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O Lugar da Cartografia na Educação Básica DELGADO, Renata Eliezer1 RESUMO O objetivo desse artigo é compreender como os mapas foram construídos, como eles estão sendo ensinados nas aulas de Geografia, e o que se pode fazer para introdução da Cartografia nesta disciplina, promovendo uma Alfabetização Cartográfica desde a Educação Infantil, que respeite o desenvolvimento geral e cognitivodos alunos. Palavras-chave: Mapas, Cartografia, Geografia, Alfabetização Cartográfica. 1 Graduanda do curso de Licenciatura em Pedagogia – Universidade Federal de Juiz de Fora – Juiz de Fora / MG – renatagrdelgado@outlook.com The place of Cartography in Basic Education DELGADO, RenataEliezer ABSTRACT The purpose of this article is to understand how the maps were constructed, how they are being taught in Geography classes, and what can be done to introduce Cartography in this discipline, promoting Cartographic Literacy since Child Education, which respects the general development and of the students. Keywords: Maps, Cartography, Geography, Cartographic Literacy. INTRODUÇÃO “Não se trata apenas de uma mania, um desejo, ou um capricho o ato de fazer mapas. Mais que isso, é uma necessidade inerente a todos que lidam com o espaço, seja grande ou pequena sua dimensão”. (CARVALHO, ARAÚJO, 2011, p.28) Este trabalho de conclusão de curso é fruto da minha admiração durante as aulas das disciplinas de Cartografia com Crianças e Escolares e Fundamentos Teóricos Metodológicos e Prática Escolar em Geografia Iministradas pelo professor2.As disciplinas abordaram questões muito interessantes, que me fizeram pensar até mesmo sobre a minha aprendizagem no decorrer do Ensino Fundamentale sobre a presença da Cartografia nos primeiros anos da educação básica. Rememorando meu passado, tanto na escola como fora dela, os mapas e a Cartografia estavam muito presentes no dia-a-dia. Nos primeiros anos escolares lembro-me de atividades como contornar com giz o corpo do colega no chão, desenhar o trajeto da minha casa até a escola, o que para mim não era tão difícil, pois moro até hoje há poucos metros da instituição, também tinha a atividade de desenhar e contar sobre o lugar que nós alunos gostávamos de ir, tinha que dizer por quais lugares passávamos, se demorava muito, se utilizávamos algum meio de transporte, ou se ia andando, dentre outros exemplos. A respeito dos mapas na escola já no meio do Ensino Fundamental era sempre pedido para colorir um mapa que estava em branco, e colocar as informações necessárias, mas sempre com o apoio do Atlas para não poder errar, a partir daí minha relação com o mapa começou a se tornar enfadonha, pois quando tinha uma atividade com ele, era sempre desse jeito desgastante de colorir, colocar informações. E quando veio o estudo da escala e das projeções mais complicado se tornou, a escala para mim era praticamente 2 Jader Janer Moreira Lopes. como uma fórmula matemática. As projeções misturavam-se todas na minha mente, talvez pelo modo como fora explicada. Já na minha vida fora de uma instituição escolar, com as saídas da minha cidade para a cidade vizinha para fazer cursinhos, ou para comparecer a uma consulta médica, ou acompanhar minha mãe nos seus estudos, me deparava sempre com a Cartografia. Quando eu ia para a outra cidade sozinha eu fazia um pequeno mapa, um croqui, das ruas, das galerias e pontos de ônibus para não me perder, tudo com base nas informações que minha mãe passava, esse croqui era meu guia por onde eu andava. Já quando eu estava junto de minha mãe, ela me ensinava como me localizar, quais eram os pontos de referência, me mostrava os lugares relacionando-os com as informações contidas no croqui e, assim aprendi a circular na cidade vizinha. Com base no expostodecidi escolher o tema do meu trabalho que é Mapas/Alfabetização Cartográfica, pois considero importante compreender como a utilização dos mapas em sala de aula pode ajudar os alunos a se situarem no espaço em que vivem e,refletirem sobre suas vivências e sobre o mundo que habitam. Ao longo do trabalho busco atingir alguns objetivos como: estabelecer os marcos históricos para a sistematização do conhecimento cartográfico, reconhecer o papel desempenhado pelos primeiros mapeadores da história, reconhecer que os mapas não são neutros, entender importância da Cartografia no ensino de Geografia, compreender as etapas a serem seguidas para a promoção da Alfabetização Cartográfica. O texto está dividido em cinco partes, a primeira é “Mapas como surgiram?”, nesta eu conto a história desdeos primeiros mapas até os dos dias atuais. A segunda parte é “A Cartografia no Brasil”, a qual demonstro como a Cartografia se desenvolveu no Brasil. A terceira é “Os mapas são neutros?”, nesta parte apresento a definição de mapa, se eles representam a realidade, se existe um mapa correto e se eles são neutros ou não. Na quarta parte denominada “A Cartografia no ensino de Geografia”, demonstro como é o ensino de Geografia e como a Cartografia está posta nesta disciplina, o que se pode fazer para promover uma Alfabetização Cartográfica. Por último a quinta parte coloco minha conclusão acerca deste presente artigo. Mapas: como surgiram? “[...] a Cartografia e os conhecimentos cartográficos podem ser considerados como um bem cultural da humanidade na medida em que seus produtos são utilizados desde a Antiguidade pela maioria dos povos do mundo”. (CARVALHO, ARAÚJO, 2011, p.29) Para iniciar esta parte com avolta ao surgimento dos mapas é importante saber que estes precedem até mesmo a escrita, pois por exemplo, os povos dos primeiros temposantes mesmo de desenvolverem a escrita traçavam mapas ou cartas para a sua sobrevivência, estavam sempre mudando de um lugar para o outro em busca de uma moradia, de comida, e essas constantes mudanças requeriam um conhecimento do território, da direção a seguir, da distância . Alguns exemplos das primeirascartas são: as Cartas Marítimas dos nativos das Ilhas Marshall, que eram usadas para a navegação, estas contavam com conchas que representavam as ilhas, ligadas com fibras de palma. Os Mapas Esquimós feitos pelos esquimós, para o reconhecimento de ilhas, os Mapas Índios e Astecas que representavam mais os feitos históricos da sua região, do que os topográficos. O mapa dos Babilônicos,conhecido até os dias de hoje como o mais antigo do mundo, descoberto por investigadores em escavações na cidade de Ga-Sur na Babilônia, este é feito de barro cozido que representa “o vale do rio, certamente o Eufrates, com montanhas em cada lado, indicadas em forma de escamas de peixe(RAISZ, 1969, p.9)”, este mapa dos Babilônicos é tão pequeno que cabe na palma de nossas mãos. 1 2 3 4 1- Mapa das Ilhas Marshall. 2-Mapa Esquimó. 3-Mapa Asteca. 4- Mapa Babilônico. Fonte: Raisz (1969). Além desses ainda tem as Medições Egípcias demarcando os territórios do império dos faraós, um deles que usou muito essa forma de registrar foi Ramsés II. Os Primeiros Mapas Chineses traziam uma descrição geográfica das terras e águas, trazendo o nome de PeiHsiu, que desenvolveu um dos mais importantes princípios da Cartografia na China. Mapa antigo Chinês, com a China ao centro. Fonte: Raisz (1969, p. 10). Foram os gregos os primeiros a desenharem as primeiras projeções, a admitirem que a terra é esférica, que possuía pólos e trópicos, também desenvolveram o sistema de longitude e latitude. Estas ideias emergemcom os geógrafos do século V e princípios do IV a.C. que: [...] afirmavam que a Ecúmena (mundo habitável) era de forma mais ou menos alongada com o eixo Leste-Oeste de comprimentoduplo do Norte-Sul. Nossos termos latitude e longitude, são reminiscências deste conceito. No princípio de século IV A.C. foi introduzida uma ideia nova: a esfericidade da terra, mas não se sabe quem foi o idealizador. A atribuição a Pitágoras ou a Parmênides é agora desacreditada. Esta ideia não foi consequência de observações astronômicas, mas nasceu de considerações filosóficas. A esfera é a mais perfeita de todas as formas; portanto, a Terra, obra-prima de seus deuses, devia ser uma esfera (RAISZ, 1969, p.13). Esta hipótese estava um tanto quanto certa, porque posteriormente Aristóteles comprovou com seus estudos utilizando seis argumentos, a esfericidade da Terra. A obliquidade da Terra foi “reconhecida e corretamente medida, foram estabelecidos os conceitos de Equador, Pólos, Trópicos e a Superfície Terrestre foi dividida em Zonas Tórridas, Temperadas e Frias [...] (RAISZ, 1969, p.13)”. O desenvolvimento da Cartografia foi decisivo com a obra de Eratóstenes de Cirene, que foi diretor da Biblioteca da Alexandria, e o responsável por calcular a circunferência da Terra, errou por pouco no seu cálculo. Ele também construiu um mapa-múndi com sete paralelos e sete meridianos. Logo abaixo a imagem demonstra como foi o cálculo do estudioso. Fonte: Raisz (1969, p.14). Porém o auge da Cartografia se deu com Cláudio Ptolomeu de Alexandria, um astrônomo e matemático que produziu oito livros intitulados “Geografia”, sendo o último de suma importância para os princípios cartográficos, contendo estudos sobre Geografia, Matemática, Projeções, métodos de Observação Astronômica. A “Geografia” de Ptolomeu conta com um mapa-múndi e vinte e seis outros mapas detalhados, o que acabou tornando-se o primeiro Atlas Universal (RAISZ, 1969). O erro mais importante de Ptolomeu em seus mapas foi de colocar a Terra em pequenas dimensões, ou seja, avaliando as dimensões da Terra erroneamente para menos, o que em nada desmerece seu trabalho. Mapa de Ptolomeu. Fonte: Raisz (1969, p.16). A Idade Média foi marcada por uma época de decadência contínua, os latinos-germânicos dependiam dos conhecimentos geográficos dos romanos, considerados inferiores ao dos gregos. As representações do mundo se tornaram bem simbólicas, dominadas pelo sentido cristão, o que fez com que o cartógrafo medieval incluísse essas imagens em suas representações. Um exemplo dessas representações é o mapa T no O (OrbisTerrarum, mapa dos romanos), chamado também de mapa de roda, típico dos romanos de representar o mundo em forma de disco. Neste mapa a Ásia ocupava a parte superior do O, e a Europa e a África ocupavam cada uma a metade daparte inferior e Jerusalém estava no centro do círculo.Um dos mais significativos mapas da Idade Média foi o de Mateus Paris, por ter representado o mundo com informações cartográficas novas. 1 2 1- Mapa OrbisTerrarum dos romanos. 2- Mapa T no O baseado no mapa ao lado. Fonte: Raisz (1969, p.17-18). Os geógrafos árabes ao contrário do que fez cartografia Ocidental, que estava muito ligada aos textos teológicos, seguiram os estudos dos gregos. Recalcularam o comprimento da Terra chegando a um valor aproximado, construíram globos terrestres, estudaram as projeções. A obra árabe mais importante foi o mapa-múndi de Edris, que trazia a Ásia com muitos detalhes, e a representação sem deformação dos mares Cáspio e Aral. Mapa escolar Árabe da Idade Média. Fonte: Raisz (1969, p.21). Nos fins da Idade Média surge “um novo tipo de mapa, o mais exato de todos os anteriores” de acordo com Raisz (1969, p.21), denominado Cartas Portulanas. Estas eram utilizadas para a navegação com medições baseadas na bússola, e tinham uma característica marcante de conter a rosa-dos-ventos. As Cartas Portulanas atingiram seu auge com o Atlas Catalão, que oferecia um maior alcance e representação a algumas áreas como a Ásia Oriental, Oceano Índico e Península do Decan. Carta Portulana. Fonte: Raisz (1969, p.22). Em meados do ano 1500 em pleno Renascimento, a ideia do homem a respeito da Terra mudoumuito, primeiramente com a nova tradução para o latim da “Geografia” de Ptolomeu, em seguida com o reconhecimento dos erros dele, principalmente nos cálculos, e do traçado de um grande rio que “corria” pelo Saara. Então novos mapas foram surgindo, chamados de Tábuas Modernas (TabulaeModernae). Esses ultrapassaram o limite do Mapa Clássico incluindo países como a Noruega, a Islândia, o Sul da Groelândia, Espanha, França, Itália, e Europa Central (RAISZ, 1969). Outro fato que impulsionou a Cartografia neste tempo foi a invenção da Imprensa e da Gravação, possibilitando a produção em maior número e barateando o preço dos mapas, porque antes tudo era feito a mão por desenhistas, o que era muito trabalhoso e nada econômico. Os grandes descobrimentos feitos neste ano se deram, graças a uma série de invenções como o aperfeiçoamento dos barcos a vela, a bússola, a caravela portuguesa, “Karak” flamengo. O mapa mais famoso deste ano de 1500 foi o do marinheiro Juan de La Cosa que acompanhara Colombo na sua segunda viagem. Foi este mapa que trouxe “a aportagem de Cabral no Brasil, a viagem de Cabot ao Canadá e a rota para as Índias de Vasco da Gama (RAISZ, 1969, p.25)”. Porém o primeiro mapa a representar as Américas do Norte e do Sul foi o do cartógrafo Waldseemuller em 1507, o primeiro também a utilizar a palavra América para tais continentes, originária do nome do navegante Américo Vespúcio. Mapa de Juan de La Cosa. Fonte: Raisz (1969, p.25). Mapa de Waldseemuller. Fonte: Raisz (1969, p.25). É nesse período do Renascimento que temos o nome do considerado pai da cartografia moderna, ou pai da cartografia holandesa nascido em 1512, Gerhard Kremer ou Geraldo Mercator, responsável por liberar a Cosmografia da influência de Ptolomeu, de acordo com Raisz (1969, p.30): Mercator construiu globos terrestres e instrumentos em Duisburgo, e nesta época começou a fazer mapas. Depois mudou-se para Lovaina, onde fundou e dirigiu um dos estabelecimentos de Cartografia mais importantes daquele tempo. [...] Examinou com senso crítico os mapas mais antigos e estudou as crônicas dos navegantes e dos exploradores, e ele próprio realizou numerosas viagens. Tornou-se famoso pelo mapa da Europa, feito em 1554, o qual reduziu o comprimento do Mar Mediterrâneo para 53º, corrigindo assim o mapa de Ptolomeu. Na atualidade, Mercator é mais conhecido pelo sistema de projeção que tem seu nome e apresenta os paralelos como retas horizontais e os meridianos como retas verticais. Neste sistema de projeção a relação entre as duas linhas só é certa em algumas partes do mapa. Projeção de Mercator. Fonte: Fonseca e Oliva (2013, p.53). Após sua morte em 1594 foi publicado pelos seus herdeiros em 1595 o Atlas. Os mapas holandeses no geral continham informações deficientes, porque se eles apresentassem algum espaço em branco não era muito valorizado no mercado, e para resolver este “problema” visando a venda, os desenhistas colocavam nestes espaços figuras, detalhes que na realidade não existiam. Assim acontecia com os mapas antigos. Os franceses foram influenciados pelos holandeses, mas sua cartografia apresentava mais detalhes e tinha um cunho mais científico. Já os ingleses durante o reinado da rainha Isabel foram realizados notáveis estudos geográficos.Cristóvão Saxton foi o que se destacou com seu atlas cheio de mapas ricos em detalhes da superfície do país publicado em 1579. As outras nações a respeito do desenvolvimento da cartografia pode-se dizer de acordo com RAISZ (1969, p.34) que: Os primeiros mapas básicos de muitos países foram feitos no Renascimento, por exemplo, os da Áustria e Hungria por Lazius em torno de 1620; o da Rússia por Herbertstein e o da Escandinávia de Oleus Magnus que é o mais ricamente decorado deste período.O mapa tão detalhado de Bavária de Felipe Apiano, é notável, por parecer apoiado numa triangulação. Mercator ao fazer seu mapa contribui para o desenvolvimento da técnica de projeções cartográficas, principalmente com a introdução da representação cilíndrica dos mapas. Em meados do ano de 1547 os espaços em brancos que se tinham nos mapas ficavam em branco, não se preenchia mais com figuras e/ou informações não condizentes com a localização, e quando se tinha informações duvidosas, eram colocadas notas de explicação. Mapa da África de D’Anville já apresentando a reforma da Cartografia. Na parte inferior a esquerda da imagem mapa decorativo de Janszoon com dados duvidosos. Fonte: Raisz (1969, p.36). A reforma da Cartografia se deu com as determinações de longitude feitas pela Academia Francesa no final do século XVII. No início do século XVIII um dos cartógrafos mais notáveis foi Delisle, responsável por representar a América do Norte com êxito, seu mapa “consistiu na eliminação de muitos erros introduzidos na Cartografia, muitas o tamanho do Mediterrâneo para as suas verdadeiras dimensões, rompendo assim a tradição de Ptolomeu. Também corrigiu o mapa da Califórnia (RAISZ, 1969, p.38)”. Já no século XIX a tecnologia alavancou a Cartografia de diversas maneiras, o telégrafo fornecia a hora de Greenwich permitindo assim a determinação da longitude, para as estradas de ferro era preciso um estudo topográfico com precisão, para os cabos submarinos era preciso fazer o levantamento topográfico do fundo do mar (RAISZ, 1969). Neste mesmo século os alemães é quem construíram o maior número de mapas e atlas, com detalhes bem executados dos lugares. No século seguinte as fotografias aéreas puderam contribuir com a Cartografia, como exemplo as curvas de nível puderam ser melhor visualizadas nas regiões de difícil acesso. Em 1973 Arno Peters um historiador alemão, apresentou em uma conferência para a imprensa seu mapa-múndi, ele buscava uma representação social mais justa e não a precisão matemática do mundo, com esse objetivo seu mapa sofreu algumas distorções no sul. Ele queria fortalecer os países do Terceiro Mundo, demonstrando seu tamanho real para os países de Primeiro Mundo. Isso ocasionou várias discussões, de acordo com Seemann (2013, p.76): A atitude de Peters, um cientista “que não era da área”, não foi interpretada como ação social e luta pela justiça, mas como um truque de marketing para promover a venda do seu mapa- múndi, denegrindo Mercator e sua projeção de 400 anos atrás. Mercator, sem dúvida, não tinha culpa pelas injustiças sociais no mundo atual. Em consequência disso, muitos cartógrafos partiram para uma análise mais detalhada do mapa de Peters e condenaram sua projeção, alegando várias “irregularidades cartográficas” [...]. Projeções de Mercator (a de cima) e de Peters (a de baixo).Fonte: Seemann (2013, p.75). A projeção de Peters não foi recebida com “bons olhos” pelos cartógrafos tanto pelo seu formato alongado, quanto pela justificativa para tal. A Cartografia no Brasil “Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão – Antes que das coisas celestiais”. Manoel de Barros A Cartografia no Brasil foi se desenvolvendo de acordo com as fases da história. No período Colonial pouco se sabe a respeito e pouco se foi preservado, o que se sabe é que já em 1500 o Brasil é representado no mapa de Juan de La Cosa como foi mencionado aqui neste texto anteriormente. No período do Império foi criada em 1810 de acordo com Carvalho e Araújo (2011, p.20): [...] uma Escola de Formação para Engenheiros Geógrafos e Militares e em 1825 foi criada a Comissão do Império Brasil, com a missão de organizar oficialmente a Cartografia no país. Em 1830, surgem os primeiros trabalhos da Cartografia Náutica, mas entre 1852 e 1857, foram implementadas as atividades das Companhias Hidrográficas da Marinha do Brasil, sendo institucionalizada 1876 a Repartição Hidrográfica, embrião da atual Diretoria de Hidrografia e Navegação. Ainda nesse período foi criada a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, que dá início às operações de triangulação. No período republicano vários acontecimentos alavancaram a nova Cartografia. Alguns deles são: compra de equipamentos de fotografia efetuada peloServiço Geográfico do Exército, aelaboração da Carta Geral da República pelo estado maior do exército, dentre outros exemplos. A criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1938, agora no período republicano do país, fez com que se conhecesse todo o território brasileiro, que elaborasse mapas municipais, uma das primeiras ações tomadas foi o projeto de determinação das coordenadas de cidades e vilas, com o auxílio da radiotelegrafia e campanhas dos mapas municipais (CARVALHO, ARAÚJO, 2011). Com o término da Segunda Guerra Mundial, os avanços aumentaram mais, teve a criação da Petrobrás em 1953, em Ribeirão Preto no ano seguinte teve o Primeiro Congresso Brasileiro de Geógrafos e outros avanços. Outro fato que foi consideravelmente bom para o Brasil “foi o surgimento do primeiro Sistema de Informação Geográfica – SIG, no Canadá, o que viria a mudar inteiramente o paradigma da Cartografia Mundial. Era o primeiro passo na direção da Cartografia Digital (CARVALHO, ARAÚJO, 2011, p.21)”. Porém foi a partir dos anos de 1970 que a Cartografia teve um avanço mundial, principalmente com a introdução das Geotecnologias. Teve nessa mesma época o lançamento do primeiro satélite da série ERTS – A pela NASA, em 1972 foi criado o Projeto Randam – Radar da Amazônia, já em 1973 teve o lançamento da estação orbital Skylab, enquanto isso, os Estados Unidos da América estudava a criação do GPS, e no Brasil estava acontecendo um simpósio sobre Utilização de Imagens do Satélite ERTS, em São José do Campos/São Paulo. Outro ano importantíssimo foi o de 1955 que “trouxe” o Primeiro Colóquio – Cartografia para Crianças, voltado para o estudo e pesquisas para a melhoria entre a relação de Geografia e Cartografia na educação. E a Cartografia no mundo atual faz uso de diversas tecnologias, as geotecnologias, os mapas em sua grande maioria são digitais, compostos por imagens de satélites detalhadas e com alta resolução, como demonstra as imagens a seguir. Mapa digital de Minas Gerais. Fonte: Disponível em:http://mundogeo.com/blog/2012/10/16/ibge-lanca-novos-mapas-digitais-de- estados-brasileiros/>.Acesso em: 03Dez2017. Mapa interativo encontrado no sítio do IBGE. Fonte: Disponível em: <http://geoeasy.com.br/blog/?author=4&paged=40>. Acesso em:05Dez2017. http://mundogeo.com/blog/2012/10/16/ibge-lanca-novos-mapas-digitais-de-estados-brasileiros/ http://mundogeo.com/blog/2012/10/16/ibge-lanca-novos-mapas-digitais-de-estados-brasileiros/ http://geoeasy.com.br/blog/?author=4&paged=40%3e.%20Acesso Visão da Terra por completo, a partir da África Ocidental através do satélite meteorológico GOES-16, também conhecido como GOES-Radministrado pela NASA e a NOAA (NationalOceanicandAtmosphericAdministration). Fonte: Disponível em:<http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/01/novo- satelite-da-nasa-mostra-imagens-da-terra-de-tirar-o-folego.html>Acesso em: 05Dez2017. Os mapas são neutros? “Um mapa não pode ser apenas pontos, curvas, manchas e legendas obsessivas, mas vivências”. Jader Janer Diante disso tudopodemos nos perguntar: O que seria um mapa, eles mostram a realidade?Existe um que é correto? Um mapa seria uma “representação, em superfície plana e escala menor, dum terreno, país, território, etc (FERREIRA, 2001, p.446)”. Essa é uma definição de um dos dicionários mais utilizados nas escolas básicas brasileiras, o Aurélio. http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/01/novo-satelite-da-nasa-mostra-imagens-da-terra-de-tirar-o-folego.html%3eAcessohttp://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/01/novo-satelite-da-nasa-mostra-imagens-da-terra-de-tirar-o-folego.html%3eAcesso Não existe um mapa correto, de acordo com Seemann (2013, p.73) “a resposta é não. A utilização de uma determinada projeção depende das finalidades da representação. Não existem projeções “ruins” ou “boas”, apenas há escolhas mal feitas”. Os mapas são instrumentos de representação da realidade. É a representação do real em forma de mapa. Elas (as representações) dependem de quem as olha, no contexto que a observa. Os mapas distorcem a realidade em três aspectos, a escala, a projeção e a simbolização de acordo com Santos (2000), citado por Seemann (2013, p.179). No mapa do Brasil do IBGE, a escala escolhida indica uma opção sobre nível de detalhamento e as suas características mais marcantes. Ao mostrar a localização do que considera a infra-estrutura do país, faz uma escolha, eliminando as tensões que envolvem as relações sociais que dão dinamismo a esses lugares. [...] Mas esse problema de escala não é menor do que ao que se refere ao da projeção [...] A transformação das linhas curvas da Terra em linhas planas ocorre sempre a partir de um grau de distorção das áreas de distâncias lineares e a observação das distâncias angulares. [...] A simbolização é o “terceiro grande mecanismo da representação/distorção cartográfica da realidade”. Representar os elementos e as características da realidade em questão exige do sujeito que elabora o mapa um sistema de sinais que diretamente irão anunciar o contexto e as finalidades para os quais o documento se destina. A escolha da escala vai depender da intenção do que se quer mostrar no mapa, a projeção é ainda um problema maior que a escala, pois durante anos se pensava em como representar de forma plana o planeta Terra, o problema é na hora transferir a superfície esférica para a plana. E os diferentes tipos de mapas nos demonstram diversas projeções. Com isso os mapas não são representações neutras da superfície terrestre, porque “muitas vezes há motivos e finalidades atrás de sua escolha (SEEMANN, 2013, p.77)”, como foi o caso de Arno Peters, que queria valorizar o Terceiro Mundo. Os mapas são afetados pelo contexto social, político e tecnológico. O último aspecto que distorce a realidade dos mapas é a simbolização de acordo com Seemann (2013, p.180) que utiliza como exemplo o mapa do Brasil, “representar os elementos e as características da realidade em questão exige do sujeito que elabora o mapa um sistema de sinais que diretamente irão anunciar o contexto e as finalidades para os quais o documento exige”. Por isso é muito importante entender um mapa a partir de seu contexto e que ele não meramente só a definição do dicionário Aurélio, por trás tem-se todo um contexto, com certas intenções. Disse Fonseca e Oliva (2013, p.60) que o mapa é: [...] uma construção gráfica e social de visões do mundo, em diversas escalas e modalidades. Longe de servir apenas como uma simples imagem da natureza, que pode ser verdadeira e falsa, os mapas descrevem o mundo recriando-o, do mesmo modo que outras elaborações humanas científicas ou culturais em geral o fazem. [...] O que vemos num mapa está relacionado ao mundo social e suas ideologias como qualquer um dos fenômenos vistos e medidos na sociedade e no espaço. Os mapas sempre mostram mais que uma soma inalterada de técnicas. Para a construção de um mapa é preciso conhecer bem o que será cartografado, e boa parte da história da Cartografia, das técnicas utilizadas, isso não foi feito, não teve um conhecimento direto do local, do lugar, e passar isso aos alunos é uma tarefa difícil, pois a maioria não compreende bem esse aspecto, não compreende como uma superfície esférica passa para uma plana, e muitas vezes o próprio docente também não sabe “passar” isso para o aluno de modo claro, simples e objetivamente. É necessário que olhemos para os mapas com outros “olhos”, não meramente nas suas linhas, ilustrações, legendas, e escalas, porque por trás deles tem-se as história, a história de um povo, de um lugar, de uma cidade, de um país. São tantas regras e símbolos para seguir, num contentamento de generalizar as coisas, que acaba que enxergamos aquilo que está ali posto sob os nossos olhos. Porém sabemos que na verdade existem muitas “poças d’água3” a serem colocadas nos mapas, as quais são “escondidas” pela escala. Os mapas com isso “viraram apenas retas, linhas e extensões, distâncias, por isso ficaram tão planos, só com uma vida, faltam as rugas que o tempo faz, esgotaram-se, tornaram-se instrumentos, são orientação e localização (LOPES, 2017, p.22)”. A Cartografia no ensino de Geografia A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui. Jean-Jacques Rousseau A Cartografia na maioria das escolas brasileiras está distante do ensino de Geografia, muitas vezes por desconhecimento das contribuições que ela pode proporcionar aos alunos, ou pelo docente não ter tido contato com ela, ou não se sente a vontade para tratá-la com os discentes. O que acontece é que o ensino de Geografia vem sendo confundido com o mapa. Como afirma Silva e Kaercher (2006, p.173) “basta alguém numa escola ver um mapa e logo associa tal desenho com as aulas de geografia”. Ainda de acordo com estes estudiosos o professor não está levando em conta o papel pedagógico e político do mapa. Na grande maioria das escolas brasileiras a Cartografia talvez esteja sendo “reduzida a um mero exercício de reprodução de um mapa sem sentido e do tipo “vamos pintar o Ceará em cor laranja, Bahia em azul, etc.”, tornando a atividade um mero ato mecânico sem referência ao espaço (SEEMANN, 2013, p.18)”. E quando a atividade se torna algo mecânico o aluno não aprende com prazer, não relaciona não compara o aprendizado com a realidade, pois se torna algo sem sentido. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) o ensino de Geografia: 3 Expressão utilizada no texto literário “O Colecionador de botões e a menina que gostava de mapas remendados” (LOPES, 2017) se referindo a detalhes que não “aparecem” nos mapas por causa da escala. https://www.pensador.com/autor/jean_jacques_rousseau/ [...] pode levar aos alunos a compreenderem de forma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adquiram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as relações socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico (BRASIL, 1997, p.108). Cabe ao professor tornar esse aprendizado prazeroso, não só mecânico, elaborando planejamentos de aula que deixem os alunos se expressarem, compreenderem o significado das cores de um mapa por exemplo, os traços, as proporções, os diferentes tipos de representações, promovendo uma Alfabetização Cartográfica neles (SILVA, KAERCHER, 2006). Os livros didáticos trazem muitos mapas, mas ainda não provocam uma reflexão profunda sobre a função deles. Um dos principais problemas é que as imagens que estão dispostas nas páginas do material didático na maioria das vezes não tem ligação alguma com o texto do conteúdo e vice-versa. Uma das causas dessa situação é a seguinte: [...] talvez seja a maneira como os professores ensinam a cartografia. Uma professora que não domina os conteúdos certamente Não vai ensiná-los aos seus alunos. Ela simplesmente “pula” na hora de tratar assuntos da cartografia.Quem por acaso avança e tenta usar mapas na sala de aula, muitas vezes, não passa do exercício de localização, mas o mero ato de apontar com o dedo a um determinado lugar, rio, serra etc., - tanto que a cartografia na escola praticamente não foi ensinada e sim mostrada. O docente muitas vezes chega na sala de aula e reproduz o que ele mesmo aprendeu quando era aluno, perpetuando a relação de passar “batido” com a Cartografia, fazendo isso ele além de estar falhando para com o aprendizado da turma, não estará vencendo suas barreiras, estará ciente do seu erro e não estará fazendo nada para mudá-lo. Como já foi dito anteriormente é preciso promover a Alfabetização Cartográfica a qual os discentes irão aprender a ler o espaço com o uso de diferentes linguagens. “Dos mapas aos textos é importante que oportunizemos ao aluno o desenvolvimento da observação, identificação, descrição, desenho, interpretação, comparação, análise, criticidade e outras habilidades [...] (SILVA, KAERCHER, 2006, p.174)”. É preciso deixar que as crianças façam suas próprias representações do espaço, essas representações gráficas pessoais que não são mapas e não se destinam para serem publicadas são denominadas de croquis. Também é preciso que esta Alfabetização Cartográfica comece desde cedo na vida escolar dos meninos e meninas. De acordo com Carvalho e Araújo (2011, p.70): A educação cartográfica pressupõe um conjunto amplo de conhecimentos destinados a preparar o aluno para o domínio de uma linguagem que o habilite a ler o mundo através das diferentes representações cartográficas com as quais, em diferentes momentos da sua vida, ele irá se encontrar. Também sobre isso os PCNsde Geografia vem dizer: Compreender e utilizar a linguagem cartográfica, sem dúvida alguma, amplia as possibilidades dos alunos de extrair, comunicar e analisar informações em vários campos do conhecimento – além de contribuir para a estruturação de uma noção espacial flexível, abrangente e complexa (BRASIL, 1997, p.159). Para isso tudo é preciso que se respeite as fases de desenvolvimento intelectual das crianças. Nas aulas de Geografia uma das maneiras interessantes de se trabalhar isso, por exemplo, seria começar com a noção de espaço mais próxima da criança, da realidade mais próxima dela. Poderia estar trabalhando com o EU, depois com a Sala de Aula, depois Escola, o Bairro, a Cidade, o Estado, o País e o mundo. É bom levar para os alunos questionamentos comparativos como exemplo: “Como são as salas de aula em outros lugares do mundo?”. Deixá-los produzir suas maquetes e ensiná-los os tipos de visões do espaço. As crianças começam a estabelecer com os espaços relações espaciais topológicas. Em seguida por exemplo, pode-se pedir para desenhar o trajeto até a escola, assim estará nas relações projetivas, que são aquelas que se usa como ponto de referência o EU da criança, e a mesma passa a perceber a existência do seu corpo no espaço, compreendendo também o espaço a partir de seu corpo, seria o espaço percebido. Já com os alunos maiores pode-se trabalhar a compreensão do espaço concebido, pois eles já serão capazes de ter uma representação mental de um espaço, que ainda não tenha tido contato físico, é como se fosse uma descentralização espacial. Assim os discentes estariam nas Relações Euclidianas. Para isso Carvalho e Araújo (2011, p.72) diz: A noção de espaço concebido ocorrerá quando a criança puder dominar as relações espaciais euclidianas, ou seja, quando o seu desenvolvimento mental possibilitar a realização de operações como a orientação e a localização de pontos através de coordenadas planas, mesmo que a noção de coordenadas geográficas ainda não tenha se consolidado. Esses aspectos que mexem com o desenvolvimento da criança devem ser incentivados com atividades que envolvam todas as fases da infância. Portanto o professor não precisa dar uma aula só de Cartografia, mas precisa estar ciente de que certos conceitos, certas atividades envolve esta temática de linguagem cartográfica e que precisa ser trabalhada crítica e prazerosamente. Pensar criticamente junto com os alunos a respeito das representações cartográficas (mapas) que não são neutras, analisando-as de acordo com o contexto em que foi criado.O docente precisa sempre estar atualizado de tudo o que acontece para levar aos seus alunos temáticas novas que chamem atenção deles para a aprendizagem do “conteúdo”. É preciso que os professores pensam e reflitam sobre sua concepção de ensinar e aprender, para promover uma “verdadeira” Alfabetização Cartográfica. Conclusão “Não devemos enxergar apenas com os olhos da face, que só captam a luz exterior, as ondas eletromagnéticas. Precisamos também enxergar com os olhos do coração que captam os pensamentos e as emoções das pessoas.” Augusto Cury O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a compreensão da historicidade dos mapas, das projeções e representações cartográficas no mundo e no Brasil, também o entendimento de que os mapas não são neutros, e finalmente de como a Cartografia está inserida na Geografia no contexto brasileiro, e como ela poderia estar inserida nas aulas de Geografia, levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos. Para uma compreensão melhor dos subtítulos do estudo seria realizar uma pesquisa a campo, possibilitando ao pesquisador saber como é realmente tudo na prática, e posteriormente realizar intervenções, as quais possibilitarão uma melhoria na aprendizagem da linguagem cartográfica, pois devido ao período de tempo curto este presente trabalho não realizou. Portanto a promoção de uma Alfabetização Cartográfica desde a Educação Infantil contribui muito para a compreensão e relação do educando com o espaço que o cerca. Também contribuirá para o desenvolvimento de um cidadão que saiba se comunicar com informações espaciais. Referências: ABRAHÃO, Rafael. Cartografia Digital (ou Automatizada) como Recurso Didático. Disponível em: <http://geoeasy.com.br/blog/?author=4&paged=40>. Acessoem: 05Dez2017. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia – Brasília: MEC/SEF, 1997, 166p. CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Leituras Cartográficas e interpretações estatísticas I. – 2ed. – Natal: EDUFRN, 2011. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4ed. rev. Ampliada. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. FONSECA, Fernanda Padovesi; OLIVA, Jaime. O mapa: um criador de visões de mundo. In: ______. Cartografia. 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Carto-crônicas: uma viagem pelo mundo da cartografia. – 2ed. – Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2013, 138 p. SILVA, Jorge Luiz Barcellos da; KAERCHER, Nestor André. O mapa do Brasil não é do Brasil. In: SEEMANN, Jorn (org.). A Aventura Cartográfica: perspectivas, pesquisas e reflexões sobre a Cartografia Humana. Fortaleza - CE, 2006, p.173-184.
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