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PETIÇÃO TUTELA URGENCIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ...
PEDE PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO –
AUTOR DA AÇÃO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE
(art. 1.048, inc. I do CPC)
Ana, nacionalidade, estado civil/união estável, profissão, portador da cédula de identidade RG nº ... e CPF nº ..., tendo como endereço eletrônico ..., residente e domiciliado no endereço ..., CEP ..., por meio de seu advogado que o subscreve (procuração em anexo), tendo seu escritório profissional situado no endereço ..., CEP ..., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Com fundamento nos arts. 247, CC, e 300, CPC, em face de PLANO DE SAÚDE X(Razão social), pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ/MF sob o nº ..., com sede em ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor.
I. PRELIMINARMENTE 
a) DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
In casu, a REQUERENTE não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme consta da declarações de hipossuficiências, anexo. Ademais, há previsão no artigo 5º, LXXIV e LXXVII da CFRB/88 e art. 98 e 99, CPC/2015, estabelece normas para a concessão da assistência judiciária aos legalmente necessitados, autorizando a concessão do benefício da gratuidade judiciária frente à mera alegação de necessidade, que goza de presunção – juris tantum – de veracidade, milita em seu favor a presunção de veracidade das declarações de pobreza por elas firmado.
Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei oferece, postula as REQUERENTE a concessão do benefício da justiça gratuita, em todos os seus termos, a fim que sejam isentas de quaisquer ônus decorrentes do presente feito.
II. DOS FATOS
A requerente em 2005 firmou instrumento particular de adesão ao plano assistência médica junto a empresa ré, e resolveu por optar pelo plano Plano de saúde X, conforme segue em anexo a cópia do referido instrumento. (Doc.) 
A requerente, desde a adesão ao plano, sempre pagou de forma assídua as prestações inerentes à manutenção do contrato, de acordo com os comprovantes ora anexados (Doc.)
Ocorre que na data de ..., a requerente foi surpreendida com precoce e grave doença cardíaca diagnosticada por seu médico de confiança, Dr. João , conforme documentação anexa. Após uma série de exames, Dr. João emitiu relatório médico atestando a necessidade de cirurgia no coração para substituição de uma das válvulas, no prazo máximo de 48 horas, sob pena da paciente sofrer sérios danos a sua saúde ou mesmo perder a vida.
Para sua surpresa, ao informar a empresa responsável por seu plano de saúde (Plano de Saúde X) sobre a necessidade da realização da intervenção cirúrgica urgente, esta negou o tratamento solicitado pela autora.
O motivo da negativa oferecido pela empresa é que existem tratamentos alternativos para a doença apresentada pela requerente. Ana retornou ao seu médico que foi veemente em afirmar que a resposta do plano de saúde era absurda e que Ana estava correndo grave risco de perder a sua vida.
Desta feita, não há outra alternativa senão buscar a tutela jurisdicional do Estado com o intuito de forçar a empresa ré (Plano de Saúde X) a arcar com o tratamento devido à autora e consequentemente evitar danos irreversíveis à saúde dela, a pretexto de entraves burocráticos que afrontam a legislação pátria, conforme será aduzido a seguir
III. DO DIREITO
A recusa ao atendimento feita pela empresa requerida é infundada, tendo em vista que os planos de saúde não podem negar atendimento para tratamentos de doenças, com exceção do rol taxativo nos casos em que o artigo 10 da Lei 9656/98 sustenta, o que não figura no caso em questão.
O contrato de seguro-saúde, por ser atípico, por conseguinte, consubstancia função supletiva do dever de atuação do Estado. Assim, impõe a proteção da saúde do segurado e de seus familiares contra qualquer enfermidade e em especiais circunstâncias como aquela que aqui se vê onde o exame de ressonância magnética mostra-se necessário à Autora.
Não bastasse isso, os planos de saúde devem atender a todas as necessidades de saúde dos beneficiários, salvo as exclusões expressamente permitidas por lei, como as do artigo 10 da Lei nº. 9.656/98, o que não ocorre com a ora Autora.
Desse modo, a cirurgia de coração não se encontra entre as hipóteses excetuadas pela referida lei.
O a jurisprudência pátria tem decidido acerca da cobertura dos planos de saúde, conforme segue a ementa abaixo: 
RECURSO ESPECIAL. SAÚDE SUPLEMENTAR. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. CIRURGIA BARIÁTRICA. OBESIDADE GRAVE E COMORBIDADES. SITUAÇÃO DE RISCO CONCRETO ATESTADO PELO MÉDICO QUE ACOMPANHA A PACIENTE. AFERIÇÃO DO DANO MORAL PELA NEGATIVA DE COBERTURA. NECESSIDADE. 1. Ação ajuizada em 08/03/16. Recurso especial interposto em 20/03/16 e concluso ao gabinete em 15/06/18. Julgamento: CPC/73. 2. O propósito recursal consiste em definir se os contornos da negativa de cobertura para realização de cirurgia bariátrica da beneficiária de plano de saúde produziram dano moral compensável ou se consistiram em meros aborrecimentos. 3. Em relação aos litígios no campo da saúde suplementar, a conduta ilícita da operadora de plano de saúde, consubstanciada na negativa de cobertura de procedimentos previstos contratualmente, pode produzir danos morais ao beneficiário quando houver agravamento de sua condição de dor, de abalo psicológico e com prejuízos à saúde já debilitada. 4. A agutização de teses extremas - seja pelo afastamento genérico, seja pelo reconhecimento automático do dano moral - não encontra espaço dentro da noção de um processo judicial de resultados justos, cujo objetivo sempre renovado é encontrar a sensível e adequada pacificação do conflito de direito material trazido ao Poder Judiciário. 5. A adoção irrefletida de qualquer dos pontos, sem a devida articulação com as particularidades que individualizam as demandas judiciais, produz resultados inaceitavelmente injustos, quer por confiscar o direito legítimo à compensação das vítimas de verdadeira situação de abalo moral, quer por acolher dissimulações que em verdade quando muito se exaurem na esfera patrimonial sem ao menos triscar na sensibilidade do beneficiário de plano de saúde. 6. Na hipótese concreta, deve ser reconhecido o direito à compensação por danos morais, pois a negativa de cobertura de cirurgia bariátrica agravou o quadro clínico da beneficiária do plano de saúde, conforme reconhecido concretamente pela origem. 7. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.
(STJ - REsp: 1746789 RS 2018/0139758-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 14/08/2018, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/08/2018)
“ A recusa indevida, pela operadora de plano de saúde, da cobertura financeira do tratamento médico do beneficiário. Ainda que admitida a possibilidade de previsão de cláusulas limitativas dos direitos do consumidor (desde que escritas com destaque, permitindo imediata e fácil compreensão), revela-se abusivo o preceito do contrato de plano de saúde excludente do custeio dos meios e materiais necessários ao melhor desempenho do tratamento clinico ou do procedimento cirúrgico coberto ou de internação hospitalar”. 
(STJ - Agravo regimental no Recurso Especial AGRG no RESP 1450673 PB 2014/0093555-3).
IV. DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da realização do ato cirúrgico requisitado pelo médico do Requerente, credenciado junto ao Plano de Saúde X, especialmente tendo em vista se tratar de paciente com risco DE VIDA senão ocorrer a cirurgia EM 48 HORAS. Por esse norte, não resta outra alternativa senão requerer à antecipação provisória da tutela preconizada em lei.
No que concerne à tutela, especialmente para que a Requerida seja compelida a autorizar a realização da cirurgia earcar com as suas despesas, justifica-se a pretensão pelo princípio da necessidade.
Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão da tutela requerida, existindo verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mormente no tocante à necessidade de o requerente ter o amparo do plano de saúde contratado.
Portanto, está nítido o direito que a REQUERENTE possui em ter seu pleito de tutela satisfativa de urgência antecedente concedido, para que, sob a cobertura do plano de saúde REQUERIDO, realize o procedimento de “CIRURGIA CARDÍACA”, como solicitado pelo médico, anexo, para que possa ser resguardada a integridade de sua saúde física e mental, além preservar a sua vida da melhor forma possível.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:( . . . )
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Evidencia-se o periculum in mora, eis que a demora na consecução da cirurgia do coração necessária, objeto da lide, certamente acarretará um agravamento da saúde da requerente ou até mesmo a sua morte. Obviamente isso põe em risco a própria vida da Requerente, levando-se em conta a urgência da cirurgia (é necessário que a faça em 48 horas), pode obviamente causar dano irreparável, ante à natureza do bem jurídico que se pretende preservar — a saúde –, e, em última análise, a vida.
A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a requerida, se vencedora na lide, poderá se ressarcir dos gastos que efetuou, mediante ação de cobrança própria.
V. DOS PEDIDOS
Diante o acima exposto, requer à Vossa Excelência:
A) concessão da Justiça Gratuita, conforme declaração em anexo;
B) QUE SEJA DEFERIDA A TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE, da obrigação de fazer consistente na imposição do REQUERIDO plano, de saúde na obrigação de autorizar, custear e garantir o procedimento cirúrgico (cirurgia de coração), de que necessita a REQUERENTE imediatamente;
C) a citação do plano de saúde REQUERIDO, ou seus representantes legais, nos endereços antes mencionados, conforme o art. 335 do CPC/2015;
D) a manutenção da tutela provisória satisfativa de urgência até o final da presente demanda, quando espera a REQUERENTE seja julgado inteiramente procedente o seu pedido;
E) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos formulados nesta demanda, declarando nulas todas as cláusulas contratuais que prevejam a exclusão de cirurgia no aparelho cardiovascular;
F) em caso de descumprimento da decisão anterior, pede-se a imputação ao pagamento de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais); em caráter cominatório pelo seu descumprimento;
G) por fim, seja o REQUERIDO condenada em custas e honorários advocatícios, esses arbitrados em 20%(vinte por cento) sobre o valor da condenação (CPC, art. 82, § 2º, art. 85 c/c art. 322, § 1º), além de outras eventuais despesas no processo (CPC, art. 84).
Dá-se o valor à causa R$ ...
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogado 
OAB/UF

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