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Caderno de Questões - Padrão de Respostas

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1 
 
SUMÁRIO – EXERCÍCIOS – PADRÃO DE RESPOSTAS 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01, Aula 02 e Aula 03 
Questões 01 a 10 (Correção em vídeo na Aula 01) ............................................................ 02 a 20 
Questões 11 a 20 (Correção em vídeo na Aula 02) ............................................................ 22 a 40 
Questões 21 a 30 (Correção em vídeo na Aula 03) ........................................................... 42 a 60 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04, Aula 05, Aula 06, Aula 07, Aula 08 e Aula 
09 
Questões 01 a 10 (Correção em vídeo na Aula 04) ............................................................ 62 a 79 
Questões 11 a 20 (Correção em vídeo na Aula 05) ............................................................. 81 a 99 
Questões 21 a 30 (Correção em vídeo na Aula 06) ......................................................... 101 a 119 
Questões 31 a 40 (Correção em vídeo na Aula 07) ........................................................ 121 a 139 
Questões 41 a 50 (Correção em vídeo na Aula 08) ........................................................ 141 a 159 
Questões 51 a 60 (Correção em vídeo na Aula 09) ........................................................ 161 a 179 
 
Professor Mauro Cesar Maggio Stürmer – Aula 10 
Questões 01 a 10 (Correção em vídeo na Aula 10) ........................................................... 181 a 199 
 
Professor Nidal Ahmad – Aula 11, Aula 12 e Aula 13 
Questões 01 a 10 (Correção em vídeo na Aula 11) ......................................................... 201 a 218 
Questões 11 a 20 (Correção em vídeo na Aula 12) ........................................................ 220 a 235 
Questões 21 a 28 (Correção em vídeo na Aula 13) ....................................................... 237 a 255 
 
 
 
 
 
2 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 1 
Wilson, jovem que jamais sofreu condenação criminal, foi flagrado transportando 
perfumes e garrafas de vinho adquiridos em Rivera, Uruguai, cujos valores somados 
chegam a quantia de R$ 8.000,00. Ao ser abordado, disse que não tinha o documento 
comprovando a importação regular dos produtos, razão pela qual o Delegado da Polícia 
instaurou inquérito policial e, após, remeteu ao Ministério Público Federal, que, por sua vez, 
ofereceu denúncia contra Wilson pela prática do delito de descaminho, previsto no artigo 
334 do CP. A denúncia foi recebida e Wilson citado. Atento ao caso apresentado, responda 
aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação 
legal pertinente ao caso. 
 
a) Qual o meio de impugnação cabível à defesa de Wilson e qual o prazo previsto 
em lei para ser apresentado? 
b) Qual tese de mérito pode ser alegada em favor de Wilson e o pedido que deve ser 
formulado? 
 
 
3 
 
 QUESTÃO 1 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O meio de impugnação cabível no presente caso é a apresentação de 
resposta à acusação, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de 
processo Penal. O prazo previsto em lei é de 10 dias. 
 
b) A tese de mérito a ser alegada em favor de Wilson é a aplicação do 
princípio da insignificância, uma vez que consoante jurisprudência 
consolidada dos Tribunais Superiores, em se tratando de crimes contra a 
ordem tributária, o valor de 10 mil reais ou 20 mil reais não possui 
lesividade jurídica, não materializando o tipo penal do artigo 334 do Código 
Penal. O pedido a ser formulado em sede de resposta à acusação é o de 
absolvição sumária, com fulcro no artigo 397, inciso III do Código de 
Processo Penal. 
 
 
4 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 2 
No dia 15 de janeiro de 2013, por volta das 09 horas, funcionários de determinada 
agência bancária perceberam um desfalque de, aproximadamente, R$ 100.000,00 na conta 
do banco X. De imediato, acionaram a polícia civil. Chegando ao local, após as primeiras 
diligências, os policiais passaram a investigar as pessoas com acesso irrestrito às senhas das 
contas da agência bancária. As suspeitas passaram a recair sobre Januário da Silva, gerente 
da referida agência bancária. Após ser formalmente acusado, Januário apresentou à 
autoridade policial gravações telefônicas, contendo um diálogo estabelecido com pessoa 
desconhecida, onde era comunicado que o seu filho havia sido sequestrado, o que 
efetivamente ocorreu, sendo a liberação condicionada à imediata transferência de R$ 
100.000,00 da conta da agência bancária para uma conta corrente indicada pelos agentes 
criminosos; caso contrário, o filho seria assassinado. Ao ser ouvido no Inquérito Policial, 
Januário afirmou ter ficado desesperado com o sequestro do filho e como não tinha outro 
meio de levantar o dinheiro exigido, resolveu fazer o que os agentes criminosos 
determinaram. Após conclusão do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu 
denúncia, imputando a Januário a prática do delito do artigo 155, § 4º, II (abuso de 
confiança), do Código Penal. Januário foi citado em 12.11.2014 (quarta-feira), sendo o 
mandado juntado aos autos no dia 18.11.2014 (terça-feira). 
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual o meio de impugnação a defesa de Januário deverá utilizar e qual o último dia 
do prazo para apresentá-lo? 
b) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
5 
 
QUESTÃO 2 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O meio de impugnação deverá ser a apresentação de resposta à 
acusação, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo 
Penal. Ultimo dia do prazo será o dia 24/11/2014, com fundamento nos 
artigos 396/396A e 798, do Código de Processo Penal. 
 
b) A tese defensiva a ser invocada é a exclusão da culpabilidade, tendo em 
vista se tratar de hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, nos termos 
do artigo 22 do Código Penal, em razão da coação moral irresistível. O 
pedido a ser elaborado em sede de resposta à acusação é o de absolvição 
sumária, com fulcro no artigo 397, inciso II, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
6 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 3 
No dia 10 de fevereiro de 2006, por volta das 03h, na Rua Fina Estampa, nº 24, na 
Cidade de Niterói/RJ, o denunciado Tício Mévio, agente reincidente, constrangeu a vítima 
Cidinha Coitada, criança de 11 anos, a conjunção carnal, praticando, assim, o crime previsto 
no artigo 217-A do Código Penal, considerado hediondo, nos termos do artigo 1º, inciso VI, 
da Lei 8.072/90. Após implementar 1/6 da pena, Tício formulou pedido de progressão de 
regime, sendo indeferido pelo Juízo da Execução, sob o fundamento de que, na condição 
de reincidente, deveria implementar 3/5 da pena para obter o benefício postulado. Diante 
do fato hipotético, pergunta-se: 
a) Qual o meio de impugnação cabível e o último dia do prazo fatal, considerando 
como data da intimação o dia 08.03.2011 (terça-feira)? 
b) Qual o argumento pode ser alegado em favor de Tício? 
 
 
7 
 
QUESTÃO 3 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O meio de impugnação cabível é a interposição de agravo em execução, 
com fundamento no artigo 197 da LEP e na súmula 700 do STF. 
Considerando o disposto na Súmula 700 do STF, o prazo para a 
interposição do recurso de agravo em execução é de 05 dias, com base na 
Súmula 700 do STF. Logo, o último dia do prazo será o dia 14.03.2011. 
 
b) O argumento a ser elencado pela Defesa é o de que a Lei 11.464/2007, 
que alterou a redação do artigo 2º, §2º, da Lei 8.072/90, entrou em vigor 
após a data do crime praticado. Desta feita, por se tratar de lei penal mais 
gravosa, não deverá ser aplicado, devendo o magistrado aplicar o artigo 
112 da Lei de Execução Penal, nostermos da Súmula vinculante 26 do STF 
e da Súmula 471 do STJ, qual seja, 1/6 da pena. 
 
 
 
8 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 4 
No dia 26 de março de 2013, Alessandra Maia foi flagrada vendendo cocaína. Após 
regular instrução do processo, Alessandra Maia foi condenada como incursa nas sanções 
do artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, sendo-lhe aplicada a pena de 02 anos e 06 meses, 
uma vez que o Magistrado considerou que a ré era primária, de bons antecedentes, não se 
dedicava às atividades criminosas nem integrou organização criminosa. A seguir, o 
Magistrado fixou o regime inicial fechado, não substituindo a pena privativa de liberdade 
em restritiva de direitos, sob o fundamento de que o artigo 33, § 4º, e o artigo 44, ambos 
da Lei 11.343/2006, vedam expressamente a substituição da pena privativa de liberdade em 
restritiva de direitos aos condenados por tráfico ilícito de entorpecentes. Diante do fato 
hipotético, o Magistrado agiu corretamente? Justifique. 
 
 
9 
 
QUESTÃO 4 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O magistrado não agiu corretamente, uma vez que o STF reconheceu a 
inconstitucionalidade da exigência do regime inicial fechado em relação aos 
crimes hediondos e equiparados, razão pela qual diante da pena aplicada 
no caso concreto e pelo fato de a acusada ser primária e ostentar bons 
antecedentes nada impede a adoção do regime inicial aberto, nos termos 
do artigo 33, §2º, do Código Penal. Ademais, também seria possível a 
conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, uma vez 
que a vedação legal encontra-se suspensa, nos termos da Resolução 
05/2012 do nosso querido Senado Federal. 
 
 
 
10 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 5 
No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa em transação 
comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente 
investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida. 
O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, 
condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença 
foi publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, 
transitado em julgado para a acusação. A defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava 
sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia 
sido definitivamente julgado. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no 
enunciado, responda aos itens a seguir. 
a) No caso apresentado, é possível extrair alguma tese favorável à Eratóstenes? 
b) Se Erastótenes fosse reincidente, incidiria no caso o acréscimo de 1/3 do prazo 
prescricional previsto na parte final do artigo 110, “caput”, do Código Penal? 
 
 
11 
 
QUESTÃO 5 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A tese favorável à defesa é a ocorrência de causa extintiva de 
punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva, nos termos dos 
artigos 107, inciso IV, 109, inciso V e 110, §1º, todos do Código Penal, uma 
vez que entre a publicação da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para o Ministério Público e a data de 15/05/2011 transcorreu o 
prazo de 4 anos. 
 
b) Se Erástones fosse reincidente não se aplicaria o acréscimo de 1/3 do 
prazo prescricional previsto na parte final do artigo 110, “caput” do Código 
Penal, uma vez que tal situação somente é aplicável à prescrição da 
pretensão executória, nos termos da Súmula 220 do STJ. 
 
 
12 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 6 
Wilson, irado e nervoso, entra em sua casa, após séria e acirrada discussão com 
Tobias, seu vizinho, com quem tem profunda desavença. Exasperado, apanha a primeira 
arma que visualiza. Na sequência, sai ao encalço do vizinho e, tomado por violenta emoção, 
aponta-lhe a arma, acionando o gatilho várias vezes. Porém, nenhum disparo é detonado, 
sendo Wilson detido por populares, que chamaram a polícia. Instaurado inquérito policial, 
a arma foi apreendida e encaminhada a perícia, que constatou que a arma não deflagraria 
qualquer tiro, porque apresentava defeito. O Ministério Público ofereceu denúncia contra 
Wilson, pela prática do delito de tentativa de homicídio. Após regular instrução, o 
Magistrado pronunciou Wilson como incurso no delito do artigo 121, “caput”, c/c o art. 14, 
inciso II, ambos do Código Penal. Analise o caso narrado e, com base apenas nas 
informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir 
a) Qual a peça cabível contra a decisão proferida pelo Magistrado e a quem deve ser 
endereçado? 
b) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
13 
 
QUESTÃO 6 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A peça cabível é a interposição de Recurso em Sentido Estrito, com 
fundamento no artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal. Além 
disso, mister ressaltar que a peça de interposição deverá ser dirigida ao 
Juiz da Vara do Júri e as razões ao Tribunal de Justiça. 
 
b) A tese defensiva é a ocorrência de crime impossível, nos termos do 
artigo 17 do Código Penal, uma vez que, conforme perícia realizada na 
arma de fogo, não haveria possibilidade de disparo, restando comprovada 
a tentativa inidônea em razão da ineficácia absoluta do meio. O pedido a 
ser elaborado em sede de recurso em sentido estrito é o de absolvição 
sumário, com fundamento no artigo 415, inciso III, do Código de Processo 
Penal. 
 
 
14 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 7 
Wilson, desesperado com a gravidade do estado de saúde de Mariazinha, que 
acabara de sofrer um infarto, resolve levar a enferma até o hospital com o seu veículo. 
Diante da urgência da situação, Wilson desenvolve no seu veículo velocidade excessiva e 
incompatível com o local, vindo, em razão disso, a perder o controle do veículo e atropelar 
uma pessoa que atravessava, de forma inesperada, a via de rolamento, causando-lhe a 
morte. Diante disso, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson, imputando-lhe 
a prática do delito previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97. O Magistrado recebeu a denúncia, 
sendo Wilson citado no dia 15.08.2014 (sexta-feira) e o mandado juntado aos autos no dia 
20.08.2014. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia 
do prazo para apresentá-lo? 
b) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
15 
 
QUESTÃO 7 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A defesa de Wilson deverá apresentar resposta à acusação, com 
fundamento nos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, 
no prazo de 10 dias. Considerando a data em quem Wilson foi citado, o 
último dia do prazo será o dia 27/08/2014. 
 
b) A tese defensiva a ser invocada é a ocorrência de estado de necessidade 
de terceiro, uma vez que Wilson, movido por uma situação de perigo 
inevitável, a qual não deu causa, foi obrigado a conduzir o seu veículo em 
excesso de velocidade. Desta feita, há que se falar em exclusão de ilicitude 
da conduta, nos termos do artigo 23, inciso I e artigo 24, ambos do Código 
Penal. O pedido a ser elaborado em sede de resposta à acusação é o de 
absolvição sumária, com fulcro no artigo 397, inciso I, do Código de 
Processo Penal. 
 
 
16 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 8 
Wilson recebeu do seu irmão, Félix Solano, um embrulho em papel opaco e, sem 
qualquer razão para desconfiar dele, atende seu pedido para levar o pacote, que 
considerava conter medicamento, até a cidade de Niterói/RJ, para onde se dirigia, com o 
fito de entregá-lo no local indicado por Félix. Durante o trajeto, Wilson é abordado por 
policiais rodoviários federais, que, valendo-sede cães farejadores, procederam a uma 
revista no automóvel. Diante da agitação dos cães, ao se aproximarem do pacote, os 
agentes policiais resolveram verificar o conteúdo, constatando que se tratava de cocaína, 
substância entorpecente. Diante disso, Wilson foi preso em flagrante e, após conclusão do 
respectivo inquérito policial, denunciado pela prática do crime previsto no artigo 33, 
“caput”, da Lei nº 11.343/2006. Após regular instrução, o Magistrado julgou procedente a 
ação, condenando Wilson como incurso nas sanções do artigo 33, “caput”, da Lei nº 
11.343/2006. A defesa foi intimada no dia 19.08.2014 (terça-feira). 
Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson, datando a peça no último dia do 
prazo fatal? 
b) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
17 
 
QUESTÃO 8 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A defesa de Wilson deverá interpor o Recurso de Apelação da sentença 
condenatória, com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de 
Processo Penal, no prazo de 5 dias, o qual terminaria no dia 25/08/2014. 
 
b) A tese defensiva a ser aplicada é a ocorrência de erro de tipo invencível, 
inevitável ou escusável, uma vez que Wilson não poderia imaginar que a 
substância transportada por ele se trava de droga, nos termos do artigo 20 
do Código Penal. Neste caso, haveria a exclusão do dolo e da culpa, não 
persistindo a responsabilização criminal do agente. Mister ressaltar que 
ainda que se tratasse de erro de tipo vencível, evitável ou inescusável não 
haveria punição, pois o crime de tráfico de drogas previsto no artigo 33 da 
Lei 11343/06 não permite a punição da modalidade culposa. O pedido 
correspondente seria o de absolvição com fundamento no artigo 386, inciso 
III, do Código de Processo Penal - (386, vi). 20, § 2º do CP. 
 
OBS: Como, no XIV Exame da OAB, cuja tese principal dos memoriais era 
erro de tipo, a FGV considerou para pontuação tanto o artigo 386, inciso 
III (causa excludente de tipicidade), como o artigo 386, inciso VI, conclui-
se que temos precedente para formular pedido de absolvição, no caso de 
erro de tipo, tanto pelo inciso III, como pelo inciso VI, do artigo 386 do 
CPP. 
 
 
18 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 9 
Ao sair do trabalho, Wilson costumava passar a pé por uma estrada onde 
comumente aconteciam assaltos, razão pela qual, por cautela, sempre andava armado, já 
que detinha porte legal de arma. Certo dia, ao atingir o local mais ermo da estrada, Wilson 
nota que uma pessoa se encaminha rapidamente em sua direção, colocando uma das mãos 
no bolso, ao mesmo tempo em que gesticulava de forma veemente para Wilson com a 
outra mão. Quando a pessoa se aproximou ainda mais, com a mão no bolso e ainda 
gesticulando, Wilson sacou da sua arma e atirou contra o indivíduo, que caiu ao solo, mas 
acabou sobrevivendo. Ao se aproximar do indivíduo, Wilson verifica que ele pretendia 
pegar um cigarro. Diante disso, Wilson foi denunciado e pronunciado pela prática do delito 
de tentativa de homicídio, previsto no artigo 121, “caput”, c/c art. 14, II, ambos do Código 
Penal. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia 
do prazo para apresentá-lo, considerando a intimação no dia 24.09.2014 (quarta-
feira)? 
b) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
19 
 
QUESTÃO 9 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A defesa de Wilson deverá interpor recurso em sentido estrito, com 
fundamento no artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal. O prazo 
para a interposição em questão, nos termos do artigo 586 do Código de 
Processo Penal, é de 5 dias. Ademais, considerando que a defesa de Wilson 
foi intimada em 24/09/14 o último dia do prazo seria o dia 29/09/14. 
 
b) O candidato deverá abordar a tese da legítima defesa putativa, nos 
termos do artigo 20, § 1º, do Código Penal, uma vez que a agressão era 
imaginária. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso 
III, do CPP. Admite-se o artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
Pela teoria limitada da culpabilidade, quando a descriminante putativa incidir sobre 
pressupostos de uma situação de fato (Ex: o agente imaginar que está diante de 
uma injusta agressão, mas que era imaginária. Supor que o desafeto iria sacar uma 
arma, quando, na verdade, era um celular), o efeito em relação à conduta do agente 
é o mesmo do erro de tipo (art. 20 CP): Se o erro foi invencível, exclui o dolo e a 
culpa; se vencível, exclui o dolo, mas o agente responde pelo delito culposo, se 
previsto em lei. 
Em síntese: As descriminantes putativas por situação de fato têm o mesmo efeito do 
erro de tipo, podendo levar à exclusão do crime (exclusão da tipicidade). 
Como, no XIV Exame da OAB, cuja tese principal dos memoriais era erro de tipo, a 
FGV considerou para pontuação tanto o artigo 386, inciso III (causa excludente de 
tipicidade), como o artigo 386, inciso VI (excludente de culpabilidade - OBS: Alguns 
doutrinadores defendem que as descriminantes putativas deveriam ser tratadas como 
causas excludentes de culpabilidade), conclui-se que temos precedente para formular 
pedido de absolvição sumária tanto pelo inciso III, como pelo inciso IV, do artigo 415 
do CPP. 
 
 
 
20 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 01 
QUESTÃO 10 
No dia 02.08.2012, NILO ABREU, nascido em 05.01.1992, furta vários relógios de ouro 
e outros objetos de uma Joalheria, localizada na Praça da Matriz na Cidade de São Luiz 
Gonzaga. Após instrução para apurar os fatos, a autoridade policial conclui o Inquérito 
Policial em 02.09.2016. No dia 10.09.2016, o representante do Ministério Público ofereceu 
denúncia, atribuindo NILO ABREU a prática do crime previsto no artigo 155, “caput”, do 
Código Penal, que foi recebida no dia 11.09.2016. Pergunta-se: o crime está prescrito? 
Justifique a resposta, apontando o fundamento legal. 
 
 
 
21 
 
QUESTÃO 10 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O crime em questão se encontra prescrito pela pena em abstrato, nos 
termos dos artigos 107, inciso IV, 109, inciso IV e 115, todos do Código 
Penal. A pena máxima cominada ao crime de furto simples é de 04 anos. 
Nos termos do artigo 109, inciso V, do Código Penal, o prazo prescricional 
seria de 08 anos. Todavia, considerando que o réu era menor de 21 anos 
à ápoca do fato, o prazo prescricional será reduzido pela metade, nos 
termos do artigo 115 do Código Penal, sendo, portanto, de 04 anos. Assim, 
como entre a data da consumação até o recebimento da denúncia já 
decorreram 04 anos, incidiu, no caso, a prescrição da pretensão punitiva 
em abstrato. Pedido de extinção da punibilidade, com base no artigo 107, 
inciso IV, do Código Penal. 
 
 
22 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 11 
No dia 15 de março de 2013, SILAS GRAÇA teria desferido um golpe de faca contra 
MAX NOVAES, acertando, todavia, LELECO, que estava próximo a eles. Em razão disso, 
após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra SILAS, 
imputando-lhe a prática do delito do artigo 121, “caput”, do Código Penal, já que Leleco 
teria falecido. Durante a instrução, SILAS afirmou que Max partiu em sua direção com uma 
faca, buscando matá-lo. Acrescentou que, para se defender da agressão perpetrada por 
MAX, sacou de sua faca e desferiu um golpe contra o agressor, que desviou, tendo, em 
razão disso, atingido LELECO, que estava próximo a eles. Tal versão foi confirmada pelas 
testemunhas anteriormente ouvidas pelo Magistrado. Encerrada a instrução, após 
manifestação do Ministério Público, que pugnou pela pronúncia, nos termos da denúncia, 
adefesa de SILAS foi intimada no dia 10 de julho de 2015 (sexta-feira) para apresentar a 
peça correspondente. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, 
responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
a) Qual o meio de impugnação cabível e o último dia do prazo para apresentá-lo? 
b) Qual(is) o(s) argumento(s) e o pedido a ser formulado em favor de Silas? 
 
 
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QUESTÃO 11 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O meio de impugnação cabível é o oferecimento de memoriais escritos 
com fundamento no artigo 403, §3º do Código de Processo Penal, sendo 
que o último dia do prazo será no dia 17/07/2015. 
 
b) O argumento a ser utilizado em favor de Silas é de que agiu em legítima 
defesa, por se tratar de uma agressão injusta desferida contra si, nos 
termos do artigo 23, inciso II, e artigo 25, ambos do Código Penal. 
Ademais, também deverão ser aplicadas ao caso as disposições previstas 
no artigo 73 e artigo 20, §3º, ambos do Código Penal, razão pela qual 
devemos considerar as características pessoais da pessoa a quem se 
pretendia atingir (Max Novaes). O pedido a ser elaborado em sede de 
memoriais escritos é o de absolvição sumária, com fulcro no artigo 415, 
inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
 
24 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 12 
Wilson foi denunciado pelo crime de estupro. Durante a instrução, negou a autoria 
do crime, afirmando estar, na época dos fatos, no município Cipó dos Vales, localizado no 
Estado “X”, distante dois quilômetros do local dos fatos. Como a afirmativa não foi 
corroborada por outros elementos de convicção, o Juiz entendeu que a palavra da vítima 
deveria ser considerada, razão pela qual proferiu sentença condenando Wilson como 
incurso no crime de estupro, previsto no artigo 213 do Código Penal. A defesa interpôs 
recurso, sendo a sentença condenatória mantida pelo Tribunal de Justiça, transitando 
definitivamente em julgado desfavoravelmente ao réu. Inconformados com a possibilidade 
de Wilson ter de cumprir a pena imposta, familiares dirigiram-se, por sua conta, até o 
Município de Cipó dos Vales em busca de provas que pudessem apontar a sua inocência, 
e, depois de muito procurar, conseguiram as filmagens de um estabelecimento comercial, 
que estavam esquecidas em um galpão velho. Nas filmagens, Wilson aparece comendo um 
lanche em uma padaria exatamente na data e horário que teria ocorrido o suposto delito 
de estupro. Considerando apenas as informações apresentadas, responda aos itens a 
seguir. 
a) Qual medida processual deverá ser apresentada pelo advogado de Wilson, diferente 
do habeas corpus, para questionar a sentença condenatória transitada em julgado? 
b) Qual fundamento deverá ser apresentado pelo advogado de Wilson para combater 
a sentença condenatória e qual pedido? 
 
 
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QUESTÃO 12 – PADRAO DE RESPOSTA 
A) A medida processual que deverá ser apresentada pelo advogado de 
Wilson para questionar a sentença condenatória transitada em julgado é o 
oferecimento de revisão criminal, com fundamento no artigo 621, inciso 
III, do Código de Processo Penal. 
 
B) O fundamento que deverá ser apresentado pela defesa, com 
fundamento no artigo 621, inciso III, do Código de Processo Penal é o de 
que, após a condenação definitiva do acusado, surgiram novas provas, as 
quais não foram apreciadas no processo original, em especial a gravação 
de um vídeo comprovando a tese defensiva de negativa de autoria. O 
pedido a ser elencado em sede de revisão criminal é o de absolvição do 
acusado, com base nos artigos 626 e artigo 386, inciso IV, do Código de 
Processo Penal. 
 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 13 
Tício, com 21 anos de idade e dotado de pleno discernimento, decide dar cabo à 
sua vida. Para tanto, dirige-se até local ermo a fim de viabilizar o propósito preconcebido. 
Contudo, no trajeto, e antes de cometer o ato, encontra Caio, verbalizando a sua intenção. 
Caio, então, verificando naquele momento derradeiro, ínfima hesitação de Tício, instiga e 
reforça o propósito inicial já existente, alcançando-lhe, inclusive, uma corda destinada a 
auxiliar no ato originariamente pretendido. Caio, embora nas circunstâncias pudesse 
demover Tício da ideia preconcebida, não faz qualquer esforço nesse sentido, máxime 
porque, ambos, tinham um pequeno comércio de eletrodomésticos na localidade, sendo 
concorrentes e rivais (a morte de Tício, inclusive, acarretará vantagem financeira em favor 
dele Caio). Em decorrência, Tício, utilizando-se, inclusive, da corda recebida, acabou 
consumando o intento destinado ao extermínio pessoal, vindo, em decorrência, a sofrer 
lesões graves, conforme auto de exame de corpo de delito. Considerando apenas os fatos 
apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos: 
a) Caio cometeu algum crime? 
b) Caso Tício viesse a sofrer lesões corporais de natureza leve em decorrência do ato, 
a condição jurídica de Caio seria alterada? 
 
 
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QUESTÃO 13 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) Caio praticou o delito previsto no artigo 122 do Código Penal, uma vez 
que instigou e prestou auxílio material para que Tício se suicidasse, 
restando a vítima lesionada de forma grave. Desta feita, a conduta de Caio 
se amolda de forma adequada ao tipo penal em questão, cuja pena neste 
caso é de 1 a 3 anos de reclusão. Ademais, há que se falar na aplicação de 
causa de aumento de pena prevista no artigo 122, parágrafo único, inciso 
I, do Código Penal, tendo em vista que Caio agiu com motivo egoístico, na 
medida em que queria eliminar seu principal concorrente, devendo a pena 
ser duplicada neste caso. 
 
b) Se Tício viesse a sofrer lesões corporais leves, a conduta de Caio não 
poderia ser enquadrada no tipo penal previsto no artigo 122 do Código 
Penal, na medida em que há a exigência de que a vítima seja lesionada de 
forma grave ou morra em decorrência da tentativa de suicídio. Assim 
sendo, tal fato seria atípico não havendo que se falar em responsabilização 
penal por parte de Caio, uma vez que o delito em questão não admite a 
modalidade tentada. 
 
 
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QUESTÃO 14 
Filomeno foi arrolado como testemunha de um crime de estupro. Ao ser inquirido 
em juízo, Filomeno faz afirmação falsa, relatando ao Magistrado que no dia e horário dos 
fatos ele e o acusado estavam num bar confraternizando. Descoberta a mentira, Filomeno, 
antes da sentença se retrata dizendo a verdade. Não obstante isso, o Ministério Público 
oferece denúncia imputando a Filomeno a prática do delito previsto no artigo 342 do CP, 
sendo o réu citado no dia 07.03.2016 (segunda-feira). Diante do fato hipotético, responda 
os seguintes itens: 
 
a) Qual peça cabível no caso e o último dia do prazo legal para oferecê-la? 
b) O fato de ter se retratado antes da sentença favorece Filomeno? Explique 
 
 
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QUESTÃO 14 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A peça cabível é a apresentação de resposta à acusação no prazo de 10 
dias, com fundamento nos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de 
Processo Penal e o último dia do prazo seria o dia 17/03/2016. 
 
b) O fato de ter se retratado antes da sentença favorece Filomeno, na 
medida em que o artigo 342, §2º do Código Penal estipula uma causa 
extintiva de punibilidade para o réu que se retrata ou declara a verdade no 
processo 
em que ocorreu o ilícito. O pedido a ser elaborado em sede de resposta à 
acusação é o de absolvição sumária, com fundamento no artigo 397, inciso 
IV do Código de Processo Penal. 
 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 15 
Wilson, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática do crime de 
tráfico de drogas. Após a instrução, inclusive com realização do interrogatório, ocasião em 
que o acusado confessou os fatos, Wilson foi condenado, na formado Art. 33 da Lei nº 
11.343/06, à pena de 05 anos de reclusão, a ser cumprido em regime inicial fechado, sob o 
fundamento de que o tráfico de drogas é crime assemelhado a hediondo. O advogado de 
Wilson interpôs o recurso cabível da sentença condenatória. Em julgamento pela Câmara 
Criminal do Tribunal de Justiça, a sentença condenatória foi integralmente mantida por 
maioria de votos. O Desembargador revisor, por sua vez, votou no sentido de manter a 
pena de 05 anos de reclusão, mas foi favorável à tese da fixação do regime carcerário 
semiaberto, no que restou vencido. O advogado de Wilson é intimado do acórdão. 
Considerando a situação narrada, responda aos itens a seguir. 
 
a) Qual medida processual, diferente de habeas corpus, deverá ser formulada pelo 
advogado de Wilson para combater a decisão da Câmara Criminal do Tribunal de 
Justiça? 
b) Qual fundamento de direito material deverá ser apresentado para fazer prevalecer 
o voto vencido? 
 
 
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QUESTÃO 15 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A medida processual a ser adotada pelo advogado de Wilson é a 
oposição de embargos infringentes, na forma do artigo 609, parágrafo 
único, do Código de Processo Penal, considerando que a decisão proferida 
se deu em sede de apelação e que não foi unânime, havendo divergência 
no tocante ao regime inicial de cumprimento de pena. 
 
b) O fundamento de direito material é a possibilidade de fixação do regime 
inicial semiaberto, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal 
reconhece a inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial 
fechado com base no princípio da individualização da pena previsto no 
artigo 5, inciso XLVI da Constituição Federal/88. Ademais, com fundamento 
nas Súmulas 718/719 do STF e Súmula 440 STJ, seria perfeitamente 
possível a fixação do regime semiaberto, tendo em vista a inidoneidade da 
fundamentação do juiz e com base no artigo 33, §2º do Código Penal. 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 16 
Em 10 de janeiro de 2007, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática 
do crime de furto qualificado por abuso de confiança, já que, na qualidade de empregada 
doméstica, teria subtraído a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio. Após a instrução 
criminal, o Magistrado proferiu sentença condenando Eliete à pena final de dois anos de 
reclusão, em razão da prática do crime previsto no artigo 155, §4º, inciso II, do Código 
Penal. Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça 
entendeu por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de 
defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma 
testemunha. Novamente realizada a instrução criminal e apresentação de novos memoriais 
pelas partes, em 9 de fevereiro de 2011, foi proferida nova sentença penal condenando 
Eliete à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, 
assentou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que 
se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da confiança 
depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria ser distanciada do mínimo. Com 
base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, responda, de forma fundamentada, se o Magistrado que proferiu a 
segunda sentença agiu de forma correta. 
 
 
33 
 
QUESTÃO 16 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O magistrado que proferiu a segunda sentença não agiu de forma correta, 
uma vez que diante do princípio da vedação a reformatio in pejus indireta 
a segunda sentença, em se tratando de recurso exclusivo da defesa, não 
poderia ser pior do que a primeira sentença anulada. Desta feita, haveria 
violação indireta ao disposto no artigo 617 do Código de Processo Penal. 
 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 17 
No dia 25 de janeiro de 2011, Roniquito Vieira foi preso sob a acusação de estar 
vendendo cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que 
não havia nenhum procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante 
isso, deu início à lavratura do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico 
ilícito de entorpecentes, previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. O inquérito policial foi 
concluído e encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a 
Roniquito a prática do delito do artigo 33 da Lei 11.343/2006, arrolando duas testemunhas. 
Ao longo da instrução, uma das testemunhas da acusação não foi ouvida. Em seu 
interrogatório, Roniquito negou a prática do delito, afirmando que jamais teve a posse ou 
comercializou substância entorpecente. Ao final, o juiz proferiu sentença absolutória, com 
base no art. 386, VII, do CPP, uma vez que considerou não haver prova suficiente para a 
condenação. O Ministério Público, por sua vez, interpôs recurso de apelação, buscando 
exclusivamente a reforma da sentença e, por conseguinte, a condenação do réu. O Tribunal 
de Justiça, no julgamento, negou provimento ao apelo, mas determinou a anulação do 
processo (desde o ato viciado, inclusive), sob o argumento de que uma das testemunhas 
do Ministério Público não foi inquirida. Nesse sentido, tendo como base apenas as 
informações contidas no enunciado, responda justificadamente se a decisão do Tribunal de 
Justiça está correta? 
 
 
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QUESTÃO 17 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A decisão do Tribunal de Justiça não está correta na medida em que 
acolheu de ofício nulidade não arguida pela acusação em sede de recurso, 
havendo uma violação ao enunciado da súmula 160 do STF. Neste sentido, 
vale destacar que o Ministério Público por ocasião da interposição da 
apelação buscou somente a reforma da sentença absolutória, não 
pleiteando a invalidade da referida decisão judicial. Ademais, por se tratar 
de oitiva de uma testemunha de acusação, não há que se falar em nulidade 
absoluta, havendo nulidade relativa devendo ser alegada em momento 
oportuno, sob pena de preclusão. 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 18 
Pedro e Marilda iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. 
No dia 19 de janeiro de 2011, o casal teve uma séria discussão, e Marilda, nitidamente 
enciumada, proferiu diversos insultos contra Pedro no dia de sua festa de formatura, 
perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”. A requerimento 
de Pedro, os fatos foram registrados perante a Delegacia de Polícia, onde a testemunha foi 
ouvida. Pedro comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de 
serem tomadas as medidas legais cabíveis. Você, como profissional diligente, ajuíza Queixa-
Crime ao juízo competente no dia 18/07/2011, imputando a Marilda a prática do crime de 
injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal. O magistrado ao qual foi distribuída a peça 
processual profere decisão rejeitando-a, afirmando tratar-se de clara Decadência. A 
decisão foi publicada dia 25 de julho de 2011. Com base somente nas informações acima, 
responda: 
a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão? 
b) Qual é o prazo para a interposição do recurso? 
c) A quem devem ser endereçadas as razões recursais e qual tese deve ser abordada? 
 
 
37 
 
QUESTÃO 18 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O recurso cabível contra a decisão que rejeitou a denúncia é o de 
Apelação, com fundamento no artigo 82 da Lei 9099/95, tendo em vista 
que o crime de injúria é de menor potencial ofensivo, nos termos do artigo 
61 da referida lei. 
 
b) O prazo para a interposição do recurso de Apelação é de 10 dias, com 
fulcro no artigo 82, §1º da Lei 9099/95. 
 
c) As razões recursais, segundo o artigo 82 da Lei 9099/95, devem ser 
endereçadas à Turma Recursal. A tese defensivaa ser abordada é a não 
ocorrência da decadência, uma vez que não transcorreu o prazo de 6 meses 
previsto no artigo 38 do Código de Processo Penal. Neste caso, 
considerando se tratar de um prazo penal, nos termos do artigo 10 do 
Código Penal, o prazo fatal para ajuizamento da queixa-crime é o dia 
18/07/2011. 
 
 
 
38 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 19 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Zé Alfredo e João Lisca, imputando-
lhes a prática da conduta descrita no Art. 155, “caput”, do CP. Narrou, a inicial acusatória, 
que, no dia 18/10/2012, Zé Alfredo e João Lisca subtraíram, sem violência ou grave ameaça, 
de um grande estabelecimento comercial do ramo de venda de alimentos, vários produtos, 
que totalizaram a quantia de R$ 150,00. Todas as exigências legais foram satisfeitas: a 
denúncia foi recebida, foi oferecida suspensão condicional do processo, que não foi aceita 
pelos réus, e apresentada resposta à acusação. Após regular instrução, o Magistrado 
proferiu sentença condenando os réus como incursos nas sanções do artigo 155, “caput”, 
do CP. João Lisca e seu defensor deixaram transcorrer o prazo recursal. Zé Alfredo, por sua 
vez, interpôs recurso de apelação, buscando sua absolvição. O Tribunal de Justiça deu 
provimento ao recurso de apelação de Zé Alfredo, absolvendo-o sob o fundamento de que 
incidiu, na espécie, o princípio da insignificância, sendo, pois, o fato atípico. Nesse sentido, 
tendo como base apenas as informações contidas no enunciado, responda, 
justificadamente, se a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça tem repercussão em 
relação ao réu João Lisca. 
 
 
39 
 
QUESTÃO 19 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça tem repercussão em relação 
ao réu João Lisca, uma vez que o artigo 580 do Código de Processo Penal 
dispõe que no caso de concurso de agentes, a decisão do recurso 
interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de 
caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. Neste caso, em se 
tratando de alegação de incidência do princípio da insignificância, 
perfeitamente possível a extensão ao corréu em questão, uma vez que 
possui natureza objetiva. 
 
 
40 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 02 
QUESTÃO 20 
No dia 10 de outubro de 2011, por volta de 09h20min, Érica Lima, grávida de 06 meses, deu 
entrada no pronto atendimento do Hospital de São Luiz Gonzaga, apresentado forte 
hemorragia interna. Percebendo que Érica corria risco de vida, o Médico plantonista 
procedeu à intervenção cirúrgica que acarretou na interrupção da gravidez com a morte 
do feto, único recurso para salvar a vida da gestante. Indignado com a interrupção da 
gravidez, Theo, marido de Érica, registra ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima. 
Após conclusão do Inquérito Policial, os autos foram para o Ministério Público, que ofereceu 
denúncia contra o médico, imputando- lhe a prática do delito de aborto sem o 
consentimento da gestante, previsto no artigo 125 do Código Penal. Diante do fato 
hipotético, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir: 
a) Ao denunciar o médico como incurso nas sanções do artigo 125 do Código Penal, 
agiu corretamente o membro do Ministério Público? 
b) Se a interrupção da gravidez de Érica tivesse sido praticada por uma enfermeira, 
incidiria o crime de aborto, previsto no artigo 125 do Código Penal? 
 
 
41 
 
QUESTÃO 20 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O Ministério Público, ao denunciar o médico pelo crime previsto no artigo 
125 do Código Penal, não agiu corretamente, na medida em que a referida 
hipótese configura caso de aborto necessário, nos termos do artigo 128, 
inciso I do Código Penal, havendo a exclusão da ilicitude da referida 
conduta, uma vez que não havia outro meio para salvar a vida da gestante. 
 
b) Se a interrupção da gravidez no presente tivesse sido provocada por 
uma enfermeira também não incidiria o crime previsto no artigo 125 do 
Código Penal, na medida em que a ilicitude da conduta seria excluída em 
razão da existência de estado de necessidade de terceiro devido à situação 
de perigo atual e demais requisitos previstos no artigo 24 do Código Penal. 
 
 
42 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 21 
No dia 07/03/2015, CAIO, 40 anos, insatisfeito e com ciúmes da beleza de sua esposa, 
SÍLVIA, 18 ANOS, efetua cinco disparos de arma de fogo contra ela, com a intenção de 
matar. Arrependido, após acertar dois disparos no peito da esposa, CAIO a leva para o 
hospital, onde ela ficou em coma por uma semana. No dia 14/03/2015, porém, SILVIA veio 
a falecer, em razão das lesões causadas pelos disparos da arma de fogo. Ao tomar 
conhecimento dos fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de CAIO, 
imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, uma 
vez que, em 09/03/2015, foi publicada a Lei nº 13.104, que previu a qualificadora antes 
mencionada, pelo fato de o crime ter sido praticado contra a mulher por razão de ser ela 
do gênero feminino. Durante a instrução da 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri, 
antes da pronúncia, todos os fatos são confirmados, pugnando o Ministério Público pela 
pronúncia nos termos da denúncia. Em seguida, os autos são encaminhados ao advogado 
de CAIO para manifestação. Considerando apenas as informações narradas, responda: 
a) Qual a peça defensiva deverá ser apresentada e a sua fundamentação legal? 
b) Qual o argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva constante 
da exordial acusatória? 
 
 
 
43 
 
QUESTÃO 21 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A peça defensiva que deverá ser apresentada se trata de alegações finais 
na forma de memoriais ou memoriais no procedimento do Júri com 
fundamento legal no artigo 403, parágrafo 3° do Código de Processo Penal 
(combinado com o artigo 394, parágrafo 5° do Código de Processo Penal). 
 
b) O argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva 
constante da exordial acusatória é o de que a lei 13104/2015 se trata de 
uma novatio legis in pejus, a qual, nos termos do artigo 5°, inciso XL da 
Constituição da República/88, não pode retroagir em prejuízo do acusado. 
A lei foi publicada em 09 de março de 2015 e a conduta do agente se deu 
em 07 de março de 2015, considerando a teoria da atividade, nos termos 
do artigo 4° do Código Penal a lei não poderá retroagir. 
 
 
44 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 22 
Considere que WILLIAM tenha adquirido um imóvel de propriedade de DIEGO, havendo a 
perfectibilização do negócio jurídico em questão com transferência do bem junto ao 
Registro de Imóveis e o respectivo pagamento do preço ajustado. 
Ademais, considere também que DIEGO esteja respondendo a um processo penal, tendo 
sido determinado pelo magistrado competente o sequestro do bem com fundamento no 
artigo 132 do Código de Processo Penal. 
Diante do caso concreto, responda: 
a) Qual a peça defensiva deverá ser apresentada e a sua fundamentação legal? 
b) Qual o argumento de direito processual para questionar a decisão que determinou a 
referida medida assecuratória? 
 
 
 
45 
 
QUESTÃO 22 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A peça defensiva a ser apresentada se trata de embargos de terceiro, 
com fundamento no artigo 130, inciso II, do Código de Processo Penal. 
 
b) O argumento de direito processual adequado é o de que o terceiro em 
questão (William) adquiriu o referido imóvel de boa-fé, não podendo ser 
prejudicado pelo processo que o Ministério Público move em desfavor de 
Diego. 
 
 
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Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 23 
Chega ao conhecimento do Ministério Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava 
escondido um facão que seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, 
ainda sujo com sanguedo autor e da vítima. 
O Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar, sendo deferido 
pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para cumprimento 
do mandado. Lá chegando, porém, deparam-se com policiais militares, que, sem mandado, 
aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em cima da 
mesa da sala. 
A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão do instrumento, 
oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. 
Considerando o caso acima narrado, responda: 
a) A apreensão do facão foi válida? Justifique. 
b) Existe alguma teoria que pode justificar a validade da atuação dos policiais civis e da 
diligência de busca domiciliar? Fundamente. 
 
 
 
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QUESTÃO 23 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) Sim. Em que pese a apreensão do facão pela Polícia Militar não ter sido 
precedida de autorização judicial, o que, em um primeiro momento, 
resultaria na ilicitude da medida, nos termos do Artigo 5°, inciso XI da 
Constituição da Federal/88, combinado com o inciso LVI do referido 
dispositivo constitucional, vale destacar que o Código de Processo Penal 
adota a Teoria da Descoberta Inevitável, nos termos do artigo 157, 
parágrafo 2°, acarretando a licitude da apreensão do facão. 
 
b) Sim. O processo penal brasileiro adotou algumas teorias que 
excepcionam o reconhecimento da ilicitude por derivação, dentre as quais 
podemos elencar a Teoria da Descoberta Inevitável, resultando na ilicitude 
da apreensão do facão, uma vez que, considerando os trâmites típicos e 
de praxe, próprios da investigação, resultado obtido pela Polícia Militar 
também seria obtido pela Polícia Civil, a qual estava devidamente 
autorizada pela Justiça, formalizando a diligência em questão com a 
apreensão do instrumento. 
 
 
48 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 24 
Considere que, no dia 30/10/2017, CAIO foi preso em flagrante pela Polícia Civil, uma vez 
que mantinha em um depósito 10 armas e 10 munições de uso restrito, incorrendo no crime 
previsto no artigo 16 da lei 10826/03: 
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, 
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar 
arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
Considere ainda que a investigação comprovou que CAIO já mantinha essas armas e 
munições em depósito desde janeiro de 2017, sendo oferecida a denúncia, no dia 
02/03/2018, pelo crime previsto no artigo 16 da Lei 10826/06, 10 vezes, na forma do artigo 
69 do Código Penal. Posteriormente, a denúncia foi recebida em 7 de março de 2018 e 
Caio citado pessoalmente, no dia 15/03/2018, quinta-feira, para apresentar a defesa 
pertinente. 
Diante do contexto acima indicado, responda: 
a) Qual peça defensiva deverá ser apresentada, bem como fundamentação legal, 
devendo ser indicado o último dia do prazo para apresentação? 
b) Qual argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva constante da 
exordial acusatória? 
c) Qual a natureza do crime em questão? Justifique com base na jurisprudência 
consolidada do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
49 
 
QUESTÃO 24 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A peça defensiva que deverá ser formulada é a resposta à acusação, nos 
termos dos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, com 
último dia do prazo em 26 de março de 2018. 
 
b) O argumento de direito material adequado é o de que a conduta narrada 
pelo Ministério Público em sua exordial acusatória constitui apenas um 
delito previsto no artigo 16 da Lei 10826/03 e não 10 delitos em concurso 
de crimes, consoante entendimento consolidado dos Tribunais Superiores. 
 
c) O crime em questão possui natureza hedionda, uma vez que, nos termos 
da súmula 711 do STF, o delito em questão é permanente, razão pela qual 
a lei mais grave se aplica, tendo em vista que entrou em vigor antes da 
cessação da permanência da conduta. 
 
 
50 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 25 
Imagine que um estudante de medicina, ao se deslocar de sua casa para a faculdade, se 
depara com uma jovem gestante que estava em trabalho de parto na calçada. O referido 
estudante de medicina, utilizando-se de seus conhecimentos aprendidos no decorrer de 
sua graduação, constatou que a gestante em questão estava perdendo muito sangue e que 
não havia outro modo de salvá-la senão pela realização de uma manobra abortiva, o que 
de fato foi realizado e determinante para a manutenção da vida da gestante. Também 
considere que a referida gestante consentiu com o ato praticado pelo estudante de 
medicina. 
Desta feita, considerando a situação em questão, responda se o estudante de medicina 
poderá ser responsabilizado pelo crime de aborto previsto no art. 126 do Código Penal? 
Fundamente. 
 
51 
 
QUESTÃO 25 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O estudante de medicina não poderá ser responsabilizado pelo crime 
previsto no artigo 126 do Código Penal, uma vez que agiu amparado pelo 
estado de necessidade de terceiro, tendo em vista que não havia outro 
meio de salvar a gestante caso não realizasse a conduta abortiva. Desta 
feita, considerando o conceito analítico tripartido de crime, tal estudante 
praticou um fato típico, porém lícito, nos termos dos artigos 23, inciso I e 
24, ambos do Código Penal. 
 
 
52 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 26 
Durante inquérito policial que investigava a prática do crime de roubo majorado pelo 
emprego de arma de fogo, esgotado o prazo sem o fim das investigações, a autoridade 
policial encaminhou os autos para o Judiciário, requerendo apenas a renovação do prazo. 
O magistrado, antes de encaminhar o feito ao Ministério Público, verificando a gravidade 
em abstrato do crime praticado, decretou a prisão preventiva do investigado. Considerando 
a narrativa apresentada, responda: 
a) O magistrado agiu corretamente ao adotar tal medida? 
b) Qual o meio de impugnação cabível diante de tal decisão e a sua fundamentação legal? 
 
 
 
53 
 
QUESTÃO 26 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O magistrado não agiu corretamente ao decretar a prisão cautelar do 
investigado, uma vez que nos termos do artigo 311 do Código de Processo 
Penal, o juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício na fase 
investigatória, tendo em vista que não houve representação da autoridade 
policial nem requerimento do Ministério Público. Ademais, consoante 
entendimento jurisprudencial dominante, a gravidade em abstrato do crime 
praticado não justifica a segregação cautelar com base na garantia da 
ordem pública. 
 
b) Tendo em vista que a prisão preventiva decretada se trata de uma prisão 
ilegal, o meio de impugnação cabível, nos termos do artigo 5°, inciso LXV, 
da Constituição Federal/88 é o pedido de relaxamento de prisão. 
 
 
54 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 27 
Considere que João frequentemente venha mantendo relações sexuais com a sua enteada 
Maria, de 13 anos de idade, sendo que Diana, companheira de João e mãe de Maria, sabia 
de tal prática e não fez nada para evitar o sofrimento de sua filha, uma vez que nunca 
denunciou tal fato reprovável ao Conselho Tutelar, Polícia ou ao Ministério Público. Com 
base no caso em questão, responda: 
Diana poderá ser responsabilizada criminalmente pelo delito de estupro de vulnerável (art. 
217-A do Código Penal)? Indique a fundamentação legal e os institutos jurídicos aplicáveis 
ao caso. 
 
55 
 
QUESTÃO 27 – PADRÃO DE RESPOSTA 
Diana pode ser responsabilizada criminalmente pelo delito de estupro de 
vulnerável previstono artigo 217-A do Código Penal, uma vez que, nos 
termos do artigo 13, parágrafo 2°, alínea “a” do Código Penal possui a 
obrigação legal de evitar o resultado, ostentando a posição de garantidora, 
incorrendo em uma conduta omissiva imprópria. 
 
 
56 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 28 
Considere que um Delegado de Polícia Civil tenha ordenado a sua equipe de policiais que 
invadisse a residência de Tício para fins de cumprimento de mandado de busca e apreensão 
relacionado a um inquérito policial que apurava crime de tráfico de drogas. Considere 
também que Mévio, policial civil experiente, tenha indagado ao Delegado se haveria 
mandado judicial para tal finalidade. Ao ser indagado, a autoridade policial em questão 
relatou que o juiz já teria autorizado a diligência em questão, porém não estava com o 
mandado em mãos uma vez que o Cartório Judicial ainda não tinha confeccionado a 
referida peça. Além disso, o referido Delegado expediu ordem de serviço para fins de 
cumprimento da referida diligência. Tendo em vista o relatado pelo Delegado e confiando 
na informação repassada, bem como se baseando na ordem de serviço emanada pela 
autoridade policial, a equipe de policiais civis se dirigiu ao endereço de Tício, ingressando 
em sua residência para fins de cumprimento da diligência. Entretanto, posteriormente, 
restou confirmado que não havia mandado judicial nenhum e que Tício, na verdade, se 
tratava de inimigo do Delegado de Polícia, razão pela qual foi instaurado procedimento 
pela Corregedoria de Polícia em desfavor do Delegado de Polícia e de sua equipe de 
policiais para apuração do ilícito penal descrito no art. 150 do Código Penal. 
No caso em questão, há alguma tese defensiva que poderia ser invocada pela equipe de 
policiais civis? Fundamente. 
 
 
57 
 
QUESTÃO 28 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A tese defensiva que pode ser invocada pela equipe de policiais civis é a 
de que agiram sob o manto da obediência hierárquica, nos termos do artigo 
22, 2° parte do Código Penal, uma vez que a ordem emanada da autoridade 
policial não era manifestamente ilegal, devendo ser excluída a culpabilidade 
dos agentes policiais em virtude de inexigibilidade de conduta diversa. 
 
 
58 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 29 
Considere que Maria tenha sido constrangida mediante violência ou grave ameaça a 
manter conjunção carnal com João, que apontava uma arma de fogo em sua direção 
durante a prática do ato violento. Ademais, considere que João, após a prática do coito 
forçado, tenha deixado a arma cair no momento em que vestia a sua roupa. Em tal 
momento, Maria, aproveitando-se do descuido de seu algoz, se apoderou da arma em 
questão, deferindo-lhe dois disparos, o qual veio a falecer instantaneamente. 
No caso em questão, responda se existe alguma tese defensiva que pode ser utilizada em 
favor de Maria visando excluir algum dos elementos do conceito analítico de crime. 
 
59 
 
QUESTÃO 29 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A tese defensiva que pode ser alegada em favor de Maria é a de que o 
excesso praticado por sua conduta foi exculpante, uma vez que não poderia 
ser exigida a moderação de uma pessoa que acabou de ser estuprada, 
razão pela qual deve ser excluída a culpabilidade de sua conduta por 
inexigibilidade de conduta diversa supralegal. 
 
 
60 
 
Professor Arnaldo França Quaresma Júnior – Aula 03 
QUESTÃO 30 
Imagine que Sérgio, oficial escrevente da Vara Judicial da Comarca de Arroio do Meio/RS, 
tenha recebido uma ordem direta do magistrado titular da Comarca e seu superior 
hierárquico Renan para destruir um documento de um processo criminal, que consistia em 
uma ata de Reunião ocorrida em Porto Alegre no dia 05 de dezembro de 2015. 
Considere ainda que o referido documento comprovaria que Luís, acusado do delito de 
roubo majorado, não se encontrava no município de Arroio do Meio no dia dos fatos 
narrados na denúncia do Ministério Público. 
Além disso, o magistrado Renan justificou que deu a referida ordem pois “não queria 
absolver o réu, pois apesar de não ter provas, tinha convicção que o acusado não prestava”. 
Desta feita, considerando o caso narrado, podemos afirmar que se o oficial escrevente 
Sérgio cumprir a referida ordem, poderá alegar que agiu em estrita obediência hierárquica, 
devendo ser excluída a culpabilidade? 
 
61 
 
QUESTÃO 30 – PADRÃO DE RESPOSTA 
Considerando o caso concreto, podemos afirmar que, caso Sérgio 
cumprisse a referida ordem de seu superior hierárquico, não poderá alegar 
a obediência hierárquica prevista no artigo 22 do Código Penal, por se 
tratar de uma ordem manifestamente ilegal não estando obrigado 
funcionalmente a cumprir tal ato. 
 
 
62 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 1 
Cross Fox foi denunciado por homicídio doloso praticado por motivo fútil, nos 
termos do artigo 121, §2º, inciso I, do CP. Todavia, após a instrução na 1ª fase restou 
devidamente comprovada a inexistência da qualificadora, não havendo qualquer 
comprovação da motivação, razão pela qual o Juiz de Direito da Vara Criminal do Tribunal 
do Júri afastou a qualificadora pronunciando o acusado por homicídio simples. Diante da 
narrativa, é possível que durante a instrução no Plenário do Júri o Ministério Público sustente 
novamente a incidência da qualificadora, a fim de convencer os jurados acerca da 
motivação do crime? Justifique a sua resposta. 
 
 
63 
 
 QUESTÃO 1 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O Ministério Público não poderá durante a instrução em Plenário, ou seja, 
na segunda fase do Júri, sustentar novamente a incidência da qualificadora 
afastada pelo Juiz por ocasião da decisão de pronúncia, pois a pronúncia 
limita a acusação e caracterizaria um excesso por parte do Ministério 
Público, visto que o julgamento deverá ser limitado ao crime de homicídio 
simples. Conforme o artigo 476 do Código de Processo Penal em Plenário 
deverá ser observado o conteúdo da pronúncia descritos nos moldes do 
artigo 413 do Código de Processo Penal. 
 
 
64 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 2 
(MP-MS-2011) Tício foi denunciado pela prática de homicídio qualificado pelo motivo torpe 
(art. 121, § 2º, inc. I, Código Penal). A denúncia foi recebida e, no decorrer da instrução 
processual, a defesa requereu exame de insanidade mental do acusado (art. 149 e seguintes 
do Código de Processo Penal). Ao final do referido incidente, restou devidamente 
comprovado que Tício, ao tempo da ação, em razão de doença mental, era inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse 
entendimento. Nos debates, a defesa apresentou como única tese defensiva a 
inimputabilidade de Tício. Lastreado em tal premissa, responda: Nesse contexto o Juiz da 
Vara do Tribunal do Júri poderá absolver sumariamente o acusado? Justifique. 
 
 
65 
 
QUESTÃO 2 – PADRÃO DE RESPOSTA 
O juiz no caso proposto poderá absolver sumariamente o acusado, nos 
termos do artigo 415, § único, do Código de Processo Penal, visto que a 
tese de inimputabilidade era a única sustentada pela defesa. Destaca-se 
que se houvesse tese alternativa, além da inimputabilidade, o juiz não 
poderia absolver sumariamente fundamentando nesta condição do 
acusado. 
Importante. registrar que se trata de absolvição sumária imprópria, 
considerando neste caso a incidência da medida de segurança. 
 
 
 
 
66 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 3 
Mariquinha, apavorada com o fato de ter engravidado de seu namorado, Félix Solano, de 
vinte e oito anos de idade, resolveu interromper a gravidez, provocando a morte do feto. 
Diante disso, após ingerir medicamento contendo substância abortiva, começou a passar 
mal, sendo levada ao hospital, oportunidade em que revelou ao médico a substância 
ingerida, recebendo a notíciade que o feto estava bem e em desenvolvimento. Observando 
o seu dever de ofício, o médico comunicou o fato à autoridade policial, que, de imediato, 
deslocou-se até o hospital. No curso do inquérito policial, uma amostra da referida 
substância foi recolhida para análise e enviada ao Instituto de Criminalística, ficando 
comprovado que, pelas condições de armazenamento e quantidade ingerida, não seria 
hábil para produzir os efeitos a que estava destinada, qual seja, causar o aborto. A 
autoridade policial concluiu o inquérito policial e encaminhou ao Ministério Público, que, 
após constatar que Mariquinha respondia a outro processo criminal, ofereceu denúncia, 
imputando a ela a prática do delito aborto tentado, previsto no artigo 124 c/c o artigo 14, 
inciso II, ambos do Código Penal. Durante a instrução, Mariquinha exerceu o seu direito de 
permanecer em silêncio. Ao fim da instrução, o Ministério Público pugnou pela decisão 
pronúncia, sustentando a comprovação da autoria, bem como a materialidade do fato, por 
meio do exame de laboratório e da conclusão da perícia pela existência da gravidez. A 
defesa foi intimada para apresentar a peça correspondente no dia 20/11/2017 (segunda-
feira). Em face dessa situação hipotética, analise o caso narrado e, com base apenas nas 
informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
a) Qual a peça de defesa de Mariquinha deverá apresentar e qual o último dia do 
prazo para apresentá-la? 
b) Qual a tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? 
 
 
67 
 
QUESTÃO 3 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) Mariquinha deverá apresentar memoriais escritos, com base nos artigos 
403, §3º e 404, § único, todos do Código de Processo Penal, utilizando-se 
na forma subsidiária as regras do procedimento comum ordinário no 
procedimento do júri, conforme artigo 394, §5º, do Código de Processo 
Penal. O prazo para apresentação dos memoriais é de 5 dias, logo 
considerando que a intimação se deu no dia 20/11/17, segunda-feira, o 
prazo final será o dia 27/11/17 (segunda), pois o último dia seria 25/11/17, 
sábado, sendo prorrogado para o próximo dia útil, nos termo do artigo 798, 
§1º e §3º, do Código de Processo Penal. 
 
Se no enunciado estava que a defesa foi intimada no dia 10/06/2013 
(segunda): o prazo final será o dia 17/06/17 (segunda), pois o último dia 
seria 15/06, sábado, sendo prorrogado para o próximo dia útil, nos termos 
do artigo 798, §1º do Código de Processo Penal. 
 
b) A tese defensiva a ser sustentada é a incidência do crime impossível, 
previsto no artigo 17 do Código Penal, visto que o meio utilizado era 
absolutamente ineficaz para produzir o resultado pretendido. O pedido a 
ser postulado é a absolvição sumária, nos moldes do artigo 415, inciso III, 
do Código de Processo Penal, em face da atipicidade da conduta. 
 
 
 
68 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 4 
Andriotti, líder local do Movimento dos Sem Terras, foi pronunciado pela prática de 
homicídio qualificado tendo como vítima um Fazendeiro chamado João Netto, o qual era 
muito conhecido na comunidade por suas benfeitorias à região. O fato ocorreu no 
município João Gabriel, local conhecido por constantes conflitos envolvendo terras. Sabe-
se que as pessoas da Comarca repercutem o assunto, sempre se posicionando a respeito 
do caso, havendo fundadas suspeitas sobre a imparcialidade do Júri. Desta forma, na 
condição de advogado de Andriotti, qual seria a medida adequada para assegurar da 
melhor maneira os interesses de seu cliente, considerando que o julgamento foi designado 
para ocorrer daqui três meses? A quem deverá ser endereçada? Justifique a sua resposta. 
 
 
69 
 
QUESTÃO 4 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A medida adequada é o Pedido de Dasaforamento, nos termos do artigo 
427 do Código de Processo Penal, em razão das fundadas suspeitas da 
imparcialidade dos Jurados. A medida deverá ser endereçada ao Tribunal 
de Justiça, conforme o artigo mencionado. Trata-se de uma medida 
excepcional que desloca a competência de julgamento. 
 
 
 
70 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 5 
Carlitos foi denunciado pela prática de homicídio doloso contra sua esposa, Carmela. 
Todavia, após a prova produzida nos autos restou comprovado que a causa mortis foi um 
ataque cardíaco, ou seja, uma causa natural, nada tendo haver com Carlitos. Por tal razão, 
o magistrado da 1ª Vara Criminal absolveu sumariamente o acusado. A decisão transitou 
em julgado. Dois meses após, a filha de Carlitos resolve informar o que ouviu uma conversa 
de seu pai com um irmão, informando que teria sido o responsável pela morte de Carmela, 
tendo ministrado remédio em sua alimentação, gerando a disfunção que ocasionou a sua 
morte. Diante dos fatos, é possível reverter essa decisão de absolvição sumária no júri? 
Justifique. 
 
 
71 
 
QUESTÃO 5 – PADRÃO DE RESPOSTA 
Não é possível reverter a decisão que absolveu sumariamente o Acusado, 
pois já houve o trânsito em julgado da decisão. Inclusive, a decisão de 
absolvição sumária, na primeira fase do júri faz coisa julgada material. 
Assim sendo, não poderia ser modificada com o surgimento de novas 
provas, pois somente é cabível a Ação de Revisão Criminal, nos termos do 
artigo 621 do Código de Processo Penal, para beneficiar o acusado, o que 
não seria o caso, pois na questão houve a absolvição. 
 
 
72 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 6 
Durante os debates orais, o Ministério Público proferiu a leitura de trechos da 
decisão de pronúncia, inclusive mencionou que se não estivessem presentes os indícios de 
autoria e materialidade, os réus não teriam sido submetidos a julgamento popular por ato 
do Juiz Presidente. Inobstante, a combativa defesa ter requerido o encerramento do Júri, o 
que restou consignado em ata, o magistrado determinou a continuidade. Ao final, os 
jurados condenaram o acusado. Diante dos dados trazidos na questão, o que poderá ser 
pleiteado na condição de advogado de defesa? Justifique e indique o recurso e a base legal 
que respaldam a sua resposta. 
 
 
73 
 
QUESTÃO 6 – PADRÃO DE RESPOSTA 
No caso em questão, poderá ser arguida a nulidade do julgamento, em 
razão da afronta ao artigo 478 do Código de Processo Penal, em razão do 
fato do promotor ter utilizado trechos da decisão de pronúncia como 
argumento de autoridade, podendo influenciar a decisão dos jurados. O 
recurso a ser utilizado será o de apelação, com base no artigo 593, inciso 
III, alínea “a”, do Código de Processo Penal, tendo em vista a ocorrência 
de nulidade posterior à pronúncia do acusado. 
 
 
74 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 7 
(2016 – FGV – OAB – Exame XX - Primeira Fase - adaptada) Guilherme foi 
denunciado pela prática de um crime de lesão corporal dolosa seguida de morte, artigo 
129, parágrafo 3º, do CP. Após o recebimento da denúncia, Guilherme é devidamente 
citado e processado. A defesa técnica apresentou prova inequívoca de que o réu agiu em 
estado de necessidade. Após a instrução probatória, o Juiz determinou a conversão das 
alegações finais em memoriais, em face da complexidade da causa. O Ministério Público 
requereu a procedência da ação nos termos da Denúncia. Você foi intimado no dia 21 de 
novembro de 2017 (terça-feira) para apresentar os memoriais defensivos, responda. 
a) Na condição de advogado de Guilherme, o que deverá ser postulado em prol de 
sua defesa neste momento? Justifique. 
b) Qual o último dia para apresentação dos memoriais? Justifique. 
 
 
75 
 
QUESTÃO 7 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) O deverá ser postulado é a absolvição do acusado, em razão da prova 
inequívoca produzida de que agiu em estado de necessidade. A base legal 
é o artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. 
 
b) O último dia do prozo para apresentação dos memoriais será o dia27/11/17, segunda-feira, pois considerando a intimação no dia 21/11/17, o 
prazo encerraria no domingo 26/11, prorrogando-se para o dia útil 
subsequente, nos termos do artigo 798, §1º e §3º, do Código de Processo 
Penal. 
 
 
76 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 8 
Questão retirada por questões de atualização. 
 
77 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 9 
Carlitos, atualmente recolhido em Bangu I, responde a um processo criminal pela 
prática do delito de latrocínio, previsto no artigo 157, parágrafo 3°, parte final, do CP, tendo 
sido intimado a comparecer em juízo para realização de seu interrogatório. Todavia, ao 
iniciar a audiência o Juiz responsável pelo processo verificou que o advogado constituído 
havia renunciado ao patrocínio da causa. O advogado acostou aos autos uma petição de 
renúncia com a comprovação da ciência do acusado, datada de uma semana antes dessa 
audiência. 
Questionado sobre a constituição de novo defensor, o acusado informou que não 
iria constituir defensor particular, pois como estava preso não poderia mais assumir 
obrigações financeiras, portanto gostaria de ser assistido pela Defensoria Pública, como tem 
sido atendido em dois outros processos que também responde criminalmente. Assim 
sendo, o Juiz designou em audiência a nomeação da Defensoria Pública. Ato contínuo, o 
Defensor Público que havia realizado a audiência anterior assumiu o processo, 
cumprimentando e relatando que coincidentemente está atuando nos demais processos 
que Carlitos responde. Na ocasião, o Juiz deu continuidade à audiência, tendo o defensor 
solicitado a realização de entrevista prévia com o acusado antes da realização do ato de 
interrogatório, ou que fosse suspensa a audiência e novamente agendada. 
O Juiz, considerando o término do horário de expediente, e após ouvir o 
representante do Ministério Público, que o alertou da proximidade da incidência do prazo 
prescricional, sustentou que o acusado já conhecia o defensor e que inclusive a relação de 
confiança entre ambos restava configurada pelo acompanhamento dos demais processos 
que o acusado responde, logo não haveria necessidade de destinação de lapso temporal 
ou entrevista prévia neste caso, passando então a ouvir o acusado. 
Diante dos fatos narrados, está correta a decisão do Juiz? Na condição de defensor 
do acusado o que poderá ser alegado? Justifique a sua resposta. 
 
 
78 
 
QUESTÃO 9 – PADRÃO DE RESPOSTA 
A decisão está completamente equivocada, pois violou o direito à ampla 
defesa, assegurado no artigo 5º, inciso LV, Constituição Federal/88, bem 
como disposição expressa prevista no artigo 185, §5º do Código de 
Processo Penal, que assegura o direito à entrevista prévia ao interrogatório. 
Inclusive, a decisão desrespeitou o Pacto de São José da Costa Rica, 
especificamente, o artigo 8, n. 2, alíneas “c e d”, do Decreto 678/92. Por 
fim, salienta-se que se trata nulidade de caráter absoluto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 04 
QUESTÃO 10 
VITARA FOX, advogado, que estava acompanhando um processo perante uma 
vara de família no interior do Estado, em contestação apresentada em processo de 
investigação de paternidade, imputa à genitora do investigante a prática de atos 
sexuais com diversos homens, afirmando ainda que aquela se dedicava habitualmente 
à prostituição. 
Sentindo-se difamada e injuriada com as alegações do defensor, a mãe do 
investigante oferece queixa-crime contra o mesmo, que é distribuída ao juízo da vara 
criminal comum daquela cidade, ao entendimento de que aquela causa é de maior 
complexidade, fugindo, portanto, da competência do juizado especial. 
Citado, o querelado sustenta, em sua resposta à acusação, não ser possível a 
existência e a continuidade do processo por lhe faltar um dos pressupostos de 
constituição e desenvolvimento regular do feito. O magistrado responsável pelo 
julgamento não absolve sumariamente o acusado, dizendo que deixa para apreciar 
todas as questões de fato e de direito por ocasião da sentença final. 
Diante da situação descrita responda: 
a) Qual a medida jurídica que deverá ser utilizada para atacar a decisão que negou 
a absolvição sumária ao acusado? 
b) Quem deverá julgá-la? 
c) Quais os argumentos jurídicos que deverão ser sustentados para a defesa de 
Vitara Fox? 
 
 
 
 
 
80 
 
QUESTÃO 10 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A medida a ser utilizada é um habeas corpus, objetivando o trancamento 
da ação penal, em razão da ausência de justa causa, nos termos dos artigos 
647 e 648, inciso I, do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII, 
da Constituição Federal/88. 
 
b) O habeas corpus deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça. 
 
c) Conforme o artigo 142, inciso I, do Código Penal, não constitui injúria 
ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo na discussão da causa. 
No caso em tela, não houve excesso ou qualquer questão que permita a 
responsabilização do acusado. Da mesma forma o artigo 133 da 
Constituição Federal/88 também assegura essa inviolabilidade. Assim 
sendo, resta configurada a ausência de justa causa para a ação penal. 
 
 
 
 
 
 
81 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 05 
QUESTÃO 11 
No dia 15/11/17, dez presos que ocupavam diferentes celas, durante o 
deslocamento para o Fórum dentro de uma viatura quebraram a proteção das 
lâmpadas do corredor do veículo. Questionados sobre o responsável pelo dano ao 
patrimônio público, todos os presos permaneceram em silêncio. Instaurado o 
Procedimento Administrativo, diante do silêncio dos apenados, a administração optou 
por aplicar uma sanção coletiva aos apenados, consistente na suspensão do direito à 
visita por 10 dias, em razão da prática de falta grave. Em juízo, no momento da 
audiência de justificativa, os apenados novamente silenciaram quanto ao fato, dois se 
limitaram a alegar que ao ingressarem na viatura a iluminação já estava prejudicada. 
Após a manifestação da defesa e do Ministério Público, o magistrado reconheceu a 
prática de falta grave, homologando o Procedimento Administrativo. Considerando que 
a decisão foi dada em audiência realizada no dia 09/01/18 (terça-feira), na condição 
de advogado de Cleiton, um dos apenados envolvidos, responda: 
 
a) A decisão judicial é passível de impugnação por qual instrumento? (0,25) 
b) Caso positivo, informe os fundamentos jurídicos que poderão ser 
utilizados (1,0). 
 
 
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 QUESTÃO 11 – PADRÃO DE RESPOSTA 
a) A decisão judicial é passível de impugnação pela via recursal, através da 
utilização do recurso de agravo em execução, nos termos do artigo 197 da 
Lei de Execução Penal (lei 7.210/84). 
 
b) Conforme o artigo 45, §3º, da Lei 7210/84 (Lei de Eexecução Penal) é 
vedada qualquer espécie de sanção coletiva. Aliás, pelo princípio 
constitucional da individualização da pena (artigo 5º, inciso XLVI, 
Constituição Federal/88), qualquer espécie de responsabilização deverá ser 
pautada pela individualização da conduta praticada, o que se fundamenta 
na necessidade de identificar a contribuição de cada suspeito. Também 
poderá ser indicado como fundamento em defesa do apenado, a vedação 
de responsabilidade objetiva, eis que somente podemos responsabilizar 
alguém pela prática de delitos, no caso em tela, caracteriza-se como o 
crime de dano contra o patrimônio público, quando houver identificação de 
dolo ou culpa, o que no caso em tela não é possível identificar. 
 
 
 
83 
 
Professora Letícia Sinatora das Neves – Aula 05 
QUESTÃO 12 
Tucson Fire cumpre pena desde o dia 20/12/10, pela prática do delito previsto 
no artigo 121, §2º, I, do CP, praticado em 03/04/06. Sabe-se que já foi condenado 
outras vezes pelo mesmo

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