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Antobioticoterapia durante a gestação

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Sobre a autora
Gisele Veiga - Antibioticoterapia durante a gestação
Gisele Veiga é médica veterinária desde 2001. Após a graduação, na
Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Santo Amaro
(Unisa), foi médica veterinária residente durante dois anos na área de
cirurgia de pequenos animais e, ao término da residência atuou como
cirurgiã do Hospital Veterinário na mesma instituição no período de 2004
a 2009. Sempre teve muita afinidade com cirurgias de tecidos moles,
principalmente as cirurgias obstétricas e genito-urinárias e por essa razão
realizou o mestrado e também o doutorado na área de reprodução animal
na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São
Paulo (FMVZ-USP). Foi professora nos cursos de medicina veterinária da
Universidade Paulista (Unip-Campinas), Universidade Monte Serrat
(Unimonte-Santos) e atualmente faz parte do corpo docente da Faculdade
Metropolitanas Unidas (FMU) e da Universidade da Santo Amaro (UNISA) e
coordenadora do curso de Pós-Graduação em Reprodução de Cães e
Gatos da Anclivepa-SP. Além de ministrar palestras e aulas em cursos de
pós-graduação, é coordenadora do Grupo de Ensino em Medicina
Veterinária (GEVET).
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SUMÁRIO
Gisele Veiga - Antibioticoterapia durante a gestação
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3
2. PARTICULARIDADES DA FÊMEA GESTANTE.................................. 5
3. CATEGORIAS DOS ANTIBIÓTICOS................................................... 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 13
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1. INTRODUÇÃO
Durante o período gestacional a fêmea apresenta uma série de
mudanças, caracterizadas por adaptações anatômicas e principalmente
fisiológicas, decorrentes da ação sincronizada de hormônios. No
entanto, é importante levar em consideração todas essas adaptações
sempre que se faz necessário prescrever para as gestantes.
O ideal é que a utilização de fármacos 
ao longo da gestação seja, quando 
possível, totalmente evitada em razão de 
seus efeitos teratogênicos. 
Quando a prescrição é inevitável, o veterinário deve lembrar que
estará medicando no mínimo dois organismos distintos: a mãe e o(s)
feto(s). Portanto, deve-se considerar o local da infecção, a
farmacocinética do antibiótico bem como os seus efeitos colaterais.
Sabe-se que a ação dos antibióticos no feto pode resultar em alterações
de desenvolvimento sendo estas de caráter irreversível.
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Poucos são os estudos que demonstram a eficácia e a utilização
segura dos antibióticos em fêmeas gestantes. As várias alterações
fisiológicas do período gestacional interferem diretamente na
farmacocinética e resultam em aumento da concentração plasmática dos
antibióticos com consequente efeito tóxico para a mãe e feto. Por outro
lado, quando a fase da gestação favorece a diminuição das
concentrações plasmáticas ideais dos antibióticos, pode ocorrer
aumento da resistência bacteriana.
O QUE O VETERINÁRIO DEVE AVALIAR QUANDO 
MEDICAR UMA FÊMEA GESTANTE? 
Para utilizar antibiótico durante a gestação o 
veterinário deve considerar que o benefício para a 
fêmea gestante deve ser maior do que o risco de 
possíveis alterações no feto. 
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2. PARTICULARIDADES FISIOLÓGICAS DA 
FÊMEA GESTANTE
Com o progresso da gestação a fêmea apresenta alteração da
conformação abdominal que pode ser justificada pelo desenvolvimento
uterino e crescimento fetal, também ocorre aumento de 20 a 30% do
peso corporal em razão do aumento das necessidades calóricas,
sobretudo no terço final de gestação. Vale ressaltar que o excesso de
peso ao longo da gestação facilita o depósito de antibióticos
lipossolúveis e consequentemente resulta em menor disponibilidade
plasmática.
• PESO CORPORAL
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Na maioria das vezes a distensão uterina com consequente
compressão do estomago resulta em diminuição da motilidade com
aumento do tempo de esvaziamento gástrico e maior predisposição à
constipação intestinal em fêmeas gestantes.
• ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
As alterações gastrointestinais durante 
a gestação podem resultar em 
diminuição da absorção dos antibióticos 
quando administrados por via oral.
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Por ação da progesterona, há estimulação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona e então, observa-se retenção mineral,
expansão do volume intravascular e de líquidos corpóreos com
consequente diminuição na concentração plasmática do antibiótico.
• ALTERAÇÕES HIDROELETROLÍTICAS
É importante lembrar que durante a gestação há aumento do
volume sanguíneo e este não é acompanhado pelo aumento da
concentração de albumina, por esta razão há maior fração livre de
antibiótico que poderá facilmente atravessar a barreira placentária e
comprometer o feto.
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Para o uso em gestantes, os antibióticos foram divididos de acordo
com sua capacidade teratogênica, em 4 diferentes categorias:
3. CATEGORIAS DOS ANTIBIÓTICOS
Antibióticos considerados 
seguros. Os estudos não 
demonstraram risco ao feto
Antibióticos que devem ser 
usados com cautela. Estudos 
não demonstraram risco de 
malformação fetal
Há evidências de risco ao feto, 
mas os benefícios nas mães 
superam esse risco. 
Há evidências de 
malformações ou 
embriotoxicidade
D
C
B
A
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• AMPICILINA
• AMOXICILINA
• CEFALOSPORINAS
• AMOXICILINA COM CLAVULANATO DE 
POTÁSSIO
• CLINDAMICINA
• LINCOMICINA
• PENICILINA
Atravessam a barreira 
placentária mas não 
promovem alterações no 
feto
ANTIBIÓTICOS CATEGORIA A
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• SULFA
• SULFA COM TRIMETROPIN
Administrar com cautela. 
Malformações descritas 
em camundongos mas 
não há descrição em cães 
e gatos
ANTIBIÓTICOS CATEGORIA B
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• CLORANFENICOL
Diminui a síntese 
proteica no feto
ANTIBIÓTICOS CATEGORIA C
• GENTAMICINA
• TOBRAMICINA
Aminoglicosídeos
atravessam 
facilmente a barreira 
placentária e são 
nefrotóxicos
• METRONIDAZOL
Teratogênico em 
animais de 
laboratório mas não 
há estudos em cães e 
gatos. 
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ANTIBIÓTICOS CATEGORIA D
• CIPROFLOXACINA
• ENROFLOXACINA
As quinolonas não 
devem ser usadas 
pois estão associadas 
com alterações da 
cartilagem articular
• DOXICICLINA
• TETRACICLINA 
• OXITETRACICLINAS
Tóxicos para a mãe e 
feto. Causam 
malformações ósseas 
e dentárias no feto
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As fêmeas gestantes estão sujeitas a processos infecciosos como
qualquer outra animal, no entanto é importante que o médico
veterinário conheça os riscos e os benefícios da administração de tais
medicamentos durante o período gestacional. Lembrando que, se
possível, o uso de qualquer medicação deve ser evitado. As informações
contidas nesse e-book podem auxiliar os médicos veterinários de modo
que a prescrição durante a gestação seja mais segura para a mãe e para
o(s) feto(s).
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