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SELEÇÃO MORFOLÓGICA E FUNCIONAL DOS EQUINOS Padrão racial Características morfológicas e funcionais Objetivo: Conhecer as características ideais e os principais defeitos de conformação dos cavalos MORFOLOGICAMENTE PODE-SE AGRUPAR OS EQUINOS DE ACORDO COM SUA FUNÇÃO Raças de tração Raças de tração leve ou sela Raças de velocidade TRAÇÃO VELOCIDADE Brevilíneo Longilíneo Inserido num quadrado Inserido num retângulo Cabeça pesada Cabeça leve Pescoço grosso Pescoço fino Cernelha pouco pronunciada Cernelha muito pronunciada Paleta mais em pé Paleta menos em pé Garupa caída Garupa mais horizontal Grandes massas musculares (mais força) Massas musculares mais distendidas Corpo tosco e musculoso Corpo mais harmonioso Antebraço curto Antebraço longo Canela longa Canela curta Vazio subesternal menor Grande vazio subesternal Comparação morfológica entre cavalos de tração e velocidade velocidade tração Como selecionar um cavalo ? Quatro métodos 1. Características individuais 2. Genealogia (pedigree) 3. Prêmios em exposições 4. Provas funcionais 1. Seleção baseada nas características individuais - Animal sadio e de boa conformação 2. Seleção baseada na genealogia - Registros até quinta geração - Registros do desempenho dos antecessores ( velocidade, provas funcionais, prêmios em exposições) - Importância da herança materna - Animais muito jovens 3. Seleção baseada em prêmios em exposições (morfologia) - Critério valioso individual – Registro de mérito - Limitações 4. Seleção baseada em provas funcionais - Critério valioso – Registro de mérito - Limitações MORFOLOGIA PROCEDIMENTO PARA EXAMINAR UM EQUINO VISTA DE FRENTE VISTA POSTERIOR VISTA DE LADO VISTA DE FRENTE 1. Cabeça 2. Capacidade torácica 3. Caráter do sexo 4. Patas dianteiras VISTA POSTERIOR 1. Garupa e quarto traseiro 2. Patas traseiras VISTA LATERAL 1. Estilo e beleza 2. Equilíbrio e simetria 3. Pescoço – cabeça 4. Paleta 5. Parte média - costelas 6. Linha superior – cernelha, dorso, lombo, garupa e cola 7. Membros anteriores: sustentação – 60 a 65% antebraço quartela e casco 8. Membros posteriores: força e impulsão perna quartela e casco “Voo do casco” A = normal B = casco “achinelado” C = casco “encastelado” 9. Raça: tamanho, altura, vazio sub-esternal, formato do corpo e cabeça, movimentos Avaliação em movimento Resumo O que se deve observar morfologicamente - deve corresponder ao tipo específico adaptado a função que irá cumprir - estar de acordo com as características da raça que representa - independente da raça e função, existem características favoráveis e desfavoráveis Aprumos normais e Defeitos comuns Aprumos normais visto de frente Aprumos normais visto de trás Aprumos normais de lado Defeitos visto de frente Defeitos visto de frente Carpos valgos Cambaio Carpos varos Cambota Defeitos visto de trás Defeitos visto de trás Jarrete de vaca Arqueado Barril Ajoelhado Joelho de cabrito Joelho de vaca Sobre si Acampado Sobre si de trás Acampado de trás Referências bibliográficas TOLEDO, Adalton P. Mecânica de sustentação e Locomoção dos Equinos. Ed. Paramed – SP, 1985 TOLEDO, A.P. Defeitos e Correção de Aprumos – um assunto pouco considerado. Revista Hippus, nº 47, pág 80-82, 1983 ENSMINGER, M. E. Produccion Equina. Ed. El Ateneo – Buenos Aires, 1978 TOUCEDO, G. El Caballo Deportivo. Ed Codia – Buenos Aires, 1983, 164p ROMASZKAN, G. & JUNQUEIRA, J. F. D. O Cavalo. Ed. Itatiaia Ltda, Vol I, 1977, 281p JONES, W. E. Genética e Criação de Cavalos. Ed. Roca, SP, 1987, 666p Staschak GENÉTICA DE PELAGENS EM EQUINOS Genótipo : conjunto de genes de um indivíduo transmitido de pais para filhos através das gerações Fenótipo: expressão do genótipo GENES Se apresentam em pares Alelos 1 do pai + 1 da mãe T (letra maiúscula) = gene dominante t (letra minúscula) = gene recessivo TT tt Tt Tt = heterozigose (o gene dominante se expressa fenotipicamente em heterozigose) TT e tt = homozigose T – gene dominante t – gene recessivo Exemplo: genótipo do pai – Tt genótipo da mãe – Tt Genótipo resultante do acasalamento: Homozigotos tt – 25% Homozigotos TT -25% Heterozigotos Tt – 50% Mãe/ Pai T t T TT Tt t Tt tt EPISTASIA Determinados alelos de um gene inibem a ação de alelos de outro gene que podem ou não estar no mesmo locus (local do cromossoma onde se situam os genes alelos) Gene EPISTÁTICO: exerce a ação inibitória Gene HIPOSTÁTICO: sofre a inibição Epistasia dominante: um único alelo epistático é suficiente para inibir o hipostático Epistasia recessiva: os dois alelos são necessários para causar a inibição Melanócitos - responsáveis pela pigmentação da pele, pelos e olhos TODAS as pelagens possíveis nos cavalos derivam de dois pigmentos EUMELANINA – pelagem negra (picaço, preto e zaino) FEOMELANINA – pelagem vermelha (alazão) As demais pelagens existentes se originam pela atuação de genes restringindo, diluindo, sombreando, encobrindo e misturando esses pigmentos Eumelanina – dominante – “E” Feomelanina – recessiva – “e” Genótipo Fenótipo EE preto/ zaino Ee preto/zaino ee alazão Cruzamentos de dois pretos heterozigotos – Ee E e E EE Ee e Ee ee Cruzamento de dois alazões – ee Cruzamento de preto homozigoto – EE com alazão - ee e e e ee ee e ee ee E E e Ee Ee e Ee Ee GENES DILUENTES GENE DILUENTE “A” (Agoute) – Colorado/Zaino Restringe a ação da eumelanina no corpo, mas não nas extremidades (crinas , cabos e cola) Gene Agoute é dominante em relação a eumelanina A – dominante a – recessivo Gene Agoute não tem nenhuma influência sobre a feomelanina Genótipos de animais pretos, zainos, colorados e alazões E_aa = preto ee_ _ = alazão E_A_ = colorado/zaino Conclusões: preto X preto : não produz colorado alazão X alazão : não produz colorado preto/zaino X alazão: pode produzir colorado zaino X zaino: pode originar as três pelagens colorados X colorados: pode originar as três pelagens EA Ea eA ea EA EEAA EEAa EeAA EeAa Ea EEAa EEaa EeAa Eeaa eA EeAA EeAa eeAA eeAa ea EeAa Eeaa eeAa eeaa Dissociação genética do cruzamentos de indivíduos heterozigotos para os dois genes “E” e “A” e as possibilidades de filhos resultantes GENE DILUENTE “D” ( Dun = Pardo) – Gateado/Lobuno É um gene dominante e dilui ambos os pigmentos, a eumelanina e a feomelanina Presença deste gene leva as seguintes variações na pelagem: Animais de pelagem negra pelagem lobuna Animais colorados pelagem gateada Animais tostados pelagem gateada clara (ruiva) O gene “D” é dominante, por isso se expressa na forma homozigota e heterozigota. Se não se expressa, logicamente estará ausente do genótipo doindivíduo Gateado X Gateado pode gerar colorado P O R É M Colorado X Colorado jamais resultará num gateado Gateado pode gerar lobuno Lobuno pode gerar gateado EXEMPLO: Manada de éguas gateadas, padreadas por cavalo picaço (ou o contrário) alta incidência de lobunos GENE DILUENTE CREME “Ccr” - Baio, Palomino Não existe dominância completa, o grau de diluição possui efeito aditivo de heterozigose C Ccr ou homozigose Ccr Ccr A presença desse gene em homozigose (CcrCcr) dilui severamente as três pelagens – negra, alazã e colorada – produzindo animais de pelagem creme, pérola ou marfim (“melado” - “cremelo”) Cruzar baio X baio melado A presença desse gene em heterozigose (CCcr) não dilui a pelagem negra (E_aaCCcr) CCcr sobre animais colorados (E_A_CCcr) baio cabos negros CCcr sobre animais alazões (ee_CCcr) baio ruano Baio ruano X baio ruano 25% alazão 25% melado 50% baio ruano(ee_CcrCcr) Baio ruano (ee_CcrCcr) X alazão 100% baio ruano GENE “G” – Tordilho (Gray) Este gene ocorre em qualquer pelagem, provocando gradativo branqueamento É um gene dominante “G” (alelo recessivo é “g”) portanto, para se manifestar é necessário que pelo menos um dos progenitores possua essa pelagem Genótipo: Gg – heterozigoto GG – homozigoto (ambos os pais tordilhos e os filhos serão 100% tordilhos) É um gene epistático, altera a expressão de genes situados em outros locus. Muitas vezes não se expressam fenotipicamente, em função da epistasia, mas são repassados aos descendentes e se manifestam posteriormente. Efeitos do gene “G” – diversas combinações Sobre pelagem negra tordilho negro Sobre pelagem colorada tordilho mais claro Sobre a pelagem gateada tordilho GEN “R” – Mouros e Rosilhos (Rouan) Localizado em um locus particular que promove um efeito de mescla com a pelagem original. Gen R é dominante Combina-se com as pelagens negra, gateada, lobuna, baia, colorada FATOR BRANCO – Albinismo – “W” O gene “W” é dominante sobre qualquer gene Para um cavalo ser albino, é necessário que um dos pais o seja Raça Crioula: provavelmente o gene é inexistente, sendo os supostos albinos, animais homozigotos para o gene diluente creme, ou homozigotos para o gene “Sb” (sabinos ou overos) Albino é SEMPRE heterozigoto Albino homozigoto é LETAL “Síndrome do branco letal” GENE “O” ou “Sb” - Overo / Sabino Os mecanismos genéticos de transmissão não são plenamente conhecidos As manchas têm uma disposição mais horizontal, raramente cruzando a linha média do corpo, as cerdas normalmente possuem uma só coloração Gene “O” é dominante Animais overos são heterozigotos (Oo) Síndrome do overo letal – acasalamentos entre overos homozigoto (OO) GENE “To” - Tobianos Manchas grandes e irregulares, padrão vertical. As manchas cruzam a linha média do corpo e tendência a serem calçados nos membros (normalmente os 4), até a região do joelho e possuindo cerdas e cola com as duas cores Várias combinações: Tobiano preto, lobuno, baio, colorado, etc. Gene dominante. Genótipo: “ToTo” ou “Toto” Artigo técnico: Genética de pelagens – João Vicente Brasil Sá - 2006