Trabalho Salto com vara

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Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Campus de Marechal Cândido Rondon
Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras
Criada pela Lei nº 8680, de 30/10/87; Decreto nº 2352, de 27/01/88.
Reconhecida pela Portaria Ministerial nº 1784 – A, de 23/12/94.
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO
ÉDEN RAMON ROCKENBACH
JULIANA YURIKO HABITZREUTER FUJIMOTO
SALTO COM VARA
Trabalho apresentado a disciplina de Atletismo – Prof. Karina Alves da Silva, do Curso de Educação Física - Bacharelado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon, 
Marechal Cândido Rondon
2019
1. Com relação aos princípios pedagógicos para o ensino com as crianças (fase de iniciação esportiva), respondam:
Como deve ser ensinada a modalidade às crianças? (Deve se focar no ensino da técnica? Por quê? De que forma ela pode ser ensinada? A partir de jogos e brincadeiras? De que tipo? Atividades/exercícios/distâncias adaptadas? Apresentar detalhadamente ao menos 3 atividades por meio das quais a modalidade pode ser ensinada às crianças).
Segundo Freitas (2009) salto com vara deve ser ensinado em três dimensões, são elas a dimensão conceitual, procedimental e atitudinal.
Na dimensão conceitual deve-se abordar o que se deve saber sobre o salto com vara, buscando levar o conhecimento sobre a modalidade com as crianças. Nesta dimensão são criadas atividades que propiciem o conhecimento da técnica da vara flexível e rígida, podendo ser observando atletas as executando.
São importantes as atividades envolvendo conhecimento dos atletas mundiais, brasileiros e recordistas, promovendo um envolvimento da criança com grandes nomes da modalidade. Juntamente a isso pode ser promovido uma mostra de vídeos sobre salto em altura, vídeos dos atletas nas competições mundiais, visando auxiliar as crianças na apreciação dos detalhes da prova, uma vez que muitos alunos talvez não tiveram a oportunidade de assistir uma prova de salto com vara.
Posterior a isso pode-se discutir as diferenças dos resultados utilizando vara rígida e vara flexível, identificando quais recursos tecnológicos empregados para a melhora dos resultados, bem como as marcar alcançadas devido a estas melhorias.
Sobre a dimensão procedimental, deve-se tratar sobre o que saber fazer no salto com vara onde, primeiramente, não enfatizar demasiadamente a técnica do movimento, mas sim motivar os alunos a saltarem em projeção vertical utilizando o implemento.
Em meio estas atividades, deve-se promover a execução com impulsão tanto do pé direito quanto de pé esquerdo. Este tipo de atividade fará com que aos poucos a perna de impulsão seja definida e a criança perceberá que uma delas será a perna dominante na execução de suas tentativas.
É importante a familiarização do aluno com os movimentos, com o implemento e com as regras, inserindo pequenos obstáculos para serem transpostos, com alturas que todos os alunos sejam capazes de transpor para não gerar desistência ou lesões durante as atividades. A segurança dos alunos é indispensável, por isso preza-se pela inserção de atividades que não ofereçam riscos às crianças, bem como um terreno apropriado e dosagem do numero de repetições para não sobrecarregar os alunos. 
Por fim a dimensão atitudinal, visando conscientizar os alunos sobre as limitações individuais, definir com os alunos estratégias para a contribuição de todos na aula, conscientização sobre a importância da sua segurança e a segurança dos colegas durante a execução do salto e abordar a importância de seguir as regras para evitar conflitos com a arbitragem e demais competidores.
Algumas atividades que podem ser aplicadas às crianças na iniciação do salto com vara:
Atividade 1: Orientação inicial sobre a empunhadura da vara.
 
Os alunos formaram um grande círculo a fim de receberam alguns implementos e as primeiras orientações sobre a empunhadura, sendo esta diferente entre alunos destros e canhotos. Esta atividade visa familiarizar os alunos com o implemento e a técnica.
Atividade 2: Estafeta.
Com o objetivo de desenvolver a empunhadura e a corrida de aproximação. Os alunos formam colunas, posicionadas atrás de quatro cones de sinalização, os primeiros alunos de cada uma das colunas se posicionaram atrás da segunda fileira de cones, fazendo a empunhadura da vara. Ao sinal, partiam em direção aos cones da terceira fileira para contorná-los e retornavam ao cone de partida, onde apoiavam a ponta da vara, antes de correrem para a última posição da respectiva coluna.
Atividade 3: Utilização dos quatro implementos do salto com vara.
Essa atividade reforçou os ensinamentos relativos à empunhadura e à corrida
de aproximação, além de proporcionar o contato dos alunos com os quatro tipos de varas utilizadas ao longo da história da prova, a saber: madeira, bambu, metal e sintética (de fibra de vidro e/ou de carbono). 
Nesta atividade os alunos realizavam as tentativas em quatro estações, onde em cada uma delas está alocada a vara de cada material, realizada a partir de marcações com cones e com a utilização de obstáculos de baixa altura ou apenas demarcações no chão para transposição.
Atividade 4: Diferentes quedas.
Atividade para as crianças vivenciarem pequenas quedas sobre diferentes áreas. Inicialmente subir no primeiro degrau da arquibancada e saltar para o chão da quadra, tomando o cuidado para a queda acontecer com os pés paralelos e com uma leve flexão dos joelhos. O mesmo deve ser realizado saltando-se de costas para a quadra e, para aqueles que se sentirem seguros, a partir do segundo degrau da arquibancada. Em seguida, os alunos saltam de costas sobre um amontoado de espumas, simulando a queda do salto com vara.
2. Qual a idade ou faixa etária mais sensível para o ensino da técnica e/ou desenvolvimento das capacidades físicas/qualidades físicas relacionadas à modalidade do atletismo?
Segundo Matthiesen (2014) a modalidade de salto com vara pode ser introduzida a crianças com idade a partir dos 12 anos, as quais se encaixam na categoria pré-mirim, que segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (2019) é de 12 a 13 anos contemplados no ano da competição.
Para provas oficiais, a realização do salto com vara em competições só é feita a partir da categoria menores (15 a 17 anos), portanto a iniciação da modalidade deve de fato ser antes como citado anteriormente. 
3. Quais as principais dificuldades no ensino dessa modalidade? (Instrumentos específicos para prática? Local de prática?
As principais dificuldades que se encontram no ensino do salto com vara estão relacionadas principalmente pelo alto risco de acidentes, caso não seja ministrada de forma correta e segura. Uma das dificuldades é a realização da técnica correta, que exige muita força e coordenação de movimentos. Outra dificuldade é em relação a falta de materiais, principalmente por conta do alto preço, e pela falta de estrutura/espaços adequados, impossibilitando a prática e comprometendo a segurança dos praticantes. Outro fator é em relação a própria formação do professor de Educação Física, dado a pouca ou nenhuma importância que essa prova recebe nos cursos de graduação, ou mesmo, pela dificuldade de encontrar uma bibliografia que lhe sirva de referência, já que são raras as experiências, pelo menos documentadas do salto com vara no campo escolar. Percebe-se que a bibliografia que trata da prova do salto com vara está geralmente restrita aos seus aspectos técnicos e é destinada à formação de atletas (FREITAS, 2009)
4. Quais os principais erros na execução da técnica verificados no ensino da modalidade em questão? Descreva-os detalhadamente
Segundo Freitas (2009), as principais dificuldades encontradas pelos alunos nas aulas de execução da técnica de salto com vara foram: a empunhadura da mão direita, para destros, era desfeita com facilidade, devido que, quando se traz esta mão para o lado direito do quadril do saltador, fica em uma posição anti-anatômica, o que faz com que alguns alunos mudem a empunhadura dessa mão para uma posição superior no implemento.Foi observado também que, durante as atividades que envolviam corridas, os alunos se preocupavam mais com a velocidade de execução do que com execução correta do fundamento. 
5. Pense que enquanto técnico, você esteja trabalhando com um atleta iniciante na modalidade. Como você pode corrigir os principais erros na execução da técnica correta? Aponte quais exercícios educativos e quais adaptações (variações de exercícios ou materiais) vocês podem realizar para auxiliar o seu atleta na aprendizagem da técnica correta.
Independente de qual seja a técnica do salto com vara, deve-se ter cautela na inserção das diferentes fases do movimento, levando o aluno a adaptar-se ao material, saber fazer a empunhadura, coordenar a corrida com o encaixe e impulsão, promovendo a elevação, giro e transposição do sarrafo e queda no colchão. Na corrida de aproximação, os atletas destros correm segurando a vara do lado direito do corpo, sendo que no momento do encaixe a vara será levada para frente do corpo e posicionada na diagonal do pé de impulso (esquerdo). A ideia é que no final dessa sequência, o aluno consiga projetar ambas as pernas para cima, transpor o sarrafo ao executar uma rotação de 180° do tronco, empurrando a vara para frente antes de cair no colchão.
Na iniciação esportiva, o recomendável é que se inicie com a técnica da vara rígida, em função da aquisição do implemento, do espaço para desenvolvimento da prova e dos movimentos em si. A técnica da vara flexível também deve ser conhecida adiante, se não na prática, pelo menos em termos conceituais, já que é a técnica predominante entre os atletas de alto rendimento.
Primeiramente mostraria imagens e vídeos sobre as formas utilizadas para se saltar com vara ao longo dos tempos. Mostraria as diferentes fases para a execução da prova, isto é, empunhadura da vara, corrida de aproximação, encaixe, impulsão e entrada pelo lado correto para destros e canhotos, elevação, giro, transposição do sarrafo e queda no colchão. Alertar sobre a necessidade de ter segurança para a realização do movimento. 
Caso não haja um espaço e materiais oficiais, adequaríamos a prática com utilização de cabos de vassoura ou varas de bambu, cordas elásticas e caixa de areia ou grama, mas sempre de forma segura. 
Atividades simples devem ser utilizadas no começo, como por exemplo: 
- Após ensinar a técnica de empunhadura, o praticante deverá correr, realizando a empunhadura correta da vara, em direção a uma corda a 15m de distância, após o encaixe no chão, realizar a queda do outro lado da corda. Podendo utilizar também duas cordas no chão para simular um riacho que deve ser transpassado, aumentando a amplitude do salto. Aos poucos aumentar o espaço para a realização da corrida e posteriormente elevar a corda para que seja transposta em altura.
- Para ensinar a elevação, giro, a transposição e a queda. Fazer duplas, e posicionados a 10m de distância. Um deles deverá correr em direção ao outro que estará parado, apoiando ambas as mãos sobre os ombros, executando o giro e a queda. Outra forma, é correr em direção a um cone, realizar o encaixe do lado dele, executar o giro e a queda. Posteriormente colocar um obstáculo a ser transposto. Iniciar com uma corda elástica em uma altura de 20 cm do chão, para que os alunos possam fazer a empunhadura, correr em direção ao obstáculo, realizar o encaixe, o giro, a transposição e a queda, empurrando a vara em direção ao chão. Aumente progressivamente a altura, mas mantenha de forma que todos consigam realizar para manter todos motivados para realizar o salto. 
De modo geral, desenvolver atividades que não ofereçam riscos aos alunos em relação à queda. Certifique-se de que o terreno é apropriado para a execução das atividades que serão propostas, utilização de caixa de areia, grama ou colchões como setor de queda. Dosar o número de repetições para não sobrecarregar os alunos com um número excessivo de tentativas. Inserir as regras oficiais da prova aos poucos, sempre preservando a segurança dos praticantes (MATTHIESEN et al., 2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Categorias Oficiais do Atletismo Brasileiro por Faixa Etária. Disponível em: <http://www.cbat.org.br/atletismo/categorias_oficiais.asp>. Acesso em: 22 maio 2019.
FREITAS, F. P. R. O salto com vara na escola: subsídios para o seu Ensino a partir de uma perspectiva histórica. 2009, 188 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Motricidade Humana) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2009.
MATTHIESEN S. Q. Atletismo na escola. Maringá: Eduem, 2014. 161 p.
MATTHIESEN, S. Q.; CALVO, A. P.; SILVA, A. C.; FAGANELLO, F. R. Atletismo se aprende na escola. Motricidade, v. 1, n. 1, p. 36-47, 2005.