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FACULDADE DE MEDICINA – JARAGUÁ DO SUL TERCEIRO PERÍODO DISCIPLINA: PATOLOGIA ACADÊMICOS: DANIELE FRACCANABBIA, KLAUS KAEFER, LUCAS HERMES, THAÍSSA ROVERI E VANESSA LUDWIG O acúmulo intracelular de substâncias está relacionado a transtornos celulares de metabólicos intracelulares. São divididos em: constituintes celulares normais (água, lipídios, proteínas e carboidratos) e substâncias anormais (agentes infecciosos externos, produtos de síntese ou metabolismo anormal). Podem acumular-se permanentemente ou transitoriamente, sendo, sendo inofensivo ou tóxicos. Localizam-se no citoplasma (fagolisossomas) ou núcleo. Existem quatro vias principais de acumulações intracelulares 1- Remoção inadequada de uma substância normal, secundária a defeitos no mecanismo de empacotamento e transporte, como na degeneração gordurosa do fígado. 2- Acúmulo de uma substância endógena anormal resultante de defeitos adquiridos ou genéticos no seu dobramento, empacotamento, transporte e secreção, como com certas mutações da a1-antitripsina. 3- Deficiência em degradar um metabólito devido a defeito herdado em uma enzima. Os distúrbios resultantes são chamados de doenças de armazenamento. 4- Depósito e acúmulo de uma substância exógena anormal quando a célula não possui maquinaria enzimática para degradar a substância nem a habilidade de transportá-la para outros locais. Os acúmulos de partículas de carbono e sílica são exemplos desse tipo de alteração. 1 - Metabolismo Anormal Esteatose: Esteatose refere-se processos de transformação da gordura. Robbins associa o termo a degeneração gordurosa pelo acúmulo anormal de triglicerídeos dentro do parênquima. Por motivos funcionais de metabolismo de lipídeos é comum ser feita menção ao termo para as células hepáticas. Colesterol e Ésteres de Colesterol: O metabolismo celular de Ésteres do colesterol do também é um fator determinante de regulação de gordura no seu interior. Aterosclerose é um importante exemplo onde células fagocíticas na tentativa de se livrar de partículas de gordura da corrente sanguínea, acaba por desencadear Metabolismo Normal do Colesterol: Em circunstâncias normais os triglicerídios e o colesterol são incorporados a quilomícrons na mucosa intestinal onde segue para o sangue. O remanescentes dos quilomícrons, carregados de colesterol são encaminhados até o fígado, onde então são armazenados ou são descartados - A síntese celular do colesterol e do LDL, em regra, obedece algumas etapas: Primeiro ocorre a secreção de lipoproteínas de baixa densidade rica em triglicerídeos do fígado para o sangue; após transformações por enzimática parte das partículas de LDL e IDL são transportados por receptores específicos. Embora os receptores de LDL estejam amplamente distribuídos, aproximadamente 75% estão localizados nos hepatócitos. Para que o transporte de LDL ocorra receptores de superfície celular e pela internalização exocitótica nas 'depressões revestidas por clatrina' onde se fundirão aos lisossomos e então sofrer degradação por ação enzimática, liberando colesterol livre no citoplasma. Vertente patogênica no metabolismo de gordura: Uma das principais patogenias de degradação de gordura celular é a Hipercolesterolemia Familiar, que irá consiste numa mutação da proteína receptora do LDL levando o acúmulo no plasma por deficiência no seu transporte e catabolismo intracelular. A hipercolesterolemia irá causar algumas alterações na célula: A célula irá desenvolver níveis excessivos de colesterol sérico em consequência dos efeitos combinados de catabolismo reduzido e biossíntese excessiva; A ausência de receptores de LDL nos hepatócitos também compromete o transporte de IDL para o fígado, de maneira que uma proporção maior de IDL plasmático é convertida em LDL; Também há aumento marcante no tráfego de colesterol nas paredes vasculares de monócitos-macrócitos mediados pelo receptor de varredura. Isso é responsável pelo surgimento de xantomas cutâneos e aterosclerose prematura. 2 - Defeito no dobramento e transporte de proteína São mutações que causam alterações no dobramento e transporte de proteína, fazendo com que moléculas defeituosas se acumulem intracelularmente. Conforme dispõe Robbins, é o acúmulo de uma substância endógena anormal, a qual resulta de defeitos adquiridos ou genéticos no seu desdobramento, empacotamento, transporte e secreção, como com certas mutações da α1-antitripsina. Os acúmulos de proteínas são menos visíveis morfologicamente do que os lipídicos e ocorrem porque chegam em excesso para as células ou porque estas sintetizam em demasia. As patologias mais comuns relacionadas a este acúmulo intracelular são as enfermidades renais que apresentam proteinúria, com por exemplo a síndrome nefrótica. Esta se caracteriza por uma reabsorção exagerada de proteína, consequentemente, aumenta-se a quantidade de vesículas que a contém. O resultado é a formação de gotículas com citoplasma de coloração hialina rosácea. Assim, a chamada hialinização glomerular apresenta uma aparência homogênea, vítrea e rósea. Vale ressaltar que o processo é reversível. Dessa forma, diminuindo a proteinúria, as gotículas são metabolizadas e desaparecem. Outros exemplos são: o excesso de síntese de imunoglobulina pelo RER de alguns plasmócitos, formando os corpúsculos de Russel; e a doença de Alzheimer, a qual se caracteriza pelo acúmulo anormal de um peptídeo denominado Beta-amilóide, culminando em modificações morfoestruturais no tecido nervoso, dentre outros. 3 – Ausência da enzima Deficiência de enzimas cruciais, responsáveis pela quebra de certos compostos, causando substratos que se acumulam nos lisossomos, como nas doenças de armazenamento lisossômico. Os acúmulos de proteína morfologicamente visíveis são muito menos comuns que os acúmulos de lipídios; podem ocorrer porque os excessos são apresentados às células ou porque as células sintetizam quantidades excessivas. No rim, por exemplo, quantidades mínimas de albumina filtradas pelo glomérulo são normalmente reabsorvidas por pinocitose nos túbulos contorcidos proximais. Entretanto, em distúrbios com extravasamento maciço de proteína através do filtro glomerular, por exemplo na síndrome nefrótica, ocorre reabsorção muito maior de proteína, e as vesículas contendo essa proteína se acumulam, resultando na aparência histológica de gotículas citoplasmáticas hialinas róseas. O processo é reversível; se a proteinúria diminuir, as gotículas de proteína são metabolizadas e desaparecem. Outro exemplo é o acentuado acúmulo de imunoglobulinas recentemente sintetizadas, que pode ocorrer no RER de alguns plasmócitos, formando os corpúsculos de Russell, redondos e eosinofílicos. Outros exemplos de acúmulo de proteína são “hialino alcoólico”, no fígado e emaranhados neurofibrilares em neurônios. 4 - Ingestão de materiais não digeríveis São substâncias exógenas armazenadas, mas que não possuem enzimas que ás digerem ou mecanismos de transporte para tais. Ex.: Carbono e Sílica. RESUMO • Depósitos Intracelulares Anormais e Calcificações Depósitos anormais de materiais nas células e tecidos são o resultado de ingestão excessiva, defeitos de transporte ou de catabolismo. • Depósitos de lipídios , Degeneração gordurosa: acúmulo de triglicerídeos livres nas células, resultante da ingestão excessiva ou do transporte defeituoso (com frequência devido aos defeitos na síntese e transporte de proteínas); manifestação de lesão celular reversível. Depósito de colesterol: resultante de ingestão excessiva ou defeito de catabolismo; na aterosclerose, depósitos nos macrófagos e células musculares lisas daparede dos vasos. • Acúmulo de proteínas: proteínas reabsorvidas nos túbulos renais; imunoglobulinas nos plasmócitos. • Acúmulo de glicogênio: em macrófagos de pacientes com defeitos em enzimas lisossômicas que degradam glicogênio (doenças de armazenamento do glicogênio). • Acúmulo de pigmentos: pigmentos indigeríveis, como carbono, lipofuscina (produto de degradação da peroxidação lipídica), ferro (geralmente devido a sobrecarga, como na hemossiderose). • Calcificações patológicas , Calcificação distrófica: deposição de cálcio em áreas de lesão celular e necrose. , Calcificação metastática: deposição de cálcio em tecidos normais, causada por hipercalcemia (geralmente como consequência de excesso de paratormônio).