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Manejo de Pragas para Cultura do Morangueiro Sem Resíduo de Agrotóxicos CARTILHA



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Manejo de Pragas para Cultura do Morangueiro: Sem Resíduo de
Agrotóxicos
Research · August 2016
DOI: 10.13140/RG.2.1.3987.7364
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Previsão Da Ocorrência E Manejo De Tuta Absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) Em Tomateiro Estaqueado Irrigado View project
Dirceu Pratissoli
Universidade Federal do Espírito Santo
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José Romário de Carvalho
Universidade Federal do Espírito Santo
52 PUBLICATIONS   22 CITATIONS   
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ISSN 2359-4179 
Junho, 2015 
 
Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em 
Manejo Fitossanitário de Pragas e Doenças 
Centro de Ciências Agrárias 
Universidade Federal do Espírito Santo 
 
 
 
 
 
Série Técnica 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Victor Dias Pirovani 
Dirceu Pratissoli 
José Romário de Carvalho 
Leandro Pin Dalvi 
 
 
 
 
 
Alegre, ES 
2015
Manejo de Pragas para 
Cultura do Morangueiro: 
Sem Resíduo de Agrotóxicos 
 
 
 
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos no: 
Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo Fitossanitário de Pragas e 
Doenças - NUDEMAFI 
Centro de Ciências Agrárias 
Universidade Federal do Espírito Santo 
Alto Universitário, s/n, Guararema 
Caixa Postal 16 
CEP 29500-000, Alegre, ES 
Fone: (28) 3552-8959 
 
Comitê de Publicação da Unidade 
Editor: Dirceu Pratissoli 
Comissão técnica: Débora Ferreira Melo Fragoso 
 José Romário de Carvalho 
Revisão de Linguística: Géorgea Garcia Queiroz 
Editoração, Normalização bibliográfica, Tratamento de ilustrações: José Romário de Carvalho 
Capa: José Romário de Carvalho 
 
1ª edição 
1ª impressão (2015) 
 
Todos os direitos reservados 
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos 
autorais (Lei no 9.610). 
 
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) 
(Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo Fitossanitário de Pragas e Doenças, 
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil) 
Manejo de Pragas para Cultura do Morangueiro: Sem Resíduo de Agrotóxicos/ Victor Dias 
Pirovani, Dirceu Pratissoli, José Romário de Carvalho, Leandro Pin Dalvi. – Alegre, ES: 
NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias, UFES, 2015. 64p. (Série Técnica / 
NUDEMAFI, ISSN 2359-4179; 2) 
1. Pragas agrícolas. 2. Identificação. 3. Morangueiro – cultura. 4. Pragas – controle 
biológico. I. Pirovani, Victor Dias. II. Pratissoli, Dirceu. III. Carvalho, José Romario de. IV. 
Dalvi, Leandro Pin. V. TÍTULO. 
CDU: 632 
 
 
 
AUTORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Victor Dias Pirovani 
Engenheiro Agrônomo, Professor do Instituto Federal de Minas 
Gerais, Campus São João Evangelistas, Doutorando em Produção 
Vegetal pela Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, 
victorpirovani@gmail.com 
 
 
Dirceu Pratissoli 
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Entomologia, 
Professor Titular do Departamento de Produção Vegetal, 
NUDEMAFI, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal 
do Espírito Santo, Alegre, ES, pratissoli@cca.ufes.br 
 
 
José Romário de Carvalho 
Engenheiro Agrônomo, Biólogo, Doutorando em Produção Vegetal 
pela Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, 
jromario_carvalho@hotmail.com 
 
 
Leandro Pin Dalvi 
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia, 
Professor Adjunto do Departamento de Produção Vegetal, Centro 
de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo, 
Alegre, ES, leandropin@yahoo.com.br 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 
IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS ..................................................................................... 6 
A. PRAGAS-CHAVE: ....................................................................................................................6 
B. PRAGAS SECUNDÁRIAS: ......................................................................................................... 8 
C. PRAGAS EMERGENTES: ....................................................................................................... 12 
D. OUTROS INSETOS QUE PODEM ATACAR A CULTURA: ....................................................... 14 
MÉTODOS GERAIS DE MANEJO .................................................................................................... 15 
MÉTODOS DE MANEJOS DE ACORDO COM A PRAGA IDENTIFICADA: ........................................... 17 
REFERÊNCIA CONSULTADAS ....................................................................................................... 23 
PRANCHA 1 .................................................................................................................................. 26 
PRANCHA 2 .................................................................................................................................. 27 
PRANCHA 3 .................................................................................................................................. 28 
PRANCHA 4 .................................................................................................................................. 29 
PRANCHA 5 .................................................................................................................................. 30 
PRANCHA 6 .................................................................................................................................. 31 
PRANCHA 7 .................................................................................................................................. 32 
PRANCHA 8A ............................................................................................................................... 33 
PRANCHA 8B ............................................................................................................................... 34 
PRANCHA 9A ............................................................................................................................... 35 
PRANCHA 9B ............................................................................................................................... 36 
PRANCHA 10 ................................................................................................................................ 37 
PRANCHA 11 ................................................................................................................................ 38 
ANEXO 1 ...................................................................................................................................... 39 
ANEXO 2 ...................................................................................................................................... 40 
ANEXO 3A .................................................................................................................................... 45 
ANEXO 3B .................................................................................................................................... 46 
ANEXO 4 ...................................................................................................................................... 47 
ANEXO 5 ...................................................................................................................................... 62 
ANEXO 6 ...................................................................................................................................... 63 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 5 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O morango é uma fruta consumida e apreciada em todo o mundo e seu consumo é 
citado em épocas remotas, quando era conhecido como "fragum" ou "fraga", devido ao seu 
sabor doce. Existem relatos dessa cultura sendo cultivada na Europa por volta do século XV, em 
hortas francesas e inglesas. 
O morangueiro, tal como conhecemos nos tempos atuais é o resultado do cruzamento 
natural de duas espécies de morangueiro selvagens, Fragaria chiloensis, originária do Chile, e 
Fragaria virginiana, da América do Norte. Essas duas espécies de morango selvagens foram 
encontradas pelos europeus por volta do século XVII e levadas para a Europa os quais foram 
cultivados em hortas caseiras, onde se acredita que tenha ocorrido o cruzamento natural e 
consequentemente a formação do híbrido de morango que foi obtido a mais de 300 anos. Novas 
hibridizações feitas com outras espécies nos programas de melhoramento, a partir da metade do 
século XX, geraram a gama de cultivares que temos disponíveis hoje no mercado. 
O morango é a espécie de maior expressão econômica entre as pequenas frutas, sendo 
produzido e apreciado nas mais variadas regiões do mundo. O cultivo dessa olerícola é 
caracterizado pela grande demanda de mão-de-obra e a alta rentabilidade por área, sendo que, 
na maioria das vezes, o cultivo do morangueiro é feito em pequenas propriedades que utilizam a 
mão-de-obra familiar, durante todo o ciclo da cultura, sendo a maior parte da produção destinada 
ao mercado in natura. 
A produção de morango pode sofrer diversas injúrias, de natureza biótica ou abiótica, 
que prejudicam tanto o desenvolvimento vegetativo quanto a produção. Entre os fatores bióticos 
que podem causar injúrias à cultura do morangueiro destacam-se insetos, ácaros, fungos, 
bactérias, vírus e nematóides. Devido o mercado consumidor de morango ser muito exigente, na 
maioria das vezes o padrão da qualidade do fruto estabelecido é elevado (frutos sem defeitos, 
por exemplo), a maioria dos produtores erroneamente buscam atender essa exigência baseando 
seu controle fitossanitário exclusivamente com insumos químicos. 
 Em face da busca pela qualidade de vida, o consumidor está exigindo uma maior oferta 
de alimentos livres de agrotóxicos, que respeitem os preceitos da sustentabilidade, da 
conservação do meio ambiente e do bem estar humano. Nesse conceito a produção orgânica de 
morango tende a assumir um novo posto na agricultura brasileira, apesar de hoje representar 
apenas 1% das nossas áreas cultivadas com morango. 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 6 
 
 
 O cultivo orgânico pode ser definido como um sistema de produção que evita ou exclui 
amplamente o uso de fertilizantes, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a 
produção vegetal e alimentação animal, elaborados sinteticamente. Tanto quanto possível, os 
sistemas agrícolas orgânicos dependem de rotação de culturas, de restos de culturas, estercos 
animais, de leguminosas, de adubos verdes e de resíduos orgânicos de fora das fazendas, bem 
como de cultivo mecânico, rochas e minerais e aspectos de controle biológico de pragas e 
patógenos, para manter a produtividade e a estrutura do solo, fornecer nutrientes para as plantas 
e controlar insetos, ervas invasoras e outras pragas. 
 Com esta circular técnica pretende-se fornecer informações a respeito da identificação 
correta das pragas, técnica de menor impacto ambiental, visando o manejo dessas pragas do 
morangueiro em sistemas de cultivos orgânicos, bem como informações adicionais a respeito de 
biofertilizantes, uso de plantas e seus extratos, caldas e formulações naturais, acessórios e 
produtos biológicos, além da identificação de inimigos naturais que poderão auxiliar o manejo 
dessas pragas. 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PRAGAS 
 
 
A. PRAGAS-CHAVE: 
 
 
 Ácaro rajado 
 Tetranychus urticae Kock (Acari:Tetranychidae) 
Os ácaros representam as principais pragas do morangueiro. O ácaro-rajado é uma espécie com 
um grande número de culturas de importância econômica como hospedeiras (mais de 150) e 
com ampla distribuição geográfica. Ocorre principalmente em épocas secas e de baixa 
precipitaçãoanual. Se mal controlado pode reduzir a produção em até 80% no máximo 
desenvolvimento populacional da praga (PRANCHA 1). 
 
- Características da praga (Identificação): Possuem cerca de 0,4 mm de comprimento. 
Sua coloração varia entre amarelo e verde escuro. Seu corpo é coberto por longas setas 
e apresentam duas manchas escuras no dorso, uma de cada lado. A fase jovem e adulta 
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do ácaro-rajado é diferenciada basicamente pelo tamanho. O ácaro-rajado tece teia na 
parte inferior das folhas, onde deposita seus ovos, característica que facilita sua 
identificação em campo. 
- Sintomas e danos: as injúrias provocadas são decorrentes da alimentação do ácaro 
tanto na fase jovem quanto na fase adulta. Para alimentar-se da planta tanto o adulto 
quanto a fase jovem ingerem o seu conteúdo celular. Esses ácaros vivem em colônias, 
os quais, para se alimentarem, inicialmente tecem uma teia na borda da folha onde 
passa a raspar a face inferior. Os primeiros sintomas aparecem com a seca dessas 
bordas. Com a intensidade do ataque as folhas vão perdendo a coloração tornando-se 
cloróticas com manchas avermelhadas, e posteriormente ficam toda necrosada e secam. 
O fruto também pode ser atacado, ficando nesse caso seco e escuro, comprometendo 
diretamente a produção. 
 
 
 Broca-dos-frutos 
 Lobiopa insularis, Castelnau (Coleoptera: Nitidulidae) 
Esse inseto é um pequeno besouro que é atraído pelos voláteis/odores de frutos de morango 
maduros ou em fermentação no solo. É uma praga generalista, isto é, na ausência de morango 
pode atacar frutos de outras culturas, tais como: goiaba, laranja, pêssego, dentre outros 
(PRANCHA 2). 
 
- Características da praga (Identificação): O adulto possui o corpo achatado, com 
tamanho variando de 5 a 8 mm de comprimento. A coloração do corpo é marrom escura 
com manchas laterais amareladas. As larvas são achatadas, de coloração creme e 
medem cerca de 6 a 8 mm de comprimento no último estágio de desenvolvimento; 
possuem pequenas projeções laterais ao longo do abdome. Em sistema de cultivo, onde 
os canteiros são cobertos com lona plástica, os insetos passam a fase de pupa logo 
abaixo do plástico, próximos à região da base da planta. 
- Sintomas e danos: Tanto os adultos quanto as larvas alimentam-se dos frutos 
maduros, tornando-os imprestáveis para a comercialização. Além disso, a alimentação 
desses insetos dos frutos do morangueiro pode acelerar a sua decomposição. As perdas 
podem atingir cerca de 20% da produção. Adicionalmente aos danos diretos, esses 
besouros podem ser vetores de fungos que causam podridão aos frutos de morangueiro. 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 8 
 
 
 
B. PRAGAS SECUNDÁRIAS: 
 
 
 Ácaro do enfezamento 
 Phytonemus pallidus Banks (Acari: Tarsonemidae) 
Praga de difícil visualização devido ao seu tamanho reduzido. Normalmente ficam protegidos da 
radiação solar abrigando-se na parte central da planta, nas folhas, entre os pecíolos, na base 
das pétalas e sépalas e em pilosidades de frutos imaturos. Praga com diversos hospedeiros 
ornamentais, como: violeta e gerânio (PRANCHA 3). 
 
- Características da praga (Identificação): são ácaros muito pequenos com cerca de 0,3 
mm de comprimento. Os machos são menores que as fêmeas e possuem coloração 
amarelada. Já as fêmeas podem variar a coloração entre marrom-clara e branca. 
- Sintomas e danos: quando em pequenas infestações a face superior das folhas fica 
enrugada; já em infestações severas a região da coroa fica encarquilhada, as folhas 
novas não se abrem de forma adequada, ficam pequenas e com os pecíolos 
extremamente curtos. Dessa forma, um grave nanismo (plantas pequenas) pode vir a 
ser observado. Contudo nas folhas em desenvolvimento percebe-se a ocorrência de 
clorose, a qual fica com aspecto clorótico (amareladas) ou bronzeado e rígido. Em folhas 
já desenvolvidas, os maiores sintomas do ataque, pode ser visualizado na face inferior 
das mesmas, um aspecto áspero, perdendo seu brilho. Além disso, o pedúnculo quando 
atacado, apresenta uma coloração escura, devido a alimentação dos ácaros, o que 
propicia a interrupção da seiva e morte dessas folhas. O ataque nos frutos pode ocorrer, 
o qual é consequência da raspagem dos ácaros no tecido externos para sua 
alimentação. Em frutos novos percebe-se uma coloração escura nos mesmos, tendo 
como consequência uma interrupção no desenvolvimento e provoca o que se chama de 
nanismo. Naqueles, em estado de maturação, a película externa por sofrer danos, 
devida a alimentação, ficam com aspecto áspero, e quando em contato com o sol se 
rompe tornam-se rugosos. Esses frutos perdem sua qualidade e não servem, tanto para 
consumo “in natura”, quanto para o processamento industrial 
 
 
 
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 Ácaro vermelho 
 Tetranychus desertorum Banks (Acari: Tetranychidae) 
Assim como o ácaro-rajado, o ácaro-vermelho também possui um grande número de espécies 
vegetais hospedeiras e encontra-se amplamente distribuído. Seus danos podem ser 
extremamente prejudiciais à cultura, reduzindo drasticamente a produção (PRANCHA 4). 
- Características da praga (Identificação): Existe uma acentuada diferença entre a 
coloração do ácaro-vermelho na fase jovem e machos e fêmeas da fase adulta. Machos 
e jovens do ácaro-vermelho possuem coloração verde-amarelada, enquanto as fêmeas 
são avermelhadas. Assim como o ácaro-rajado, tecem teia na planta e ocupa a parte 
inferior dos folíolos de morango, o que ajuda no reconhecimento da praga. 
- Sintomas e danos: Os danos são semelhantes aos causados pelo ácaro-rajado e são 
causados pela sua alimentação. As folhas apresentam manchas no início do ataque, que 
se tornam avermelhadas com o decorrer do tempo. Posteriormente essas folhas secam. 
Esses danos reduzem consideravelmente o tamanho e o número de morangos. 
 
 
 Pulgão-verde 
Capitophorus fragaefolii Cock (Hemiptera: Aphididae) 
 
Esse inseto possui hábito gregário, isto é, vivem em colônias com vários indivíduos próximos uns 
aos outros. Essas colônias concentram-se principalmente na face inferior das folhas. Em altas 
infestações a face superior também pode ser colonizada; normalmente quando isso ocorre 
adultos alados responsáveis pela dispersão da espécie são comuns de serem observados 
(PRANCHA 4). 
 
- Características da praga (Identificação): popularmente conhecido como pulgão verde 
do morangueiro, sua coloração na fase áptera (sem asas) pode variar de amarelada a 
verde claro. A fase jovem desses insetos (ninfas) são um pouco menores que os adultos 
que medem cerca de 1,5 mm de comprimento. O corpo é recoberto por cerdas. Já a fase 
alada (com asas) possui coloração geral amarelo-esverdeado com a cabeça escura e 
atinge cerca de 3,0 mm de comprimento. 
- Sintomas e danos: A constatação da ocorrência desse pulgão na cultura pode ser feita 
através do exame das folhas baixeiras e, também, pela presença de formigas junto às 
plantas de morangueiro. O ataque ocorre sob o coleto, inflorescências e frutos imaturos. 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 10 
 
 
Nessas regiões os insetos sugam seiva da planta, o que acarreta em diminuição do 
potencial produtivo e no aparecimento de um fungo conhecido popularmente como 
“fumagina” (camada escura sobre sua superfície) que cresce sob a planta em virtude 
das fezes açucaradas desses insetos e diminui o potencial fotossintético do 
morangueiro. A associação simbiótica com formigas lava-pés também pode trazer 
transtorno devido essas fazerem um montículo de terra na base das plantas para 
proteger a colônia de pulgão. Outro sério problema trazido por C. fragaefolii é a 
transmissão do “vírus do mosqueadodo morangueiro – “Strawberry mottle virus, SMoV”. 
Essa virose pode reduzir a produção em até 30%. 
 
 
 Pulgão 
Cerosipha forbesi Weed (Hemiptera: Aphididae) 
Apesar de características comportamentais semelhantes ao pulgão-verde do morango, esse 
pulgão não transmite nenhuma virose. Seus principais prejuízos estão relacionados ao hábito 
alimentar de sugar seiva da planta e da associação simbiótica com formiga lava-pés (PRANCHA 
5). 
 
- Características da praga (Identificação): Os adultos podem ser alados (com asas) ou 
ápteros (sem asas). Os alados e ápteros possuem comprimento semelhantes, de 
aproximadamente 1,3 mm. Alados tem abdome mais claro que o tórax e a cabeça, que 
são de coloração negro-brilhante. Geralmente, a coloração dos ápteros varia de verde-
escura a negra. São normalmente encontrados nas axilas das plantas vivendo em 
simbiose com as formigas. 
- Sintomas e danos: as regiões de ataque são semelhantes ao pulgão-verde - 
Capitophorus fragaefolii. Sugam a seiva de brotos, região do coleto, inflorescência e 
frutos imaturos do morangueiro. Seus ataques são mais frequentes entre junho e 
dezembro. A associação com formigas lava-pés é muito comum, e por protegerem a 
colônia de pulgões dificulta seu controle. Além disso, o aparecimento de “fumagina” 
também pode ocorrer em virtude do ataque dessa praga. 
 
 
 Lagarta-rosca 
 Agrotis ipsilon Hufnagel (Lepidoptera: Noctuidae) 
11 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
Com uma grande quantidade de hospedeiros e amplamente distribuída essa praga causa danos 
principalmente em plântulas novas. Os danos são causados pela fase jovem, as lagartas, que 
possuem hábito noturno. Esse comportamento dificulta o diagnóstico em nível de campo o que 
pode comprometer ou retardar as medidas de controle. Possuem grande potencial de 
reprodução; cada fêmea pode depositar até 1.000 ovos (PRANCHA 6). 
 
- Características da praga (Identificação): Os adultos são mariposas com 35 mm de 
envergadura e asas de coloração marrom. As asas anteriores possuem manchas 
triangulares negras, e a borda apical mais clara. As lagartas são escuras, com cerca de 
45 mm de comprimento. Durante o dia abrigam-se no solo. São popularmente 
conhecidas como lagarta-rosca pois quando tocadas enrolam-se. 
- Sintomas e danos: As lagartas cortam as plantas novas na altura do colo. Quando o 
estágio vegetativo é mais avançado, as lagartas podem abrir galerias na base do colo. O 
seu ataque reduz o estande/número de plantas da área e consequentemente diminui a 
produção e aumentam o custo com o replantio de mudas. 
 
 
 Formiga lava-pés 
 Solenopsis saevissima F.Smith (Hymenoptera: Formicidae) 
Popularmente conhecida como “formiga lava-pés” ou “formiga fogo”, devido a sua ferroada 
dolorida e ardente, resultando em uma sensação de queimadura. Estão amplamente 
disseminadas no território brasileiro (PRANCHA 7). 
 
- Características da praga (Identificação): As operárias podem atingir cerca de 5mm de 
comprimento, enquanto a rainha é um pouco maior, com cerca de 7mm. A coloração 
varia entre um tom avermelhado e marrom. Seus ninhos são formados por montículos 
de terra solta ao redor da base da planta de morango. 
- Sintomas e danos: Não se alimentam da planta. Seus danos estão relacionados aos 
montículos de terra sobre a planta. Estes retardam o desenvolvimento da planta, 
prejudicando a produção. Além disso, possuem associação simbiôntica com os pulgões, 
alimentando-se das fezes açucaradas desses insetos protegendo-os do ataque de 
inimigos naturais, como as joaninhas. 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 12 
 
 
C. PRAGAS EMERGENTES: 
 
 
 Lagarta-do-morangueiro 
 Duponchelia fovealis, Zeller (Lepidoptera: Crambidae) 
É uma praga polífaga, que ataca diversos gêneros de plantas de importância agrícola, 
ornamentais e invasoras. Foi introduzida no Brasil em 2008, no Paraná. Posteriormente em 2010 
chegou ao Espírito Santo e recentemente, em 2013, ao Sul de Minas Gerais. Esta praga vem 
causando prejuízos significativos à cultura do morango. 
 
- Características da praga (Identificação): O adulto é uma mariposa de coloração 
castanho-acinzentado; nas asas anteriores podem ser observadas duas linhas 
transversais amarelas e paralelas entre si, sendo que na linha mais próxima ao ápice da 
asa pode-se verificar a presença de um desenho em forma de "U. A mariposa possui em 
media 19 mm de envergadura e cerca de 10 mm de comprimento. Este inseto voa 
principalmente à noite, embora também faça voos curtos irregular durante o dia quando 
perturbadas, antes de se fixar novamente na cultura. Os jovens são lagartas de 
coloração creme com pontuações marrons ao longo do corpo e cabeça marrom. Os ovos 
são depositados principalmente nas folhas, próximos as nervuras e são de coloração 
creme, tornando-se avermelhados próximos a eclosão das lagartas (PRANCHA 8). 
- Sintomas e danos: Os danos dessa praga são causados pelas lagartas que atacam 
folhas, flores, coroas e também os frutos e em infestações severas são capazes de 
debilitar as plantas, reduzir a produtividade e levá-las a morte. A lagarta desse inseto 
vive entre as folhas e na coroa da planta, próximas ao solo. Locomovem-se rapidamente 
e preferem locais úmidos, na camada superior do solo, ou nas raízes expostas das 
plantas. É comum a presença de teias na base da planta, onde as lagartas se encontram 
(PRANCHA 9). 
 
 
 Tripes das flores 
 Frankliniella occidentalis Pergande (Thysanoptera/Thripidae) 
Frankliniella occidentalis é uma espécie polífaga, originária da região que compreende o Canadá 
e os Estados Unidos da América. Atualmente está amplamente distribuída em todo o mundo, 
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com registro de ocorrência em países de todos os continentes. Estima-se que 244 espécies de 
plantas distribuídas em 62 famílias botânicas sejam hospedeiros potenciais da espécie. 
 
- Características da praga (Identificação): O adulto é um pequeno inseto com asas 
franjadas, típicas de insetos pertencentes a essa Ordem. O macho, um pouco menor 
que a fêmea, apresenta tamanho variando de 1,2 a 1,3 mm de comprimento, possui 
abdome estreito e arredondado. Já as fêmeas podem atingir 1,7 mm de comprimento e 
seu abdome é arredondado. A coloração varia entre amarelo pálido e castanho escuro, 
sendo os espécimes amarelos com manchas marrons os mais comuns no Brasil. As 
ninfas logo após a eclosão são brancas transparentes tornando-se amareladas a partir 
do segundo ínstar e não possuem asas (PRANCHA 10). 
- Sintomas e danos: fases jovens e adultas são facilmente encontradas no interior das 
flores, alimentando-se do seu pólen. A alimentação nessa região provoca lesões, as 
quais se tornam bronzeadas, e as pétalas passam a ter um aspecto de murchamento. A 
principal consequência, devido às injúrias provocadas nas flores, é que as mesmas 
podem se tornar estéreis, impedindo a formação de morangos. Os frutos do morangueiro 
atacados por tripes apresentam um bronzeamento, além de uma maturação 
desuniforme, deformações (malformações) e aquênios com dilatações visuais 
perceptíveis. Frankliniella occidentalis tem sido considerado um agente de dispersão do 
fungo Botrytis cinerea, responsável por causar a podridão cinzenta no morango 
(PRANCHAS 10 e 11). 
 
 
 Brocão 
 Spodoptera eridania (Cramer) (Lepidoptera: Noctuidae) 
É uma espécie polífaga, ocorrendo, principalmente, nas regiões de clima tropical das 
Américas, bem como em regiões temperadas, tem-se relato desta praga alimentando-se de 
algodão, soja, feijão, plantas daninhas (corda-de-viola, beldroega, tiririca etc.), milho, sorgo, 
hortaliças e frutíferas (PRANCHA 12). 
- Características da praga (Identificação): O adulto é uma mariposa de coloração 
cinzento-clara,tendo nas asas anteriores acinzentadas, uma mancha escura na borda 
superior da asa e uma mancha negra no centro das mesmas. Os ovos são ovipositados 
em massas, sempre depositados na face inferior das folhas. As lagartas possuem 
coloração variável; quando jovens geralmente são cinza escuro, com uma faixa lateral 
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longitudinal esbranquiçada, que é interrompida por uma mancha escura no tórax. 
Quando desenvolvidas são cinza claro com desenhos pardos sobre o corpo, porém essa 
tonalidade pode variar. 
- Sintomas e danos: O primeiro sintoma de sua presença é quando se constata folhas 
bronzeada e com orifícios. Esse bronzeamento decorre das lagartinhas rasparem a face 
inferior das folhas. Posteriormente migram para a base da planta onde passam a se 
alimentar do colo das plantas, ficando abrigadas no solo próximo às plantas. Durante a 
frutificação, quando os frutos estão em processo de maturação, as lagartas podem 
lesioná-los fazendo furos de alimentação. 
 
 
D. OUTROS INSETOS QUE PODEM ATACAR A CULTURA: 
 
 
- Formiga cortadeira (Atta sp.): Comumente chamadas de saúvas. A característica 
marcante é que possuem três espinhos no dorso. Possui coloração vermelha a 
marrom-escuro. Os ninhos tem o monte de terra solta de forma arredondada e lisa, 
sendo comum encontrar gravetos e folhas em suas proximidades. Ocorrem em várias 
regiões do Brasil, atacando, principalmente gramíneas, porém também ocorrer em 
algodoeiro, cafeeiro, coqueiro, goiabeira, mandioca, mangueira, etc. (PRANCHA 13). 
- Cupim subterrâneo (Coptotermes sp): São insetos sociais que vivem em colônias. 
As operárias são ágeis e apresentam coloração amarelo pálido ou branco, sendo que 
na maioria das vezes são desprovidas de olhos compostos e ocelos. Fazem todas as 
funções da colônia, exceto a procriação. Os soldados diferenciam-se das operárias 
por possuírem movimentos lentos e cabeça mais volumosa. A função é de defesa da 
colônia, mas também auxiliam no trabalho das operárias. A época de propagação 
dessa espécie é variável, geralmente ocorre entre os meses de agosto a outubro, 
sendo que após a revoada os indivíduos que não foram destruídos, caem ao chão e 
reúnem-se dois a dois, formando assim um novo casal real, que dará início a um 
novo cupinzeiro. Geralmente ocorrem de agosto a outubro, atacando culturas de 
importância econômica como milho, arroz, eucalipto, hortaliças, onde alimentam-se 
das raízes das plantas, prejudicando o seu desenvolvimento (PRANCHA 13). 
 
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MÉTODOS GERAIS DE MANEJO 
 
 
1. Antes da implantação da cultura: 
 Adquirir mudas vigorosas, sadias e livres de pragas; 
 Planejar o cultivo em talhões facilitando a diagnose e o controle da praga; 
 Cultivar os talhões em faixas, separando-os por espécies anuais que floresçam de 
modo que possam servir como atrativos (que produzem pólen) para inimigos naturais 
(girassol, margaridas etc.) e outras espécies que são denominadas de companheiras 
(aquelas que repelem as pragas). A instalação de linhas dessas plantas próximas 
dos canteiros pode ser benéfica devido a repelência de pragas nocivas. Dentre essas 
podemos citar: alecrim repele borboletas; hortelã repele formigas e borboletas; 
mastruço e arruda repelem afídeos. Um bom método natural para espantar as 
formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. Além disso, o 
gergelim colocado sobre o formigueiro intoxica o fungo e ajuda a eliminar o ninho das 
formigas. Outras plantas como a erva-cidreira, citronela e o girassol são também 
indicadas para repelir pragas dos cultivos (ANEXO 1). 
 Planejar a rotação de culturas com espécies de família botânica diferentes do morango e 
que não sejam hospedeiras das mesmas pragas; 
 Utilizar uma cultivar adequada a região e época de plantio favorecendo o escape de 
picos populacionais das pragas; 
 Não realizar o cultivo de morango escalonado, ou seja, áreas novas ao lado de áreas 
velhas. Esse manejo evita que a praga possa infestar as áreas novas após o fim ou 
durante o ciclo de cultivo das áreas mais velhas; 
 Se possível realizar o plantio sobre palhada; 
 Evitar o plantio de plantas que possam ser hospedeiras das pragas do morangueiro 
próximo as áreas de cultivo. 
 Realizar análise prévia da fertilidade do solo para que a adubação orgânica do solo ou 
foliar atenda as exigências da cultura, evitando com isso excesso ou deficiência de 
nutrientes essenciais à cultura. Esse processo de fertilização da cultura de forma 
antecipada propicia o desenvolvimento de plantas mais sadias o que impede que 
qualquer ataque de insetos-praga, cause danos. Para essa etapa podemos sugerir 
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alguns biofertilizantes que possam ser empregados, sem causar nenhum efeito colateral 
nas plantas, ao produto e ao produtor (ANEXO 2) . 
 Fazer a utilização, nas mudas e no transplantio do fungo Trichoderma harzianum, que é 
um organismo antagonista, o qual inibe e bloqueia o desenvolvimento de fitopatógenos 
no solo, utilizando-se de alguns mecanismos como a antibiose, o parasitismo e a 
competição. Além disso, permite o bom desenvolvimento radicular da planta, liberando 
substâncias chamadas metabólitos, que atuam como fito-hormônios e indutores de 
resistência, além de auxiliar na decomposição de matéria orgânica e na liberação de 
nutrientes. Esse fungo já é produzido e comercializado no Brasil, havendo várias 
marcas. Como exemplo pode citar o Trichodermil® que é o mais tradicional no mercado 
(ANEXO 3A). 
 
 
2. Durante o cultivo: 
 Controlar plantas daninhas ao redor e entre os canteiros de morango, pois essas podem 
servir de abrigo para as pragas, principalmente os sugadores de seiva como pulgão, 
tripes etc; 
 Evitar adubação nitrogenada em excesso, o que favorece o ataque de insetos que se 
alimentam da seiva das plantas, tais como os pulgões e principalmente os ácaros; 
 Manejar de forma adequada a irrigação para o rápido estabelecimento da cultura, uma 
vez que a falta de água induz um estresse fisiológico na planta comprometendo seu 
desenvolvimento. Já o excesso de água, possibilita o surgimento de pragas e doenças 
de solo; 
 Fazer vistorias constantes na cultura a fim de se verificar o aparecimento de pragas; 
 Reconhecer e diferenciar pragas e inimigos naturais presentes nos cultivos 
(PRANCHAS 1 a 13; ANEXO 6) ; 
 Fazer sistematicamente a limpeza nos canteiros eliminando frutos, folhas baixeiras e 
secas e outras estruturas vegetais atacadas ou infestadas por pragas e/ou caídas no 
solo. 
 Fazer uma adubação orgânica a cada 30 dias para que, durante a produção, as plantas 
não apresentem deficiências nutricionais, o que comprometeria a produção bem como 
propiciaria o ataque de pragas (ANEXO 2); 
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 Fazer aplicações de Trichoderma sp. aos 20, 40, 60, 90 e 120 dias após o transplantio 
(ANEXO 3A). 
 Fazer a aplicação, de forma preventiva, de formulados naturais, principalmente os do 
grupo de caldas e emulsões, sendo de preferência a calda bordalesa, calda viçosa e 
calda sulfocálcica (ANEXO 4); 
 Adotar táticas para atrair e fazer a preservação de inimigos naturais, dentro ou próximo 
às áreas de cultivo do morango, através do plantio de plantas atrativas, ou seja que 
produzem pólen em excesso, bem como pelo uso de alimentadores (ANEXO 5). Existem 
alguns predadores naturais que estão sempre presentes no ambiente de cultivo, como 
por exemplo, joaninhas, percevejo-predador (Orius sp.), tesourinhas, crisopídeos ou 
bicho lixeiro e aranhas (ANEXO 6). 
 
 
3. Após o ciclo de cultivo: 
 Destruir os restos culturais após o final do cicloda cultura, evitando a reprodução e 
manutenção dos insetos pragas nas áreas de cultivos; 
 Adotar o vazio sanitário garantindo que as áreas ao entorno e a áreas de cultivo 
permaneçam ao mesmo tempo livres de cultivos de morango e de plantas hospedeiras 
das mesmas pragas do morangueiro; 
 
 
 
MÉTODOS DE MANEJOS DE ACORDO COM A PRAGA IDENTIFICADA: 
 
 
1. Ácaros 
Devido ao tamanho reduzido em comparação com os insetos, a diagnose será baseada 
na presença ou ausência dos sinais de infestação. Verificar se existe a presença de 
teias (Ácaro-rajado; Ácaro-vermelho); deformação dos frutos e bronzeamento de caules, 
ramos (PRANCHA 1); Algumas das recomendações abaixo devem ser implementadas 
previamente; no entanto quando constatada a presença de ácaros pode-se optar pelas 
medidas de manejo. 
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 Realizar a liberação de ácaros predadores da família Phytoseiidae (ANEXO 3B). 
Além disso, manejar o ambiente de forma que a população de ácaro predador 
se mantenha (ANEXO 6). Esse manejo inclui a conservação de plantas não 
hospedeiras dos ácaros pragas ao redor dos cultivos, por exemplo. 
 Evitar o excesso de adubação nitrogenada, já que esse excesso favorece o 
ataque e desenvolvimento dos ácaros pragas; 
 Aplicação de produtos biológicos a base do fungo Beauveria bassiana e 
Metarhizium anisopliae, na proporção de 125 gramas de cada produto para cada 
100 litros de água. Alguns cuidados devem ser tomados na aplicação do fungo, 
como por exemplo, realização da pulverização nas horas mais frescas do dia, 
isto é, com temperaturas mais amenas e aplicação em ambiente com a umidade 
relativa acima de 70%, o que favorece a germinação do fungo e aumenta a sua 
eficiência de controle (ANEXO 3A); 
 O uso de óleo da casca de laranja a 1% tem dado bons resultados de manejo, 
porém recomenda-se fazer pelos menos três aplicações em intervalos de três 
dias e com um alto volume de calda (ANEXO 3B); 
 Uso de extratos de nim ou de produtos comerciais à base de óleo de nim 
(ANEXO 3B); 
 Para o manejo dos ácaros também se pode utilizar caldas, emulsões e extratos 
botânicos listados no anexo 4; No entanto recomendamos os seguintes 
formulados: calda de enxofre, permanganato do potássio, cal, sabão e suas 
misturas (receitas 3 e 4), extrato de fumo (receitas 5 e 6), manipueira e 
emulsionável Pratissoli; 
 
 
2. Pulgões 
 A coloração amarela atrai algumas espécies de pragas, dentre elas o pulgão. 
Placas adesivas de coloração amarela podem ser utilizadas nas bordaduras dos 
cultivos para capturar esses insetos (ANEXO 5); 
 A aplicação de produtos biológicos a base do fungo Beauveria bassiana e 
Metarhizium anisopliae. Alguns cuidados devem ser tomados na aplicação do 
fungo, como por exemplo, realização da pulverização nas horas mais frescas do 
dia, isto é, com temperaturas mais amenas e aplicação em ambiente com a 
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umidade relativa acima de 70%, o que favorece a germinação do fungo e 
aumenta a sua eficiência de controle. Existem várias marcas comerciais no 
mercado e como exemplo, podemos citar o Boveril e Metarril, que são os mais 
tradicionais. Na proporção de 125 gramas de cada produto para cada 100 litros 
de água tem-se se obtido bons resultados (ANEXO 3A); 
 O uso de óleo da casca de laranja a 1% tem dado bons resultados de manejo; 
porém recomenda-se fazer pelos menos três aplicação em intervalos de 3 dias e 
com um alto volume de calda (ANEXO 3B); 
 Para o manejo dos pulgões também se pode utilizar caldas, emulsões e extratos 
botânicos listados no anexo 4. No entanto recomendamos os seguintes 
formulados: emulsão de querosene e sabão, de permanganato do potássio, cal, 
sabão e suas misturas (receitas 2, 3 e 4), emulsão de óleo, alho (receitas 1 e 2), 
fumo ( receitas 1, 2, 3, 4, 5, e 6), manipueira, nim, pimenta malagueta (receitas 1 
e 2), calda de mamona e emulsionável Pratissoli; 
 Uso de extratos de nim ou de produtos comerciais à base de óleo de nim 
(ANEXO 3B); 
 
 
3. Lagarta-rosca 
 A realização de um bom preparo do solo é fundamental para o manejo dessa 
praga, assim como a completa eliminação de plantas hospedeiras. Restos de 
cultura na área garantem à praga meios de sobrevivência e perpetuação, 
portanto devem ser eliminados; 
 Uso de armadilha luminosa para a captura dos adultos dessa mariposa (ANEXO 
5). Existem vários modelos, porém todos deverão estar equipados com 
lâmpadas do tipo Luz negra; 
 Aplicações de produtos a base do fungo entomopatogênico e Metarhizium 
anisopliae. Quando o produto comercial for Metarril, recomendamos uma 
dosagem de 700 gramas por hectare sendo que o volume de calda deva ser de 
300 litros (ANEXO 3A); 
 Iscas a base de melaço de cana-de-açúcar e farelo de milho em garrafas pet 
com pequenas aberturas podem ser utilizadas na área visando à captura de 
adultos. (ANEXO 5); 
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 Um grande potencial de manejo para essa praga é o uso de nematoides do 
gênero Steinernema. Esse agente de controle biológico tem a capacidade de 
penetrar no solo e atingir as lagartas que estão em repouso no solo, matando-as 
em poucos dias. Ainda não existe nenhum produto comercial registrado para 
nossas pragas. No entanto as espécies Steinernema carpocapse e Steinernema 
feltiae já são comercializados na Europa e os mesmos estão em processo de 
registro no Brasil (ANEXO 3A). 
 
 
4. “Formiga lava-pés” 
Normalmente o controle dos pulgões nas áreas de cultivos é responsável pelo controle 
das formigas. Caso isso não seja suficiente, a destruição mecânica dos ninhos pode ser 
realizada. Recomenda-se também o uso de qualquer um dos formulados à base de fumo 
(receita 3), manipueira e emulsionável Pratissoli (ANEXO 4). 
 
 
5. Broca-dos-frutos 
O controle cultural destaca-se como o principal método de controle para a Broca-dos-
frutos do morango (Lobiopa insularis). As respectivas alternativas de manejo são: 
 Eliminar plantas hospedeiras como: goiaba, maçã, pêssego, melão, tomate, 
manga, laranja etc. ao redor dos cultivos de morango ou eliminar frutos 
temporões e/ou atacados pela broca; 
 Frutos infestados pela praga devem ser eliminados dos canteiros por meio de 
limpeza e coleta, evitando assim a reprodução da espécie dentre dos campos 
de produção de morango; 
 Como a preferência dessa praga é por frutos de morango em estágio avançado 
de maturação, realizar a colheita com a maturação na faixa de 75-80% de 
coloração vermelha diminui significativamente o ataque dessa praga; 
 Realizar ao menos três colheitas semanais e dar preferência aos frutos em 
estágio mais avançado de maturação; 
 Na entressafra, inspecionar os possíveis hospedeiros alternativos (goiaba, 
maçã, pêssego, melão, tomate, manga, laranja), evitando que a população se 
desenvolva em outra cultura; 
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 Uso de iscas atrativas: utilizando potes plásticos (margarina, manteiga etc.) com 
suco de morango triturado diluído em água (50-50%) como atrativo para o 
adulto; As tampas dos potes devem ser furadas com diâmetro de 0,5 cm; 
Distribuir dentro da lavoura as armadilhas; Trocar semanalmente o atrativo em 
épocas quentes ou quinzenalmente em épocas frias; Inspecionar as armadilhas 
uma ou duas vezes por semana e eliminar manualmente os adultos capturados; 
 Aplicações de produtos a base do fungo entomopatogênico e Metarhizium 
anisopliae. Quando o produto comercial for Metarril, recomendamos uma 
dosagem de 700 gramas por hectare sendo que o volume de calda deva ser de 
300 litros (ANEXO 3A); 
 
 
6. Tripes: 
 Altas temperaturas e ausência de chuvas favorecem o desenvolvimento dos 
tripes,portanto evitar o plantio nesse período é fundamental; 
 Eliminação de plantas hospedeiras, como o picão preto, presentes próximas ao 
cultivo; 
 Evitar plantios consecutivos na mesma área; 
 Placa adesiva azul ou amarela também exerce um controle importante de tripes 
(ANEXO 5). Devem ser instaladas nos campos de cultivo, sempre nas 
bordaduras; 
 . O uso de óleo da casca de laranja a 1% tem dado bons resultados de manejo; 
porém recomenda-se fazer pelos menos três aplicação em intervalos de três 
dias e com um alto volume de calda (ANEXO 3B); 
 Para o manejo dessa praga recomendamos os seguintes formulados listados 
anexo 4: emulsão de óleo, alho (receitas 1 e 2), fumo (receitas 5, e 6), 
manipueira, nim; 
 
 
7. Lagarta do morangueiro: 
Recentemente introduzida no país ainda não existe um programa de manejo 
implementado para essa praga, algumas informações com base em pesquisas em 
andamentos sugerem medidas eficientes para o seu controle: 
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 Adquirir mudar sadias, livres da praga; 
 Promover uma higienização das mudas: essas ao passarem pelo processo de 
toalete deverão ficar imersas em água sanitária a 2% por no mínimo 1 minuto; 
isto fará com que as lagartinhas que porventura estiverem nas mudas serão 
expulsas de seus esconderijos; 
 Limpeza das plantas de morango, evitando o acúmulo de folhas velhas que 
mantém as lagartas protegidas, favorecendo o seu desenvolvimento; 
 Eliminação dos restos culturais ao final do ciclo produtivo do morango, evitando 
que o inseto tenha alimento para continuar a desenvolver-se; 
 Utilização de produtos comerciais biológicos à base de Bacillus thuringiensis (Bt) 
para controlar lagartas novas. Existe algumas marcar já registradas para uso 
comercial no Brasil (ANEXO 3B); 
 Utilização de parasitóides de ovos, como espécies do gênero Trichogramma, 
para diminuir a sua população (ANEXO 3A).; 
 Uso de armadilha luminosa para a captura dos adultos dessa mariposa (ANEXO 
5). Existem vários modelos, porém todos deverão estar equipados com 
lâmpadas do tipo Luz negra. Além disso, essas armadilhas deverão estar 
disposta bem próximas aos canteiros e se esses forem com túneis os mesmos 
deverão ter parte a lona levantada durante o período da noite, ou essas 
armadilhas ficarem no interior dos túneis; 
 Utilização de feromônio sexual para captura de machos adultos reduziria o 
acasalamento e diminuindo as gerações seguintes da praga seria a prática 
ideal; no entanto esse feromônio só tem registro para comercio e uso na Europa 
(ANEXO 3B). Como é um produto biológico e específico o governo brasileiro 
deveria liberar o uso em nossos cultivos; 
 Apesar de não existir nenhum produto comercial registrado para nossas pragas, 
o uso das espécies Steinernema carpocapse e Steinernema feltiae pode ser 
uma opção importante para o manejo dessa praga (ANEXO 3A). 
 
 
 
 
 
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8. Brocão: 
Por ser uma praga emergente para a cultura do morangueiro, não há nenhum método de 
manejo implementado, no entanto, com base em nossas pesquisas podemos fazer as 
seguintes recomendações: 
 Uso de armadilha luminosa para a captura dos adultos dessa mariposa (ANEXO 
5). Existem vários modelos, porém todos deverão estar equipados com 
lâmpadas do tipo Luz negra; 
 Utilização de produtos comerciais biológicos à base de Bacillus thuringiensis (Bt) 
para controlar lagartas novas (ANEXO 3B); 
 Utilização de parasitóides de ovos, do gênero Trichogramma, para diminuir a 
sua população (ANEXO 3A); 
 Uso dos seguintes formulados listados no anexo 4: permanganato do potássio + 
cal, sabão e suas misturas (receitas 1 e 2), fumo ( receitas 3, 5 e 6), manipueira, 
nim, calda de mamona; 
 
 
9. Formiga cortadeira: 
 Uso dos formulados a base de pão caseiro e gergelim, listados no anexo 4; 
 
 
10. Cupim subterrâneo: 
 Uso dos seguintes formulados listados no anexo 4: sabão e suas misturas 
(receitas 1 e 2), fumo ( receitas 3, 5 e 6), manipueira, emulsionável Pratissoli. 
Todos esses formulados em grande volume, na forma de rega sobre os 
canteiros; 
 
 
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M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 26 
 
 
PRANCHA 1 
 
 
A: Adulto macho e fêmea do ácaro-rajado; B- Ovos, fase jovem e adulto; C- Colônia do ácaro-
rajado com a formação de teias; D, E e F - Danos do ácaro na planta com destaque para folhas 
avermelhadas e necróticas. 
 
 
 
27 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 2 
 
 
A: Adulto, B: larva da broca-do-fruto; C-D-E: Danos provocados no morango pelo ataque da broca-
dos-frutos. 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 28 
 
 
PRANCHA 3 
 
 
A- Adulto do ácaro; B e C - Retorcimento dos bordos de folhas novas; D- Face inferior de 
folhas adultas com aspecto de áspero devido o ataque; E- Pedúnculo das folhas 
escurecidos devido ao ataque; F- Frutos com aspecto de áspero devido o ataque 
 
 
 
 
29 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 4 
 
 
A- Fase adulta e formas jovens na folha de morango (fase sem asa - ápteros); B- Colônia 
de ácaro vermelho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 30 
 
 
PRANCHA 5 
 
 
A-B: Pulgões na folha de morango (fase sem asa - ápteros); C: Pulgões com asas (alados). 
 
 
 
 
 
31 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 6 
 
 
A: Fase jovem da lagarta-rosca; B: Pupa; C-D: Adulto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 32 
 
 
PRANCHA 7 
 
 
A-C-D: Montículos de terra decorrente da infestação de formigas lava-pé; B: Formiga 
adulta. 
 
 
 
 
33 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 8A 
 
 
A-B: Adulto; C-D: Ovos; E-F: Lagartas. 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 34 
 
 
PRANCHA 8B 
 
 
G-H: Danos provocados nos frutos pela lagarta; I-K: danos provocados nas plantas pelas 
lagartas. 
 
 
35 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 9A 
 
 
A-B: Adulto do tripes-das-flores; C-F: Danos progressivos as flores do morangueiro. 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 36 
 
 
PRANCHA 9B 
 
 
G-H: bronzeamento nos frutos provocados pelo tripes-das-flores; I-L: Danos nos frutos de 
morango. 
 
37 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
PRANCHA 10 
 
 
A- Adulto do brocão; B- Folhas raspadas pelas lagartinhas; C- Perfurações provocadas 
por lagartas grandes; D- Lagartas broqueando a base da planta; E- Lagarta abrigando-se 
sob a lona; F- Dano no frutos provocado pelas lagartas grandes 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 38 
 
 
PRANCHA 11 
 
 
A e B- Adultos de formigas cortadeiras; C e D- Soldados de cupins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
ANEXO 1 
 
PLANTAS ATRATIVAS E COMPANHEIRAS QUE PODEM SER EMPREGADAS NA CULTURA 
DO MORANGUEIRO 
 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 40 
 
 
ANEXO 2 
 
BIOFERTILIZANTES QUE PODEM SER EMPREGADOS NA CULTURA DO 
MORANGUEIRO 
 
AGROBIO - DESENVOLVIDO POR PESQUISADORES DA PESAGRO-RJ. 
 
Na Região Sudeste, um dos biofertilizantes mais utilizados em várias culturas é o Agrobio, 
produzido e pesquisado na Estação Experimental de Itaguaí (EEI) da PESAGRO RIO, em 
Seropédica, RJ. Este produto é usado como fertilizante foliar e também como meio de controle 
de algumas doenças em mudas de hortaliças folhosas, ornamentais e frutíferas em geral. O 
Agrobio (FERNANDES, 2000) é obtido da atividade de microrganismos em sistema aberto, em 
substrato composto pela mistura de água, esterco bovino fresco, melaço, leite e sais minerais. 
No cultivo protegido do tomateiro sob manejo orgânico conduzido na EEI-PESAGRO, observou-
se que pragas e doenças foram mantidas sobre controle mediante o uso do Agrobio e de 
adubação orgânica, sendo a produção final equivalente às obtidas com o uso de insumos 
químicos (FERNANDES et al., 2000). Pulverizações com Agrobio em mudas de maracujazeiro 
amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa L.) proporcionaram maior altura, número de ramos e de 
frutos e deixaram a cultura livre de doenças (COLLARD , 2000). 
 
Para o preparo são necessários: 
Ingredientes: 
200 litros de água; 100 litros de esterco fresco bovino; 20 litros de leite de vaca ou soro de 
leite; 3 kg de melaço. 
Modo de Preparo: 
Misturar bem e deixar fermentar por uma semana em uma bombona ou caixa d'água de 
plástico com tampa, com capacidade de 500 l (ver Figura 1). 
A esse caldo nutritivo, nas sete semanas subsequentes, são acrescentados, semanalmente, e 
em sequência, os seguintes ingredientes previamente dissolvidos em água. 
 
Ingredientes: 
430 g de bórax ou ácido bórico; 570 g de cinza de lenha; 850 g de cloreto de cálcio; 43 g de 
sulfato ferroso; 60 g de farinha de osso; 60 g de farinha de carne; 143 g de termofosfato silício-
magnesiano; 1,5 kg de melaço; 30 g de molibidato de sódio; 30 g de sulfato de cobalto; 43 g de 
http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/sistemasdeproducao/cafe/anexo07.htm#figura05
41 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
sulfato de cobre; 86 g de sulfato de manganês; 143 g de sulfato de magnésio; 57 g de sulfato 
de zinco; 29 g de torta de mamona; 30 gotas de solução de iodo a 1%. 
Nas quatro últimas semanas, são adicionados 500 ml de urina de vaca. A calda deve ser bem 
misturada duas vezes por dia. 
Após oito semanas o volume deve ser completado para 500 litros e coado. 
O Agrobio pronto apresenta cor bem escura e odor característico de produto fermentado, pH 
na faixa de 5 a 6. 
A análise química do biofertilizante forneceu os seguintes resultados: 34,69 g/l de matéria 
orgânica; 0,8% de carbono; 631 mg/l de N; 170 mg/l de P; 1,2 g/l de K; 1,59 g/l de Ca e 480 
mg/l de Mg, além de traços dos micronutrientesessenciais às plantas. Testes microbiológicos 
não detectaram coliformes fecais, bactérias potencialmente patogênicas em produtos 
preparados conforme as recomendações. 
 
 
Figura 1: Produção do biofertilizante líquido Agrobio. a) caixa d'água com tampa; b) bancada de 
concreto; c) registro de duas polegadas; d) balde com tela para coagem; e) pá. (Foto: Arquivo Embrapa 
Agrobiologia). 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Tratamento de mudas: Aplicação foliar a 2%. 
Hortaliças folhosas: Aplicação foliar a 4% após o transplante e uma semana depois (ou 2 %, 
duas vezes/semana). 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 42 
 
 
Hortaliças de fruto: Aplicação Foliar a 4%, semanalmente. 
Fruteiras: Foliar a 4%, em cinco pulverizações/ano, preferencialmente em períodos após as 
podas, colheitas e estresse hídrico. 
Observações: Nas pulverizações, molhar totalmente as folhas e ramos das plantas, chegando 
ao ponto de escorrimento, para um maior contato do produto com a planta. 
-Validade do produto: 12 meses após o seu preparo. 
 
 
BOKASHI AERÓBIO 
 
Para o preparo são necessários: 
Ingredientes: 
250 Kg de terra virgem de barranco isento de sementes; 100 Kg de esterco de galinha (ou 
farelo de soja); 100 Kg de farelo de arroz; 75 Kg de farinha de osso; 1 litro de microrganismos 
(EM-4) diluídos em 20 a 30 litros de água; 
 
Modo de Preparo: 
 Deixar fermentar durante 7 a 10 dias, revirando três vezes ao dia nos 3 a 4 primeiros dias. 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Adubo orgânico de excelente qualidade, muito utilizado na adubação de plantio das espécies 
mais exigentes, tais como morango, tomate, couve flor, brócolis, frutíferas, etc. 
Dosagens recomendadas: 
 300 g/cova (morango, tomate, etc.); 
 200 a 300 g/m² no preparo de canteiros de hortaliças; 
 150 a 200 g/m em sulcos; 
 500 g/cova em fruteiras. 
 
 
 
43 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
 
BIOFERTILIZANTE VAIRO 
 
Para o preparo são necessários: 
 
Ingredientes: 
3 Kg Sulfato de Zinco; 1 Kg Sulfato de Magnésio; 0,3 Kg Sulfato de Manganês; 0,3 Kg Sulfato de 
Cobre; 2 Kg Cloreto de Cálcio; 1 Kg Bórax (ou Ácido Bórico 1,0 Kg); 0,125 Kg Cofermal (Cobalto, 
Ferro e Molibidênio). 
Modo de Preparo: 
Este biofertilizante líquido é bastante conhecido e de simples produção. O mesmo é produzido 
a partir da fermentação metanogênica ou anaeróbica de esterco fresco bovino. O esterco de 
gado leiteiro possibilita um efluente de melhor qualidade, pois os animais recebem dieta mais 
balanceada, contendo grande variedade de microrganismos, o que acelera a fermentação. 
No preparo, o esterco fresco, complementado ou não com urina, deve ser misturado em 
volume igual de água não clorada, sendo a mistura colocada em biodigestor hermeticamente 
fechado. Podem ser empregados bombonas plásticas, tomando-se o cuidado de manter o nível 
da mistura no mínimo 10 cm abaixo da tampa, onde se adapta um sistema de válvula 
hidráulica de pressão ou uma mangueira plástica fina, cuja extremidade é mergulhada em 
recipiente com água, para permitir a saída do gás metano, produzido na fermentação, 
mantendo-se a condição de anaerobismo (fermentação sem oxigênio). 
O final do processo, que dura de 30 a 40 dias, coincide com a cessação do borbulhamento 
observado no recipiente d’água. Nessa ocasião, a solução deverá ter atingido pH próximo a 
7,0. Para separação da parte ainda sólida do produto utiliza-se peneiramento e coagem. 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
O biofertilizante Vairo, como passou a ser designado, é recomendado em dosagens mais 
elevadas (até 30% - 300 ml/l de água) e demonstra múltiplas finalidades, desde ação 
controladora sobre determinados microrganismos fitopatogênicos, até promoção de 
florescimento e de enraizamento em algumas plantas cultivadas, possivelmente pelos 
hormônios vegetais nela. 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 44 
 
 
 
 
SUPERGORDO 
 
Para o preparo do supergordo são necessários: 
 Ingredientes: 
70 kg de esterco fresco; 110 litros de água; 1 litro de urina de vaca; 15 litros de soro de leite; 7 
kg de cinza; 5 kg de samambaia do mato; 5 kg de urtigão; 15 litros de garapa de cana; 3 kg de 
caruru. 
 
Modo de Preparo: 
Misturar os 70kg de esterco e 1 litro de urina de vaca com os 110 litros de água e ir 
acrescentando os demais ingredientes dando um intervalo de 3 dias. O período de 
fermentação pode durar em torno de 40 a 60 dias. 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Trata-se de um produto de fertilização foliar. Um biofertilizante natural. 
A aplicação é feita via foliar tendo semelhança com o supermagro. As porcentagens para o uso 
também são semelhantes. Deve ser aplicado nas horas mais frescas do dia e com uma 
umidade ideal no solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
ANEXO 3A 
 
PRODUTOS QUE PODEM SER EMPREGADOS NA CULTURA DO MORANGUEIRO 
 
 
 
 
 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 46 
 
 
ANEXO 3B 
 
PRODUTOS QUE PODEM SER EMPREGADOS NA CULTURA DO MORANGUEIRO 
 
 
 
 
 
 
47 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
ANEXO 4 
 
CALDAS, EMULSÕES E EXTRATOS BOTÂNICOS 
 
CALDAS E EMULSÕES 
 
I. 1- CALDA SULFOCÁLCICA 
Resultado de uma reação corretamente balanceada entre o cálcio e o enxofre dissolvidos em 
água e submetidos à fervura, constituindo uma mistura de polissulfetos de cálcio. Foi 
preparada pela primeira vez no ano de 1852, por Grison. Além do seu efeito fungicida, exerce 
ação sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores. Apresenta também ação repelente 
sobre “brocas” que atacam tecidos lenhosos. 
Ingredientes (Para preparar 20 litros de calda) 
• 5 kg de enxofre 
• 20 litros de água 
• 2,5 kg de cal virgem 
 
Modo de Preparo: 
Em tambor de ferro ou latão sobre forno ou fogão, adicionar vagarosamente a cal virgem a 10 
litros de água, mexendo constantemente com uma pá de madeira. No início da fervura, 
misturar vigorosamente o enxofre previamente dissolvido em água quente e colocar o 
restante da água, também pré-aquecida. Ferver uma hora e quando a calda passar da cor 
vermelha para a pardo-avermelhada estará pronta. Após o resfriamento deverá ser coado em 
pano ou peneira fina para evitar entupimento dos pulverizadores, sendo que, a borra restante, 
poderá ser empregada para caiação de troncos de arbóreas. 
A calda pronta deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou vidro escuro e 
armazenada em local escuro e fresco, por um período relativamente curto, sendo ideal sua 
utilização até, no máximo, 60 dias após a preparação. 
Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada 
deve ser diluída. Para controlar essa diluição determina-se a densidade através de um 
densímetro ou aerômetro de Baumé com graduação de 0 a 500 Be (graus de Baumé), sendo 
considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28 a 320 Be. 
 
M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o | 48 
 
 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
 
Hortaliças – pulverizações foliares quinzenais, utilizando-se 0,5 litros para 20 litros de água. 
Observações: a Calda Sulfocálcica é fitotóxica para as cucurbitáceas (abóbora, pepino, 
melancia, melão etc), e também para outras espécies de plantas quando a temperatura 
for elevada. Não aplique sobre a florada, nem nos dias muito quente. Cuidado com os olhos, a 
calda é cáustica e arde na pele e nos olhos. 
O uso rotineiro da calda Sulfocálcica requer certos cuidados que são listados a seguir: 
1 - a qualidade e a pureza dos componentesda calda determinam sua eficácia, sendo que a cal 
não deve ter menos que 95% de CaO; 
2 - a calda é alcalina e altamente corrosiva. Danifica recipientes de metal, roupas e a pele. 
Após manuseá-la, é necessário lavar bem os recipientes e as mãos com uma solução a 10% 
(100 ml/l de água) de suco de limão ou de vinagre em água; 
3 - a calda sulfocálcica pode ser fitotóxica para muitas plantas, principalmente quando a 
temperatura ambiente é elevada, sendo conveniente testá-la antes de emprego em maior 
escala e sempre preferir efetuar os tratamentos à tardinha; 
4 - utilizar equipamento de proteção individual quando das realizações das pulverizações; 
5 - não descartar os excedentes em nascentes, cursos d’água, açudes ou poços; 
6 - Após aplicação de caldas a base de cobre (Bordalesa e Viçosa), respeitar o intervalo mínimo 
de 20 dias para tratamento com sulfocálcica. 
 
 
I. 2- CALDA BORDALESA 
 
É uma suspensão coloidal, de cor azul celeste, obtida pela mistura de uma solução de sulfato 
de cobre com uma suspensão de cal virgem ou hidratada. Acredita-se que foi usada pela 
primeira vez na Europa no ano de 1800 para controle de doenças de origens fúngicas. 
Ingredientes (Para preparar 100 litros de calda a 1%): 
• 1 kg de sulfato de cobre em pedra moída ou socada 
• 1 kg de cal virgem 
• 100 litros de água 
49 | M a n e j o d e P r a g a s p a r a C u l t u r a d o M o r a n g u e i r o 
 
 
 
Modo de preparo 
• O sulfato de cobre deve ser colocado em um saco de pano poroso, deixado imerso em 
50 litros de água por 24 horas, para que ocorra total dissolução dos cristais. Em outro 
vasilhame procede-se a queima ou extinção da cal em pequeno volume d’água; à 
medida que a cal reagir, vai-se acrescentando mais água até que se completem os 50 
litros. 
• Em um terceiro recipiente de cimento-amianto ou plástico, devem ser misturados 
vigorosamente os dois componentes ou acrescentar-se o leite de cal à solução de 
sulfato de cobre, aos poucos, agitando fortemente com uma peça de madeira. 
• Atenção: Antes de usar a calda bordalesa, é preciso fazer o seguinte teste: para saber 
se a calda está ácida ou não, mergulhe na mesma parte da lâmina de uma faca de aço, 
ou outro objeto que não seja inox, por 3 minutos. Se a parte da lâmina que estava 
mergulhada na calda não escurecer, a calda está pronta. Porém, se escurecer, a calda 
está ácida. Desta forma, é preciso misturar um pouco de cal virgem e repetir o teste. A 
reação ácida é indesejável, porque provoca fitotoxicidade decorrente do sulfato de 
cobre livre, formando-se rapidamente um precipitado que prejudica a aplicação. Assim 
a reação deve ser neutra ou, de preferência, levemente alcalina. É necessário coar 
antes das pulverizações. Nesta fase a calda já está pronta para uso, não havendo 
necessidade de diluição. 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
• Hortaliças – tratamento preventivo, através de pulverizações foliares quinzenais. 
• Culturas perenes - realizar pulverizações foliares quinzenais após as manifestações dos 
sintomas das doenças. 
 
Para que serve a Calda Bordalesa? 
• a) Controlar doenças como requeima, pinta preta, antracnose, tombamento, 
ferrugem, rubelose, melanose, verrugose, cercosporiose, míldio, podridão de frutos, 
etc. 
• b) Controlar vaquinhas, angolinhas, cigarrinhas verdes, cochonilhas, tripes, etc. 
 
Atenção: A calda bordalesa deverá ser utilizada assim que estiver pronta. Na época de 
verão, em plantas novas, a calda bordalesa deve ser usada em concentrações 
menores, como: 100g de sulfato de cobre, 100g de cal virgem, para 20 litros de água. 
O uso rotineiro da calda bordalesa deve obedecer a certos requisitos, a seguir 
relacionados: 
1 - O sulfato de cobre deve possuir, no mínimo, 98% de pureza e a cal não deve conter 
menos que 95% de CaO; 
2 - a calda deve ser empregada logo após o seu preparo ou no máximo em três dias; 
quando estocada pronta, perde eficácia com rapidez; 
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3 - aplicar a calda somente com tempo claro e seco; 
4 - os recipientes de plástico, madeira ou alvenaria são os mais indicados, porque não 
são atacados pelo cobre e pela cal; 
5 - utilizar equipamento de proteção individual quando da realização das 
pulverizações; 
6 - não descartar excedentes em nascentes, cursos d’água, açudes ou poços; 
7 - obedecer a intervalos de 15 a 25 dias entre aplicações de calda sulfocálcica e de 
calda bordalesa. 
 
I. 3- EMULSÃO DE QUEROSENE E SABÃO 
 
Ingredientes: 
• 400 g de sabão comum 
• 1 litro de querosene 
• 1 litro de água 
 
Modo de preparo: 
Picar as 400g de sabão em 1 litro de água e colocar no fogo para derreter o sabão. Quando 
ferver, retirar do fogo e misturar 1 litro de querosene, sempre mexendo até que o querosene 
se misture totalmente com a água e o sabão, formando uma pasta cremosa de cor cinza clara. 
Mexer até esfriar. 
 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Recomenda-se no controle de cochonilhas e pulgões. 
 
Como aplicar: 
A emulsão deve ser pulverizada no máximo dentro de três dias, depois de preparada; 
Para controlar cochonilhas, misturar 1 litro da emulsão para cada 8 litros de água; 
Para controlar cochonilhas nos troncos das árvores, misturar 1 litro da emulsão para cada 5 
litros de água; 
Para controlar pulgões, misturar 1 litro da emulsão para cada 15 litros de água; 
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Em plantas mais tenras, novas ou em época quente de muito sol, as pulverizações devem ser 
com concentrações mais fracas; 
A emulsão de querosene e sabão não deve ser pulverizada nas horas mais quentes do dia. 
 
I.4- ENXOFRE 
 
Ingredientes: 
• 1 litro de enxofre líquido Microsol 
• 100 litros de água 
Modo de preparo: 
• Dissolver 1 litro de Microsol em 100 litros de água. 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
• Recomenda-se no controle de ácaros. 
Como aplicar 
• Aplicar três vezes a cada 30 dias, no período de Junho a Agosto. 
Observação: não é tóxico. 
 
 
I. 5- PERMANGANATO DE POTÁSSIO + CAL 
 
Ingredientes: 
 8 litros de água 
 15 gramas de permanganato de potássio 
 100 g de cal virgem 
Misturar em 8 litros de água 15 gramas de permanganato de potássio (previamente dissolvido 
em 1 litro de água morna). Adicionar primeiramente o permanganato de potássio em um 
pouco de água quente, para acelerar o processo, mais 100 g de cal virgem (previamente 
dissolvida em 1 litro de água). 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
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Inseticida (pulgões, lagartas, besouros, ácaros, mosca branca) fungicida (botrytes, mildio e 
oídio). 
 
I.6- SABÃO E SUAS MISTURAS 
Receita 1 
Ingredientes: 
 50 g de sabão de coco em pó 
 5 litros de água. 
 
Preparo: Coloque 50 g de sabão de coco em pó em 5 litros de água fervente. 
Aplicação: essa solução deve ser pulverizada frequentemente no verão e na 
primavera. 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Para o controle de cochonilhas e lagartas. 
Receita 2 
Ingredientes: 
 1 colher (sopa) de sabão caseiro 
 5 litros de água. 
 
Preparo: utilize uma colher (sopa) de sabão caseiro raspado e misture em 5 litros de 
água agitando bem até dissolver o mesmo. Aplicação: essa calda deve ser aplicada 
sobre as plantas com o auxílio de pulverizador ou regador. 
Usos mais frequentes e formas de aplicação: 
Para o combate de pulgões, cochonilhas e lagartas. 
Receita 3 
Ingredientes: 
 1 kg de sabão picado 
 3 litros de querosene 
 3 litros de água. 
 
Preparo: derreta o sabão picado numa panela com água. Quando estiver completamente 
derretido, desligue o fogo e acrescente o querosene mexendo bem a mistura. 
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