente junto à família e comunidade; reabilitação social, profissional e cívica. DESINSTITUCIONALIZAÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA Praticamente inexistente até 1881. 1882: Escola de Enfermagem Psiquiátrica (Massachusetts – EUA) Linda Richards: capacidade de avaliar as necessidades físicas e emocionais do cliente (antes vistas separadamente). Fim do século XIX: assistia exclusivamente o médico. Necessidades físicas Drogas sedativas (Whisky) Clorofórmio Banhos de imersão, duchas frias ou quentes Indução da alimentação do cliente Apoio emocional apenas cordialidade e tolerância 1890: Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (RJ) Enfermeiro psiquiátrico: execução da prescrição médica; Treinamento insuficiente de psiquiatria e psicologia; 1923: Escola de Enfermagem Anna Nery “Arte de Enfermagem em Doenças Nervosas e Mentais” Cuidar em psiquiatria era profissão distinta da de Enfermagem (apenas em 1990 a enfermagem psiquiátrica foi incorporada ao ramo da especialidade de enfermagem) INFLUÊNCIAS MUNDIAIS, LEIS E ESCOLAS (1930 A 1960) 1930: reconhecimento da importância (EUA); Surgimento da somatoterapia: ECT (eletroconvulsoterapia) em 1930; II Guerra Mundial (1939-1945); Advento das drogas psicotrópicas (1952); Implantação das comunidades terapêuticas (1953); Somatoterapia: não levava os clientes à compreensão de seu estado, mas os tornavam mais suscetíveis à psicoterapia; II Guerra: ex-combatentes com problemas psiquiátricos; 1949: criação do primeiro programa de pós-graduação em enfermagem psiquiátrica (Peplau – Teoria do Relacionamento Interpessoal na Psiquiatria). Peplau (1962): redefine o papel do enfermeiro denominando-o como couseling; 1963: capacitação de enfermeiros para trabalharem em equipes interdisciplinares. Brasil (1949): Lei 775/49 dispõe sobre o ensino de enfermagem no país e dá outras providências; Assistência psiquiátrica caótica; Déficit de profissionais; Superlotação das instituições hospitalares; Privatização da assistência psiquiátrica (1960). Da modernidade à contemporaneidade Década de 70 Psiquiatria Social Início da Reforma Psiquiátrica Década de 90 Década do cérebro: descobertas da neuroimagem, genética, neurofisiologia, psicofarmacologia, psicoimunologia. Da modernidade à contemporaneidade Conferências de Saúde Mental: proteção aos direitos das pessoais portadoras de transtornos mentais; Novos tratamentos: ambulatórios, CAPS, emergências psiquiátricas em hospitais gerais; hospital-dia, dentre outros favorece a DESINSTITUCIONALIZAÇÃO CUIDAR SIM! EXCLUIR NÃO! “Um serviço não exclui o outro. É hora de unir e lutar por uma assistência competente, humanista e que satisfaça a quem dela precisa. Tem-se de exigir de todos os serviços a qualidade na assistência ao cliente, o que inclui também o respeito aos aspectos éticos e legais da profissão”. LIBERTE-SE DAS AMARRAS DA LOUCURA! SEJA VOCÊ MESMO!
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