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AÇÃO DE EMBARGOS Á EXECUÇÃO - CHEQUES - PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CÍVEL DE NATAL(RN).
Embargos à Execução
Distribuição por dependência ao Proc. nº. 11111.22.3333.4.05.0001/0
( CPC, art. 736, § único)
JOAQUIM FRANCISCO, brasileiro, casado, maior, representante comercial, residente e domiciliado na Rua X, nº. 0000 – Natal(RN) – CEP nº 0000-00, possuidor do CPF(MF) nº. 111.222.333-44, razão qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, através de seu patrono que ao final subscreve -- instrumento procuratório acostado - causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte, sob o nº. 1122, com seu escritório profissional consignado no mandato acostado, onde, em atendimento aos ditames contidos no art. 39, inciso I do CPC, para ajuizar, com supedâneo nos arts. 736 e segs. c/c art. 745, inc. V. ambos da Legislação Adjetiva Civil, a presente 
AÇÃO INCIDENTAL DE EMBARGOS À EXECUÇÃO 
( COM PLEITO DE EFEITO SUSPENSIVO – CPC, art. 739-A, § 1º )
contra PRACIANO MARTINS, estabelecida na Rua Delta, nº. 000 – Natal(RN) – CEP 11333-444, em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.
(1) – DA TEMPESTIVIDADE DESTA AÇÃO(CPC, art. 738)
 
Verifica-se que o Embargante fora citado, por mandado, a pagar o débito perseguido na ação executiva, no prazo de 3(três) dias efetuar o pagamento da dívida, nos moldes do art. 652, caput, do Código de Ritos. 
Referido mandado, registre-se, fora juntado aos autos da ação de execução na data de yy/zz/xxxx, o que se constata pela cópia ora acostada(doc. 01).
Desta maneira, visto que a presente demanda é ajuizada em xx/yy/zzzz, temos que é tempestivamente apresentada. (CPC, art. 738)
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS EMBARGOS Á EXECUÇÃO INTEMPESTIVIDADE. 
Os embargos à execução devem ser opostos no prazo de 15 dias a contar da data da juntada aos autos do mandado de citação (art. 738 do CPC) SENTENÇA REFORMADA. Apelação provida. (TJSP - APL 9179574-49.2008.8.26.0000; Ac. 5803550; Itapetininga; Trigésima Quarta Câmara de Direito Privado; Relª Desª Cristina Zucchi; Julg. 19/03/2012; DJESP 16/04/2012)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. 
O prazo para a oposição de embargos é de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação (art. 738 do CPC), termo que não se altera pela substituição de bens penhorados. (TJMS - AC-Ex 2012.003813-0/0000-00; Três Lagoas; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Julizar Barbosa Trindade; DJEMS 13/03/2012; Pág. 28)
2 – REALIDADE DOS FATOS 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
( CPC, art. 17, inc. I e II)
 
Os acontecimentos evidenciados na ação de execução foram grosseiramente distorcidos. Há uma “grave omissão”, intencional, a qual comprometeria, se estipulada pelo Embargado, o recebimento de seu pretenso crédito.
Consideramos como “grave omissão”, porquanto o Código de Processo Civil disciplina que:
“Art. 17 – Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso em lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
No alígero quadro fático estipulado na inicial da ação executiva, o Embargado revelou que a Nota Promissória, alvo da pretensão deduzida em juízo, era fruto de “relação comercial entabulada entre as partes”, sem dizer, lógico, maiores detalhes acerca desta inverídica relação comercial. Ao revés, o Embargado, andou longe de sequer mencionar os fatos relacionados à execução, quando assim impõe a Legislação Adjetiva Civil(CPC, art. 17 c/c art. 598). Se desta forma fizesse, evidente que com maior facilidade seria desmascarada a farsa, recôndita nas superficiais linhas inaugurais. Entretanto, com a prova documental que ora acostamos, não haverá nenhuma dificuldade na elucidação do propósito injurídico que envolve a pendenga executiva. 
 
Em verdade, o crédito perseguido tem origem ilícita: a odiosa agiotagem. 
 
O Embargado, ressalte-se, é notório agiota que atua nesta Capital. 
Em prol da firmeza destes argumentos, o Embargante de já traz à baila, outros cheques que deram origem ao vultuoso crédito ora perseguido(vide originais dos cheques acostados). São eles:
1) Cheque n.º .x.x.x.x, com data de emissão de .x.x/x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A;
2) Cheque n.º .x.x.x, com data de emissão de x.x./x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 10.130,00(dez mil cento e trinta reais), sacado contra o Banco .x.x.x.x.x S/A;
3) Cheque n.º .x.x.x.x, com data de emissão de x.x./x.x./x.x.x.x, no valor de R$ 32.860,64(trinta e dois mil, oitocentos e sessenta reais e sessenta e quatro centavos), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A;
4) Cheque n.º .x.x.x, com data de emissão de .x.x/.x.x./x.x.x.x, no valor de R$16.204,39(dezesseis mil, duzentos e quatro reais e trinta e nove centavos), sacado contra o Banco .x.x.x.x S/A.
 
As cártulas acima citadas foram devolvidas ao Embargante, na medida em que pagava os juros ilegais e parte do débito, sendo trocados pela Nota Promissória ora alvo de debate. 
 
Ressalte-se que os cheques nºs .x.x.x.x(R$ 20.000,00) e .x.x.x.x(R$ 10.130,00), foram substituídos, respectivamente, pelos cheques de nºs .x.x.x.x(R$ 32.860,64) e .x.x.x.(R$ 16.204,39), devidamente atualizados com juros capitalizados de no mínimo 15%(quinze por cento) ao mês. 
A propósito de tais considerações, veja que no verso do cheque n.º .x.x.x, consta taxas de juros de 18%(dezoito por cento) a.m.; já no cheque de n.º .x.x.x, consta juros de 15%(quinze por cento) a.m., ambas insertas com a caligrafia do Embargado.
De outro lado, impende destacar que os cheques nºs .x.x.x.(R$ 32.860,64) e x.x.x.x(R$ 16.204,39), ambos estão nominais ao Embargado. 
Os juros, ademais, quando do empréstimo, foram capitalizados, o que é o afronte à lei, dedução que tiramos quando da diferença de valores nas trocas dos cheques(art. 4º, do Decreto n.º 22.626/33 - Lei da Usura
).
O Embargado, pois, acossado por injustas ameaças do Embargado, foi forçado, quando já sem direito a movimentar talonários de cheques, a assinar o cheque ora em liça, também devidamente atualizado com a taxa repugnante de 15%(quinze por cento) a.m. Percebe-se, destarte, que o Embargante foi abruptamente escorchado, sem qualquer piedade.
Assim é que tornamos a asseverar que o caso em análise por Vossa Excelência, merece uma profunda e apropriada investigação probatória, notadamente quanto à origem ilícita do suposto crédito em estudo.
(3) – DO DIREITO
3.1. – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
INDÍCIOS DE VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES
( MP nº. 2.172-32/2001)
 
Dispõe a Medida Provisória nº. 2.172-32/2001 que:
Art. 3º - Nas ações que visem à declaração de nulidade de estipulações com amparo no disposto nesta Medida Provisória, incumbirá ao credor ou beneficiário do negócio o ônus de provar a regularidade jurídica das correspondentes obrigações, sempre que demonstrada pelo prejudicado, ou pelas circunstâncias do caso, a verossimilhança da alegação.
 
Claro na norma que, para que o Embargante faça jus ao benefício da inversão do ônus da prova, em contraposição aos ditames da Legislação Processual Civil(art. 333, inc. I), compete-lhe, primeiramente, provar a “verossimilhança da alegação”. 
 
Existindo, portanto, “indício”(s) ou “começo de prova” acerca dos fatos alegados, a regra é a inversão do ônus da prova, conforme os ditames da legislação em espécie. 
Segundo as lições de DE PLÁCIDO E SILVA, “indício” vem a ser:
“Do latim ´indicium´ ( rastro, sinal, vestígio ), na técnica jurídica, em sentido equivalente a presunção, quer significar o fato ou a série de fatos, pelos quais se pode chegar ao conhecimento de outros, em que se funda o esclarecimento da verdade ou do que deseja saber. “ ( In, Vocabulário Jurídico. Forense, 1991. Pg. 456) 
 
 
Com apoio na prova documental acostada aos presentes embargos, há vestígios(notórios) de que, efetivamente, ocorreu a cobrança de juros onzenários, maiormente quando oEmbargado, de próprio punho, anotou no verso dos cheques os valores cobrados. Ademais, a simples devolução das cártulas, sem sequer serem apresentadas á câmara de compensação, demonstra,também, que os cheques ficaram retidos como forma de pressionar o Embargante a pagar os juros extorsivos. 
 
A este respeito colacionamos os seguintes julgados:
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CHEQUE EMITIDO EM BRANCO. EMPRÉSTIMO. 
Cobrança de juros em mais de 1% a.m. Reconhecimento da nulidade do título. Extinta a execução. Prática de agiotagem. Defesa infirmada. Ônus da prova. Inversão. Aplicação da m.p. Nº 2.172-31 de 26.07.01. Desconstituição de penhora da execução. Verba honorária em 20% sobre o valor da causa embargada face à nulidade da ação de execução. Recurso conhecido. E parcialmente provido. Decisão por maioria de votos. (TJPA - AC 20093006571-6; Ac. 105742; Belém; Primeira Câmara Cível Isolada; Rel. Juiz Conv. Edinea Oliveira Tavares; Julg. 19/03/2012; DJPA 27/03/2012; Pág. 150)
EMBARGOS À EXECUÇÃO. NOTA PROMISSÓRIA. ALEGAÇÃO DE AGIOTAGEM. PRELIMINARES 
Julgamento de agravo retido com pedido de inversão do ônus da prova com base na medida provisória nº 2.172-32 de 2001 - Possibilidade da inversão - Nulidade da sentença - Retorno dos autos à instância de origem. Para que haja a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 3º da MP 2172-32/2001 é necessário, primeiramente, que se comprove a verossimilhança da alegação sobre a prática de agiotagem. Acolheram a preliminar para dar provimento ao agravo retido e anular a sentença. (TJMG - APCV 0006580-57.2010.8.13.0002; Abaeté; Décima Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Domingos Coelho; Julg. 29/02/2012; DJEMG 12/03/2012)
COBRANÇA. CHEQUES. Indícios de prática da agiotagem por parte do autor. Inversão do ônus da prova, nos termos do art. 3º da medida provisória nº 1965-11/2000. Sentença desconstituída, com o retorno dos autos ao primeiro grau para propiciar ao autor desincumbir-se do ônus probatório ora imposto. Desconstituíram a sentença, julgando prejudicado o recurso. (TJRS - RecCv 30545-77.2011.8.21.9000; Canoas; Terceira Turma Recursal Cível; Rel. Des. Pedro Luiz Pozza; Julg. 28/02/2012; DJERS 07/03/2012)
EMBARGOS À EXECUÇÃO NOTA PROMISSÓRIA ALEGAÇÃO DE EMPRÉSTIMO COM AGIOTAGEM COMPROVADA. 
Inversão do ônus da prova constante do artigo 3º, da MP 2.172-31/01, relativa à alegação de agiotagem que diante da verossimilhança dessa prática ilícita impunha ao apelante comprovar a regularidade da dívida e sua origem. Ilícito que elide a responsabilidade do aval. Recurso desprovido. (TJSP - APL 9206525-17.2007.8.26.0000; Ac. 5693841; Barra Bonita; Vigésima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 30/01/2012; DJESP 05/03/2012)
3.2. – NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA
 
Caso Vossa Excelência não entenda que existam indícios de prova da prática de usura, com a necessária inversão do ônus da prova(MP nº. 2.172-32/2001), o que diz apenas por argumentar, de já o Embargante evidencia a necessidade de produção de provas. 
 
É costume daqueles que primam pela usura não destacarem em suas articulações em juízo, como requer a lei, a verdadeira origem de seu crédito.
A tese de defesa destes, por outro lado, em uníssono, trilha pela vaga alegação de que “aos títulos cambiários devemos aplicar as regras de abstratividade, pois inerente ao Direito Cambial, impossibilitando a investigação da causa debendi.”
 
É consabido que a agiotagem é uma prática nefasta que acompanha as transações negociais do homem há muito tempo. Tal odiosa atitude costuma desenvolver-se na calada da noite, em contatos e visitas sem a presença de testemunhas, através de vozes baixas e veladas, sempre de forma obscura , simulada, disfarçada. Ninguém se denomina à sociedade como agiota, maiormente quando sendo este seu único meio de subsistência. De outro turno, quando maior a desgraça financeira que acometa o devedor, com maior vigor o mesmo age sobre a vítima. Quem se socorro de agiota está no fundo do poço, não detém crédito ou até mesmo credibilidade no mercado, não sabendo mais a quem recorrer. 
Assim, poucas são as chances de produzir provas contra esta sinistra atitude, daí a lei, em bom tempo, propiciar a inversão do ônus da prova. 
Por este ângulo, o julgador deve ficar atendo a esta situação de desvantagem do devedor que esteja em juízo. Restringir a produção de provas, seria o mesmo que condená-lo ao pagamento do débito discutido em juízo. 
Assim, o julgador, ao decidir antecipadamente a lide(CPC, art. 330, inc. I c/c art. 740, caput), deve antes atentar aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, a fim de não subtrair das partes o direito de provar o fato constitutivo de seu direito ou as causas extintivas, modificativas ou impeditivas. Na hipótese em estudo, o eventual julgamento precoce ensejaria na extirpação do direito do Embargante de discutir a relação material, inclusive de produzir provas dos fatos que ora alega nesta defesa. 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO. 
Alegada transferência de imóvel em garantia de empréstimo com juros abusivos. Suposta agiotagem. Pedido de nulidade do contrato de compra e venda e de locação. Julgamento antecipado da lide por ausência de prova documental. Cerceamento de defesa. Caracterização. Prova de simulação exclusivamente testemunhal. Admissibilidade. Inteligência do art. 404 do CPC. Recurso provido para cassar a sentença e determinar o prosseguimento da instrução processual. (TJSC - AC 2008.045799-7; Urussanga; Sexta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Subst. Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt; Julg. 16/02/2012; DJSC 14/03/2012; Pág. 153)
Embargos a execução cheque origem do débito alegação de pagamento parcial do débito, cobrança de juros abusivos e prática de agiotagem julgamento antecipado da lide indmissibilidade necessidade de dilação probatória para comprovação de eventual prática de agiotagem cerceamento de defesa caracterizado sentença anulada apelo provido. (TJSP - APL 0006897-79.2009.8.26.0438; Ac. 5670811; Penápolis; Trigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas Carneiro; Julg. 02/02/2012; DJESP 10/02/2012)
3.3. – DA “NULIDADE” DO ATO JURÍDICO
OBJETO ILÍCITO
CC, art. 104, inc. II
CC
 
A convenção das partes, qual seja o empréstimo mediante juros além do patamar legal, sinaliza nulidade(absoluta) do pacto.
Dec. Lei nº 22.626, de 7 de abril de 1933
Art. 1º - É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal. 
[ . . . ]
Art. 11 - O contrato celebrado com infração desta Lei é nulo, ficando assegurado ao devedor a repetição do que houve pago a mais.
( destacamos )
Esta é, aliás, a diretriz do art. 104 do Código Civil, o qual preceitua que a validade do ato jurídico requer objeto lícito e que não tenha por objetivo fraudar lei imperativa.(CC, art. 166, II e VI).
‘Nulidade contratual’ é a sanção imposta pela norma jurídica em estudo, determinando a privação de seus efeitos jurídicos, inclusive quanto aos juros cobrados, partindo-se do princípio que a nulidade da obrigação principal implicará a da acessória.(acessorium sequitur suum principale). 
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO. ENTREGA DE COISA CERTA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. REQUISITOS DE VALIDADE. AUSÊNCIA DE NULIDADE. RECURSO PROVIDO. 
1) a exceção de pré-executividade é via procedimental excepcional, somente admissível nos casos em que se pretende submeter ao conhecimento do julgador, nos próprios autos da execução, independentemente de penhora ou embargos, matérias de ordem pública, suscetíveis de serem apreciadas de ofício, e que não demandem dilação probatória. 
2) tendo-se em vista que o contrato particular assinado pelas partes e por duas testemunhas é título executivo extrajudicial, nos temos do art. 585, II, do CPC, e não havendo nenhuma nulidade do negócio jurídico celebrado entre as partes, deve-se reconhecer a validade de tal documento. Asentença apenas se apresenta extra petita (fora do pedido), quando decide causa diversa da que foi posta em juízo ou condena em objeto diferente do que foi demandado, sendo desarrazoado falar em nulidade da sentença quando se verifica que o julgador considerou tanto o pedido, quanto a causa de pedir, com plena observância dos dispositivos processuais vigentes. V. V. Apelação - Execução - Contrato de compra e venda de café - Requisitos formais - Preenchimento - Agiotagem - Prova testemunhal - Atividade ilícita - Vício na emissão do título - Nulidade absoluta antecendete à constituição do crédito - Julgamento extra petita (fora do pedido) - Inocorrência - Extinçaõ do feito sem resolução de mérito. É nula a execução de título extrajudicial amparada em relação proveniente de ato ilícito. O art. 333, I, do código de processo civil, estabelece que compete ao autor a inequívoca demonstração dos fatos constitutivos de seus direitos. (TJMG - APCV 0077686-39.2003.8.13.0515; Piumhi; Décima Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Marcelo Rodrigues; Julg. 18/01/2012; DJEMG 24/01/2012)
 
Devemos sopesar, ademais, que a taxa de juros legais permitida no Código Civil é de 1% a.m.(CC, art. 406). 
 
Assim, tendo em vista o dispositivo do art. 1º do Decreto-Lei nº 22.626/33 (Lei de usura) que permite a pratica do dobro da taxa legal, pode-se concluir, sem embargo, que a cobrança de juros por entes que não integram o sistema financeiro nacional, será o de 2% a.m.. Qualquer percentual acima disto configura ato ilícito, que foi o acontecido.
3.4. – DA “ANULABILIDADE” DO ATO JURÍDICO
COAÇÃO
CC, art. 171, in. II
Provar-se-á, de outro tocante, que o Embargante foi coagido a assinar a cártula em debate, em substituição dos cheques anteriores dados em garantia do “empréstimo”.
Como é curial de todos que lidam com este “ramo”, há, sempre, nestas relações, uma animosidade e vindita reinante, quando o infeliz devedor não lograr êxito em pagar seu débito, ou mesmo os juros, na data aprazada. E o caso do Embargante não poderia fugir da regra.
Assinou a nota promissória em estudo debaixo de ameaças de agressões física ou morte, situação esta que será provada a instrução probatória.
A este respeito estipula o Código Civil que é anulável o ato jurídico:
Art. 171 – Além dos casos expressamente declarado na lei, é anulável o negócio jurídico:
...
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
 
A coação, que consiste na eliminação da vontade do declarante mediante ameaça de mal injusto e grave, acarreta a anulabilidade do negócio jurídico, conforme ensina Pablo Stolze Gagliano, em Curso de direito civil, 5. ed., São Paulo: Saraiva, 2004, vol. I, p. 365:
"Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento toda violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar o negócio jurídico que sua vontade interna não deseja efetuar.
A respeito do tema assim se manifesta o Prof. FRANCISCO AMARARAL: ´a coação é a ameaça com que se constrange alguém à prática de um ato jurídico. É sinônimo de violência, tanto que o Código Civil usa indistintamente os dois termos (...). A coação não é, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. Configurando-se todos os seus requisitos legais, é causa de anulabilidade do negócio jurídico.”
Por mais esta razão, a ação não merece prosperar, vez que ajoujada em título originário de coação.
 (4) – NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE 
EFEITO SUSPENSIVO
REQUISITOS DO ART. 739-A, § 1º PREENCHIDOS
 
O art. 739-A do CPC, com redação introduzida pela Lei nº 11.382/06, confere ao juiz a faculdade de imputar o efeito suspensivo aos embargos à execução, quando constatadas as condições dispostas em seu parágrafo primeiro.
Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo. 
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes".
 
Nesta esteira de raciocínio, leciona Humberto Theodoro Júnior que:
 
"Em caráter excepcional, o juiz é autorizado a conferir efeito suspensivo aos embargos do executado. Não se trata, porém, de um poder discricionário. Para deferimento de semelhante eficácia, deverão ser conjugados os seguintes requisitos, todos de presença necessária e cumulativa: 
a) os fundamentos dos embargos deverão ser relevantes, ou seja, a defesa oposta à execução deve se apoiar em fatos verossímeis e em tese de direito plausível; em outros termos, a possibilidade de êxito dos embargos deve insinuar-se como razoável; é algo equiparável ao fumus boni iuris exigível para as medidas cautelares; 
b) o prosseguimento da execução deverá representar, manifestamente, risco de dano grave para o executado, de difícil ou incerta reparação; o que corresponde, em linhas gerais, ao risco de dano justificado da tutela cautelar em geral (periculum in mora). A lei, portanto, dispensa ao executado, no caso de concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução, uma tutela cautelar incidental, pois não há necessidade de uma ação cautelar, e tudo se resolve de plano, no próprio bojo dos autos da ação de oposição manejada pelo devedor; 
c) deve, ainda, estar seguro o juízo antes de ser a eficácia suspensiva deferida; os embargos podem ser manejados sem o pré-requisito da penhora ou outra forma de caução; não se conseguirá, porém, paralisar a marcha da execução se o juízo não restar seguro adequadamente. 
 
Mesmo que os embargos sejam relevantes e que, no final, o ato executivo seja perigoso para o executado, não haverá efeito suspensivo para sustar o andamento da execução, se o devedor não oferecer garantia ao juízo. Aliás, é razoável que assim seja, visto que, se ainda não houver penhora ou outra forma de agressão concreta ao patrimônio do executado, não sofre ele dano atual, nem risco de dano grave e iminente. Logo, não há perigo a ser acautelado, por enquanto. Será depois da penhora e do risco de alienação judicial do bem penhorado que se poderá divisar o perigo de dano necessário para justificar a suspensão da execução". (In, A Reforma da Execução do Título Extrajudicial, Editora Forense: Rio de Janeiro, 2007, p. 194-195).
( os destaques são nossos )
 
Na mesma linha de entendimento são as linhas de Araken de Assis: 
“ a suspensão decorre do recebimento dos embargos, e a requerimento do embargante, exigindo o preenchimento simultâneo de três requisitos: a) a relevância dos fundamentos alegados nos embargos; b) o receio manifesto que o prosseguimento da execução gere ´grave dano de difícil reparação´ ao executado; c) a execução se encontre garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.”(In, Manual de Execução. 11ª Ed. São Paulo: RT, 2007. Págs. 1148/1149). 
 
Neste sentido podemos citar a seguinte nota jurisprudencial:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. EFEITO SUSPENSIVO. POSSIBILIDADE. 
Presença dos requisitos legais. Art. 739-a, §1º do cpc. Relavância dos fundamentos e grave dano na continuidade do processo executivo. Determinação de obrigação de fazer (manutenção de um empacotador para cada caixa em funcionamento) de alto custo e sob pena de multa diária de elevado valor. Juízo garantido. Acerto. Agravo parcialmente provido. Decisão unânime. (TJPE - AI 0021955-59.2011.8.17.0000; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. José Carlos Patriota Malta; Julg. 10/04/2012; DJEPE 19/04/2012; Pág. 484)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ALIMENTOS. EFEITO SUSPENSIVO. CABIMENTO. 
1 – O agravante aponta razões relevantes a demonstrar que há risco de dano irreparável ou de difícil reparação se permitida a continuidade da execução enquanto processados os embargos. 2 - Garantido em juízo, através de penhora,em valor superior à execução de alimentos. 3 - Preenchidos os requisitos do art. 739-a, §1º, do CPC, é de se atribuir efeito suspensivo aos embargos do devedor. (TJRS - AI 394784-03.2011.8.21.7000; São José do Ouro; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Roberto Carvalho Fraga; Julg. 11/04/2012; DJERS 16/04/2012)
 
No caso em espécie, sobejamente estão preenchidos os requisitos para concessão de efeito suspensivo à presente ação de embargos do devedor. 
O Embargante demonstrou fortes fundamentos que o pretenso crédito tem origem ilícita (agiotagem/usura). 
De outro bordo, o juízo encontra-se garantido pela penhora do imóvel comercial objeto da Matrícula nº. 0000, do Cartório de Registro de Imóveis da 00ª Zona, o que se comprova pelo auto de penhora ora acostado, lavrado na ação executiva em comento(doc. 03)
 
Outrossim, encontra-se desenhada a hipótese de risco de grave lesão ao Embargante, vez que o imóvel penhorado é empregado pelo mesmo para fins de desempenho de sua profissão, e, no prosseguimento da execução, haverá a concreta hipótese de desapossamento judicial do referido bem. Comprova-se o alegado pela cópia da inscrição de autônomo do mesmo, onde consta o endereço do imóvel como sendo o de sua utilização para fins de exercício de sua profissão(doc. 04) 
 
Diante disto, ou seja, o preenchimento dos requisitos para concessão de efeito suspensivo à presente ação incidental, a mesma deverá ser concedida até o deslinde de mérito da mesma. 
(5) – O DEBATE “NÃO É ÚNICO” DE EXCESSO DE EXECUÇÃO
IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
(CPC, art. 739-A, § 5º C/C art 745, inc. V,)
 
De outra banda, devemos sopesar que o debate levado a efeito na presente ação incidental, não se limitar a evidenciar exclusivamente excesso de execução, hipótese que levaria a extinção do efeito, à luz do que dispõe o art. 739-A, § 5º, do Código de Ritos. 
Primeira devemos sopesar que, se tais argumentos fossem devidos, ainda assim deveria ser oportunizado ao Embargantes prazo para emendar a inicial, em atendimento à diretriz fixada pelo art. 284 da Legislação Adjetiva Civil. 
APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDÊNCIA PÚBLICA. EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. INÉPCIA DA INICIAL. REGRA DO ARTIGO 739-A, § 5º, DO CPC. MOMENTO DE APLICAÇÃO DA NORMA. OPORTUNIDADE DE EMENDA DA INICIAL. ART. 284 DO CPC. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. NULIDADE DA SENTENÇA. 
Conquanto aplicável a regra do artigo 739-a, § 5º, do CPC aos embargos à execução contra a Fazenda Pública, impende oportunizar ao embargante a emenda da inicial, a fim de que possa demonstrar o alegado excesso de execução. Aplicação subsidiária ao processo de execução do art. 284 do CPC, inscrito no livro do processo de conhecimento. "Momento de aplicação do artigo 739-a, §5º., do cpc: Referido dispositivo prevê a hipótese de rejeição liminar dos embargos, razão pela qual, se o órgão jurisdicional deixa de aplicá-lo quando da propositura dos embargos à execução, não poderá fazê-lo após todo o seu trâmite já na sentença ou em segundo grau de jurisdição. Tal procedimento atenta contra a necessidade de previsibilidade do procedimento, violando os deveres de colaboração e lealdade processual, bem como a segurança jurídica e seus corolários, na medida em que as partes não poderiam ser surpreendidas com a adoção de procedimento que, inicialmente, deixou de ser aplicado e sobre o qual não tiveram a oportunidade sequer de se manifestar. " ("ut" ementa do acórdão da apelação cível nº 70036249621). Apelação provida para desconstituir a sentença de rejeição liminar dos embargos. (TJRS - AC 54744-52.2011.8.21.7000; Osório; Terceira Câmara Especial Cível; Rel. Des. Miguel Ângelo da Silva; Julg. 27/03/2012; DJERS 16/04/2012)
 
Em verdade, Excelência, os Embargos foram manejados com temas que não se restringem ao excesso de execução, prevalecendo a nulidade absoluta da cobrança do débito, razão qual que referida ação não pode ser extinta com fundamento na ausência de informação do valor correto do débito com a inicial(CPC, art. 739-A, § 5º). 
EMBARGOS À EXECUÇÃO. EXCESSO DE EXECUÇÃO. MEMÓRIA DE CÁLCULO. IMPRESCINDIBILIDADE. ARTIGO 739-A, § 5º, CPC. 
Sendo o excesso de execução o único fundamento dos embargos, e não existindo o valor ou a memória de cálculo, resta ausente o requisito essencial para a sua admissibilidade. Ante ao descumprimento dos pressupostos de admissibilidade para oposição de embargos de execução, torna-se imperiosa a sua rejeição liminar, nos termos do art. 739-a, § 5º, do CPC. (TJMT - APL 62210/2011; Tangará da Serra; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Alberto Alves da Rocha; Julg. 07/12/2011; DJMT 12/01/2012; Pág. 38)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. REJEIÇÃO LIMINAR DESCABIDA, NO CASO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. 
Considerando que os embargos possuem outros pedidos que não apenas o de reconhecimento de excesso de execução não há como rejeitá-los liminarmente com base no §5º do art. 739-a do CPC, podendo o juízo, no caso, apenas não conhecer desse fundamento frente à ausência de indicação do valor correto que seria devido. Apelação provida. (TJRS - AC 413391-64.2011.8.21.7000; Palmares do Sul; Décima Nona Câmara Cível; Rel. Des. Eugênio Facchini Neto; Julg. 31/01/2012; DJERS 15/02/2012)
 
Uma das teses defendidas nestes Embargos, em plano de fundo, dizem respeito à ilegalidade na cobrança de juros onzenários(usura) e sua conseqüente nulidade. Assim, a orientação reservada pelo art. 739-A, § 5º, do Estatuto Buzaid não se aplica ao caso em vertente, visto que a rejeição liminar dos embargos, aludida na disciplina da regra supra aludida, somente ocorrerá quando a parte alegar unicamente excesso na execução, por conter erro nos cálculos ou por discordar com a memória do débito apresentada com a inicial da execução. No caso em liça, urge asseverar, em nenhum foi argumento lançado contra o memorial(cálculos) da execução, inserto com a inicial executiva, mas, em verdade, contra os mecanismos ilegais usados para resultar a conta, que por conseqüência resultou no excesso da cobrança. Tal conduta, portanto, conforta-se aos ditames prescritos no art. 745, inc. V, da Legislação Adjetiva Civil, e não do art. 739-A, em seu § 5º, como quer a Embargada.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 745 - Nos embargos, poderá o executado alegar: 
( . . . )
V - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
(7) – PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA 
MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL. LIMINAR DEFERIDA. EXCLUSÃO DO NOME DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. GARANTIA DO MONTANTE TOTAL DEVIDO. DESNECESSIDADE DA CONSTRIÇÃO. PRESENTES OS REQUISITOS. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO. 
Questão que não se submete aos requisitos consolidados pela jurisprudência do STJ, por não se tratar de tutela antecipada em sede de ação revisional, mas de ação cautelar incidente em embargos à execução. Montante da dívida suficientemente garantido em penhora realizada em ação de execução de título extrajudicial. Torna-se desnecessária a inscrição ou manutenção do nome no cadastro de inadimplentes se o adimplemento da dívida restou suficientemente garantido por penhora em ação de execução. Sendo constatada a presença destes requisitos, a manutenção da decisão que determinou a vedação ou exclusão do nome do cadastro de inadimplentes é medida que se impõe. (TJMT - AI 120696/2011; Primavera do Leste; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Alberto Alves da Rocha; Julg. 14/03/2012; DJMT 02/04/2012; Pág. 46)
 
Ficou destacado claramente nesta peça processual, em tópico próprio, que o Embargado cobrou juros onzenários, contrariando frontalmente vários dispositivos legais.
Colhe-se da inicial executiva que a nota promissória encontra-se protestada e, por conseqüência, com a inserção do nome do Autor-Embargante nos órgãos de restrições, nomeadamente junto à Serasa e, também, no Cartório de Protesto. 
Neste ponto, deve ser excluído o nome do Embargante dos órgãos de restrições, independentemente do depósito de qualquer valor, pois a dívida provém deatividade ilícita e, mais, porquanto a ação já se encontra garantida por penhora. 
 
O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a antecipação de tutela “existindo prova inequívoca” e “dano irreparável ou de difícil reparação”:
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - ...
§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.
 
Há nos autos “prova inequívoca” da ilicitude cometida pelo Embargad, fartamente comprovada por documento imersos nesta pendenga. 
De outro contexto, há fundado receio de dano irreparável, porquanto o Embargante encontra-se com seu nome inserto nos órgãos de restrições(sem encontrarem-se legalmente em mora, frise-se), o que lhe vem trazendo seqüelas de irreparáveis, sobretudo no campo profissional(quando está impedido de obter novos trabalhos, visto que, em regra, as empresas consultam antes os órgãos de restrições antes de admitir o empregado); no campo financeiro(porquanto está impedido de obter novo(s) empréstimo(s) e sequer obter um talonário de cheque, por uma questão de procedimento interno do banco que tem conta corrente) e na seara emocional(jamais terá de volta a paz e a tranqüilidade que antes a tinha, quando não havia registrado seu nome “negativado” nos órgãos de restrições)(docs. 05/06). 
A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que o Embargado, se vencedor na lide, poderá incluir o nome do Embargante junto aos órgãos de restrições.
Diante disto, o Embargante vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária, tutela antecipada no sentido de:
a) determinar a expedição de ofícios aos órgãos de restrições, bem como ao Cartório de Protesto X, instando-os a excluírem, no prazo de cinco(5) dias, o nome do Embargante de seus bancos de dados, sob pena de pagamento da multa abaixo mencionada;
(8) – P E D I D O S E R E Q U E R I M E N T O S
 
Por tudo que foi exposto, pede e requer o Embargante que:
a) Conceder, inicialmente, efeito suspensivo a presente Ação Incidental de Embargos à Execução; 
b)determinar a intimação do Embargado, por seu patrono regularmente constituído nos autos da Execução, para, no prazo de 15(quinze dias), querendo, vir impugnar a presente Ação Incidental(CPC, art. 740);
c) julgar procedente os pedidos formulados na presente Ação Incidental de Embargos à Execução, nos termos do quanto pleiteado, condenando-a ao pagamento do ônus de sucumbência, definindo mais que:
(1) seja declarado nulo o título executivo atrelado à ação de execução, porquanto fruto de objeto ilícito e coação, afastando, assim, toda e qualquer cobrança referente ao mesmo;
(2) como pedido sucessivo(CPC, art. 289), pede o afastamento dos juros superiores ao teto legal, reduzindo-os do valor principal, compensando-se com todos os pagamentos antes efetuados;
(3) que o Embargado seja condenado, por definitivo, a não inserir o nome do Embargante junto aos órgãos de restrições e Cartório de Protesto, sob pena de pagamento da multa evidenciada em sede de pedido de tutela antecipada; 
(d) requer seja invertido o ônus da prova, tendo em vista tratar-se de fatos que destacam a figura da agiotagem. Sucessivamente, protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida (CF, art. 5º, inciso LV), nomeadamente pelo depoimento do Embargado, oitiva de testemunhas, juntada posterior de documentos como contraprova e perícia grafodocumentoscópica, tudo de logo requerido.
Concede-se à causa o valor de R$ .x.x.x ( .x.x.x.x.x.), que é o mesmo concedido à ação de execução.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS A EXECUÇÃO, OU EMBARGOS DO DEVEDOR. VALOR DA CAUSA. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA. INSURGÊNCIA EM FACE DA TOTALIDADE DO DÉBITO. VALOR DA CAUSA DA AÇÃO DE EXECUÇÃO NA QUAL OPOSTA OS EMBARGOS DE DEVEDOR. ALTERAÇÃO DO VALOR DA CAUSA. DANO À FAZENDA PÚBLICA. ALTERAÇÃO DO RITO DO PROCESSO. 1. Nos embargos à execução, ou embargos do devedor, existinto impugnação da totalidade do débito, o valor da causa deve ser cor respondente ao valor da própria execução. 2. O valor da causa pode ser motivadamente alterado, de ofício, pelo magistrado acaso não obedeça ao critério legal respectivo ou encontrar-se em evidente discrepância com o verdadeiro valor econômico da demanda, ocasionando possíveis danos à Fazenda Pública ou a definição de procedimento inadequado do feito. (TJES; AI 30119000468; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Annibal de Rezende Lima; Julg. 14/02/2012; DJES 15/03/2012; Pág. 78)
	
Respeitosamente, pede deferimento.
Natal (RN), 00 de .x.x.x.x de 0000.
P.p Beltrano de tal
 
 Advogado – OAB(RN) 112233
 
A presente Ação Incidental é instruída com cópia integral do processo de execução nº. 111.222.333.444, onde declara-se como sendo autênticos e conferidos com os originais todos os documentos ora colacionados, sob as penas da lei.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais: 
 [ . . . }
 IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade. 
Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos.
 Parágrafo único. Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado, e instruídos com cópias (art. 544, § 1º, in fine) das peças processuais relevantes. 
 Data Supra
 Beltrano de tal
 
 Advogado – OAB(RN) 112233
� Decreto n.º 22.626/33: Art 4º - É proibido contar juros dos juros; esta proibição não compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de ano a ano.
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