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Roteiro Passado Pelo Sr Luiz Escosteguy(1)

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A partir de 1856, estava em construção um conjunto de cais, para a regularização da margem do Guaíba, com a ideia de se estender do Largo do Arsenal (ou Forca, ou do Arsenal da Marinha), até o Caminho Novo (atual Voluntários da Pátria).
Foram feitos trechos independentes, mas interligados. Na Praça da Alfândega entre a praça da Alfândega e a parte ponteira do Arsenal de Guerra, entre o Arsenal de Guerra e o Arsenal da Marinha, e no largo do Arsenal, que virou a praça Harmonia.
De 1857 a 1860 foi o tempo que se levou para concluir o cais e existem documentos que se referem ao mesmo cais em frente ao Arsenal de Guerra e a face norte da Rua da Alfândega (atual 7 de Setembro), criando um terreno plano que incluiria a rua e o trecho entre ela e a Rua da Praia. Havia a intenção de construir um telheiro e um guindaste para receber materiais dos navios para o Arsenal.
A obra do cais teve inúmeras interrupções e ficou pronta em 1860 Foi dirigida por engenheiros militares, do Presidente da província, com verbas imperiais, do Ministério de Guerra. 
No decorrer da obra, surgiu a ideia de fazer mais do que um telheiro para deposito, mas sim fazer um edifício para deposito e oficinas do Arsenal. ( Aqui nasce a ideia do prédio que começa a ser construído no ano de 1864, 4 anos após a conclusão do cais, ou do aterramento, que deixou um terreno plano e livre em frente ao Arsenal).
Luiz Felipe Escosteguy
Abaixo vai um resumo, através das indicações de fontes do Sr. Escosteguy, desse mapeamento até o ano de 1861, quando já está pronto o tal cais em frente ao Arsenal, que na realidade, ficou ali um terreno plano.
Fundo Obras Públicas, maço 13. 
Ofício de SILVA, Luis Manoel Martins ao Presidente da Província.
22.12.1857 (Envia projeto e orçamento do cais no trecho que corresponde ao terreno na frente do Arsenal de Guerra, com previsão de um telheiro, com guindaste e trilho.
Documento em anexo A.01
“Tenho a honra de enviar a V. Exª projecto, os orçamentos e a discripção da obra do cais e do telheiro com guindaste, que se tem de construir na Praça em frente ao Arsenal de Guerra, por mim organizados, por ordem de V. Exª, para serem remitidos ao Exmo. Sr, Ministro de Guerra.
Quanto ao trilho de ferro, não me foi possível obter dado seguros para fazer o seu orçamento, por não havendo aqui, artistas práticos de semelhante obra, pedem para levá-la efeito a quantia exorbitante, e por isso seria muito preferível mandar vir do Rio de Janeiro, os trilhos e os carros nescessários.
Segunda Secção das Obras Publicas Provinciaes em Porto Alegre, 22 de Dezembro de 1857.
Luiz Manoel Martins da Silva.”
(Na lateral do documento, se lê: Ofereceu-se ao Ministro de Guerra, em 23 de Dezembro de 1857, e enviou-se o projecto e a discrição da obra do que se tratou.)(Ou seja, foi a PLANTA junto, ou perdeu-se)
Segundo momento, agora no ano de 1858, que se fala na construção do telheiro com guindaste, em frente ao Arsenal de Guerra. É enviado a planta do terreno (mais uma vez perdida), o projeto do orçamento e a descrição do mesmo projeto!
11.02.1858 
Fundo Obras Públicas maço 16
Documento em anexo B.01
“Em cumprimento do que por V. Exª me foi ordenado por oficio de 9 do corrente mez, tenho a honra de enviar a V. Exª. A planta dos terrenos em frente ao Arsenal de Guerra desta cidade, o projeto, orçamento e descrição da obra de um cães com um telheiro e guindaste que devem ser construídos naquele lugar.
Porto Alegre 11, de Fevereiro de 1858
Luiz Manoel Martins da Silva.”
Segue anexos do mesmo
Documento em anexo B. 02 ( e todos os anexos, para fotos legíveis) 
Anexos, do orçamento NÃO TRANSCRITO, (muito números) B.03
Discripção da obra do cais e telheiro projetado para a frente do Arsenal de Guerra de Porto Alegre.
O caies, projetado para a praça em frente ao Arsenal de Guerra desta capital, tem de ocupar toda a extensão do quadrante entre as ruas Direita e do Arroio. Deve ser construído de Alvenaria de pedra e cal, e revestido de cantaria não só na frente como também dos lados, até a linha do preamar, e desta até a rua da Praia, os muros serão de pedra ensossa. A distância entre o cais e o portão do Arsenal de Guerra é de 640 palmos, A sua extensão é de 424 palmos na frente, 213 no lado de Oeste até a linha do preamar e do leste até a mesma linha 250. O muro de pedra ensossa a oeste terá de comprimento 346 palmos e a leste 310, a altura do cais fora dos alicerces é de 10 palmos e sua versão transversal está representada nos projectos. É ele coroado por um parapeito geral com assentos, rematado este e aqueles com Lages. O alicerce do cais tem 7 palmos de profundidade e 10 de largura. A área compreendida entre o cais, as paredes e o muro da praia devem ser todos aterrados, as juntas da cantaria devem ser tomadas de cimento da Portland, e a argamassa para a alvenaria deve conter uma parte boa de cal e das de areia bem lavada. No terreno acha-se um corte no projecto desde o Arsenal de Guerra até o cais. Este corte serve para todos os lugar, desde a rua Direita ate a o Arroio. O telheiro, deve ser construído sobre o cais em frente ao arsenal, de sorte que o centro do portão deste, corresponda a daquele. A posição do telheiro está determinado no projeto do cais, na posição abcd, cujo lado maior e menor tem 100 e 50 palmos. Este telheiro será dividido em três partes, as duas laterais para servirem de armazéns para depósitos dos objetos pertecentes ao Arsenal e que se estão deteriorando, reportou ao tempo, e a central para o serviço de carga e descarga dos volumes que entrarem ou saírem do mesmo Arsenal, para o que terá um guindaste.
O telheiro deve ser construído com muita solidez e simplicidade, sobre pilares de pedra e cal exteriormente, e com algumas colunas de madeira interiormente nos pontos indispensáveis. Para que fique o maior espaço passível, desobstruindo, o madeiramento será suspenso. Os armazéns serão fechados com tabuas, a não se querer fazer mais despesas, fechando-os com parede de tijolos. 
Porto Alegre 22, de Dezembro de 1857 (esse documento em anexo, é da data do primeiro documento A. 01)
Novamente, no ano seguinte, 1859, é feito um novo orçamento, do valor da obra do prédio em Frente ao Arsenal, junto com a planta em anexo (que se perdeu, ou foi remetida ao Ministro de Guerra). 
Documento em anexo C.01 (MAIS TODOS OS ANEXOS E ORÇAMENTOS NÃO TRANSCRITOS, CHEIO DE NUMEROS E TABELAS ((SOU DE HUMANAS)))
Fundo Obras Públicas maço 18
02.09.1959
Na conformidade das obras que recebi, tenho a honra de submeter a aprovação de V. Exª, a inclusa planta e orçamento para a construção dos armazéns que e devem construir, no terreno em frente ao Arsenal de Guerra, afim de neles se colocarem oficinas do mesmo arsenal, removendo-os assim dos pequenos quartos em que estão aumentadas e proximidade dos armazéns de deposito, almoxarifado, plano foi feito de acordo com o respeito do mesmo inspetor do Arsenal, e a aproveitando todo o terreno existente como por V. Sª me foi ordenado. 
Porto Alegre 2 de Setembro de 1859
Joaquim Antão Fernandes Leão
Novamente aqui, cerca de 1 ano depois, novamente, pedem um novo orçamento e segue uma nova planta, (novamente perdida, ou enviada para o Ministro de Guerra).
Fundo Obras Públicas maço 19
Documento em anexo, D.01 mais o orçamento em anexo.
Enviei, a V. Exª. A Planta e Orçamento do edifício para construir para as oficinas do Arsenal de Guerra, conforme V. Exª. E ordenou.
As duas frentes são de paredes de vez e meia, e todas as outras são de pilares de uma vez, A coberta é de sotéa. Limitei-me a fazer as seis oficinas de 60 palmos de cumprimento e 40 de largura, dois saguões na frente da rua da Alfandega, com as mesmas dimensões , uma para conferencia dos objetos, um para recolher os objetos que vem da corte, outro para recolher os objetos recolhidos, há mais dois quartos para porteiros, ficando dois vãos não cobertos, que para o futuro se poderão aproveitar.
As alterações que fiz para poder importar o orçamento em menos do que o primeiro, são as seguintes, diminui o pé direito, fiz as paredes de um vez compilares, em lugar de vez e meia, as janelas e frestas são de platibandas em lugar de arcada, suprimi os portões de ferro e grades das janelas e frestas, porque o ferro esta aqui muito caro. Calculei no orçamento 34 colunas de ferro, que se podem substituir por colunas de madeira, porem acho mais conveniente serem de ferro fundido. Os alicerces devem ser de 8 palmos de profundidade, 4 de largura e com o desenvolvimento que se tem a planta.
A importância do orçamento é de 91:779#669 reis. 61 contos menos do que o primeiro orçamento, acho portanto esta obra mais cômoda por ser o orçamento menor, porem o primeiro projeto é preferível, tanto pela elegância como por ser construção mais solida.
Porto Alegre 1 de Janeiro 1860

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