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GEOLOGIAge-DO-BRASIL

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 GEOLOGIA ................................................................................................. 4 
2.1 Objetivos do Estudo Geológico ............................................................ 6 
2.2 Tipos de Geologia ................................................................................ 7 
3 TEMPO GEOLÓGICO .............................................................................. 11 
4 GEOLOGIA DO BRASIL ........................................................................... 14 
4.1 Escudos Cristalinos ............................................................................ 16 
4.2 Bacias Sedimentares.......................................................................... 18 
4.3 Terrenos Vulcânicos ........................................................................... 19 
5 GEOLOGIA REGIONAL............................................................................ 20 
5.1 Geologia da Região Norte .................................................................. 21 
5.2 Geologia da Região Nordeste ............................................................ 22 
5.3 Geologia da Região Centro-Oeste ..................................................... 24 
5.4 Geologia da Região Sudeste .............................................................. 26 
5.5 Geologia da Região Sul...................................................................... 27 
6 RECURSOS MINERAIS ........................................................................... 29 
6.1 Principais Recursos Minerais no Brasil .............................................. 32 
7 GEOLOGIA E O MEIO AMBIENTE DO BRASIL ...................................... 36 
7.1 Geologia de Barragem no Brasil ........................................................ 38 
7.2 Geologia de Túneis no Brasil ............................................................. 40 
7.3 Geologia das Estradas Brasileira ....................................................... 42 
8 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA ........................................................................ 43 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 46 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
 
2 GEOLOGIA 
 
Fonte: www.picinguaba.com 
O conceito de Geologia provém de dois vocábulos gregos: geo (“terra”) e logos 
(“estudo”). Trata-se da ciência que analisa a forma interna e externa do globo terrestre. 
Posto isto, a Geologia encarrega-se de estudar as matérias que formam o globo e o 
respectivo mecanismo de formação. Também se enfoca nas alterações que estas 
matérias têm sofrido desde a sua origem e o atual estado da sua colocação. 
Antes do século XVII, a geologia era uma matéria dispersa e dividida. As 
atividades relacionadas a esse campo de investigação direcionavam-se, quase que 
exclusivamente, à reconstrução histórica da terra. 
Os estudos de temas da Geologia são imprescindíveis para a compreensão da 
complexidade da realidade, auxiliando a sociedade na escolha de políticas adequadas 
para o uso e ocupação do solo, do meio ambiente e da utilização dos recursos 
minerais, energéticos e hídricos indispensáveis à vida. 
A Geologia faz parte de um grupo de ciências da Terra denominadas de 
Geociências, que estudam seus materiais, seus processos, história e posição no 
espaço, permitindo uma visão ampla e integrada dos fenômenos da natureza. Elas se 
baseiam no conhecimento geológico da Terra, utilizando-se principalmente dos 
fundamentos científicos da matemática, da física, da química e da biologia, bem como 
do conhecimento geográfico da superfície terrestre. 
 
5 
 
A humanidade, desde os mais remotos tempos, tem demonstrado interesse e 
curiosidade acerca dos fenômenos naturais. Como se formaram os minerais, as 
rochas e as montanhas, o que causa os terremotos, de onde vêm as lavas dos 
vulcões, como se formaram as riquezas minerais, qual a origem do nosso planeta e 
do universo. São questões as quais o homem vem tentando dar respostas através do 
tempo. Assim, a curiosidade natural do homem, desde as civilizações antigas, em 
desvendar os mistérios da natureza com relação a esses fenômenos geológicos, 
levou-o ao estudo da Terra. Entretanto, o principal fator que impulsionou o homem a 
melhor conhecer a geologia da Terra foi o fato de ter que usar materiais extraídos do 
subsolo para atender as suas necessidades básicas. 
Laudan (1993, p.4, apud ODY, 2005, p. 16) diz que o fato de alguns geólogos 
optarem por trabalhar dentro de certos objetivos específicos na geologia, não quer 
dizer que eles neguem ou não busquem os outros objetivos. Apenas a ênfase de suas 
atividades se dá em certo campo de investigação. Também não quer dizer que, se 
esses cientistas optarem por trabalhar dentro dos dois objetivos, não haja diferença 
entre eles. 
Hoje, já se sabe muito mais sobre o funcionamento do planeta do que 30 anos 
atrás. Este progresso no conhecimento deve ser divulgado e assimilado, sendo a 
compreensão do ciclo natural terrestre fundamental para a valorização das relações 
entre o ser humano e a natureza e para a adoção de uma postura mais crítica e mais 
consciente frente aos mecanismos de desenvolvimento da sociedade. 
Embora tenha permanecido distante dos conhecimentos gerais da população 
no Brasil, a Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocupação e 
aproveitamento dos recursos naturais, que compreendem desde os solos onde se 
planta e se constrói, até os recursos energéticos e matérias primas industriais. O 
desconhecimento quantitativo e qualitativo da dinâmica terrestre tem resultado em 
prejuízos muitas vezes irreparáveis para a natureza em geral e para a espécie humana 
em particular. 
A Terra está em constante transformação. Daqui a alguns milhões de anos 
nosso mundo será completamente diferente do que é hoje. Todas essas 
transformações são causadas por forças gigantescas que imprimem movimentos que 
ocorrem de forma contínua, no interior e na superfície da Terra. Os processos 
 
6 
 
geológicos internos que constroem a crosta e os externos que a modificam alteram 
continuamente a aparência do nosso planeta. 
Por serem transformações muito lentas, o homem não pode acompanhá-las em 
sua maioria, pois seu tempo de surgimento é muito pequeno comparado ao tempo de 
existência de nosso planeta. Alguns processos são bastante lentos; outros, no 
entanto, são rápidos e violentos, como terremotos, avalanches, tsunamis. Por trás de 
todos esses processos geológicos estão a ação do calor interno planetário, a 
irradiação do sol e a força gravitacional. Os processos geológicos também controlam 
a evolução da Terra e condicionam o aparecimento de recursos naturais, tão 
necessários para a vida humana e para o desenvolvimento social. 
2.1 Objetivosdo Estudo Geológico 
Os estudos geológicos se concentram na porção externa da Terra constituída 
de rochas e sedimentos, denominada de Crosta terrestre, através do estudo dos 
agentes de formação e transformação das rochas, da composição e disposição das 
mesmas nesta camada terrestre. 
Com relação à divisão de objetivos entre os geólogos, Laudan (1993, p.2, apud 
ODY, 2005, p. 14) diz o seguinte: 
Um é histórico: a geologia procura descrever o desenvolvimento da terra 
desde os seus primórdios até sua forma presente. O outro é causal: a 
geologia procura mostrar as causas que operam para formar a terra e 
produzir seus distintos objetos. Essa distinção corresponde à distinção entre 
“geologia histórica” e “geologia física”. 
É preciso saber aproveitar adequadamente as características da natureza, bem 
como prever e conviver com os fenômenos catastróficos que são sinais da dinâmica 
do planeta. 
Os objetivos da Geologia podem ser sintetizados desta forma: 
 Estudo das características do interior e da superfície da Terra, em várias 
escalas; 
 Compreensão dos processos físicos, químicos e físico-químicos que 
levaram o planeta a ser tal como o observamos; 
 
7 
 
 Definição da maneira adequada (não destrutiva) de utilizar os materiais e 
fenômenos geológicos como fonte de matéria prima e energia para melhoria 
da qualidade de vida da sociedade; 
 Resolução de problemas ambientas causados anteriormente e 
estabelecimento de critérios para evitar danos futuros ao meio ambiente, nas 
várias atividades humanas; 
 Valorização da relação entre o ser humano e a natureza. 
2.2 Tipos de Geologia 
A geologia encarrega-se de estudar as matérias que formam o globo e o 
respectivo mecanismo de formação. Também se enfoca nas alterações que estas 
matérias têm sofrido desde a sua origem e o atual estado da sua colocação. 
Dentro das ciências geológicas, é possível distinguir várias disciplinas. 
 
 Geologia Estrutural 
 
A geologia estrutural é aquela que estuda as estruturas da crosta terrestre. 
Deste modo, analisa a relação entre as diversas rochas que a compõem. 
A análise estrutural da área de estudo compreendeu da observação das 
características macroestruturas (obtidas pela extração de elementos textuais de 
imagens de sensores remotos), por observações de campo e suas correlações com 
as feições micro estruturais, objetivando uma melhor caracterização do 
comportamento deformacional do Complexo de Cana Brava e das unidades 
geológicas adjacentes. 
Na área de estudo a análise integrada das imagens objetivou a delimitação de 
domínios estruturais, importantes para a interpretação da evolução tectônica da área. 
O estudo caracterizou-se pela identificação de lineações e lineamentos utilizando em 
uma primeira etapa imagens de radar e satélite em escalas reduzidas a fim de se 
identificar feições regionais. Seguiu-se da análise de fotografias aéreas, permitindo a 
observação das lineações e lineamentos, em maior detalhe. 
O procedimento para extração de lineamentos constou na confecção de 
overlays de imagens analógicas de radar e satélite, onde predominam elementos 
 
8 
 
negativos de relevo, e de fotografias aéreas onde foram individualizadas lineações de 
drenagem (quebras negativas), quebras positivas e negativas de relevo. 
 
 Geologia Histórica 
 
A geologia histórica, por sua vez, estuda as transformações da Terra, desde a sua 
origem até ao momento. Para facilitar as análises, os geólogos realizaram divisões 
cronológicas como eras, períodos e idades, entre outras. 
Ramo da Geologia dedicado a reconstrução da história evolutiva da Terra, com 
foco nas mudanças continuas do planeta no tempo e no espaço. Tem como objetivo 
o estudo, a datação e o sequenciamento temporal dos processos e eventos 
responsáveis pelas modificações estruturais, geográficas e biológicas ocorridas na 
história da Terra. É uma disciplina de intersecção que lança mão de conceitos e 
ferramentas específicos de outras áreas como Estratigrafia, Tectônica, Estrutural, 
Paleontologia, Geogronologia e Paleogeografia, entre outras. A Geologia Histórica 
conecta e integra diferentes ramos das Geociências. 
Compiani (1990 p.285, apud ODY, 2005, p. 61), ao tecer comentários acerca das 
ideias de Simpson, diz o seguinte: 
O lado histórico da geologia seria, então, o tratamento da atual configuração 
da Terra e de todas as partes, desde o núcleo até a atmosfera. Por estar 
preocupada com a determinação e comprovação das séries configuracionais 
geológicas e suas relações, a geologia é histórica. Simpson considera o 
aspecto histórico como o único realmente característico da geologia. 
Simpson não menciona tal distinção, mas poderíamos, a partir de suas ideias, 
diferenciar geologia física de geologia histórica, como fez Laudan. Assim, estudar os 
elementos imanentes da Terra seria fazer geologia e física simultaneamente; e 
estudar fenômenos particulares e historicamente situados seria fazer simplesmente 
geologia. 
Em geologia histórica, essencialmente você volta no tempo para a formação da 
Terra e seguir em frente através do tempo, testemunhando as mudanças na própria 
Terra e da vida contida nele. 
 
 
9 
 
 Geologia Econômica 
 
A geologia econômica interessa-se pelo estudo das rochas em busca de 
riquezas minerais que possam ser exploradas pelo homem. Quando a geologia acha 
depósitos, é iniciada a exploração mineira. 
Diversos levantamentos de recursos minerais foram realizados nesta área, 
objetivando fomentar o desenvolvimento econômico nesse setor. Estes 
levantamentos ficaram a cargo dos órgãos estaduais e/ou federais. Este trabalho 
refere-se ao recadastramento das ocorrências minerais, visando apresentar um perfil 
mais detalhado da potencialidade mineral da área. Os bens minerais cadastrados 
foram: apatita, argila, asbesto, calcários cristalinos (mármores) grafita e granitos para 
fins ornamentais; sendo, o calcário cristalino o mais importante, apesar de seu 
aproveitamento ser incipiente e rudimentar. A presença de scheelita na região de 
Sumé (PB) foi detectada em sedimento de corrente, e por Beurlen (1965) quando 
observou pequenos pontos desse mineral em quantidades muito pequenas, ao 
estudar as mineralizações de apatita. 
A Geologia Econômica procura classificar os bens minerais com base na 
informação detalhada sobre tipos de minérios e depósitos que detenham valor 
econômico. 
Algumas definições que são importantes dentro desse contexto são: 
Ocorrência mineral: Qualquer minério ou mineral de importância econômica, 
em qualquer concentração, encontrados na rocha ou na superfície, como material 
disperso (blocos rolados). 
 Minério: Mineral ou associação de minerais (rocha) que podem ser explorados 
do ponto de vista comercial. E composto pelos “minerais de minério” e por “minerais 
de ganga”, estes desprovidos de valor comercial. Exemplos de minerais de minério: 
ouro, wolframita, cassiterita, hematita, calcopirita, galena, argentita, esfalerita, barita 
etc. Exemplos de minerais de ganga: quartzo, calcita, turmalina, barita etc. 
 Reserva mineral: Determinado volume de rochas com características próprias, 
passível de aproveitamento econômico. 
 Minério primário: Minério que não sofreu alteração intemperica. Encontra-se 
normalmente em profundidade. Exemplo: depósitos de veios auríferos ou depósitos 
de sulfetos metálicos. 
 
10 
 
 Minério secundário: Minério que sofreu intemperismo e oxidação in situ como, 
por exemplo, minérios supergenicos (lateriticos) de ouro, níquel, alumínio e ferro, ou 
então que sofreu intemperismo, desagregação, transporte e deposição como, por 
exemplo, depósitos aluviais (placeres) de ouro, cassiterita, wolframita etc. 
 Protominério: Concentração mineral de origem primaria, porém subeconomica. 
Sua concentração poderá ser aumentada até o nível de minério pela ação de 
processos naturais, por exemplo, pelo enriquecimento supergênico. 
 Jazidaou depósito mineral: Distribuição em um volume especifico de 
“materiais de ocorrência natural dos quais um mineral ou minerais de valor econômico 
podem ser extraídos com lucro razoável”. Isso dependera da geografia, custo da 
energia, volume e teor do minério, grau de diluição, profundidade e várias outras 
variáveis. 
 Depósito hipogênico: Formado em profundidade por soluções ascendentes. 
 Depósito supergênico: Formado em superfície por soluções descendentes. 
 Rocha hospedeira: Corpo rochoso que engloba outras rochas ou depósitos 
minerais. Por exemplo: uma intrusão granítica contendo xenólitos de anfibolito ou 
qualquer rocha na qual ocorra um deposito mineral. 
 Rocha encaixante: Rocha adjacente que envolve ou que inclui um veio, 
camada ou disseminações de minerais de minério. 
 Corpo de minério: Massa sólida e razoavelmente continua de minério que pode 
incluir tanto minério de baixo teor, ou mesmo zonas estéreis, quanto o minério 
econômico. Os corpos de minério têm de ser necessariamente individualizados por 
sua geometria e características físicas e químicas em relação a rocha hospedeira. 
 Exploração: Relaciona-se a fase de prospecção: busca e reconhecimento da 
ocorrência dos recursos naturais, e estudos para determinar se os depósitos têm valor 
econômico. 
 Explotação: É a retirada (lavra ou mineração) do recurso para fins de 
beneficiamento, transformação e utilização. 
 Subprodutos: Substâncias de interesse econômico que, isoladamente, não 
poderiam ser recuperadas com lucro, mas que podem ser extraídas devido a 
explotação efetuada para obtenção de outras substâncias. 
 
11 
 
 Teor médio: Concentração de uma substancia em um corpo de minério 
normalmente traduzida em porcentagem (%), gramas de metal por tonelada do 
minério (g/t), ou partes por milhão (ppm). 
 Teor de corte: Teor mais baixo de uma substância que pode ser lavrada com 
lucro a partir de um determinado deposito mineral. 
3 TEMPO GEOLÓGICO 
 
Fonte: www.emsinapse.wordpress.com 
O tempo histórico se inicia por volta de 2 milhões de anos quando apareceram 
os primeiros ancestrais do ser humano. É o tempo no qual os seres humanos, 
podemos dizer assim, deixou marcas. Ele é muito recente se comparado ao tempo 
geológico, o ser humano não assistiu grandes alterações no planeta Terra, do ponto 
de vista geológico. Pois quando ele surgiu a configuração geológica do planeta era 
praticamente a mesma. 
O tempo geológico é dividido em eras, que são subdivididas em períodos e 
estes se dividem em épocas. O conjunto que reúne as eras geológicas é conhecido 
como escala geológica. Cada era e seus respectivos períodos são marcados por 
acontecimentos importantes da história da Terra como, por exemplo, o surgimento das 
primeiras formas de vida. 
 
12 
 
A primeira Era é a chamada Pré-cambriana, que se divide em três períodos: 
Azoica, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, esse período é marcado pela não 
existência de vida, esse período durou bilhões de anos. A fase cósmica da Terra. 
Era Arqueozoica (Éon pré-cambriano), ocorreu há cerca de 3,8 bilhões a 2,5 
bilhões de anos atrás. Nessa época, a Terra costumava ser constantemente atingida 
por meteoritos, os vulcões eram inúmeros e estavam sempre em atividade. A 
temperatura era três vezes mais quente do que é atualmente. Mas foi mesmo assim, 
nesse ambiente extremamente hostil, que começaram a surgir os primeiros 
organismos unicelulares. 
Era Proterozoica (Éon pré-cambriano), seu período se constituiu de 2,5 bilhões 
há 540 milhões de anos atrás. Por volta dos 2 bilhões de anos, começou a se 
desenvolver a camada de ozônio, que protege a Terra contra os raios solares 
ultravioletas. O oxigênio começa a se acumular na litosfera, e esses ingredientes 
favoreceram o surgimento de organismos mais complexos, multicelulares. Além disso, 
os continentes Lawrásia e Gondwana começam a se formar. 
A Era Paleozoica está dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, 
Devoniano, Siluriano, Ordoviciano e Cambriano. Nestes períodos houve a existência 
de rochas sedimentares e metamórficas. Existência de cinco continentes: Indo, Afro, 
Brasileiro (Gondwana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Surgiram os peixes e os 
primeiros répteis. 
A próxima Era foi a Mesozoica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico e 
Triássico. Surgiram mamíferos e aves; répteis gigantescos (dinossauros); grandes 
florestas; e rochas sedimentares e vulcânicas. 
Já na Era Cenozoica existem dois períodos, Quaternário e Terciário. Este 
último tem cinco épocas: Plioceno, Mioceno, Oligoceno, Eoceno e Paleoceno. Neste 
período houve o desenvolvimento dos mamíferos e fanerógamos. Os répteis gigantes 
foram extintos, formou-se as bacias sedimentares. 
No período do Quaternário existem duas épocas: Holoceno e Pleistoceno. 
Houve neste período a glaciação no hemisfério norte; delineamento dos atuais 
continentes; formação das bacias sedimentares recentes; aparecimento do homem. 
Cuvier acreditava que as diversas divisões do tempo geológico estavam 
separadas por súbitos cataclismos que destruíam totalmente ou em grande parte a 
 
13 
 
vida sobre a Terra. Mas esta vida extinta era substituída por novas floras e novas 
faunas no período geológico seguinte (Adams, 1954, p.268, apud ODY, 2005, p. 22). 
A geologia sempre buscou entender os fenômenos findados, em uma escala 
de milhões de anos ou até bilhões de anos, por intermédio do registro geológico das 
rochas, fósseis e uma infinidade de estruturas geológicas que escaparam dos 
fenômenos erosivos para se eternizar no “livro das rochas. ” A leitura do “livro das 
rochas” é complicada em função de sua natureza de registros incompletos, 
descontínuos, superpostos e repetitivos ao longo da história geológica do planeta. 
Nesse sentido a geologia buscou ordenar e comparar eventos passados em 
uma escala de tempo padronizada e aplicada para o mundo inteiro. Antes disso, a 
espécie humana ao longo de sua história recente, teve que passar por mudanças 
paulatinas de natureza dogmática, cultural e política até estabelecer os padrões 
atualmente aceitáveis sobre sua própria percepção da história evolutiva da Terra. As 
concepções iniciais que tratavam sobre a idade da Terra em tese estabeleceram da 
mesma forma, as bases do surgimento da geologia. Foram os últimos dois séculos 
que registraram os primeiros tratados que se responsabilizaram em analisar a Terra 
como sendo extremamente mais antiga do que se considerava. De uma escala 
milenar a origem da Terra se envolveu em teorias imersas em escala de bilhões de 
anos. Dois grandes acontecimentos na história da civilização humana foram 
responsáveis por consolidar a Geologia como uma ciência: 
 O iluminismo onde o ser humano abandona o dogma sobrenatural e assume 
uma postura investigativa sobre os fenômenos naturais, postulando suas teorias a 
serviço do senso comum na emergente sociedade científica. 
 A revolução Industrial período histórico em que se incrementou a demanda 
por matérias primas e recursos energéticos da Terra (Litosfera). 
Para ordenar e comparar eventos passados, foi desenvolvida com os estudos 
geológicos uma escala de tempo padronizada e aplicado no mundo inteiro, com base 
nos métodos de datação utilizados pela geologia. 
Chama-se de Datação ao estabelecimento de idades de eventos decorridos ao 
longo do tempo geológico. Existem duas modalidades de datação geológica: 
- Datação Relativa que estabelece idades apenas em termos posicionais 
(posição relativa), onde o ordenamento dos eventos se faz através de um conjunto de 
 
14 
 
métodos observacionais, baseados em princípios geológicos básicos e conteúdo 
fossilífero, conhecidos como métodos de datação relativa. 
- Datação Absoluta que estabelece idades em termos quantitativos (centenas, 
milhares, milhões ou bilhões de anos), onde as técnicas de determinação baseiam-se 
na observação de processos que ocorram com umaconstante e mensurável 
velocidade ou de processos com forte registro anual. Essas técnicas correspondem 
aos chamados métodos de datação absoluta. 
4 GEOLOGIA DO BRASIL 
 
Fonte: www.geologia.com 
O Brasil está totalmente contido na plataforma sul americana, cuja evolução 
geológica se mostra bastante complexa. Segundo o modelo das placas tectônicas, o 
dinamismo inerente às regiões limítrofes dessas placas vem a ser a causa de 
terremotos e vulcanismo. No entanto, o território brasileiro encontra-se afastado dos 
limites externos da placa em questão, o que explica a estabilidade hoje existente do 
ponto de vista geológico. 
O Brasil, com 8.547.403,5 km2, é um país de dimensões continentais. A área 
terrestre corresponde a 8.491.194 km2, e as águas internas, a 55.547 km2. Entre 
todos os países de dimensões continentais, é o único cujo território é totalmente 
habitável. Isso não ocorre, por exemplo, nas áreas geladas do Canadá, nas regiões 
 
15 
 
desérticas da China e da Austrália, nas regiões das Montanhas Rochosas e nos 
desertos dos Estados Unidos da América. Também a Federação Russa, o país com 
a maior extensão territorial do mundo (17.075.400 km2), tem enormes dificuldades de 
ocupar a vasta planície siberiana, em grande parte ainda desértica devido ao frio 
rigoroso. 
O primeiro cálculo oficial da superfície brasileira ocorreu em 1922. Estimou-se, 
então, que nosso território teria 8.511.189 km2. Como se explica essa diferença de 36 
mil km ao quadrado em relação à atual estimativa oficial, se não houve incorporação 
de áreas? A diferença é uma consequência do desenvolvimento da cartografia, que 
tem utilizado tecnologias mais modernas, resultando em informações cada vez mais 
precisas. 
No Brasil, não há nenhuma cadeia montanhosa suficientemente elevada e 
nenhuma região desértica que possam dificultar, ou mesmo impedir, sua ocupação 
populacional. Em nenhuma região a pluviosidade média anual é inferior a 300 mm – 
e o limite convencionado para caracterizar uma zona desértica é de 250 mm. Não há 
altitudes que ultrapassem 3.200 m; nada de geleiras ou neves eternas. E as quedas 
de neve, para tristeza de muitos, ocorrem apenas em algumas regiões serranas do 
Sul. Assim, todas as regiões têm uma grande importância no presente e, certamente, 
um enorme valor potencial no futuro. Nesse sentido, pode-se dizer que o Brasil é um 
país com um futuro promissor. Entre todos os países do mundo é o que tem a maior 
capacidade de aproveitamento espacial. 
A grande extensão territorial brasileira possibilita a expansão da agricultura e 
pecuária, graças à diversidade de zonas climáticas. O potencial de recursos vegetais 
e minerais é bastante amplo. Mas a mesma extensão territorial traz consigo uma série 
de problemas, como as grandes distâncias a serem vencidas por rodovias e ferrovias, 
cujas construções são custosas. 
O Brasil está totalmente contido na Plataforma Sul-Americana, cujo embasamento 
de evolução geológica é muito complexo, remontando à era Arqueano. Teve a sua 
consolidação completada entre o período Proterozoico Superior e o início do período 
Paleozoico, com o encerramento no ciclo Brasiliano. 
O embasamento da Plataforma Sul-Americana acha-se essencialmente 
estruturado sobre rochas metamórficas de fácies anfibolito a granutlito e granitoides 
de idade arqueana, associado às unidades proterozoicas que são representadas por 
 
16 
 
faixas de dobramentos normalmente de fácies xisto-verde e coberturas sedimentares 
e vulcânicas, pouco o nada metamorfizadas e diversos granitoides. 
Esse embasamento acha-se extensamente exposto em grandes escudos, 
separados entre si por coberturas fanerozoicas, cujos limites se estendem aos países 
vizinhos. Destacam-se os escudos das Guianas, Brasil Central e Atlântico. 
O escudo das Guianas compreende o norte da bacia do Amazonas. O escudo do 
Brasil-Central, ou Guaporé, estende-se pelo interior do Brasil e sul dessa bacia, 
enquanto o escudo Atlântico expõe-se na porção oriental atingindo a borda atlântica. 
Esses escudos estão expostos em mais de 50% da área do Brasil. 
Sobre essa plataforma desenvolveram-se no Brasil, em condições estáveis de 
ortoplataforma, a partir do Ordoviciano-Siluriano, as coberturas sedimentares e 
vulcânicas que preencheram espacialmente três extensas bacias com caráter de 
sinéclise: Amazonas, Paraíba e Paraná. Além dessas bacias, diversas outras bacias 
menores, inclusive bacias costeiras e outras áreas de sedimentação ocorrem 
expostas sobre a plataforma. 
A superfície do nosso país constitui-se basicamente por três estruturas geológicas: 
escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos. 
4.1 Escudos Cristalinos 
 
Fonte: www.plantasdobrasil.com 
 
17 
 
Geologicamente estáveis, os crátons têm grande importância econômica 
porque abrigam as principais jazidas de minerais metálicos, como ferro, manganês, 
cobre. Por serem muito antigos, a ação dos agentes externos do relevo (clima, rios, 
mar etc.) modelou-os, dando origem a formas arredondadas, os planaltos cristalinos. 
Do território brasileiro, 36% correspondem aos escudos cristalinos, assim distribuídos: 
• 32% são da Era Arqueozoica. Esses terrenos, os mais antigos do país, são 
constituídos por rochas magmáticas intrusivas ou internas (como o granito) e 
metamórficas (como o gnaisse) e formam o chamado Embasamento ou Complexo 
Cristalino Brasileiro; 
• 4% são terrenos da Era Proterozoica, em que predominam as rochas 
metamórficas. Possuem grande importância econômica porque neles se localizam as 
principais jazidas de minerais metálicos do país. É o caso das jazidas de ferro do 
Quadrilátero de Ferro (MG), da Serra dos Carajás (PA) e do Maciço de Urucum (MS); 
das jazidas de manganês da Serra do Navio (AP); da bauxita de Oriximiná (PA); da 
cassiterita de Rondônia. 
Podemos também considerar os escudos cristalinos em dois grandes blocos: o 
Escudo das Guianas, situado ao norte, e o Escudo Brasileiro, que abrange as porções 
central, leste e sul do país e se encontra subdividido em várias partes denominadas 
núcleos ou escudos propriamente (Sul-Amazônico, Atlântico, Uruguaio-Sul-Rio-
Grandense). 
 
18 
 
4.2 Bacias Sedimentares 
 
Fonte: www.iguiecologia.com 
As bacias sedimentares cobrem 64% da área total do Brasil e classificam-se, 
quanto à extensão, em grandes bacias (Amazônica, do Meio-Norte, Paranaica, São-
Franciscana e do Pantanal) e pequenas bacias (do Recôncavo Baiano, de São Paulo, 
de Curitiba). 
Quanto à idade, classificam-se em bacias antigas - paleozoicas (São 
Franciscana e Paranaica) e mesozoicas (Meio-Norte e do Recôncavo) - e bacias 
recentes - cenozoicas terciárias (Central e Costeira) e quaternárias (Amazônica e do 
Pantanal). 
As bacias sedimentares são estruturas geológicas resultantes da ação erosiva 
na etapa de sedimentação, ou seja, são depressões preenchidas ao longo do tempo 
com sedimentos e rochas como mostrado na figura ao lado. 
Essas estruturas têm grande importância econômica pelo fato de abrigarem 
jazidas de recursos minerais energéticos, como o petróleo e o carvão mineral. 
O petróleo extraído no Brasil é proveniente de bacias sedimentares tanto 
continentais (por exemplo, a Bacia do Recôncavo Baiano) quanto marítimas (por 
exemplo, a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro). No tocante ao carvão mineral, as 
principais jazidas e a quase totalidade da produção encontram-se na Bacia Paranaica, 
a maioria em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. 
 
19 
 
Além de formar as reservas energéticas, as bacias também acumulam entre os 
grãos de suas rochas porosas uma enorme quantidade de água, formando os grandes 
reservatórios subterrâneos, chamados de aquíferos. 
4.3 Terrenos Vulcânicos 
 
Fonte: www.climatologiageografica.com 
Esse tipo de estrutura geológica é uma formação bem mais rara, em 
consequência disso ocupa poção não tão relevante do território brasileiro. Esses 
terrenosforam submetidos a derrames vulcânicos, as lavas deram origem a rochas, 
como o basalto e o diabásio, o primeiro é responsável pela formação dos solos mais 
férteis do Brasil, a “terra roxa”. Na estrutura Geológica do Brasil, veremos essa 
estrutura representada na cor roxa/rosa escuro no mapa, e podemos observar a 
localização desse terreno na região sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 
pode-se perceber nesses estados a presença do solo fértil, onde a terra é vermelha, 
escura, solo derivado do basalto, rocha presente nessa região em razão 
derramamento de magma já ocorrido nesse local. 
Durante a era Mesozoica algumas regiões sofreram com a ação de fortes 
derrames vulcânicos. Em especial, na Bacia do Paraná, as lavas se propagaram por 
grandes extensões formando depósitos de basaltos e diabásicos. 
 
20 
 
5 GEOLOGIA REGIONAL 
 
Fonte:www.mundoeducacao.com 
A evolução dos conhecimentos sobre a região segue duas vertentes, sendo 
uma histórica, porquanto escrita, e a outra sem o registro escrito, embora com vasta 
documentação de campo, tantos são os vestígios da ocupação do homem na 
atividade de garimpagem; nessa ocupação, se misturam portugueses, franceses e até 
chineses. 
De forma mais abrangente, a área de estudo insere-se no contexto da Província 
Mantiqueira. Esta, por sua vez, é considerada como um sistema orogênico de idade 
Neoproterozoica, que ocorre do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, e constituído 
pelos orógenos Araçuaí, Ribeira, Brasília Meridional, Dom Feliciano e São Gabriel 
(HEILBRON et al., 2004, apud OLIVEIRA, 2018, p. 10). 
A Província Mantiqueira pode ser subdivida em três segmentos geográficos: 
Segmento Setentrional, que corresponde ao Orógeno Araçuaí; Segmento Central, que 
engloba a Faixa Ribeira, a Zona de Interferência entre os orógenos Brasília e Ribeira, 
os terrenos Apiaí, São Roque e Embu; Segmento Meridional, que inclui os orógenos 
Dom Feliciano e São Gabriel. O processo orogenético se deu de forma diacrônica na 
Província Mantiqueira, isto é, em períodos de tempo similares ocorreram diferentes 
estágios de evolução nos vários segmentos de um mesmo sistema. Neste caso, a 
 
21 
 
Orogenia Brasiliana, responsável pela amalgamação do Paleocontinente Gondwana 
Ocidental, foi o período diacrônico que gerou a estruturação do embasamento da 
Plataforma Sul-Americana (HEILBRON et al., 2004, apud OLIVEIRA, 2018, p. 10). 
A Província Mantiqueira é constituída, portanto, de rochas do embasamento, 
principalmente orto- e paragnaisses paleoproterozóicos (com ocorrências de rochas 
arqueanas), e de rochas supra crustais paleoproterozoicas a neoproterozoicas, as 
quais foram introduzidas por corpos plutônicos pré, e pós-colisionais durante a 
colagem orogênica brasiliana. 
A análise estrutural da área de estudo foi realizada em escala de afloramento 
(mesoescala) e foi levado em consideração a geometria das estruturas, a distribuição 
espacial e os indicadores cinemáticos encontrados. Podem-se caracterizar as 
estruturas observadas em campo como estruturas de deformação (secundárias) com 
trama planar, desenvolvidas em regime dúctil e/ou rúptil. Dentre elas destaca-se a 
foliação metamórfica, o bandamento gnáissico e a foliação milonítica. Incluem-se 
ainda falhas, fraturas e boudins (trama linear) que ocorrem com menos frequência. 
5.1 Geologia da Região Norte 
A riqueza que a distingue é uma condição que sempre aparece junto com 
elementos como cobiça e ganância, que se revelam presentes na história de exclusão 
e expropriação da região. Boa parte do que se pensa sobre a Amazônia é estendido 
para a região Norte, composta pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, 
Tocantins, Rondônia e Roraima; apenas um deles encontra-se fora da área da grande 
floresta equatorial. A região Norte possui uma vasta área geográfica – 3.853.322,2 km 
ao quadrado, com aproximadamente 16 milhões de habitantes, dos quais cerca de 
38% são crianças e adolescentes até 17 anos,1 constituindo, portanto, a população 
mais jovem de todo o País. 
Corroborando com a diversidade de condições de vida na região, seus dois 
maiores estados, Amazonas e Pará, possuem distribuição populacional praticamente 
oposta. Enquanto o Amazonas concentra cerca de 70% de sua população na capital, 
no Estado do Pará o mesmo percentual é distribuído no interior do Estado ficando 
apenas cerca de 30% na região metropolitana de Belém. A diversidade de sujeitos da 
região coloca, dentre tantos desafios, o de construir sua própria história, contrapondo-
 
22 
 
se à maneira com que esta vem sendo engendrada por pessoas oriundas de outras 
regiões do Brasil ou de outros países, que muitas vezes veem e utilizam a região a 
partir da perspectiva colonialista, de exploração das riquezas naturais e do 
conhecimento da população local. Diante deste contexto, cabe salientar que reunir 
dados sobre a educação na região Norte do Brasil é uma tarefa complexa, 
considerando este cenário de condições difíceis, muitas vezes extremas. 
As contradições aparecem o tempo todo. Se esta região possui a maior e mais 
profusa rede de rios e igarapés do País, em algumas escolas não há água potável 
para as crianças beberem. A riqueza de recursos de mineração, agropecuários e 
fluviais é tanta que atrai aventureiros de diversas partes do mundo; no entanto, o 
esgoto a céu aberto revela-se realidade bastante recorrente no Norte: 32,2%, segundo 
censo de 2010; os domicílios com saneamento adequado são apenas 22,4%, 
porcentagem baixíssima, especialmente ao se comparar com o que se verifica no 
Sudeste: 82,3%. Por outro lado, em razão de conflitos agrários, nos últimos dez anos 
1.855 pessoas sofreram ameaças de morte no Brasil. 
A bacia sedimentar do Amazonas apresenta-se de modo superficial como uma 
grande planície de características topográficas com aparência de homogeneidade, 
revestida de formações florestais e com povoamento fraco. Nela, a aparência suave 
das formas mascara, nesse meio tempo, características geologicamente estruturais e 
de complexidade de tectonismo. 
As principais feições estruturais desta bacia podem ser classificadas como 
lineamentos com orientações preferenciais NW-SE, mais antigos, e NESW, mais 
novos. 
Os sedimentos mais antigos desta bacia correspondem aos depósitos Pré-
Cambrianos da Fm Prosperança, sotopostos à Fm Acari, são reunidos no Grupo 
Purus, depositados antes da efetiva implantação da sinéclise, considerados unidades 
secundárias na carta estratigráfica da bacia e parte do embasamento econômico 
desde o ponto exploração de hidrocarbonetos. 
5.2 Geologia da Região Nordeste 
A geomorfologia do Nordeste brasileiro é notadamente marcada por estruturas 
deformacionais dúcteis e rúpteis impressas no embasamento cristalino pré-
 
23 
 
cambriano. Essas estruturas são representadas por um conjunto de morfologias 
desenvolvidas em zonas de falhas herdadas da estruturação pré-cambriana. Em 
termos genéticos essa estruturação se inicia a partir da orogênese Brasiliana no 
Neoproterozoico (BRITO NEVES, 1999, apud MAIA, 2014, p.133) e na Tectônica 
Cretácea que culminou com a separação do megacontinente Pangea (PEULVAST E 
CLAUDINO SALES, 2003, apud MAIA, 2014, p.133). 
Esta área é caracterizada por relevos desenvolvidos em litotipos variados, com 
destaque para as Bacias paleozoicas e mesozoicas, os maciços cristalinos e as 
depressões sertanejas, todos com padrões de dissecação orientados segundo as 
direções das principais zonas de cisalhamento transcorrentes. As altitudes variam de 
0 a 200m na faixada costeira aumentando suas amplitudes em direção ao interior, 
onde podem ultrapassar os 1.000m no topo dos maciços mais elevados. 
Nesse aspecto, o relevo do maciço da Borborema corresponde ao conjunto de 
terras altas que se distribuem ao longo da fachada do Nordeste oriental do Brasil, ao 
norte do rio São Francisco, acima da cota 200 m, cujos limites são marcados poruma 
série de desnivelamentos topográficos, sendo sua gênese epirogênica associada à 
fragmentação de Pangea e ao magmatismo intraplaca atuante ao longo do Cenozoico 
(CORREA et al., 2010, apud MAIA, 2014, p.127). 
A partir de um soerguimento de origem poligênica, seriam desencadeados os 
processos de erosão linear, originando vertentes que, submetidas à aridez, recuariam 
lateralmente mantendo sua altimetria, interpretada como paleosuperfície. O papel da 
tectônica seria evidenciado no sentido de promover as variações dos níveis de base, 
induzindo à dissecação. 
Entretanto, através dos dados de campo e sensoriamento remoto será 
demonstrado que este relevo é controlado por zonas de cisalhamento dúcteis e suas 
reativações. Dois aspectos são importantes para este controle. O primeiro controle é 
exercido pela erosão diferencial. Nesse aspecto as Zonas de cisalhamento são 
geralmente marcadas por corpos graníticos, que são mais resistentes à erosão 
originando dessa forma sobressaltos topográficos. O segundo controle é aquele dado 
pela reativação frágil das zonas de cisalhamento. Este por sua vez têm gerado 
abatimentos e soerguimentos segundo os planos de deformação brasiliana originando 
dessa forma um relevo notoriamente marcado por trends de lineamentos estruturais. 
 
24 
 
As zonas de cisalhamento se formaram em nível crustal profundo. Entretanto 
foram reativadas em vários níveis crustais. Estas reativações produziram 
deformações no campo dúctil-rúptil e rúptil. Ambos esses processos são potenciais 
geradores de trends de lineamentos que para a geomorfologia, são considerados 
importantes feições relacionadas a deformação tectônica. Tais deformações são 
associadas a estruturas de subsuperfície, sendo passíveis de serem identificáveis no 
terreno e em imagens de sensores remotos. Assim é importante destacar a natureza 
estrutural do relevo seja através do controle exercido na erosão diferencial em virtude 
da heterogeneidade litológica associada a zonas de deformação dúctil e aos planos 
de foliação, seja através dos efeitos das reativações tectônicas. No Nordeste 
Brasileiro as reativações tectônicas cenozoicas são responsáveis pelo 
rejuvenescimento de maciços cristalinos através de seu soerguimento ou pelo 
abatimento de blocos por subsidência que resulta na formação de pequenas bacias 
interiores. 
Em termos gerais, o controle estrutural do relevo é evidenciado a partir da 
dissecação sobre estruturas tectônicas dúcteis e rúpteis. No primeiro caso ocorrem 
principalmente os alinhamentos de cristas e os vales orientados originando trends de 
lineamentos (NE-SW e E-W) positivos e negativos que passam a evidenciar em suas 
formas a trama estrutural vigente. Já o segundo caso, as deformações de caráter rúptil 
condicionam a dissecação e a deposição quaternária. Isso ocorre através do controle 
estrutural de drenagem que os rios apresentam ao atravessarem zonas de falhas 
ativas. 
5.3 Geologia da Região Centro-Oeste 
O relevo desta região se caracteriza pela predominância do extenso Planalto 
Central, chegando a atingir altitudes superiores a 1000 metros. Compreende todo o 
estado de Goiás e o Distrito Federal, recebendo o nome local de Planalto Goiano, 
seguindo para o oeste até a planície do Araguaia e ao sul até o Planalto Sedimentar 
da Bacia do Rio Paraná. É formado por terrenos antigos e fortemente aplainados pela 
erosão, que deu origem a grandes chapadas, como a dos Parecis, dos Guimarães e 
dos Veadeiros. 
 
25 
 
A origem geológica de grande parte do território do Centro-Oeste, datada do 
Pré-cambriano e do Paleozoico, permite que a região apresente grandes 
possibilidades de ocorrência de recursos minerais. A produção de minérios, no 
entanto, é ainda pouco significativa quando comparada à de outras regiões brasileiras, 
como o Norte e o Sudeste. 
Entre as ocorrências registradas, merecem destaque as produções de ferro e 
manganês encontrados no maciço de Urucum, no interior do pantanal Mato-
grossense. 
A extração é feita pela Companhia Vale do Rio Doce, com a maior parte da 
produção direcionada para o mercado externo, representado pelos vizinhos Paraguai, 
Argentina e Uruguai. O escoamento para esses países se faz pelo porto de Corumbá, 
em Mato Grosso do Sul, e pela navegação fluvial no rio Paraguai, que é navegável cm 
toda a sua extensão. 
Uma parte menor da produção está voltada para o mercado interno, sendo 
consumida na própria região, na pequena siderurgia local, ou sendo transportada para 
as siderúrgicas do Sudeste, especialmente para a Cosipa, na Baixada Santista. 
Entre as outras reservas minerais da região, destaca-se a de níquel, importante 
recurso para a indústria do aço, que tem sua maior ocorrência na cidade de 
Niquelândia, ao Norte de Goiás. Essa reserva é responsável por 80% da produção 
brasileira do minério. 
No extrativismo vegetal, sobressaem a extração de látex (borracha) e de 
madeiras cm geral, na porção setentrional da região, e de erva-mate e madeiras, na 
porção meridional. 
O setor industrial é muito precário e se restringe às atividades ligadas à 
produção agro extrativa, como as indústrias de beneficiamento de arroz, pequenos 
frigoríficos indústrias de couro, além de algumas metalúrgicas e madeireiras, que, no 
conjunto, absorvem um pequeno contingente de mão-de-obra e se utilizam de 
equipamentos e recursos técnicos pouco avançados. Nessas condições, é pouco 
significativa a participação da produção industrial regional. 
 
26 
 
5.4 Geologia da Região Sudeste 
A região sudeste é formada por quatro estados incluindo Minas Gerais, Espírito 
Santos, Rio de Janeiro e São Paulo, é uma região que é composta por planícies, 
algumas depressões, serras e praias cariocas. O clima desta região é tropical 
principalmente na parte setentrional da região, a temperatura nesse local é elevada e 
composta por vegetação tropical. 
A evolução da paisagem na superfície terrestre é controlada pela interação 
entre a atuação de processos tectônicos e superficiais, sendo que entender o 
funcionamento desta dinâmica entre ambos tem sido fundamental para a criação de 
novos modelos dessa evolução em diversas regiões do planeta (REINERS & 
SHUSTER, 2009, apud TIRITAN, 2016, p. 292). 
Os corpos alcalinos do Itatiaia, fisograficamente pertencem ao sistema 
montanhoso da serra da Mantiqueira, destacando-se topograficamente na fronteira de 
Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Despertam a atenção pela imponência de suas 
saliências rochosas, tendo nas Agulhas Negras e na Pedra do Couto as suas maiores 
expressões altimétricas. Representam um a intrusão de magma alcalino, cujas rochas 
logo chamaram a atenção de leigos e geólogos, pelo contraste facilmente observado 
quando comparadas ao gnaisse do escudo cristalino. A primeira proposta de 
reconhecimento de Superfície de aplainamento para o Brasil foi feita por De Martonne 
(1943), onde tece considerações sobre a evolução do relevo no Brasil a partir da 
apreensão e interpretação de mecanismos de erosão diferencial e de tectônica na 
explicação do desenvolvimento das formas de relevo. A interpretação deste autor 
baseou-se nos traços gerais do relevo brasileiro a partir do qual sugere um bloco 
antigo soerguido e fraturado. Destaca, ainda, que a importância de aspectos 
geológicos é tão evidente que, não apenas relevos de grandes dimensões como as 
Serras do Mar e da Mantiqueira e o vale do Paraíba podem ser vistos em cartas 
1:100.000, mas também longos alinhamentos de cristas de direção E-W ao norte de 
São Paulo, bem como N-S no sudoeste de Minas Gerais. 
O mega domínio do Brasil de Sudeste teve continuada atuação, a diferentes 
níveis tectônicos, desde o Carbonífero superior até nossos dias. A crosta continental 
teria então sofrido um soerguimento uniforme e os stocks alcalinos apresentando um 
decréscimo nas idades entre Poços de Caldas e Cabo Frio sugerem que o 
alinhamento magmáticotenha surgido em resposta à passagem da crosta continental 
 
27 
 
espessa da Placa Sul Americana sobre o hot spot de Trindade (ZALÁN & OLIVEIRA, 
2005, apud TIRITAN, 2016, p. 293). Os autores colocam ainda que no final do período 
Cretáceo um mega planalto é gerado sendo invadido por intrusões de natureza 
alcalina, sendo denominado de Serra do Mar Cretácea, posteriormente aplainada pela 
superfície Japi em torno de uma altitude média de 2000 m. 
O trabalho de Almeida (1964) é um marco de referência na literatura 
geomorfológica do Sudeste Brasileiro, sobretudo por enfatizar a morfologia estrutural, 
como já mencionado, e por postular um contexto morfoclimático bastante homogêneo 
desde o Neógeno, e semelhante ao atualmente vigente, para todo o território paulista. 
Associa-se a toda esta discussão de desenvolvimento das superfícies de 
aplainamento a formalização e aceitação da Teoria da Tectônica de Placas como uma 
nova perspectiva de análise aos estudos geomorfológicos em escala regional e até 
mesmo continental. 
A concepção de superfícies de aplainamento pode, ainda, ser relacionada a 
uma das mais discutidas teorias que buscam explicar o mecanismo evolutivo do relevo 
sob condições de diferentes taxas de intemperismo desde o Paleógeno. 
Nas regiões tropicais e subtropicais, por exemplo, em que o papel da atividade 
orogenética tem importante significado na evolução do relevo, as feições morfológicas 
são caracterizadas por elevadas taxas de intemperismo e desnudação. A variação nas 
taxas de morfogênese teve ainda grande variação, principalmente, durante os últimos 
milhares de anos, em função das intensas e rápidas oscilações climáticas 
características deste Período geológico. Em fases glaciais a velocidade da taxa de 
intemperismo pode ter sofrido uma redução de 50% em relação às regiões 
temperadas úmidas (THOMAS, 1994, apud SILVA, 2016, p. 18). Para as regiões 
tropicais a dinâmica dos processos de intemperismo é o componente central de 
compreensão do Neógeno bem como da evolução da paisagem. 
5.5 Geologia da Região Sul 
Em termos geomorfológicos, pois poucos estudos buscaram, de fato, elucidar a 
gênese e evolução de longo-termo dessa região. 
A região sul da Serra Norte, Província Mineral Carajás, é constituída pelo Grupo 
Grão-Pará, neoarqueano, e pela Unidade Caninana, uma nova unidade 
 
28 
 
paleoproterozoica proposta, baseada em idades de zircões detríticos e nas relações 
estruturais com a Falha Carajás. O Grupo Grão-Pará é formado pela intercalação de 
jaspelito e minério de ferro de alto teor da Formação Carajás de rochas vulcânicas 
máficas da Formação Parauapebas, que é sobreposta por siltitos da Formação Águas 
Claras. A Unidade caninana compreende rochas sedimentares detríticos fluviais 
(arenitos, conglomerados), com deposição provavelmente controlada por episódios de 
reativação extensional da Falha Carajás no Paleoproterozoico, entre as idades de 
2011 e 1880, sendo uma provável bacia de idade transamazônica. 
Estudos petrológicos, petrográficos, geoquímicos, geocronológicos e de minerais 
pesados permitem afirmar que a proveniência sedimentar da Unidade Caninana é 
derivada de rochas dos domínios Carajás, Bacajá e Rio Maria. Análises geoquímicas 
de rochas da Formação Parauapebas apontam assinatura cálcio-alcalina, associação 
de arco vulcânico e contaminação crustal, sugerindo sua formação em ambiente de 
arco magmático. Peperitos formados por rochas vulcânicas intrusivas rasas da 
Formação Parauapebas nos sedimentos ferríferos inconsolidados da Formação 
Carajás indicam a contemporaneidade dessas duas formações. 
O arcabouço estrutural da região foi gerado em três fases deformacionais 
compressivas e uma extensiva: as fases D1 e D2 foram desenvolvidas em regime 
dúctil-rúptil, provavelmente num evento progressivo e afetaram somente o Grupo 
Grão-Pará. A fase D1 é definida por dobras suaves a abertas, de eixo sub horizontal 
NW -SE, parasíticas do flanco norte da Dobra de Carajás. A Fase D2 é representada 
pela Zona de Cisalhamento Carajás, de direção NW -SE, caracterizada por zonas de 
cisalhamento transpressivas e dobras reclinadas com caimento para SW e padrão em 
"S". A fase D3 afetou todas as unidades no Paleoproterozoico, sendo constituída por 
falhas inversas rúpteis, em parte reativações das falhas D2, que provocaram inversão 
estratigráfica, provavelmente associadas ao Evento Transamazônico. A Fase D4 é 
definida por falhas normais verticais e lineamentos. Clastos de minério de ferro 
compacto e clastos cortados por vênulas de óxidos de ferro que não cortam a matriz 
das rochas da Unidade Caninana indicam ter ocorrido mineralização de ferro 
hidrotermal. 
 
29 
 
6 RECURSOS MINERAIS 
 
Fonte: www.cristaisaquarius.com 
Os minerais são definidos como “substâncias inorgânicas sólidas e 
homogêneas que ocorrem naturalmente, com composição química definida e arranjo 
cristalino ordenado”. Minerais podem ser metálicos como, por exemplo, o ouro (Au) e 
a calcopirita (CuFeS2) ou não metálicos como, por exemplo, barita (BaSO4), calcita 
(CaCO3) e halita (NaCl). 
Recursos minerais são concentrações de materiais rochosos que podem ser 
utilizados pelo homem. Eles são fonte de grande parte dos materiais que compõem a 
base da sociedade industrial moderna. Entre esses encontram-se ferro, cobre, 
alumínio, zinco, ouro, materiais de construção e muitas outras substâncias metálicas 
e não metálicas. Petróleo, gás natural, carvão mineral e minerais radioativos (que 
contêm urânio e tório) estão incluídos no grupo dos recursos energéticos. 
Depósitos minerais são tipos especiais de rochas, as quais, assim como todas 
as demais, têm sido continua- -mente criadas e destruídas pelos processos geológicos 
que atuam no interior e na superfície do planeta Terra. Esses processos, chamados 
metalogenéticos, compreendem mudanças químicas nos quais os elementos ou os 
compostos que estavam dispersos em grandes volumes de rochas foram coletados e 
concentrados em espaços relativamente pequenos para formar as zonas 
mineralizadas. 
 
30 
 
O subsolo brasileiro possui importantes depósitos minerais. Partes dessas 
reservas são consideradas expressivas quando relacionadas mundialmente. O Brasil 
produz cerca de 70 substâncias, sendo 21 dos grupos de minerais metálicos, 45 dos 
não-metálicos e quatro dos energéticos. 
Em termos de participação no mercado mundial em 2000, ressalta-se a posição 
do nióbio (92%), minério de ferro (20%, segundo maior produtor mundial), tantalita 
(22%), manganês (19%), alumínio e amianto (11%), grafita (19%), magnesita (9%), 
caulim (8%) e, ainda, rochas ornamentais, talco e vermiculita, com cerca de 5% 
(Barreto, 2001, apud FARIAS, 2002, p. 5). 
Em diferentes épocas existiram no território brasileiro zonas de placas 
divergentes, zonas de subdução e zonas de colisão. Em parte, as províncias 
metalogenéticas brasileiras constituem herança das condições específicas de nossa 
história geológica. Além disso, no domínio intraplaca atuam as plumas do manto, às 
quais se relacionam soerguimentos, rifteamentos e manifestações magmáticas. Essas 
condições podem gerar derrames e intrusões básicas, portadoras de níquel, platina e 
cobre, e intrusões de rochas alcalinas, em parte com carbonatitos associados. Dentre 
os exemplos brasileiros existem corpos que abrigam, entre outros, elementos como 
urânio (Poços de Caldas, MG), apatita e nióbio (Araxá, MG), fluorita (Criciúma, SC), 
além dos granitos anorogênicos com estanho (granitos de Ro) e kimberlito, que é a 
fonte do diamante (Kimberley, África do Sul). No Brasil a descoberta desse tipo de 
depósito tem sido relatada nos estados de Minas Gerais, Rondônia, Mato Grosso e 
Bahia. 
Rochas expostas na superfície do terreno sujeitam- -se a alteração intemperica, 
que propicia erosão e sedimentação. 
Nos sedimentos ditos placeres, alguns bens minerais podem ser concentrados, 
como o ouro (aolongo de muitos dos rios brasileiros) e o diamante (por ex.: Ribeirão 
Água Suja na região de Coromandel, MG, onde foram descobertas todas as maiores 
gemas do Brasil). As bacias sedimentares, que se formam em conexão com zonas de 
subdução, margens passivas e domínios intraplaca, são repositórios importantes de 
bens minerais (por ex.: bauxita de Paragominas, PA; fosfato do Grupo Bambuí na 
região de Patos de Minas, MG; evaporitos da Bacia Sergipe-Alagoas; carvão mineral 
de Santa Catarina e Rio Grande do Sul). As maiores reservas de petróleo e gás do 
mundo encontram-se nas bacias implantadas no sopé de cadeias montanhosas 
 
31 
 
(antefossas), porém as de margens passivas são igualmente significativas, como as 
bacias brasileiras do Espírito Santo, Campos e Santos. No Proterozoico formaram-se 
em bacias as mais importantes acumulações de ferro, que, metamorfizadas, 
originaram algumas das maiores jazidas do mundo (por ex.: Carajás, PA; Quadrilátero 
Ferrífero, MG). Durante o Arqueano, em bacias chamadas greenstone belts, 
formaram-se depósitos de grafita e as grandes concentrações conhecidas de ouro 
(por ex.: Crixás, GO; Morro Velho, MG). 
Embora o Brasil possua uma expressiva variedade e quantidade de recursos 
minerais, o aproveitamento destes sofre prejuízo – em determinadas regiões - em 
função da escassez de tecnologia para a exploração comercial destes recursos. 
Nesses locais ainda é significativa a exploração rudimentar dos garimpos irregulares. 
As épocas metalogenéticas, isto é, o intervalo do tempo geológico durante o 
qual a formação de concentrações minerais de um certo metal ou determinado bem 
mineral foi especialmente favorável, são ainda relativamente difíceis de serem 
definidas em certas regiões do Brasil, tendo em vista a implícita aplicação do conceito 
temporal inerente a essa noção. As dificuldades residem, sobretudo, em precisar tanto 
o tipo de mineralização quanto o posicionamento geocronológico das unidades 
geológicas hospedeiras e dos processos associados à gênese das mineralizações. 
Este problema é especialmente acentuado para as unidades mais antigas da história 
geológica. 
 
32 
 
6.1 Principais Recursos Minerais no Brasil 
Ferro 
 
Fonte: www.eloscimento.com 
Existem muitas indústrias de transformação mineral que cumprem importante 
papel na economia do Brasil, como por exemplo o ferro que é o principal minério 
extraído no Brasil no que se refere à exportação, perdendo, no ranking de exportações 
do Brasil, somente para a soja. O país é um dos principais produtores mundiais de 
minérios, contando, inclusive, com algumas das maiores reservas geológicas do 
mundo. 
Entre elas, estão o Quadrilátero Ferrífero, que está localizado em Minas Gerais, 
e a Província Mineral de Carajás, que está localizada no Pará e é fonte de extração 
de ferro, ouro, cobre e manganês. O Brasil conta com aproximadamente 8% das 
reservas mundiais de ferro em seu território, tendo, portanto, importante papel neste 
setor mundial. Do Quadrilátero Ferrífero sai cerca de 60% do ferro e 40% do ouro 
extraído no Brasil, enquanto na Província Mineral de Carajás, pode-se encontrar 
tungstênio, estanho, zinco, bauxita, cobre, manganês, cromo, níquel, prata, ouro, 
entre outros minerais. O nióbio, um mineral extremamente importante para os setores 
nuclear, eletrônico, químico e metalúrgico, mas pouco conhecido por aqueles que não 
são da área, tem uma de suas maiores reservas do mundo ocidental também em 
território brasileiro. 
 
33 
 
Petróleo 
 
Fonte: www.opetroleo.com 
Uma das maiores riquezas do subsolo brasileiro é o petróleo. Ele consiste em 
um líquido escuro e grosso, encontrado entre as rochas sedimentares. Sua origem 
ainda é incerta, alguns explicam como uma transformação de restos de animais e 
vegetais, e também de origem marinha. Essas rochas podem ser encontradas na terra 
e no mar. O petróleo para ser utilizado é necessário que seja refinado, de forma que 
dê origem a uma grande variedade de produtos como: gasolina, querosene, óleo 
lubrificante, nafta, gás de cozinha, óleo combustível. 
Outros produtos são fabricados pela indústria como a borracha sintética, o 
plástico, inseticidas, tecidos de fibras artificiais, tintas, explosivos, etc. 
No Brasil, as refinarias de petróleo pertencem à Petrobrás – Petróleo Brasileiro 
S/A – empresa do governo brasileiro que tem como objetivo pesquisar e explorar o 
petróleo no Brasil. 
 
34 
 
Carvão 
 
Fonte: www.carvaomelro.com 
O Brasil se destaca como maior produtor desse biocombustível. Ele é um dos 
responsáveis por manter a matriz energética brasileira quase 50% renovável, 
enquanto no resto do globo a média fica em torno dos 13%. Hidroeletricidade geração 
de energia a partir da cana-de-açúcar e derivados, bem como da madeira, são outros 
fatores de peso nesse resultado favorável. 
A aplicação mais significativa do carvão vegetal está na indústria siderúrgica, 
que o utiliza ao mesmo tempo como fonte de calor e agente para a redução do minério 
de ferro a ferro-gusa, principal matéria-prima do aço. Justamente por empregar o 
carvão vegetal em boa parte da produção, substituindo o combustível mineral, o aço 
brasileiro produzido nessas condições pode ser chamado de aço verde. 
A indústria brasileira em utilizar o produto de origem renovável na cadeia 
produtiva é única no mundo do e há espaço para crescer. 
 
35 
 
Xisto 
 
Fonte: www.aqualovers.com 
Nos últimos anos cresceu o número de defensores do uso do gás "de xisto" 
como a melhor alternativa para baratear a produção de energia no Brasil. Como 
argumento central apresentam o caso dos Estados Unidos da América, que teriam 
aumentado e barateado sua produção energética por meio do uso de uma técnica 
conhecida como faturamento hidráulico em bacias sedimentares, onde ocorrem as 
reservas de gás. 
No Brasil, a principal fonte de uso da energia em residências é o aquecimento 
de água de chuveiro. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (Brasil, 
2013), o aquecimento de água residencial por meio da energia solar deverá ser da 
ordem de 10% do total em 2022, enquanto em 2013 não chega a 5%. Já o uso do gás 
natural para aquecimento de água em residências prevê um crescimento menor, 
chegando a 6% do total em 2022, contra uma participação da ordem de 3% em 2013. 
Ou seja, em termos absolutos, o uso da energia solar deve crescer bem mais que o 
uso do gás para uso residencial. 
 
36 
 
7 GEOLOGIA E O MEIO AMBIENTE DO BRASIL 
 
Fonte: www.rotadosolfm. 
Em todas as atividades humanas, o início do século XXI é marcado pela busca 
da sustentabilidade, ou seja, ou descobrimos e colocamos em prática maneiras mais 
racionais de usar os recursos naturais, ou teremos cada vez mais desequilíbrios 
climáticos, poluição do ar, das águas e dos solos e uma consequente baixa da 
qualidade de vida de um número cada vez maior de pessoas. Neste cenário, a 
geologia ambiental ou geoambiental tem uma importante contribuição a dar. 
A geologia ambiental é o estudo da geologia aplicada ao meio ambiente, 
buscando investigar os problemas geológicos decorrentes da relação entre o homem 
e a superfície terrestre. Este campo das geociências avançou bastante nos últimos 20 
anos, em face da sua efetiva contribuição ao desenvolvimento sustentável do Planeta. 
A geologia ambiental gera conhecimentos sobre a base física onde ocorrem os 
impactos da implantação e da operação de diferentes empreendimentos. Ela pode 
também ajudar a dimensionar os efeitos do aumento populacional sobre o meio 
ambiente. 
Os maiores problemas ambientais não se devem à mineração moderna, que 
dispõe de meios técnicos e recursos para manter a situação sob controle, de acordo 
com as legislações ambientais e atendendo às expectativas e reivindicações das 
populações locais. Uma parcela significativa dos problemas vividos hoje foi herdada 
 
37 
 
do passado, em forma de passivoambiental. Os rejeitos das minas contêm 
substâncias nocivas ao ambiente e ao homem, que continuam a causar problemas 
mesmo depois do fim do ciclo minerário. O ciclo do ouro do século XVIII, por exemplo, 
deixou sequelas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Paulo e, na década de 
1970, também na Amazônia. A extração de carvão em Santa Catarina até hoje causa 
danos aos recursos hídricos da região. Estratégias de remediação (que incluem a 
descontaminação da água de uso doméstico e de solos) devem ser executadas a 
partir de um melhor conhecimento dos processos naturais, da implementação de 
tecnologias e da conscientização das autoridades, empresas e organizações civis. O 
interesse em harmonizar a exploração dos recursos naturais com a preservação da 
natureza tem crescido de modo expressivo nos últimos anos entre as empresas do 
setor mineral. 
Os estudos de geologia ambiental e territorial vêm sendo conduzidos há 
aproximadamente 15 anos, desde a implantação, em 1991, do programa de 
Informações para gestão territorial. Esta atividade foi responsável pelo 
desenvolvimento de novos conhecimentos, metodologias e inovações tecnológicas, 
enfatizando as múltiplas formas com que a geologia pode contribuir para o 
desenvolvimento sustentável, a preservação da natureza e a qualidade de vida. Tem 
sido enfatizada a busca da harmonização da preservação ambiental com a inclusão 
social e o desenvolvimento econômico. 
 
38 
 
7.1 Geologia de Barragem no Brasil 
 
Fonte: www.minasjr.com 
No Brasil, os conhecimentos geológicos passaram a ser aplicados à construção 
de barragens em princípios da década de 50 do século passado. Entretanto, sua 
utilização sistemática nos projetos de barragens somente veio a se tornar corriqueira 
depois de meados da década de 60, com os trabalhos do Comitê de Estudos 
Energéticos da Região Centro Sul. 
Barragem é toda estrutura construída transversalmente a um rio com a 
finalidade de obter a elevação do nível de água ou criar um reservatório de 
acumulação, seja para regulação de vazões, abastecimento, geração de energia, 
recreação ou outro fim. 
Entretanto, as barragens com seus reservatórios têm certo potencial de risco, 
o qual não deve ser menosprezado, em vista dos danos econômicos ou até 
catastróficos, provocados pelos efeitos de operações erradas, mau funcionamento ou 
até ruínas dessas obras. Mesmo um pequeno incidente que interrompa o 
abastecimento de água de uma cidade ou fábrica ou a produção de energia elétrica 
pode causar ingentes danos econômicos. 
As vantagens e desvantagens da construção de uma barragem e seu impacto 
no meio social e ambiental devem ser avaliadas inicialmente nos estudos de 
viabilidade e aprofundados nas seguintes etapas de projeto. A segurança das 
 
39 
 
barragens deve ser perseguida desde o início do projeto. A concepção geral do 
projeto, o arranjo e o dimensionamento das estruturas são fundamentais para o 
sucesso do empreendimento, pois erros ou estudos insuficientes podem levar a 
consequências graves. Os estudos geológicos/ geotécnicos são fundamentais para a 
escolha do tipo de barragem no que se refere às fundações e aos materiais de 
construção. As investigações geológicas e geotécnicas, hidrológicas e dos materiais 
são muito importantes nesta fase, pois os problemas mais frequentes são devidos a 
fatores geológicos/geotécnicos e hidrológicos. Outros problemas menos frequentes 
são provocados por problemas construtivos e pelo uso de materiais inadequados ou 
realizados sem controle de qualidade (por exemplo, núcleo impermeável erodível ou 
filtro inadequado que ocasiona o fenômeno chamado de erosão interna ou “piping” 
nas barragens de materiais soltos, reação álcali-agregado do concreto devido ao 9 
emprego de agregados reativos com os álcalis do cimento). A construção deve 
obedecer fielmente ao projeto e seguir as normas e especificações. As eventuais 
alterações de projeto devem ser aprovadas pelo projetista e registradas em 
documentos como construído. 
As barragens, assim como outras estruturas, estão sujeitas a incidentes e 
acidentes. De acordo com as definições, um incidente é um “fato acessório que ocorre 
no desenvolvimento do fato principal”, enquanto o acidente seria uma “indisposição 
repentina que priva de sentido ou movimento” determinado equipamento, sistema, 
objeto ou processo. Desta forma, podemos determinar que um acidente de barragem 
seria sua ruptura, enquanto incidentes seriam quaisquer ocorrências relevantes de 
que podem levar a barragem a ruptura. Os incidentes de barragens ocorrem por sua 
vez em decorrência do desenvolvimento de comportamentos anômalos ou 
inesperados das estruturas. 
 
40 
 
7.2 Geologia de Túneis no Brasil 
 
Fonte: www.brasilengenharia.com 
A indústria tuneleira brasileira começou a se desenvolver na segunda metade 
do século IX, mesmo antes do advento de dinamite para a escavação de túneis em 
rocha. Nessa fase, apenas três séculos após o início da colonização portuguesa e 
apenas algumas décadas após a independência, todo o trabalho era planejado e 
conduzido por engenheiros estrangeiros. Entretanto muito rapidamente a experiência 
de projeto e construção subterrânea começou a se desenvolver entre os profissionais 
locais. Desde aqueles dias muitas mudanças ocorreram no mercado da indústria 
tuneleira. 
O objetivo dos túneis é permitir uma passagem direta através de certos 
obstáculos, que podem ser elevações, rios, canais, áreas densamente povoadas, etc. 
São elementos de transporte, com exceção daqueles usados em mineração. Os túneis 
são também frequentemente usados em barragens como obras auxiliares, através das 
quais as águas do rio são desviadas, a fim de permitirem a construção das estruturas 
da barragem no leito do rio. 
Os primeiros túneis ferroviários no país foram abertos por volta de 1860. Mas, 
o trabalho de engenharia mais importante no período foi a longa série de quinze túneis 
que ficou conhecida como Seção 2 da Estrada de Ferro Dom Pedro II, no Japeri - 
 
41 
 
Barra do Piraí, linha na Serra do Mar no Estado do Rio de Janeiro. Dom Pedro II era 
então o Imperador brasileiro. Ele visitava frequentemente as obras de construção. 
A escolha do alinhamento básico de um túnel é governada primeiramente pelos 
interesses de trafego e transporte. A locação exata é controlada pelos fatores 
geológicos e hidrológicos particulares da área do túnel. A tendência para a 
implantação de um alinhamento de túnel é mantê-lo o mais reto possível, não só por 
seu percurso menor, custos inferiores, melhor visibilidade, mais também pela 
simplificação da construção e de sua locação topográfica. 
Quando uma cavidade é aberta pelo avanço do túnel, o estado de tensões na 
massa rochosa é perturbado e elevados esforços são induzidos na vizinhança da 
cavidade. Consequentemente, diferenças de tensões podem surgir as quais 
frequentemente excedem a resistência da massa rochosa adjacente. Os danos à 
rocha são mais ainda acentuados pelo desmonte a fogo, e como resultado disso a 
rocha tende a fraturar na vizinhança da abertura. A rocha fraturada pode suportar 
somente cargas limitadas portanto a região de tensões elevadas induzidas sai as 
superfícies do túnel e se desloca para a massa rochosa adentro. 
Enquanto que na execução de túneis em rocha dura, a massa de rocha deforma 
mais ou menos elasticamente desde que esforços não excedam a resistência da 
mesma, a execução de túneis em rocha mole a deformação inicial da massa rochosa 
geralmente causa o fraturamento, causando deterioração das propriedades 
mecânicas da massa de rocha adjacente e gera a perigosa pressão afrouxada. 
A demanda maior por estes túneis novos veio da indústria da construção 
hidrelétrica. Uma vez que as regras do mercado para os investimentos privados para 
a geração de eletricidade foram estabelecidas, um grande número de pequenas 
centrais hidrelétricas foi construído com obrassubterrâneas associadas. 
O projeto e construção de obras subterrâneas estão muito dependentes da 
incerteza associada à determinação dos parâmetros que caracterizam o maciço 
rochoso onde as mesmas se encontram inseridas. A qualidade dos estudos 
geológicos e geotécnicos é decisiva para que os pressupostos de Anteprojeto 
Detalhado sejam o mais próximo possível das reais condições em obra e, 
consequentemente, para o custo, prazo de execução e mesmo exequibilidade da 
construção de obras subterrâneas. 
 
42 
 
7.3 Geologia das Estradas Brasileira 
 
Fonte: www.cvarg.azores.gov.pt.com 
As estradas brasileiras no Período Colonial e no Império passaram de 
caminhos pioneiros de penetração a vias de transporte de mercadoria e pessoal. 
Inicialmente, estas vias não eram pavimentadas, a não ser em trechos restritos e de 
curta extensão, como os acessos íngremes de serra. Os padrões de calçamento e o 
tratamento do material variaram de acordo com o período da obra e com a 
disponibilidade de recursos e capacidade técnica dos executores. 
O grau de conhecimento acerca de cada um destes caminhos é diverso: alguns 
têm seu trajeto em grande parte desconhecido e poucos têm trechos preservados ou 
restaurados. 
Em todos os sítios preservados, observa-se que o calçamento foi feito com 
rochas (granito, gnaisse, xisto ou quartzito) obtidas em áreas próximas. A 
disponibilidade do material pétreo utilizado foi, portanto, condicionada à diversidade 
geológica local. 
O Brasil possui aproximadamente 1.634.071 km de estradas distribuídas nas 
diferentes regiões, das quais aproximadamente de 87 % não são pavimentadas. As 
exigências para as estradas não pavimentadas, associadas ao acréscimo de áreas 
florestadas no decorrer dos anos, elevaram-se em função de alguns fatores: aumento 
do volume de tráfego, necessidade de trafegabilidade durante todo o ano, 
principalmente nos períodos de chuva, necessidade de estradas com maior vida útil 
 
43 
 
com baixo custo de manutenção. Desta forma, o setor de estradas tem adquirido 
grande importância dentro do setor florestal, uma vez que os custos do transporte, 
incluindo os custos de implantação e manutenção de estradas, incidem 
significativamente sobre o valor final da madeira. 
Os materiais utilizados nas camadas de base e sub-base de uma estrada 
devem apresentar certas propriedades físicas e químicas, para que sejam capazes de 
conferir estabilidade e resistência mecânica aos esforços e cargas a que serão 
submetidos durante toda a vida útil da estrada. Além disso, as perdas de solo das 
estradas não pavimentadas estão diretamente relacionadas a estas propriedades. 
Porém, nem sempre o solo local satisfaz às especificações para sua utilização Neste 
caso, tem-se a opção alterar as propriedades do solo existente de forma a criar um 
material capaz de responder às necessidades prevista, sendo esta técnica conhecida 
por Estabilização de Solos. 
8 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA 
 
Fonte: www.inclusive.org.com 
A geologia, como uma ciência complexa, tanto em termos de objeto e área de 
abrangência, quanto por sua ligação com várias outras áreas do conhecimento, é um 
bom exemplo para analisarmos o problema geral da distinção proposta, delimitado em 
uma ciência específica. 
 
44 
 
Os solos foram, desde há alguns séculos, pesquisados dentro de ciências 
clássicas como a Química, Agricultura, Geologia, Geografia e Ciências Naturais; os 
estudos de solos no âmbito da Agronomia estavam inseridos nestas ciências desde o 
século XVIII, sem uma sistematização que pudessem distingui-los como uma ciência 
específica. 
Porém, até o século XIX, a geologia continuou sendo uma ciência que se 
preocupava, fundamentalmente, com reconstruções históricas – as pesquisas 
estavam voltadas para a reconstrução da história da Terra, movidas pelo entusiasmo 
dos pensadores que viam a possibilidade de desenvolver um conhecimento 
sistemático do passado remoto. 
O geólogo pode estar interessado em explicar um fenômeno particular, mas 
sua explicação não é simples narrativa. Ele vai a campo com uma bagagem teórica 
que lhe permite captar informações necessárias para alcançar seu objetivo. Sem tais 
marcos teóricos, muitas informações importantes para sua investigação podem passar 
despercebidas. Por outro lado, sua investigação particular pode adicionar informações 
gerais ao marco teórico de sua ciência. Aos poucos essa bagagem teórica vai 
engrossando e melhorando as condições de se explicar as coisas. 
O geólogo, quando busca reconstruir os fatos que marcaram a história da Terra, 
colocando-os ao longo de uma sequência temporal, no túnel do espaço-tempo, e 
estabelecendo ligações entre os mesmos, está realizando uma atividade narrativa, 
uma atividade histórica. 
Os países desenvolvidos já detinham, naquela época, conhecimentos 
avançados de seus territórios, no que tange às ciências básicas, e já produziam 
matérias importantes sobre solos, notadamente para as atividades agrícolas, 
sobretudo quanto à produtividade de suas terras. A Pedologia veio reforçar a 
importância de uma sistematização nos estudos de caracterização dos solos, a ponto 
de individualizá-los. 
A mudança estrutural é um fenômeno vinculado ao crescimento econômico e, 
em termos produtivos, refere-se às alterações da composição setorial da produção e 
dos insumos produtivos (KUZNETS, 1973, apud MELO, 2015, p.50). A fragmentação 
produtiva através de cadeias globais de valor permitiu a distribuição de diferentes 
estágios produtivos entre diferentes países direcionando cada estágio para a 
exportação. 
 
45 
 
A geologia tem o interesse de reconstruir a história da Terra e essa parece ser 
a atividade dessa ciência que mais ficou evidente durante a sua história. Sendo assim, 
uma ciência, ao preocupar-se com modelos gerais, com estruturas gerais de 
explicação, com aquilo que é comum a uma classe de fenômenos, está realizando 
uma atividade teórica; e se seu interesse está voltado à explicação de fatos 
particulares, históricos, mesmo recorrendo a conteúdos teóricos, a mesma está 
exercendo uma atividade histórica. 
 
 
 
46 
 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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SILVA, Telma Mendes

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