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Aula 00- Legis Transito - Disposicoes preliminares -v5

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APRESENTAÇÃO 
Olá! 
Meu nome é Morgana Diefenthaeler e estarei com você nas matérias 
de LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO, disponibilizando um material 
aprofundado para ajudar você a conquistar o cargo dos seus sonhos. 
Para que você possa me conhecer melhor, vou resumir meu histórico 
profissional, especificamente na seara do Trânsito. 
Em 2014, com 18 anos, fui aprovada em dois concursos públicos: o de 
agente administrativo da Polícia Rodoviária Federal, e o de técnico judiciário 
– área administrativa no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ambos com 
lotação na cidade em que já residia: Porto Alegre/RS. 
Assumi meu cargo na PRF-RS em outubro de 2014, e, devido ao fato de 
estar cursando a faculdade de Direito, fui lotada no Núcleo de Apoio Técnico 
- NUAT, setor responsável por subsidiar o Superintendente Regional nas 
demandas internas, emitindo orientações técnicas, e nas demandas externas, 
emitindo respostas aos órgãos solicitantes – em sua maioria, Advocacia-Geral 
da União e Ministério Público Federal. 
No Núcleo, a principal atribuição envolvia o fornecimento de subsídios 
à AGU nas demandas judiciais que envolviam a PRF, as quais, normalmente, 
consistiam em processos judiciais em que se discutia a validade de Auto de 
Infração de Trânsito lavrado pela PRF-RS. 
Trabalhei no NUAT no período de outubro/2014 até outubro/2017 – ou 
seja, aproximadamente três anos, nos quais adquiri densa experiência com a 
legislação e a prática de trânsito da Polícia Rodoviária Federal. Foi nesse 
período que descobri a minha paixão pela área de trânsito. 
Após, fui lotada na Corregedoria Regional, área na qual trabalhei até 
junho/2018, quando assumi meu atual cargo do TRF4. 
Como servidora do Poder Judiciário, encontro-me novamente 
trabalhando com trânsito, mas dessa vez, sob outra perspectiva: atualmente, 
estou lotada no gabinete da Desª Vivian Caminha, integrante da 4ª Turma do 
TRF4, sendo responsável pela análise dos processos do gabinete que envolvam 
matéria de trânsito (PRF e DNIT) e outras multas administrativas. 
Sou bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul – UFRGS, graduada em junho/2018 e com Trabalho de Conclusão de Curso 
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aprovado sob orientação do Prof. Dr. Juarez Freitas, com o seguinte título: “As 
formas de remessa das notificações no processo administrativo de imposição 
de penalidade de multa de trânsito”. Se você tiver interesse, pode conferir a 
íntegra do trabalho aqui. Por fim, em 2019 concluí minha Pós-Graduação em 
Direito de Trânsito na Verbo Jurídico. 
Tenha, primeiramente, um cuidado básico: selecione a legislação mais 
atualizada para estudar. 
A matéria de trânsito é extremamente volátil e está constantemente 
sendo alvo de modificações, sejam elas legislativas, regulamentares, ou até 
mesmo jurisprudenciais, nos casos em que os Tribunais modificam a 
interpretação de algum dispositivo. Tenho ciência disto, e estou aqui para 
ajuda-lo, portanto: 
 Busque sempre no site do Planalto a versão mais atualizada do 
CTB, até a data de publicação do edital do seu concurso (lembre 
que qualquer alteração legislativa após a publicação do edital não 
é cobrada). Eu, particularmente, gosto de estudar a legislação não 
compilada, de forma a poder visualizar todos os dispositivos que 
foram alterados e comparar a redação anterior com a atual. Isso 
incrementa o estudo e é particularmente interessante à longo 
prazo. Para estudo de revisão, ou curto prazo, priorize a leitura 
da versão mais atualizada da lei. 
 As resoluções do CONTRAN estão disponíveis no site do 
DENATRAN, porém, em sua maioria, não estão em arquivos 
unificados e atualizados. Pensando nisso, sempre 
disponibilizarei as Resoluções a você, em arquivo separado, 
para poupá-lo desse trabalho. Busque no material do seu curso, 
que você irá encontrar! 
 
Por fim, e para encerrar essa parte introdutória, gostaria de ressaltar 
algumas dicas gerais de estudos: 
 Tenha sempre a legislação atualizada em mãos, e leia, com calma, 
pelo menos uma vez, os dispositivos que cairão na sua prova, para 
ter contato com a “letra fria” da lei, normalmente cobrada; 
 Utilize as nossas aulas para entender o que a legislação está 
trazendo: não basta decorar o artigo (e você terá grande 
http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=001077129&loc=2018&l=67adba6bcaf6a174
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm
https://www.infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html
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dificuldade para decorar todos os artigos), sendo necessário 
entender o funcionamento da lei como um todo, sabendo 
compreendê-la, interpretá-la e conectá-la em si mesma e com 
as demais matérias; 
 Estudos demonstram que o aprendizado é potencializado quando 
você pratica o que foi aprendido, portanto, faça muitas questões! 
Dedique um tempo específico do seu estudo diário apenas para 
resolver questões. Para tanto, refaça as questões trazidas em aula 
e utilize a plataforma de questões para ter acesso a questões 
inéditas, cadernos e simulados específicos. Se precisar de 
orientações nesse sentido, não hesite em me procurar. 
 Se você gosta de escrever, fazer resumos à mão ou imprimir os 
materiais, tente utilizar folhas de ofício amarelas nessas tarefas. 
Parece bobagem, mas a cor amarela ajuda a fixar o conteúdo que 
você está colocando no papel. Já parou para pensar por que é que 
usamos marca texto amarelo para grifar partes importantes? 
Abraça essa dica! 
 
 
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1- Introdução ao Código de Trânsito Brasileiro 
Antes de iniciarmos o estudo das matérias específicas, vamos a uma 
brevíssima introdução acerca do Código de Trânsito Brasileiro. 
O Código de Trânsito Brasileiro – CTB foi instituído pela Lei Federal nº 
9.503/97, publicado em 24/09/1997 e retificado em 25/09/1997 no Diário 
Oficial da União. 
O CTB é produto do exercício da competência privativa da União para 
legislar sobre trânsito, trazida pelo art. 22, XI, da Constituição Federal: 
 
O CTB é constituído por um total de 341 artigos e 2 anexos, encontrando-
se assim estruturado: 
 
 
As DISPOSIÇÕES PRELIMINARES constituem os 4 primeiros 
artigos do CTB, cuja função é apresentar o Código e dar as linhas gerais de 
entendimento e funcionamento desta Legislação. 
Aqui iremos destrinchar esses 4 artigos que, apesar de parecerem tão 
pequenos, possuem enorme relevância para a sua aprovação e orientarão todo 
o entendimento do restante da matéria. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XI - trânsito e transporte;
Art. 1º ao art. 290
Parte Administrativa
Art. 291 ao art. 312
Parte Criminal
Art. 313 ao art. 341
Disposições Finais e Transitórias
Anexo I - Conceitos e Definições
Anexo II - Sinalização de Trânsito
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2- ABRANGÊNCIA DO CTB 
A abrangência do CTB, também chamada de territorialidade, está 
contida no art. 1º do CTB: 
 
Veja que o artigo pode ser dividido em 3 partes, que iremos estudar 
separadamente, para facilitar a sua compreensão! 
 
 Qualquer Natureza 
O que significa “trânsito de qualquer natureza”? 
Significa que o CTB abrangerá todos os tipos de circulação nas vias, seja 
de veículos, pessoas, animais; sejam elas lícitas ou ilícitas (se relacionem a 
aspectos criminais ou administrativos) 
 
 Vias Terrestres do Território Nacional 
Aqui temos 2 conceitos diferentes: vias terrestres e território nacional. 
As vias terrestres serão estudadas ainda nesta aula, em tópico adiante! 
Estudaremos o conceito de vias e as suas respectivas classificações. 
Quanto ao território nacional, o CTB regula apenas as vias que se 
encontram dentro do Brasil! Ou seja, mesmo que uma via possua continuação 
para fora do Brasil (caso que ocorre muito em rodovias federais), a partir da 
fronteira, não há mais ingerência do CTB. 
 
 Abertasà Circulação 
O CTB só regula as vias que são abertas à circulação do público. 
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território 
nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
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Assim, e como estudaremos adiante, mesmo que uma via esteja 
localizada dentro de uma propriedade privada, ela poderá sofrer a regulação do 
CTB. 
 
Não confunda vias públicas com vias abertas à circulação do público! 
Veja no gráfico a seguir o significado de cada uma. 
 
2.1- Conceito de Trânsito 
O trânsito é o objeto do CTB. Mas o que é “trânsito”? O próprio CTB 
traz essa resposta, no art. 1º, §1º: 
 
Ou seja, trânsito é um conceito definido ao redor de três elementos: 
 
 
O trânsito compreende a atividade de utilização das vias. 
Vias Públicas
• São as vias de propriedade do poder 
público
Vias abertas à circulação do público
• São as vias, não necessariamente 
públicas, podendo ser se 
propriedade privada, mas que sejam 
acessíveis ao público em geral
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e 
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de 
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou 
descarga.
• Utilização das viasO quê? 
• pessoas, veículos e animais, isolados ou em 
grupos, conduzidos ou não
Por quem?
• circulação, parada, estacionamento e operação 
de carga ou descarga
Para quê?
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As vias são utilizadas pelos seus usuários. Para fins de definição de 
trânsito, os usuários das vias são todos os tipos de: 
 Pedestres; 
 Veículos; 
 Animais 
 
Quanto aos animais, estes podem estar: 
 Sozinhos, ou não 
 Conduzidos, ou não 
 
A utilização das vias por estes usuários compreende as atividades de: 
 
o Circulação 
A circulação, por ser um conceito menos técnico e mais intuitivo, 
consiste na movimentação dos usuários nas vias de trânsito, seja através de 
veículos, seja a pé. 
 
o Parada 
A parada, segundo o Anexo I do CTB, é a imobilização do veículo com 
a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou 
desembarque de passageiros. 
 
o Estacionamento 
Estacionamento, na definição trazida no Anexo I do CTB, é a 
imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou 
desembarque de passageiros. 
Utilização das vias
Circulação Parada Estacionamento
Carga e 
Descarga
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O fator que distingue a parada do estacionamento é justamente o tempo 
necessário para embarque ou desembarque de passageiros. 
 
Tanto parada quanto estacionamento são definidos em razão do tempo 
necessário para embarque e desembarque de passageiros. Quando a operação 
em tela envolver carga e descarga (aqui incluindo-se cargas e animais), 
sempre se considerará que o veículo está estacionado – mesmo que a 
imobilização seja somente para o tempo de carga ou descarga!! 
 
o Carga e Descarga 
Segundo o CTB, a operação de carga e descarga é imobilização do 
veículo, pelo tempo estritamente necessário ao carregamento ou 
descarregamento de animais ou carga, na forma disciplinada pelo órgão ou 
entidade executivo de trânsito competente com circunscrição sobre a via. 
Esquematizando.... 
 
 
 (VUNESP - 2013 - DETRAN-SP - Oficial de Trânsito) De acordo com o 
art. 1.º do C.T.B., considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, 
A) isoladas ou em grupos, para fins de circulação, parada, 
estacionamento e operação de carga ou descarga. 
B) veículos, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de 
circulação, estacionamento e operação de carga ou descarga. 
C) veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para 
fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. 
D) veículos, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de 
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. 
Embarque e 
Desembarque
Passageiros
Parada ou 
Estacionamento
Operação de 
Carga e Descarga
Carga ou Animais Estacionamento
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E) veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para 
fins de circulação, parada e operação de carga ou descarga. 
Comentário: 
A questão traz a literalidade do art. 1º, §1º, do CTB e tenta confundir o 
candidato ao trocar palavras-chave do conceito: Considera-se trânsito a 
utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, 
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e 
operação de carga ou descarga. 
Gabarito: C 
 
2.2- Direito de Todos e Dever dos órgãos e entidades do SNT 
Este tópico é bastante intuitivo, de forma que pela leitura já é possível 
compreender sua essência: 
 
 A emenda constitucional nº 82/2014 elevou a segurança viária ao 
status de direito constitucional, nos moldes já previstos pelo CTB: 
 
 
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos 
órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a 
estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas 
destinadas a assegurar esse direito.
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras 
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade 
urbana eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos 
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, 
estruturados em Carreira, na forma da lei.
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O CTB traz uma escala de cuidados que devem ser observados pelos usuários 
das vias, os quais são responsáveis pelo cuidado uns com os outros. 
 
O velho chavão: “o maior cuida do menor”. 
 
 
Os veículos de maior porte são 
responsáveis
pelos de menor porte
Todos os motorizados são 
responsáveis
pelos veículos não motorizados
E todos são responsáveis pela 
segurança dos pedestres. 
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3- RESPONSABILIDADE DOS ÓRGÃOS DE 
TRÂNSITO 
 Primeiramente, vamos ler o que o art. 3º do CTB traz acerca da 
responsabilidade dos órgãos de trânsito: 
 
Responsabilidade Objetiva ou Subjetiva? 
A responsabilidade administrativa trazida na Constituição Federal é, 
tradicionalmente, objetiva para os atos da Administração Pública e subjetiva 
para as omissões. 
Aqui não nos alongaremos nas considerações acerca da responsabilidade 
civil pública, pois esta constitui matéria de Direito Constitucional e 
Administrativo, mas revisaremos brevemente o regime de responsabilidade 
administrativa tradicional e qual a sua diferença para o regime de 
responsabilidade dos órgãos de trânsito. 
A responsabilidade das pessoas de direito público está disposta tanto na 
Constituição Federal quanto no Código Civil: 
 
 
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito 
respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por 
danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na 
execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o 
exercício do direito do trânsito seguro.
CF, Art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de 
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de 
dolo ou culpa.
CC, Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são 
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa 
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo 
contra os causadores do dano, se houver por parte destes, culpa ou 
dolo.”
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Adotou-se, com isso, a teoria da responsabilidade objetiva da 
Administração,a qual possui o dever de indenizar pelos danos causados em 
decorrência dos atos praticados. Assim, basta provar a existência da ação 
pública, do dano, e do nexo causal entre eles: 
 
 
 
 A responsabilidade administrativa não necessariamente advém de atos 
ilícitos: ela pode ser proveniente da prática de atos lícitos também! 
Até agora falamos de atos praticados pela Administração, mas.... E 
quanto às omissões? Nesse caso, em que pese a existência de divergências 
doutrinárias e jurisprudenciais, o entendimento majoritário ainda é o de que há, 
nesse caso, a necessidade de comprovar que houve DOLO ou alguma das 
modalidades de CULPA, enquadrando-se na teoria da responsabilidade 
subjetiva da Administração: 
Indenização 
Nexo 
Causal
Ação
Dano
Responsabilidade 
Objetiva da 
Administração 
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Quanto à responsabilidade específica dos órgãos e entidades 
integrantes do SNT, não há essa diferença entre ação e omissão: independente 
do que tenha ocorrido, a previsão do CTB é de que a responsabilidade será 
sempre objetiva! 
Ou seja, não há necessidade de comprovar o dolo ou a culpa dos órgãos 
do SNT, bastando a comprovação do dano, do nexo causal e da 
ação/omissão/erro. 
 
Lembre-se, entretanto, que pode haver a ocorrência de alguma das 
hipóteses de excludente ou mitigação de responsabilidade: culpa exclusiva 
da vítima; culpa exclusiva de terceiro; caso fortuito ou força maior ou 
culpa concorrente! 
Omissão
Dano
Nexo causal
Dolo ou 
Culpa
Indenização
• Ação
• Omissão
• Erro na 
execução e 
manutenção
Dano Nexo Causal
DIREITO À 
INDENIZAÇÃO 
PELOS ÓRGÃOS 
DO SNT!
Responsabilidade 
Subjetiva da 
Administração 
Responsabilidade Objetiva dos Integrantes do SNT 
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Nesses casos, a responsabilidade do órgão público é completamente 
afastada, ou então, mitigada. 
Em um exemplo prático: imagine que um usuário está transitando por 
uma rodovia federal, dentro da velocidade regulamentada quando se depara 
com um redutor de velocidade, do tipo “quebra molas”, que não estava 
sinalizado. Ao frear e tentar desviar do redutor, o usuário termina por perder o 
controle do veículo, vindo a se acidentar. Estava, entretanto, transitando sem o 
cinto de segurança. Neste caso: 
 Há a responsabilidade do órgão responsável pela sinalização da rodovia; 
 A responsabilidade do órgão público é mitigada pela culpa concorrente 
da vítima, haja vista que, caso estivesse utilizando o cinto de segurança, 
os danos sofridos teriam sido menores. 
 
Acerca dos problemas na sinalização, o art. 90, §1º do CTB atribui que a 
responsabilidade por falta, insuficiência ou incorreta colocação de sinalização 
será do responsável pela sinalização da rodovia: 
 
Apenas para ressaltar desde já, o responsável pela sinalização da via é, 
em regra, o órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via, mas 
há uma exceção, que se relaciona às vias e áreas de estacionamento de 
estabelecimentos privados de uso coletivo, em que a responsabilidade pela 
sinalização é do proprietário do estabelecimento: 
 
 
Art. 90 […] § 1º O órgão ou entidade de trânsito 
com circunscrição sobre a via é responsável pela 
implantação da sinalização, respondendo pela sua 
falta, insuficiência ou incorreta colocação.
Art. 80 […] § 3º A responsabilidade pela instalação da 
sinalização nas vias internas pertencentes aos condomínios 
constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas 
de estacionamento de estabelecimentos privados de uso 
coletivo é de seu proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.281, 
de 2016)
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 (VUNESP - 2013 - DETRAN-SP - Oficial de Trânsito) Os órgãos ou 
entidades do Sistema Nacional de Trânsito respondem por danos 
causados aos cidadãos, no âmbito de suas respectivas competências, 
(A) subjetivamente, por ação, omissão ou erro na execução de suas 
ações. 
(B) objetivamente, apenas por ação ou omissão em suas ações. 
(C) subjetivamente, por ação ou omissão em suas ações. 
(D) objetivamente, por ação, omissão ou erro na execução de suas ações. 
(E) nem objetiva nem subjetivamente em suas ações. 
Comentário: 
A responsabilidade dos órgãos de trânsito é sempre objetiva, 
independente de se tratar de ação, omissão ou erro. ATENÇÃO à alternativa 
“B”, que tentou confundir o candidato, ao colocar que a responsabilidade se 
referia ‘apenas’ à ação ou omissão. Lembre-se que o CTB traz a hipótese do 
erro também! 
Gabarito: D 
 
 
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4- PRIORIDADE DOS ÓRGÃOS DE TRÂNSITO 
O CTB traz uma prioridade para todas as ações dos integrantes do SNT, 
que é a Defesa da Vida. 
A vida está em primeiro lugar no trânsito, de forma que todas as ações, 
sejam elas regulamentadoras, fiscalizatórias ou punitivas, devem estar 
alinhadas com esse objetivo principal. 
Em última análise, a preservação da vida relaciona-se diretamente com a 
redução do número de acidentes de trânsito, pois são essas ocorrências as 
responsáveis por ceifar as vidas dos usuários. Ainda, como veremos adiante, 
relaciona-se, também, com a preservação ambiental (a flora e a fauna também 
são aspectos da vida que deve ser protegida). 
Nesse sentido, a defesa da vida pode ser considerada como um princípio 
basilar do trânsito. Para contextualizar, imagine alguns exemplos práticos: 
o A Polícia Rodoviária Federal precisa escolher os trechos em que 
irá montar uma blitz de trânsito. Para isso, pode considerar, por 
exemplo, os trechos com maior índice de acidentalidade; 
o O órgão de trânsito municipal, responsável pela instalação da 
sinalização de regulamentação, ao observar que em determinado 
trecho houve um aumento do número de acidentes, deverá estudar 
o local e melhorar as sinalizações existentes, buscando a redução 
desse índice. 
Leia agora o dispositivo legal trazido pelo CTB sobre o assunto: 
 
 
PRIORIDADE do SNT é diferente de OBJETIVOS do SNT, bem como das 
COMPETÊNCIAS de cada integrante do SNT, que são objeto de aula 
específica sobre o assunto. Cuidado para não confundir! 
 
 
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional 
de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela 
incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente.
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Você deve ter notado que o artigo traz duas nuances acerca do princípio 
da defesa da vida: a preservação da saúde e do meio ambiente. 
 
 
 
 (VUNESP - 2013 - DETRAN-SP - Oficial de Trânsito) Os órgãos e 
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, nos termos do art. 1.º, § 5.º do 
C.T.B, darão 
(A) prioridade em suas ações à defesa da vida, à preservação da saúde e 
do meio ambiente. 
(B) prioridade em suas ações à defesa da vida, à segurança, à preservação 
da saúde e do meio ambiente. 
(C) preferência em suas ações à defesa da vida, à segurança e à 
preservação do meio ambiente. 
(D) preferência em suas ações à defesa da vida, à segurança, à 
preservação da saúde e do meio ambiente. 
(E) preferência em suas ações à defesa da vida, à segurança, à circulação, 
à preservação da saúde e do meio ambiente. 
Comentário: 
A questão cobra a literalidade do art. 1º, §5º, do CTB! Atente-se para 
termos como “prioridade” e “preferência”, para não cair em “pegadinha”. 
Gabarito: A 
Defesa da vida
Preservação da 
saúde
Preservação do 
meio ambiente
PRIORIDADE das 
ações do SNT 
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5- VIAS TERRESTRES 
Já vimos que a utilização das vias terrestres se relaciona intimamente 
com o conceito de trânsito. 
 
5.1- Conceito de Via 
Antes de mais nada, vamos definir o que é uma via (Anexo I do CTB): 
 
Ou seja, a via, primeiramente, é uma superfície. Sobre essa superfície, 
podem transitar veículos, pessoas ou animais. Ainda, a via é composta de 
diversos elementos, dentre os quais se incluem a pista, a calçada, o 
acostamento, ilha e canteiro central. 
O que são veículos, pessoas e animais, nós já sabemos... Vamos focar no 
conceitodos componentes da via, novamente extraídos do Anexo I do CTB. 
Note que cada componente possui uma definição e uma finalidade diferente: 
 Pista- parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos, 
identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação 
às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais. 
 Calçada- parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não 
destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, 
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, 
vegetação e outros fins. 
 Acostamento- parte da via diferenciada da pista de rolamento 
destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de 
emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver 
local apropriado para esse fim. 
 Ilha- obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à 
ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção. 
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, 
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro 
central.
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 Canteiro Central- obstáculo físico construído como separador de duas 
pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias 
(canteiro fictício). 
A pista destina-se, normalmente, para o trânsito de veículos. Há hipóteses, 
entretanto, em que se admite a circulação de pedestres. Ou seja, não é exclusiva 
para a circulação de veículos. 
Em diferente situação está a calçada: ela é reservada para a circulação de 
pedestres. 
 
5.2- Tipos de Vias Terrestres 
Veja o que dispõe o art. 2º sobre as vias terrestres: 
 
Você deve ter notado que há vários tipos de vias terrestres, quais sejam, 
as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas 
e as rodovias. 
Mas qual o conceito de cada uma delas e as diferenças respectivas? 
Vamos inicialmente tomar emprestadas algumas definições trazidas pelo 
Anexo I do CTB: 
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os 
logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que 
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição 
sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias 
especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias 
terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas 
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e 
as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso 
coletivo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
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Em sua totalidade, as vias terrestres são: 
 
 
 
Tenha atenção ao disposto no parágrafo único desse artigo do CTB! As vias 
terrestres não são apenas aquelas listadas no caput... Há ainda mais três vias, 
muito cobradas em prova por não serem tão intuitivas! Vamos analisar? Leia 
primeiro o que diz a legislação: 
 
• espaço livre destinado pela municipalidade
à circulação, parada ou estacionamento de 
veículos, ou à circulação de pedestres, tais 
como calçada, parques, áreas de lazer, 
calçadões.
LOGRADOURO 
PÚBLICO
• via rural não pavimentada.ESTRADA
• via rural pavimentada.RODOVIA
ruas
avenidas
logradouros
caminhos
passagens
estradas
rodovias
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são 
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação 
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios 
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de 
estacionamento de estabelecimentos privados de uso 
coletivo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
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Você notou que há duas vias ali que são vias privadas, porém, abertas à 
circulação do público? Atenção a elas! 
 Praias abertas à circulação pública [PÚBLICA] 
 Vias internas pertencentes aos condomínios constituídos 
por unidades autônomas [PRIVADA] 
 Vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos 
privados de uso coletivo [PRIVADA] 
 
As áreas portuárias também constituem vias terrestres passíveis de 
fiscalização! Veja o que diz o art. 7º-A do CTB: 
 
 
 
 
Para ilustrar algumas peculiaridades, vamos tomar por exemplo um 
posto de gasolina. 
Os postos de gasolina, em sua totalidade, NÃO SÃO vias terrestres! Pela 
redação do art. 2º, parágrafo único, do CTB, são consideradas como “vias 
Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto 
organizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 
7o, com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente 
interessados, para o fim específico de facilitar a autuação por 
descumprimento da legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 
12.058, de 2009)
Também são 
vias terrestres
praias abertas à circulação pública
vias internas condominiais
vias e áreas de estacionamentos privados de uso 
coletivo
áreas portuárias
 23 de 35 
 
terrestres” as VIAS e as ÁREAS DE ESTACIONAMENTO dos 
estabelecimentos privados de uso coletivo. Ou seja, não é o estabelecimento 
inteiro, mas sim, as suas vias de circulação e as áreas de estacionamento (em 
que os veículos não circulam, mas permanecem estacionados). 
 
E quem pode fiscalizar esses locais? A autoridade de trânsito com 
circunscrição sobre a via. Essa competência, conforme o CTB, é dos órgãos e 
entidades executivos de trânsito dos Municípios (art. 24, VI), podendo autuar e 
aplicar penalidades, nestes locais, SOMENTE para infrações de uso de vagas 
reservadas em estacionamentos: 
 
 
Perceba que a inclusão das “vias e áreas de estacionamento de 
estabelecimentos privados de uso coletivo” no rol de vias terrestres foi feito 
pela Lei nº 13.146/2015, a qual instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
Essa lei, na parte de trânsito, visou regulamentar a questão do 
ESTACIONAMENTO para os deficientes, esclarecendo a legislação nesse 
sentido e abrindo a possibilidade de os órgãos de trânsito autuarem pessoas que 
estacionassem indevidamente na vaga destinada às pessoas com deficiência. 
À título de curiosidade, veja o que diz seu art. 47, na redação dada pela 
Lei nº 13.281/16: 
VI – executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de uso público 
e edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas 
administrativas cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e multa, por 
infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício 
regular do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e arrecadando as 
multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de edificações privadas 
de uso coletivo, somente para infrações de uso de vagas reservadas em 
estacionamentos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
 24 de 35 
 
 
 
 (UFMT - 2015 - DETRAN-MT - Auxiliar do Serviço de Trânsito) De 
acordo com a Lei N.º 9.503/1997, Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 
NÃO são vias terrestres: 
A) Praias privadas. 
B) Vias internas pertencentes aos condomínios. 
C) Ruas. 
D) Estradas. 
Comentário: Apenas as praias abertas à circulação pública enquadram-
se como vias terrestres, as praias privadas, na medida em que não são abertas 
ao público, não. Veja o que diz o CTB: 
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os 
logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso 
regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com 
as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as 
praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos 
condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de 
estacionamento de estabelecimentos privados de uso 
coletivo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
Gabarito: A 
 
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento abertoao público, de 
uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser 
reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, 
devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com 
deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que 
devidamente identificados.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os 
infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei nº 
9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). 
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
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5.3- Classificações das Vias Terrestres 
Cada tipo de via terrestre pode ser enquadrado em uma ou mais 
classificações. Veja as definições do Anexo I do CTB: 
 
 
As vias urbanas são, ademais, separadas entre vias de trânsito rápido, 
vias arteriais, vias coletoras e vias locais. Veja as definições e diferenças entre 
cada uma no quadro abaixo: 
 
VIA RURAL
• estradas e rodovias.
VIA URBANA
• ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e 
similares abertos à circulação pública, 
situados na área urbana, caracterizados 
principalmente por possuírem imóveis 
edificados ao longo de sua extensão.
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Para fins de prova, saber a classificação de uma via é particularmente 
importante para definir a velocidade máxima e mínima que poderá ser 
desenvolvida nessa via. O estudo dessas velocidades, entretanto, será visto em 
outra aula. 
As diferenças entre os tipos de vias são basicamente relativas à presença ou não 
se semáforo e de interseções em nível. 
A definição de interseção é a seguinte: todo cruzamento em nível, 
entroncamento ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais 
cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações. 
Vias urbanas
Trânsito 
rápido
caracterizada 
por acessos 
especiais com 
trânsito livre, 
sem interseções 
em nível
sem
acessibilidade 
direta aos lotes 
lindeiros e 
sem travessia de 
pedestres em 
nível.
Arterial
caracterizada por 
interseções em 
nível, geralmente 
controlada por 
semáforo, com 
acessibilidade 
aos lotes 
lindeiros e às 
vias secundárias 
e locais,
possibilitando o 
trânsito entre as 
regiões da 
cidade.
Coletora
destinada a 
coletar e 
distribuir o 
trânsito que 
tenha 
necessidade de 
entrar ou sair das 
vias de trânsito 
rápido ou 
arteriais,
possibilitando o 
trânsito dentro 
das regiões da 
cidade.
Local
caracterizada por 
interseções em 
nível não 
semaforizadas,
destinada 
apenas ao acesso 
local ou a áreas 
restritas.
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 [FCC – TÉC. SEGURANÇA E TRANSPORTES - TRT 6ª – 2012] Via 
caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em 
nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres 
em nível é caracterizada como: 
(A) via arterial. 
(B) via de trânsito rápido. 
(C) estrada. 
(D) via local 
(E) passarela 
Comentário: A questão aborda as definições acerca dos conceitos das vias, 
expostas no Anexo I do CTB. 
Gabarito: B 
 
POSSUI SEMÁFORO?
NÃO
SIM
SIM
NÃO
POSSUI INTERSEÇÃO?
NÃO
SIM
SIM
SIM
TIPO RESULTANTE
Trânsito Rápido
Arterial
Coletora
Local
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6- APLICAÇÃO DO CTB 
O art. 3º do CTB prevê a quem são aplicáveis as suas disposições: 
 
Assim, o CTB é aplicável tanto a pessoas (proprietários, condutores), 
quando a coisas (veículos), nacionais ou estrangeiros, desde que estejam 
circulando nas vias no território nacional. 
 
Se um veículo ou uma pessoa estrangeira estiver circulando pela via dentro do 
território nacional, ela sofrerá a influência do CTB? SIM, mesmo sendo 
estrangeira! 
 
 
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer 
veículo, bem como aos proprietários, condutores dos 
veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele 
expressamente mencionadas
 29 de 35 
 
7- ANEXO I DO CTB 
O Anexo I do CTB traz uma série de conceitos que são utilizados ao 
longo do Código. 
A leitura e compreensão destes conceitos é fundamental para o estudo do 
CTB, pois ao longo do texto normativo, são utilizados apenas os termos 
técnicos, sem retomar, a todo momento, a definição de cada um deles. 
Ainda, por serem tratados diferentes tipos de vias, veículos e outros 
termos técnicos, é comum que a banca tente causar confusão, trocando os 
conceitos e tentando levar os candidatos a erro. 
Veja o que diz o art. 4º: 
 
Assim, sempre que for aplicável, trarei os conceitos trazidos no Anexo I 
para dentro do material, em quadros de destaque. 
Você irá notar que a leitura do Anexo I é bastante intuitiva, técnica e 
esclarecedora. Não deixe de lê-lo por inteiro! 
Aqui, trago alguns dos conceitos mais importantes e “problemáticos”, 
essenciais para esse momento inicial, os quais serão oportunamente 
comentados nas respectivas aulas. Por enquanto, apenas os leia: 
 
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste 
Código são os constantes do Anexo I.
 30 de 35 
 
 
 
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar,
credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização,
operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade
executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele
expressamente credenciada.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função
específica de proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o sobre
situações de perigo que possam colocar em risco sua integridade física e dos demais
usuários da via, ou danificar seriamente o veículo.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na
legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no
âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de trânsito e de acordo com as
competências definidas neste Código
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito, às normas
emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação
estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos conceitos de
Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de
forma a reduzir as interferências tais como veículos quebrados, acidentados, estacionados
irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos
pedestres e condutores.
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Quem faz PATRULHA é a Polícia Rodoviária Federal. 
Quem faz Policiamento Ostensivo são as Polícias Militares. 
As Operações de Trânsito relacionam-se à Engenharia de Tráfego. 
A Fiscalização é o exercício do poder de polícia administrativa de trânsito 
– não necessariamente exercida por um órgão policial! Pode ser o órgão 
municipal. 
 
 
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com o 
objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e 
evitando acidentes.
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polícias 
Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança 
pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de trânsito, 
assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regulamentação 
pelo órgão ou entidade competente com circunscrição sobre a via, definindo, entre 
outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam de placas, 
marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e 
gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito dos veículos e 
pedestres.
SINALIZAÇÃO - conjuntode sinais de trânsito e dispositivos de segurança
colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada, 
possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e pedestres que 
nela circulam.
RENAVAM
Registro Nacional de 
Veículos 
AutoMotores
RENAINF
Registro Nacional de 
INFrações
RENACH
Registro Nacional de 
Condutores 
Habilitados.
 32 de 35 
 
8- ADENDO: ANEXO II do CTB 
 Lá no início desta aula, referi que o CTB possuía dois Anexos, você 
recorda? 
O primeiro anexo, como vimos no capítulo anterior, refere-se aos 
conceitos e definições dos termos usados na legislação. 
Já o segundo anexo, refere-se à regulação dos sinais de trânsito 
estipulados no art. 87 do CTB: 
 
Originalmente, o Anexo II fora aprovado junto com o corpo do CTB, 
assim como o Anexo I. Posteriormente, entretanto, e seguindo a orientação do 
art. 336, ele passou a ser regulamentado por Resolução do CONTRAN: 
 
Dessa forma, Anexo II do CTB, encontra-se, desde o ano de 2004, 
instituído e regulamentado pela Resolução nº 160/2004 do CONTRAN, e suas 
respectivas alterações. 
O Anexo II regula as sinalizações de trânsito, aprofundando os sinais 
trazidos pelo art. 87 do CTB, e encontra-se estruturado da seguinte forma: 
Art. 87. Os sinais de 
trânsito classificam-se 
em:
Verticais
Horizontais
Dispositivos de sinalização auxiliar
Luminosos
Sonoros
Gestos do agente de trânsito e do 
condutor
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a 
aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da 
publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara Temática de 
Engenharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrões 
internacionais.
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ANEXO II 
DO CTB
1. SINALIZAÇÃO VERTICAL
2. SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
3. DISPOSITIVOS AUXILIARES DE SINALIZAÇÃO
4. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA 
5. SINALIZAÇÃO DE OBRAS 
6. GESTOS 
7. SINAIS SONOROS
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9- Referências Bibliográficas 
 
CIRINO, Paulo André da Silva. Legislação de Trânsito. Coleção Sinopses 
para Concursos. V. 48. Coord. Leonardo Garcia. Salvador: Editora 
JusPodivm, 2018. 
GOMES, Ordeli Savedra. Código de Trânsito Brasileiro Comentado e 
legislação complementar. 13. Ed. Curitiba: Juruá, 2018. 
LUZ, Valdemar P. da. Trânsito e veículos: responsabilidade civil e criminal. 
7. Ed. Leme (SP): JH Mizuno, 2018. 
MACEDO, Leandro; MENDES, Gleydson. Curso de Legislação de Trânsito. 
5. Ed. rev. Atual. e ampl. Salvador: Editora JusPodivm, 2018. 
PAULUS, Adilson Antonio; WALTER, Edison Luis. Manual de Legislação 
de Trânsito. 10. ed. rev. atual. ampl. Santo Ângelo (RS): Nova Geração do 
Trânsito, 2016.

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