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Unidade II ESTUDOS DISCIPLINARES Custos hospitalares: o papel do gestor Profa. Ma. Paula Castro Controle de estoque para controle de custos Os avanços tecnológicos impulsionam o aumento da complexidade assistencial, criando uma demanda crescente por recursos materiais. Necessidade de aprimoramento dos sistemas de gerenciamento destes recursos. garantir uma assistência contínua de qualidade a um menor custo. assegurar a quantidade e a qualidade dos materiais necessários. Os sistemas de recursos materiais de organizações hospitalares têm registrado cerca de 3.000 a 6.000 itens de consumo. Controle de estoques Em instituições hospitalares os suprimentos – incluídos os medicamentos – são responsáveis por aproximadamente 54% dos custos. Duas variáveis são responsáveis diretas pelo aumento do custo dos medicamentos: (1) a quantidade dos produtos armazenados; e (2) seu tempo de permanência nos estoques. Quanto maior o grau dessas duas variáveis, maior será o custo final dos estoques. Objetivo do controle de estoques Consiste em colocar os recursos necessários ao processo produtivo com qualidade, em quantidades adequadas, no tempo correto e ao menor custo. Aspecto fundamental = a assistência aos clientes não deve sofrer interrupções, que são atribuídas a fatores como insuficiência na quantidade ou falta de qualidade de materiais. Administração de materiais e medicamentos Envolve a totalidade dos fluxos de materiais de uma organização, compreendo: a compra; a recepção; o armazenamento no almoxarifado; a movimentação de materiais; o transporte interno; o armazenamento no depósito de produtos acabados. Setor responsável Está vinculado à área administrativa da estrutura organizacional, compreendo os setores de Compras e Almoxarifado, onde são desenvolvidas atividades por pessoal que, geralmente, não é da área da Saúde. Dada a diversidade e complexidade dos materiais utilizados na área da Saúde, é indispensável a participação de áreas como a Enfermagem, a Farmácia e o Laboratório. Passos a serem seguidos neste controle Classificação = separar por grupos de finalidade: medicamentos; materiais médico-hospitalares; escritório / informática; gêneros alimentícios. Padronização = essencial dada a variedade de bens e produtos que tem a mesma finalidade técnica e indicações de uso. Deve-se avaliar aspectos relacionados aos risco e impactos da utilização do material para pacientes e trabalhadores. Especificação = compreende uma descrição minuciosa do material, com precisão do que se deseja adquirir. Deve conter na especificação: nome do produto; indicações de uso; desempenho técnico; matéria-prima de fabricação; dimensões / tamanhos; acabamento / embalagens; métodos de esterilização e prazo de validade. Passos a serem seguidos neste controle Interatividade Ao solicitar a compra de uma seringa para o departamento de compras do hospital, entrego um documento com a seguinte necessidade: seringa de 20 ml, de plástico, descartável, com rosca. Este é um modelo de: a) padronização. b) especificação. c) previsão. d) provisão. e) classificação. Resposta Ao solicitar a compra de uma seringa para o departamento de compras do hospital, entrego um documento com a seguinte necessidade: seringa de 20 ml, de plástico, descartável, com rosca. Este é um modelo de: a) padronização. b) especificação. c) previsão. d) provisão. e) classificação. Classificação de materiais XYZ A classificação XYZ avalia o grau de criticalidade ou imprescindibilidade do material no desempenho das atividades realizadas. Esse material é essencial para alguma atividade vital da organização? Esse material pode ser adquirido facilmente? Algum material equivalente pode ser encontrado facilmente? O fornecimento desse material é problemático? Esse material possui equivalente já especificado? Itens classe “X” Os itens dessa classe são os materiais de baixa criticalidade, pois sua falta não acarreta paralisações nem riscos à segurança pessoal, ambiental e patrimonial. Possuem elevada possibilidade de serem substituídos por outros equivalentes e elevada facilidade de obtenção no mercado. Itens classe “Y” Os itens classe Y apresentam grau de criticalidade médio ou intermediário entre os imprescindíveis e os de baixa criticalidade. Podem ser substituídos por outros com relativa facilidade, embora sejam vitais para a realização das atividades. Itens classe “Z” A característica desses itens é a máxima criticalidade, pois são imprescindíveis, não podem ser substituídos por outros equivalentes em tempo hábil para evitar transtornos. A falta desses materiais provoca a paralisação das atividades essenciais da instituição, colocando em risco tanto os profissionais e clientes quanto o ambiente e o patrimônio organizacional. Classificação ABC Esse sistema permite identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque. Não devemos dar um grau de atenção de forma idêntica, pois cada item possui suas peculiaridades, como custo, demanda, prazo de entrega e alternativas de fornecimento. Para essa classificação, é necessário que se tenha conhecimento sobre: relação de todos os materiais em estoque; preço unitário de aquisição de cada material; demanda ou consumo anual de cada material; montante do capital investido no exercício. Materiais com classificação “A” Pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor total dos estoques. Justificam procedimentos meticulosos no seu dimensionamento e controle. Embora os itens da classe A sejam responsáveis pelos maiores gastos, não são necessariamente aqueles de maior custo unitário. Produtos de custo unitário médio, mas de consumo elevado, absorvem grandes volumes financeiros. Materiais com classificação “A” Para os itens da classe A, os critérios de gerenciamento de estoque devem ter as seguintes ações: redução nos prazos de abastecimento; redução dos estoques; redução dos períodos de renovação; redução dos estoques de reserva; estabelecimento de controles de utilização; busca dos melhores fornecedores; obtenção dos melhores preços. Classe “B”: são itens intermediários entre as classes A e C. Os procedimentos de dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos. Classe “C”: são itens de menor importância, que não justificam procedimentos rigorosos de dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de estoques elevados. Itens A = 20% do total de itens e até 70% dos custos. Itens B = 20 a 30% do total de itens até 98% dos custos. Itens C = 50% do total de itens e restante % do total de custos. Interatividade Ao escolhermos uma metodologia para fazermos o controle de estoque de materiais e medicamentos de uma instituição de saúde, temos como objetivo, exceto: a) identificar qual o material que consome maior volume financeiro do meu orçamento. b) quais são os materiais que são imprescindíveis para a manutenção das atividades. c) garantir que haja redução de custos com desperdícios. d) garantir a satisfação do cliente, comprando o material que mais lhe agrada. e) facilitar as tomadas de decisão sobre o gerenciamento de custos de insumos. Resposta Ao escolhermos uma metodologia para fazermos o controle de estoque de materiais e medicamentos de uma instituição de saúde, temos como objetivo, exceto: a) identificar qual o material que consome maior volume financeiro do meu orçamento. b) quais são os materiais que são imprescindíveis para a manutenção das atividades. c) garantir que haja redução de custos com desperdícios. d) garantir a satisfação do cliente, comprando o materialque mais lhe agrada. e) facilitar as tomadas de decisão sobre o gerenciamento de custos de insumos. Métodos de custeio A palavra custeio pode ser definida como “metodologia de apuração de custos”. Significa apropriar custos. Para a escolha do melhor método, é preciso saber qual o seu objetivo: controle, informações, tomada de decisão. O sistema de custeio deve estar em conformidade com as necessidades de gestão de cada instituição. Sistemas de apuração de custos Componente do sistema de informação financeira para análise gerencial e tomada de decisões estratégicas. Quanto mais detalhada a informação sobre custos, maior será o esclarecimento sobre seu comportamento, permitindo melhor gerenciamento dos custos por departamento. Um sistema de contabilidade de custos facilita um controle mais preciso, permitindo melhor análise de lucratividade. Objetivos da contabilidade de custos Justificar custos ou computar o valor do reembolso. Prover informação para decisões econômicas. Medir receita e bens para fins de relatórios de prestação de contas. Motivar gerentes e empregados. Métodos de custeio Custeio por Absorção Sistema mais tradicional = custeio integral. Centros de custos: produtivo; auxiliar; administrativo. Custeio Baseado em Atividades – ABC (Activity-Based Costing) Produtos = atividades = recursos. Direcionadores de custos. “Rastrear” atividades mais relevantes. Custeio por Absorção Método tradicional = custo integral. Custo total: custos diretos; custos indiretos; custos fixos; custos variáveis. Centro de custo produtivo Desenvolve atividade diretamente relacionada com o objetivo da instituição. Unidade que presta serviço diretamente ao paciente. Compreende uma atividade com remuneração pelos serviços prestados: unidade de internação; centro cirúrgico; unidade de terapia intensiva; serviço de radiologia; laboratório. Centro de custo auxiliar É o que executa atividade complementar: central de material e esterilização; serviço de nutrição e dietética; almoxarifado; manutenção. Centros de custos administrativos Apoio administrativo: Superintendência; Administração; Contabilidade; Informática; Suprimento; Setor de Compras; Educação Continuada. Custeio por Absorção Vantagem = assegurar uma visão unitária para o custo de cada serviço. Necessidade = todos os custos devem ser absorvidos. Pode ser utilizado em instituições que não possuem condições de informatizar todas as suas informações. Custeio por Absorção Desvantagens Falta de identificação dos custos indiretos, com utilização de critérios subjetivos de rateio. Dificuldade na atualização dos custos. Os gerentes muitas vezes não tem controle sobre todos os centros de custos. Interatividade Para a aferição de custos pelo método de absorção, é importante que a instituição seja dividida em centros de custos. De acordo com o conceito de centros de custos, qual a alternativa correta: a) Centro de custos produtivo: educação continuada. b) Centro de custo auxiliar: centro cirúrgico. c) Centro de custo administrativo: lavanderia. d) Centro de custo produtivo: segurança patrimonial. e) Centro de custo auxiliar: serviço de nutrição e dietética. Resposta Para a aferição de custos pelo método de absorção, é importante que a instituição seja dividida em centros de custos. De acordo com o conceito de centros de custos, qual a alternativa correta: a) Centro de custos produtivo: educação continuada. b) Centro de custo auxiliar: centro cirúrgico. c) Centro de custo administrativo: lavanderia. d) Centro de custo produtivo: segurança patrimonial. e) Centro de custo auxiliar: serviço de nutrição e dietética. Custeio Baseado em Atividades – ABC (Activity-Based Costing) Esta metodologia, conhecida como Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing – ABC), pressupõe que os serviços ou produtos consomem atividades e, depois, que são essas atividades que consomem os recursos. Em outras palavras, o sistema ABC propõe que atividades consomem recursos para produzir um resultado, uma vez que cada paciente necessita de uma série diferente de atividades para seu tratamento e recuperação. Fluxo do custeio ABC Recursos Atividades Produtos Consomem Geram Etapas do ABC Primeira etapa do desenvolvimento do método ABC: identificar as atividades que são executadas; a atividade é definida como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros; a descrição das atividades gera a criação de um dicionário que define cada atividade executada. Exemplo Preparo de material para esterilização: secar; controlar qualidade do artigo; embalar. Etapas do ABC Segunda etapa do desenvolvimento do ABC: definição dos direcionadores de custos; definido como um evento que influencia o nível e o desempenho de atividades e o consumo resultante de recursos; os direcionadores seriam responsáveis pela maior “precisão” do sistema, no sentido de exatidão dos números; e pela maior “acurácia”, no sentido da utilização dos resultados para auxílio à decisão. Exemplos Tempo consumido de mão de obra. Volume em m3 de água. Objetivos do ABC O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos por meio da análise das atividades executadas dentro da instituição e suas respectivas relações com os objetos de custo. O princípio básico deste sistema é tornar direto maior número possível de custos proporcionais e não proporcionais, por meio de direcionadores de custos. Objetivos do ABC “Rastrear” as atividades mais relevantes, identificando as mais diversas rotas de consumo dos recursos da empresa. É por meio dessa análise das atividades que se busca planejar e realizar o uso eficiente e eficaz dos recursos das empresas. Benefícios: melhora as decisões gerenciais; facilita a determinação de custos relevantes; proporciona maior exatidão nos custos de produtos; determina os custos dos serviços. A metodologia ABC pode relacionar custos com medidas de performance e/ou resultados. Gerentes com os dados de custos ABC nas mãos têm melhores condições de conseguir eficiência em seu funcionamento organizacional sem impactar negativamente a qualidade dos serviços prestados. A metodologia ABC serve como um sistema para garantir a melhoria contínua de qualidade. Objetivos do ABC Limitações Complexa e detalhada construção do sistema de informações. Custo elevado de implantação. Grande número de atividades que demandam muito tempo na coleta de dados. Dificuldade no estabelecimento de padrões. Necessidade de acompanhamento constante das atividades e dos direcionadores. Interatividade Qual é a diferença entre o método de custeio ABC e o método de custeio por absorção? a) Os custos fixos são atribuídos, no custeio ABC, aos produtos por meio de rateio recíproco, enquanto a absorção uso o rateio assimétrico. b) Os custos e despesas são atribuídos, no custeio ABC, aos custos das atividades; na absorção, os custos são atribuídos por meio de direcionadores de tarefas. c) O custeio ABC somente deve ser aplicado em empresas não industriais. d) O custeio ABC pode ser utilizado apenas em conjunto com a reengenharia de processos. e) A absorção tem uma visão verticalizada, enquanto o ABC tem uma abordagem horizontal por ser interdepartamental. Resposta Qual é a diferença entre o método de custeio ABC e o método de custeio por absorção? a) Os custos fixos são atribuídos, no custeio ABC, aos produtos por meio de rateio recíproco, enquanto a absorção uso o rateio assimétrico. b) Os custos e despesas são atribuídos, no custeio ABC, aos custos das atividades; na absorção, os custos são atribuídos por meio de direcionadoresde tarefas. c) O custeio ABC somente deve ser aplicado em empresas não industriais. d) O custeio ABC pode ser utilizado apenas em conjunto com a reengenharia de processos. e) A absorção tem uma visão verticalizada, enquanto o ABC tem uma abordagem horizontal por ser interdepartamental. ATÉ A PRÓXIMA!
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