Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O material a seguir irá auxiliar você a montar o Quadro de Modelo de Negócios – Canvas. Espero que tire grande proveito dessa grande ferramenta de inovação. Sempre que acreditar que a empresa que atende tem potencial de evoluir ao se deparar com o Canvas, não deixe de aplica-lo! Mas afinal, o que é o Modelo de Negócios? Modelo de Negócios é a forma como a empresa irá construir, entregar e capturar valor, sob a ótica do cliente. Tem por objetivo auxiliar as partes interessadas em compreender a dinâmica da entidade e também auxilia como fonte de inspiração para o próprio trabalho. Devemos lembrar que um projeto que não sai do papel é só uma ideia e não constrói negócio algum; uma invenção que não é vendível, não é inovação e não se transforma em renda. O Modelo de Negócios precisa responder de que forma a empresa irá oferecer valor ao cliente e obter lucro com o negócio para se manter de forma sustentável no mercado (operacionalmente e financeiramente). Então podemos afirmar que o Modelo de Negócios e um Plano de Negócios são a mesma ferramenta? Não! O Plano de Negócios serve para descrever e comunicar um projeto ou como um guia de implementação do Negócio enquanto o Modelo de Negócio é anterior à essa fase e não tem função de validar o negócio, mas de ser um guia criativo para a construção de um ideal de negócio. Ele é a base perfeita para a construção do Plano de Negócio. Mas então ele pode ser definido como um Planejamento Estratégico? Também Não! O Planejamento estratégico se dará baseado na construção de negócio definido pelo Quadro de Modelo de Negócio. Mas então, o que é Quadro de Modelo de Negócio? Ele é um mapa visual do negócio, onde representamos os processos de relacionamento e operações da empresa, informando de que forma que ele atenderá as necessidades dos clientes, gerando receita para o empreendimento. Desenvolvido em 2004 para a Tese de Doutorado de Alexander Osterwalder, o mapa foi refeito em 2009 por um grupo colaborativo com 470 pessoas de mais de 45 países. A partir dessa reformulação, o Quadro de Modelo de Negócios passou a ter a seguinte forma: O Quadro de Modelos de Negócios (Canvas) é formado por 9 aspectos que são considerados os relevantes para a análise do Modelo de Negócios. Assim como nosso cérebro tem um lado emocional e um lado racional, o canvas também foi desenvolvido pensando nessa característica. O lado direito do Canvas é o lado Emocional do nosso Modelo de Negócios. É nele que abordaremos os aspectos do nosso produto/serviço, formas de relacionamento e público atendido. O lado esquerdo do Canvas é o lado Racional. Nele estarão nossas ideias das formas que conseguiremos proporcionar a entrega da nossa proposta de negócio. E na base esta a parte financeira. De que forma iremos transformar o Lado emocional em recursos para custear a despesa do nosso lado racional. AGORA VAMOS DESVENDAR OS 9 ASPECTOS DO CANVAS! Mas para isso, é preciso seguir as seguintes sugestões: - Não escreva diretamente no Canvas. Podemos precisar movimentar nossas ideias ou até descarta-las no futuro. Então para isso, use POST-ITs. - Não se preocupe com a qualidade das idéias. O importante na primeira etapa é a quantidade de idéias que conseguimos levantar para cada aspecto do Canvas. Em um segundo momento se peneira-as. - Para aspectos relacionados das idéias, utilize POST-ITs de mesma cor. Isso auxiliar em uma análise posterior. 1. Segmento de clientes: Os Clientes são o âmago de qualquer Modelo de Negócios. Sem clientes, nenhuma empresa pode sobreviver por muito tempo. Para melhor satisfaze-los, uma empresa precisa agrupa- los em segmentos distintos, cada qual com necessidades em comum, comportamentos comuns, e outros atributos comum. Um modelo de Negócios pode definir um ou vários segmentos, pequenos ou grandes. A organização deve tomar uma decisão consciente sobre quais segmentos servir e quais ignorar. Um segmento de Cliente representam segmentos distintos se: - Suas necessidades exigem e justificam uma oferta diferente; - São alcançados por canais de distribuição diferentes; - Têm lucratividades substancialmente diferentes; - Estão dispostos a pagar por aspectos diferentes da oferta. Para auxilia-lo nessas respostas, tente responder as seguintes perguntas: - Para quem estamos criando valor? - Quem são nossos consumidores mais importantes? Cases de Inovação: Segmento de Clientes A Smart Fit surgiu da visão de seu empreendedor, ao perceber que um grupo significativo de pessoas não tinha interesse em outras atividades na academia que não fosse correr, pedalar e malhar. Baseado nisso, criou uma academia onde não existe atividades acessórias (boxe, jump, pilates, etc...), ficando todo o ambiente e investimento da empresa em equipamentos para as 3 atividades procuradas apernas. Da mesma forma, a Cia Aérea Ryanair surgiu da percepção que existia um grupo grande de pessoas que não utilizava o transporte aéreo devido ao alto custo das passagens, mas que estaria disposto a pagar um valor um pouco superior em relação à passagens de Trem ou Ônibus. Com isso, elaborou um modelo de negócios de baixo custo/poucos serviços. 2. Proposta de Valor A Proposta de Valor é o motivo pela qual os clientes escolhem uma empresa ou outra. Ela resolve um problema ou satisfaz uma necessidade do consumidor. Cada proposta de valor é um pacote específico que supre as exigências de um Segmento de Clientes específico. Nesse sentido, a proposta de valor é uma agregação ou conjunto de benefícios que uma empresa oferece aos seus clientes. Uma proposta de valor cria valor para um Segmento de Clientes como uma combinação de elementos direcionados especificamente para as necessidades daquele segmento. Os valores podem ser quantitativos ou qualitativos; podem envolver uma novidade, desempenho diferenciado ou uma personalização. Podem também ter um design arrojado, estar baseado no preço, na redução de custo ou no status de uma marca. Cases de Inovação: Proposta de Valor Percebendo que existia uma parcela de pessoas que, ao solicitar um prato em um restaurante, fazia pedidos de mudanças de ingredientes (simplesmente o pedido para que algum ingrediente fosse retirado do preparo), viu-se que existia a oportunidade de proporcionar ao cliente a experiência dele mesmo compor seu hall de ingredientes a serem colocados em sua massa. Nasceu assim, a SPOLETTO. 3. Canais Canais de comunicação, distribuição e venda compõem a interface da empresa com os clientes. Os canais são o ponto de contato dos clientes e desempenham um importante papel na sua experiência geral. Tais canais possuem 5 fases distintas, conforme quadro abaixo. Encontrar a mistura certa de Canais para satisfazer o modo como os clientes querem ser contatados é crucial para levar uma Proposta de Valor ao mercado. O truque é encontrar o equilíbrio entre os diferentes tipos de Canais, a fim de integra-los de modo a criar uma ótima experiência para o consumidor e maximizar os lucros. Para auxiliar na construção dos Canais adequados, procure responder as perguntas do quadro ao lado. Cases de Inovação – Canais A Avon (e a Natura, replicando o mesmo conceito), não possui canais físicos para levar o conhecimento sobre seus produtos ao seu público-alvo. Desde seu inicio, o Canal utilizado são vendedoras credenciadas que efetuam a venda porta-a-porta. Dessa forma, existe a economia pela inexistência de lojas e pelo vínculo empregatício, além de se conseguir atingir uma área maior de atuação. 4. Relacionamento Uma empresa deve esclarecer o tipo de relação que quer estabelecer com cada Segmento de Cliente. Asrelações podem variar desde pessoais até automatizadas. O relacionamento com clientes podem ser guiados pelas seguintes motivações: -Conquista do cliente; -Retenção do Cliente; -Ampliação das Vendas. O Relacionamento com Clientes utilizado pelo Modelo de Negócios de uma empresa influencia profundamente a experiência geral de cada cliente. Para auxiliar na resolução desse aspecto do nosso modelo de Negócios, tente responder as seguintes perguntas: - Que tipo de relacionamento cada um dos nossos Segmentos de Clientes espera que estabeleçamos com eles? - Quais já estabelecemos? - Qual o custo de cada um? - Como se integram ao restante do nosso Modelo de Negócios? Cases de Inovação – Relaciomanento A Amazon, gigante do comércio online, otimizou seu processo de relacionamento ao identificar o usuário e registrar o perfil de compra dele. Assim, quando a mesma pessoa visita o site, já é apresentado à essa pessoa sugestões de produtos relacionados com seu perfil, histórico de compras, etc... Já o Wikipédia resolveu se relacionar com seus leitores, tornando eles parte da construção da enciclopédia digital. Assim, todo usuário é apto a também contribuir com o crescimento do acervo de informações armazenadas pelo site. 5. Fontes de Receita Se o cliente é o coração de um Modelo de Negócios, o componente Fontes de Receita é a rede de artérias. Uma empresa deve se perguntar: que valor cada segmento de cliente esta realmente disposto a pagar? Responder com sucesso à essa pergunta permite que a firma gere uma ou mais fontes de receitas para cada segmento. Dentro os diversos tipos de fontes de receita, destacamos os seguintes mecanismos de precificação: Cases de Inovação – Fontes de receita A Google e o Skype são bons exemplos de inovação em Fontes de Receita. O primeiro desenvolveu um sistema de Leilão onde cada palavra associada na página de busca pode ser comprada por um valor que se altera conforme a palavra em questão é amplamente buscada. Isso torna os termos mais popularmente procurados, mais caros. Enquanto isso, a Skype lançou versões gratuitas de seus serviços para ganhar uma grande quantidade de assinantes. Posterior a isso, cobra desses assinantes por serviços específicos. São esses serviços adicionais pagos que sustentam todo o contingente de usuários que não paga pelos serviços Básicos. Após estudarmos o lado emocional do nosso Modelo de Negócios, vamos conhecer agora o lado Racional. São nos aspectos a seguir que esta estruturado o lado operacional do nosso Modelo de Negócios. É nele que teremos a estrutura para podermos desenvolver e entregar a Proposta de Valor para o nosso Segmento de Clientes. 6. Recursos Principais Cada Modelo de Negócios requer recursos principais. Eles permitem que uma empresa crie e ofereça sua Proposta de Valor, alcance mercados, mantenha relacionamentos com os segmentos de clientes e o btenha receita. Diferentes recursos principais são necessários dependendo do Modelo de Negócios. Para construir os recursos principais, procure responder a seguinte pergunta: - Que recursos principais nossa proposta de valor requer? Nosso Canal de Distribuição? Relacionamento com o cliente? Fontes de Receitas? Dentre as diversas categorias que podemos enquadras os recursos principais, destacamos as presentes no quadro ao lado. Case de Inovação – Recursos Principais A F*hits é um blog de moda fechado, onde as mulheres entram por convite e nele especialistas de moda falam de tendências e montam looks de roupas. Percebendo que possuíam um ótimo recurso intelectual e vendo o desejo das mulheres pelas combinações de roupas apresentadas, o blog usou desse para vender as peças desses looks. 7. Atividades – Chave Todo Modelo de Negócios pede por um número de Atividades – Chave. São as ações mais importantes que uma empresa deve executar para operar com sucesso. Assim como os Recursos Principais, elas são necessárias para criar e oferecer a Proposta de Valor, alcançar mercados, manter Relacionamentos com o Cliente e gerar renda. E assim também, as atividades-chave se diferenciam conforme o Modelo de Negócios. As perguntas que ajudam a montar nossas atividades chaves são: Que atividades-chave nossa Proposta de Valor requer? Nossos Canais de Distribuição? Relacionamento com Cliente? Fontes de Receita? As atividades chaves podem ser categorizadas, conforme quadro abaixo: Cases de Inovação: Atividades-chave A Amazon, para conseguir entregar sua Proposta de Valor e poder disponibilizar milhares de itens a milhares de usuários simultaneamente, desenvolveu como uma das suas principais atividades- chave, o gerenciamento da Tecnologia de Informação (T.I.), criando um grande complexo de servidores e gerenciamento de dados; sendo assim um dos mais importantes gerenciadores de T.I. do mundo. Percebendo todo o potencial desenvolvido internamente, começou a oferecer para terceiros o serviço de armazenamento de dados e gerenciamento de e-commerce. Dessa forma, fez com que uma atividade-chave do seu negócio se torna-se também fonte de renda para a empresa. 8 . Parceiros Principais As empresas formam parcerias por diversas razões e as parcerias tem se tornado peça fundamental em muitos modelos de negócios. Pode ser útil distinguir três motivações para uma parceria: Percebam que a estrutura do Canvas liga o aspecto Parcerias Principais a outros dois aspectos: Atividades-chave e Recursos Principais. Isso porque podemos buscar nas parcerias nossa necessidade nesses aspectos. Cabe ao gestor identificar qual ação é mais eficaz à empresa: possuir/executar internamente ou contratar/alugar externamente. Essa decisão pode ser baseada em quesitos técnicos ou financeiros. Case de Inovação: Parceiros Principais A BikeRio surgiu da prefeitura do Rio de Janeiro (que autorizou e disponibilizou as áreas para bicicletários), o Banco Itau (que financiou o projeto recebendo cotas de patrocínio) e a BikeRio (que gerencia o funcionamento do Modelo de Negócios). Essa parceria construiu uma das primeiras empresas de aluguel de bicicletas do Brasil. O Jornal Metrô, para conseguir reduzir seu custo de distribuição, visto que o Jornal é entregue gratuitamente e também para atingir uma massa maior de pessoas, fez parceria com as empresas que administram estações de metro nas cidades onde o jornal circula. Assim, conseguiram espaço para disponibilizar seu material, sem a necessidade de pessoal para tal. 9. Estrutura de Custos Este componente descreve os custos mais importantes envolvidos na operação de um Modelo de Negócios específico. Criar e oferecer valor, manter o Relacionamento com Clientes e gerar receitas incorrem em custos. Tais custos podem ser calculados com relativa facilidade depois de definidos os recursos principais, atividades-chave e parcerias principais. Naturalmente, os custos devem ser minimizados em todos os Modelos de Negócios. Mas estruturas de baixo custo são mais importantes em alguns Modelos de Negócios que em outros. Case de Inovação – Estrutura de Custos A Dell, com o objetivo de reduzir seus custos ao extremo, tornou-se especialista na área, terceirizando e subcontratando praticamente todas suas atividades de manufatura, produção, logística e desenvolvimento. COM OS 9 COMPONENTES DO QUADRO CONHECIDOS, PODEMOS MONTAR NOSSO MODELO DE NEGÓCIOS.
Compartilhar