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ERASER- CENTRO DE FORMAÇÃO TECNOLÓGICO
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
ALUNAS: EVELLYN MARTA, GEORGIA PASSOS, JAMILE SANTOS E NATALIA MELO
TRANSGENITALIZAÇÃO X ÉTICA
FEIRA DE SANTANA 2020
ALUNAS: EVELLYN MARTA, GEORGIA PASSOS, JAMILE SANTOS E NATALIA MELO
TRANGENITALIZAÇÃO X ÉTICA
Trabalho orientado pela docente:
Sinara Lima, onde traremos informações sobre a questão da cirúrgia de mudança de sexo, onde fazê-la e as barreiras enfrentadas pelo paciente, esta pesquisa foi feita para o Curso Técnico de Enfermagem.
FEIRA DE SANTANA 2020
Sumário
INTRODUÇÃO	2
VALORES ÉTICOS	2
DESENVOLVIMENTO	3
A RESOLUÇÃO N. 1.652/2002 DO CONSELHO FEDERAL	3
BIOÉTICA	4
A TRANSGENITALIZAÇÃO	5
2.4. PROCEDIMENTOS PARA FAZER A CIRURGIA	5
CONCLUSÃO	6
REFERENCIAS	7
1. INTRODUÇÃO
Durante anos a questão da sexualidade vem sido debatida, não se identificar em um corpo natural, isso acontece com pessoas transexuais. Atualmente, com a ajuda da ciência, existe a possibilidade de mudar órgãos sexuais femininos e masculinos, na forma que desejar, mas antes precisamos compreender todo processo.
Vários questionamentos são feitos pelo ser humano, um deles é “quem sou eu”, até alguns anos atrás só conhecíamos os gêneros femininos e masculinos, hoje há pessoas que não se identificam em um desses gêneros apesar de terem nascido em um corpo feminino ou masculino sentem-se desconfortáveis e procuram a transgenitalização (cirurgia de mudança sexual). Alguns países ainda discutem sobre o assunto, outros já aceitaram e criaram normas e leis que legaliza a cirurgia e protege o indivíduo da sociedade preconceituosa e discriminante.
1.1 VALORES ÉTICOS
A cirurgia de redesignação sexual, ou seja, de mudança das características sexuais, apenas deve ser realizada quando há expressa vontade da pessoa. Essa questão no Brasil ainda é pouco divulgada e de difícil acesso. Um ponto importante é que nem todas as pessoas transgêneras desejam se submeter a intervenções cirúrgicas, e isso não as torna menos mulheres ou homens, porque a questão, como já dito, está relacionada à identificação que se tem com o gênero feminino ou masculino. Seria de extrema utilidade que todos os pais, mesmo os que não têm filhos trans., dialogassem com seus filhos sobre essa questão, porque se sabe que a maioria das manifestações preconceituosas, de desrespeito e discriminação, parte de uma juventude tomada por ódio e desconhecimento.
O ensino de valores éticos em casa é fundamental para que pessoas não sejam mais humilhadas, agredidas e até mesmo assassinadas por sua identidade de gênero. Esse é um tema que deve ser discutido e difundido porque é uma realidade que foi, por muito tempo, escondida. O que acontece é que não se fala sobre esse assunto em casa ou nas escolas, e muitas pessoas crescem olhando para os trans. como aberrações. O ideal, para uma sociedade de paz, é a informação e o consequente extermínio de preconceitos.
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2. DESENVOLVIMENTO
Não obstante, os caráteres biológicos e religiosos, a concepção de casais do mesmo sexo ainda é muito mal vista perante uma grande parte da sociedade, em especial no que tange à população de maior idade, que possui uma mentalidade conservadora acerca do tema. De tal forma, a imputação do binômio homem-mulher como concepção normal faz com que a maioria do contingente populacional não consiga aceitar o fato de uma pessoa se sentir preterida pelo seu gênero, acreditando pertencer ao gênero oposto ou, ainda, a nenhum dos gêneros.
Os homossexuais vêm sofrendo grande preconceito já há algum tempo, sendo que muitos deles enfrentam grande resistência inclusive por parte de sua família, que não aceitam o fato e simplesmente deixam de falar com o parente. Inúmeras são as histórias de pais que deixaram de falar com seus filhos por serem intolerantes quanto à sexualidade daquele. Em 2019, pelo menos 124 pessoas transgênero, entre homens e mulheres transexuais, transmasculinos e travestis, foram assassinadas no Brasil, em contextos de transfobia. Os dados estão no relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgado hoje (29). De acordo com organização, em apenas 11 dos casos os suspeitos de terem cometido os crimes foram identificados. No relatório, a Antra faz um alerta também para o problema da subnotificação já que a real motivação dos crimes nem sempre é explicitada.
2.1 A RESOLUÇÃO N. 1.652/2002 DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA A Resolução CFM Nº 1.652/02 (que veio revogar a Resolução CFM nº 1.482/97)
autoriza que hospitais públicos e privados, independente da atividade de pesquisa, procedam à cirurgia de transgenitalização do tipo neocolpovulvoplastia (para adequação do fenótipo masculino para feminino) e/ou procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários, como tratamento dos casos de transexualismo.
Obviamente, tais instituições deverão obedecer a alguns critérios básicos, como contarem com uma Comissão de Ética Médica (CEM) e praticarem a cirurgia mediante consentimento livre e esclarecido do paciente. A mesma Resolução permite também a realização de cirurgia do tipo neofaloplastia (para adequação do fenótipo feminino para o masculino), com a diferença de que o procedimento acontece a título experimental: só poderão ser praticadas em hospitais universitários ou hospitais públicos adequados para a pesquisa.
2.2. A BIOÉTICA
A Bioética atua com o intuito de defender a dignidade da pessoa humana, permitindo que ela se sinta confortável em procurar os hospitais e clínicas para que o seu conflito seja resolvido. O profissional da Saúde necessita transmitir para o (a) paciente transexual de que o respeito à sua autonomia é o mais importante no momento e que ele tem o direito de se sentir melhor com o seu corpo, de acordo com o seu sexo psicológico. Por se tratar de um direito, ou seja, algo que deve ser cumprido obrigatoriamente, as questões éticas envolvidas são relacionadas, em maior parte, com o preconceito.
Ainda hoje os transexuais sofrem muito com a discriminação e isso pode acabar desestimulando com que eles corram atrás dos seus direitos. Segundo a professora Tereza Rodrigues Vieira, professora do Mestrado em Direito Processual e Cidadania na Universidade Paranaense, ‘ a sociedade costuma entender que a pessoa nasceu com o sexo, então que ele é imutável’. Realmente o sexo biológico é imutável, mas o sexo psicológico não. Então a pessoa, no caso o transexual, nasceu com um sexo biológico, mas o psicológico pertence a outro sexo. Muitos profissionais da área são receosos quanto isso, pois acham que a cirurgia de transgenitalização caracteriza um crime de mutilação e, portanto uma infração. Isso não é verdade.
A cirurgia de transformação da genitália externa, interna e caracteres sexuais secundários não constituem crime de mutilação previsto no artigo 129 do Código Penal, visto que tem o propósito terapêutico específico de adequar a genitália ao sexo psíquico. Também não há, no Código de Ética Médica, qualquer restrição nesse ponto à cirurgia.
2.3 A TRANSGENITALIZAÇÃO
A cirurgia de redesignação sexual, transgenitalização, ou neofaloplastia, popularmente conhecida como cirurgia de mudança de gênero, é feita com o objetivo de adequar as características físicas e dos órgãos genitais da pessoa transgênero, de forma que esta pessoa possa ter o corpo adequado ao que considera adequado para si. Esta cirurgia é realizada em pessoas do gênero feminino ou masculino, e envolvem complexos e longos procedimentos cirúrgicos, que envolvem tanto a construção de uma nova genitália, chamados de neopênis ou neovagina, assim como a remoção de outros órgãos, como pênis, mama, útero e ovários.
Além disso, para que este tipo de procedimento seja feito, é necessário que a pessoa faça um tratamento hormonal para a adequação das características, além do acompanhamento psicológico, de forma que seja possível determinar que aquela nova identidade física se adéqua à pessoa e não haja arrependimentos.
2.4. PROCEDIMENTOS PARAFAZER A CIRURGIA
A cirurgia de mudança de gênero pode ser feita pelo SUS desde 2008, entretanto, como a espera na fila pode durar anos, muitas pessoas optam por fazer o procedimento com cirurgiões plásticos particulares. Antes da realização da cirurgia de transgenitalização, algumas etapas importantes devem ser seguidas:
· Realização de acompanhamento com psicólogo, psiquiatra e assistente social;
· Assumir socialmente o gênero que deseja adotar;
· Realização de tratamento hormonal para adquirir características femininas ou masculinas, orientadas pelo endocrinologista.
Estas etapas prévias à cirurgia duram cerca de dois anos, e são muito necessárias, pois é um passo para a adaptação física, social e emocional da pessoa a esta nova realidade, já que é recomendado se ter certeza da decisão antes da cirurgia, que é definitiva. A cirurgia é precedida de uma anestesia geral, e dura cerca de 3 a 7 horas, a depender do tipo e da técnica utilizada pelo cirurgião, atividades físicas e sexuais geralmente são liberadas após 3 a 4 meses após a cirurgia, é indicado fazer refeições leves e respeitar o tempo de repouso recomendado.
3. CONCLUSÃO
Ao analisar os fatos descritos acima, observa-se que o mundo está em constante evolução e as ideias também, o ser humano busca respostas para se adequar ao mundo social e às vezes é visto com ‘excluído da sociedade’, por pensar, vestir-se diferente de outros, ou seja, são julgados pela aparência e não pelo que são. É necessário aprender a respeitar as opiniões mesmo que não as aceite.
Nesse trabalho discorremos sobre toda a questão da mudança sexual, e seus desafios, todos os transexuais tem o direito de alterar seu nome no registro civil e principalmente são protegidos pela legislação, assim como todos os cidadãos de uma sociedade.
4. REFERÊNCIAS
· SÁ, Giulianna. A Transexualidade e o Direito à Identidade e Dignidade Sexual.	Jus	Brasil,	2015.	Disponível	em: https://giulisa.jusbrasil.com.br/artigos/186912015/a-transexualidade-e-o- direito-a-identidade-e-dignidade-sexual. Acesso em: 06 de Mar. de 2020.
· UFMG, Biomedicina. Ética na comunidade LGBT: Transexualidade e a mudança	de sexo,	30	de	abril.	De	2015.	Disponível	em: https://biomednamoral.wordpress.com/2015/04/30/etica-na-comunidade- lgbt-transexualidade-e-a-mudanca-de-sexo/. Acesso em: 06 de Mar. de 2020.
· TUA SAÚDE, Equipe editorial. Como é feita a cirurgia de mudança de gênero.	TUA	SAÚDE,	2018.	Disponível	em: https://www.tuasaude.com/cirurgia-de-transgenitalizacao/. Acesso em: 06 de Mar. de 2020.
· IKEMOTO, Luísa. O que pais precisam saber sobre transexualidade? . Correio	braziliense.	Disponível	em: http://especiais.correiobraziliense.com.br/o-que-pais-precisam-saber-sobre- transexualidade. Acesso em: 07 de Mar. de 2020.
· BOND, Letycia. O Brasil que registrou 124 assassinatos de pessoas transgêneras	em	2019.	Agência	Brasil,	disponível	em: http://especiais.correiobraziliense.com.br/o-que-pais-precisam-saber- sobre-transexualidade. Acesso em: 07 de Mar. de 2020.

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