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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS PONTA PORÃ CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM AGRICULTURA RICARDO GIMENES GUANES VALDECY RIBAS DE ARAUJO JUNIOR PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DO FIGATIL (Vernonia condensata Baker) PONTA PORÃ - MS 2019 RICARDO GIMENES GUANES VALDECY RIBAS DE ARAUJO JUNIOR PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DO FIGATIL (Vernonia condensata Baker) Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul, Campus Ponta Porã, como parte dos requisitos para obtenção do título de Técnico em Agricultura. Orientador Prof. Msc. Elke Leite Bezerra PONTA PORÃ - MS 2019 RICARDO GIMENES GUANES VALDECY RIBAS DE ARAUJO JUNIOR PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DO FIGATIL (Vernonia condensata Baker) Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul, Campus Ponta Porã, como parte dos requisitos para obtenção do título de Técnico em Agricultura. Orientador Prof. Msc. Elke Leite Bezerra Ponta Porã, 19 de junho de 2019. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pela força e principalmente pela saúde. Ao Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Ponta Porã, seu corpo docente, direção e administração. Ao orientador professor Msc. Elke Leite Bezerra, pelos incentivos, pelas correções e confiança. Aos nossos pais, pelo amor, incentivo e apoio. E a todos os colegas, amigos e familiares, que direta ou indiretamente fizeram parte dessa etapa, o nosso muito obrigado. RESUMO A grande aceitação de uso de plantas medicinais para tratar sintomas de doenças, gera a necessidade de estudos tanto farmacêuticos quanto agronômicos. Assim, os objetivos da presente pesquisa foram avaliar os comportamentos fisiológicos da Venonia condensata Baker, relacionado à sua propagação vegetativa (estaquia) e seminal (sementes), além da sua capacidade produtiva de folhas. A propagação vegetativa foi realizada por estaquia, pelo qual o delineamento experimental foi um fatorial com três tipos de estacas, as herbáceas, semilenhosas e lenhosas cada com dois tipos de cortes, reto e em bisel. Esse experimento foi repetido três vezes na proposição de confirmar os resultados obtidos. Mudas advindas da propagação vegetativa por estaquia da espécie foram transplantadas em campo e acompanhou-se a produção de folhas quinzenalmente em cinco avaliações com a contagem de folhas produzidas e a determinação da emissão diária em cada período. O delineamento utilizado foi um fatorial com dois tratamentos tipos de estacas e dois tipos de cortes. Os dados foram submetidos à análise de variância no programa Sisvar® e as médias comparadas pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade. A propagação por sementes não foi viável, pois não germinaram nenhuma semente. A propagação vegetativa se demonstrou viável e significativa para alguns tipos de estacas e para algumas interações estaca e corte. A produção de folhas e a emissão diária foram significativas apenas para as interações tipo de estaca e corte, com emissão de uma folha diária até próximo ao florescimento. Palavras-chave: Planta medicinal. Estaquia. Sementes. ABSTRACT The great acceptance of the use of medicinal plants to treat symptoms of diseases, generates the need for both pharmaceutical and agronomic studies. Thus, the objectives of the present research were to evaluate the physiological behaviors of Venonia condensata Baker, related to its vegetative propagation (stake) and seminal (seeds), besides its productive capacity of leaves. The vegetative propagation was accomplished by stake, whereby the experimental design was a factorial with three types of cuttings, the herbaceous, woody and semiwoody each with two types of cuts, straight and bevelled. This experiment was repeated three times in the proposition to confirm the obtained results. Seedlings from vegetative propagation by stake of the species were trans planted in the field and the leaf production was monitored biweekly in five evaluations with the leaf count produced and determination of the daily emission in each period. The design used was a factorial with two treatments types of cuttings and two types of cuts. Data were submitted to analysis of variance in the Sisvar® program and the means were compared by Tukey test at a 5% probability level. Seed propagation was not feasible, as no seed germinated. The vegetative propagation was shown to be feasible and significant for some types of cuttings and for some stake and cut interactions. The leaf production and the daily emission were significant only for the stake and cutting type interactions, with emission of a daily leaf until close to flowering. Key words: Medicinal plant. Stake. Seeds. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resultados para a variável número de folhas (NF) pelo tratamento e tipo do corte ................................................................................................................................ 20 Tabela 2 – Resultados para a variável número de raiz (NR), pelo tratamento e tipo do corte ................................................................................................................................ 21 Tabela 3 – Resultados para a variável comprimento da raiz (CR), pelo tratamento e tipo do corte ........................................................................................................................... 22 Tabela 4 – Resultados para a variável massa fresca das folhas (MFF) pelotratamento e tipo do corte .................................................................................................................... 23 Tabela 5 – Resultados para a variável massa fresca das raízes (MFR) pelo tratamento e tipo do corte .................................................................................................................... 23 Tabela 6 – Resultados para a variável Pegamento (PEG) pelo tratamento e tipo do corte ........................................................................................................................................ 24 Tabela 7 – Resultados para a variável massa média por folha (MMF), pelo tratamento e tipo do corte .................................................................................................................... 26 Tabela 8 – Resultados para a variável Massa Média por Raiz (MMR), pelo tratamento e tipo do corte .................................................................................................................... 26 Tabela 9 – Resultados para a contagem de folhas no período de 75 dias em um total de seis avaliações consecutivas ........................................................................................... 29 Tabela 10 – Resultados para a variável emissão de folhas por dia................................. 30 Tabela 11 – Total de folhas emitidas do experimento no período de 75 dias. ............... 32 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Aspecto da inflorescência na coleta das sementes ......................................... 13 Figura 2 – Teste de germinação sobre o papel na caixa gerbox ..................................... 14 Figura 3 – Teste de emergência em substrato comercial ................................................ 15 Figura 4 – Tipos de estacas, da esquerda para a direita: herbáceo reto, herbáceo bisel, semilenhoso bisel, semilenhoso reto, lenhoso bisel e lenhoso reto. ...............................16 Figura 5 - Condução do experimento em casa de vegetação .......................................... 16 Figura 6 – Características das mudas na avaliação......................................................... 17 Figura 7 – Quantificação quinzenal de folhas .............................................................. 18 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 8 2.1 CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE ....................................................................... 8 2.2 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO E COLHEITA ................................................... 10 3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 13 3.1 TESTE DE GERMINAÇÃO ................................................................................... 13 3.2 TESTE DE EMERGÊNCIA EM SUBSTRATO COMERCIAL ............................ 14 3.3 PROPAGAÇÃO VEGETATIVA POR ESTAQUIA .............................................. 15 3.4 PRODUÇÃO DE FOLHAS .................................................................................... 17 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 19 4.1 TESTE DE GERMINAÇÃO ................................................................................... 19 4.2 TESTE DE EMERGÊNCIA EM SUBSTRATO COMERCIAL ............................ 19 4.3 PROPAGAÇÃO VEGETATIVA POR ESTAQUIA .............................................. 20 4.4 PRODUÇÃO DE FOLHAS .................................................................................... 28 5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 34 7 1 INTRODUÇÃO O uso de plantas no tratamento e na cura de doenças está presente na humanidade desde a antiguidade e muitas vezes é o único recurso terapêutico de diversos lugares (MACIEL et al., 2002). Algumas com efeitos comprovados cientificamente e outras usadas apenas sob prescrições do conhecimento popular, tornando o cultivo desses vegetais indispensáveis. É possível observar na fronteira, Brasil e Paraguai, o constante uso de plantas medicinais, principalmente os “yuyos” no tereré. São várias espécies comercializadas, porém a maioria é retirada da natureza por extrativismo, pois não existem produtores ou fornecedores estruturados financeiramente e tecnicamente, além de carecerem de estudos científicos que contribuem com a produção dessas plantas. O figatil (Vernonia condensata Baker) conhecido como boldo-baiano, é uma das espécies muito utilizada na medicina da região e encontrada facilmente nas feiras e pontos de vendas de “yuyos” paraguaio. Está distribuído em todas as regiões do país, possui propriedade analgésica, sedativa, antiulcerogênica, antibacteriana, antifúngica (CABIRÉ et al., 2013) e eficaz quanto ao ibuprofeno na inibição de contorção abdominal (AFONSO et al., 2015). Além disso, está listado entre as 71 espécies da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus), programa do governo que busca fomentar pesquisas e estudos de fitoterápicos, visando inserir com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais nos serviços relacionados à fitoterapia do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE–MS, 2009). Vale ressaltar, a existência de alguns sites que repassam informações populares na internet, desde as práticas para obtenção de mudas, até as indicações para uso medicinal. Do mesmo modo, encontra-se uma tímida comercialização de sementes e mudas, porém pouco adquirido devido à falta de estudos relacionado à viabilidade da propagação da planta. Nesse sentido, a pesquisa buscou estudar experimentalmente os comportamentos fisiológicos do figatil, tanto para analisar sua capacidade de produção, quanto elucidar a melhor forma de propagação, visando principalmente a parte de interesse terapêutico que são as folhas. 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE O figatil está nas cinco regiões do país, e acaba recebendo outros nomes populares, podendo ser encontrado como: boldo-baiano, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-goiano, boldo-africano, acumã, alumã, boldo-do-pinguço, fel-de-índio, heparém, macelão, caferana (HARAGUCHI e CARVALHO, 2010) e boldo-paraguaio (COSTA e MAYWORM, 2011), na região de Ponta Porã é chamado de figatil. Biologicamente essa espécie recebe o nome de Vernonia condensata Baker, planta medicinal da família Asteraceae ou Compositae. Também é possível encontrar na literatura outros sinônimos botânicos, entre elas estão a Vernonia bahiensis, Vernonanthura condensata, Vernonia syulvestris (KAWA, 2015) e Gymnanthemum amygdalinum (ROCHA et al., 2015). Pode ser encontrado em todo território brasileiro, exclusivamente em Pernambuco, Bahia, Ceará, São Paulo e Minas Gerais, onde o interesse e procura pela espécie é maior (KAWA, 2015). Uma planta nativa da África tropical (ASAWALAM e HASSANALI, 2006) e possivelmente introduzida, no Brasil, pelos escravos durante o período colonial (CAMILLO, 2018). Caracteriza-se por ser um arbusto alto, podendo chegar a cinco metros de altura e muito ramificado. Considerada perene e tropical, desenvolve-se melhor em pleno sol, tolerando cultivo mesmo nas regiões com chuvas irregulares, além da baixa exigência hídrica, solos drenados, profundos e de baixa a média fertilidade, necessitando de uma adubação orgânica logo após a colheita das folhas (RIBEIRO e DINIZ, 2008). De acordo com Lolis e Milaneze-Gutierre (2003), as folhas são alternadas, um pouco rígidas, com as bordas serrilhadas ligadas por um pecíolo, contêm limbo inteiro, ovalado e simples, apresentando um ápice agudo. As nervuras secundárias são uniformemente curvadas, encontrando-se em arcos com as subjacentes por ângulos que podem variar de reto a agudo, os estômatos anomocíticos segundo o estudo de morfologia ocorre apenas na face abaxial. Já Duarte e Silva (2013), identificaram tricomas glandulares e não glandulares nas duas superfícies da epiderme, que o mesofilo abrange uma camada de parênquima paliçádico e algumas fileiras de parênquima esponjoso, a nervura central e o pecíolo são iguais. O caule é circular, a epiderme se estrutura de uma única série, tendo os 9 meristemas secundários logo abaixo, o limite interno consiste em uma endoderme normal. Possui um sistema vascular representado por um cilindro de floema externo ao xilema e ambos apresentam raios retos, o xilema é totalmente lenhoso e possuem grupos isolados de elementos traqueais, esse estudo também mostra a existência de capas esclerenquimáticas adjacentes ao floema e medula parenquimática. Outra característica do vegetal são as folhas e os galhos, que ao serem mastigados liberam substâncias com um gosto amargo, uma característica importante dos boldos e é responsável pelo principal nome popular da espécie nos Estados Unidos, “bitter leaf” traduzida significa “folha amarga” (MS; ANVISA, 2014). As flores são pequenas, brancas, aromáticas e reunidas em cachos no final dos ramos. Floresce no verão e normalmente somente as folhas são utilizadas para chás e podem ser colhidas em qualquer época do ano, mas preferencialmente antes da floração (CAMILLO, 2018), porém a época de florescimento varia conforme a região sugere-se que essa planta responde a fotoperíodo. As folhas são utilizadas na medicina popular na preparação de infusões, ou então maceradas para preparação de um sumo. É um vegetal muito utilizado para fins nutricionais e medicinais em todaa África Tropical, como também, no Brasil, tendo a capacidade de amenizar problemas de saúde, relacionados aos efeitos antioxidantes dos compostos que está presente na planta, principalmente nas folhas, como os compostos fenólicos, alcalóides, taninos, saponinas, flavonóides, terpenoides, esteróides, ácidos graxos, glicosídeo cardiotônico, substâncias amargas (lactonas sesquiterpênicas, vernosídeos A1, A2, A3 e A4) e óleo essencial (ERASTO; GRIERSON; AFOLAYAN, 2006). Em vista de estudos farmacológicos, a espécie de Vernonia condensata mostrou efeitos hipotensivos, fototóxicos, antibacterianos e antiinflamatórios, na ciência são especulados que esses aspectos podem ser atribuídos à presença de glicosídeos, terpenos, esteróides e flavonóides. Alguns autores defendem que o vernosídeo B2 possui efeitos antinociceptivos, do mesmo modo, que as saponinas, os taninos, os alcaloides e os compostos fenólicos, estão ligados na atuação sobre malária, febre, vermes, dores, diurese, câncer e problemas gastrointestinais (SILVA et al., 2013). De acordo com o Formulário de Fitoterápicos Farmacopéia Brasileira para o uso interno, o remédio deve ser preparado por infusão utilizando três gramas de folhas secas para 150 ml de água, mergulhando o ingrediente em água fervente considerando a proporção indicada, pessoas acima de 12 anos de idade deve tomar os 150 ml do sumo logo após o preparo, três vezes ao dia antes das refeições. 10 Quanto a efeitos colaterais ou maleficência para o organismo, o figatil demonstrou em experimentos realizados com ratos, utilizando doses elevadas, uma ligeira redução do peso corporal fetal acompanhada por sinais de ossificação retardada. Portanto, os extratos aquosos das folhas apresentam baixa toxicidade aguda e não apresentam riscos teratogênicos ou mutagênicos (MONTEIRO et al., 2001). 2.2 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO E COLHEITA De acordo com a avaliação fenológica de Rocha et al. (2015), realizado no período de 2010 a 2012 pela Embrapa Amazônia Oriental, no município de Belém-PA, o mês de março, que possuiu maior média de precipitação a planta não floresceu, nos demais meses foi registrada presença de flores. Os meses que apresentaram alto índice de floração foram agosto, setembro e outubro, consoante com o período menos chuvoso do ano. Entretanto, o início e a duração das fases de desenvolvimento variam de ano para ano, em função das condições climáticas e região. Esse estudo é importante, pois a forma do comportamento fisiológico, como a floração serve para visualizar o momento ideal para a colheita das folhas, isso especificamente para uso medicinal, sempre priorizando os ramos que não estejam em floração, pois essas podem conter uma menor quantidade do princípio ativo (ROCHA et al., 2015). Na região da comunidade de Sanga Puitã, as pessoas que cultivam o figatil nas hortas ou nos quintais das casas, não se observam o uso de sementes para obterem as mudas, a prática mais comum de propagação é por estaquia, isso devido à facilidade que o método proporciona, com êxito no enraizamento e na obtenção da planta. Segundo Vicente (2008) o boldo propaga-se por estacas mais novas, nos meses de setembro a janeiro, a clonagem é feito em substratos e após o enraizamento transplantado na horta ou no campo, apresentando crescimento rápido. O espaçamento recomendado é de dois metros, levando em consideração o sistema de poda utilizado (RIBEIRO e DINIZ, 2008). A espécie apresenta preferência pela luz, se comportando como uma espécie pioneira, isto é, plantas que só germinam em clareiras ou em áreas completamente abertas que recebe luz solar maior parte do dia (MACIEL et al., 2003). Da mesma forma as sementes se comportam como fotoblásticas positivas, germinam apenas na presença de luz com temperatura de 30 °C (SANTOS e BRAGA, 2017). 11 Quanto à influência de temperatura, enfatiza-se que quando muito alta ou baixa pode desfavorecer a germinação, sendo a temperatura ótima aquela que promove maior germinação em menor intervalo de tempo. No entanto as sementes de espécies pioneiras apresentam muitas das vezes dificuldades para a produção de mudas, principalmente através do uso de sementes, porque são em geral menores em tamanho, com poucas reservas energéticas, o que dificulta a coleta, além de apresentar germinação desuniforme (NASCIMENTO, 2011). Além disso, é importante ressaltar, os outros fatores que não é possível controlar e afeta diretamente a germinação, como a longevidade, que corresponde ao período em que a semente se mantém viva, determinado por suas características genéticas, e o período que a semente realmente vive e é determinado pela junção de fatores genéticos e ambientais, quanto à manutenção da qualidade das sementes são a água, os gases, a temperatura e a luz que podem limitar o êxito da propagação sexuada das plantas (LACERDA, 2007). Outro método de propagação é a vegetativa, como a estaquia, mergulhia, enxertia, cultura in vitro. Sendo a mais utilizada para a propagação de plantas a estaquia, principalmente quando o interesse é manter as mesmas características da planta de origem. Algumas plantas não produzem sementes, ou produzem sementes inférteis, como também dormentes, de modo que a propagação sexuada é inexistente ou dificultada. Existem diversas plantas medicinais que essa forma de propagação é inviável, pelo qual a multiplicação ocorre apenas utilizando parte de seus órgãos vegetais. De acordo com Fachinello, Hoffman e Nacthigal (2005), estaca é qualquer parte da planta que possui a capacidade de formar raízes e originar uma muda, como os ramos, folhas e raízes, podendo essa regeneração ser de raízes ou caulinar, também podem ser classificadas de acordo com a época de coleta, como: lenhosas, semilenhosas e herbáceas, atribuído a uma determinada estação do ano, as herbáceas à primavera e verão, semilenhosas final do verão e inicio do outono e lenhosas no inverno. Os aspectos estão relacionados ao período de crescimento vegetativo e de dormência das plantas, atribuídas ao grau de lignificação. Porém, em determinadas plantas pode-se encontrar esses tipos de estacas, em todas as estações do ano, como ocorre no figatil. Portanto, Rezende e Bezerra (2003) sugeriram outra classificação relacionada ao grau de lignificação e porções distintos dos 12 ramos, de modo que as herbáceas correspondem à porção apical, menos lignificada, semilenhosas à porção mediana, e as lenhosas à porção basal, totalmente lignificada. Como a estaquia caulinar consiste na regeneração das raízes, a capacidade de emitir as mesmas, está em função das características endógenas das estacas e condições do ambiente de condução da propagação. Com isso, pode-se caracterizar uma espécie como de fácil e difícil enraizamento (FACHINELLO, HOFFMANN E NACTHIGAL, 2005). A formação das raízes adventícias ocorre devido aos fatores existentes nos tecidos e à translocação de substâncias das folhas e gemas. Nesse contexto, os fitohormônios exercem um papel fundamental, principalmente as auxinas, no entanto existem outros compostos que também influencia no enraizamento, porém poucos estudados (FACHINELLO, HOFFMANN E NACTHIGAL, 2005; PEIXOTO, 2017). Conforme esses autores, as auxinas possuem ação na formação das raízes, na ativação das células do câmbio e no crescimento das plantas, além disso, influencia a inibição das gemas laterais e abscisão das folhas e dos frutos. 13 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 TESTE DE GERMINAÇÃO As sementes foram coletadas na Chácara do Anjinho, localizado no município de Ponta Porã – MS, especificamente no distrito Sanga Puitã, nas coordenadas (- 22,6244062, -55,6080049). As plantas eram adultas, com três anos, cultivadas no quintal, sem irrigação, apresentando bastantes ramificações, com altura média de quatro metros. A coleta das sementes foi realizada com o auxíliode uma sacola de TNT no mês de dezembro, embrulhando-os nos cachos das flores quando todas as pétalas do capitulo caíram, impedindo que as sementes se dispersassem ao serem liberadas da planta-matriz (Figura 1). Figura 1 – Aspecto da inflorescência na coleta das sementes Fonte: OS AUTORES, 2018 Após 10 dias, as sementes foram recolhidas, não passaram por limpeza para retirada das estruturas dispersoras, mas realizou-se a assepsia superficial, utilizando hipoclorito de sódio e água destilada na proporção de 1:1 (v:v), ficando totalmente submersa na substância por cinco minutos. Após esse procedimento foram colocadas em uma peneira com papel toalha para serem lavadas em água corrente pelo mesmo tempo, em seguida colocadas sobre papel toalha para absorção da água em excesso contidas nas sementes, posteriormente a realização do teste de germinação com material propagativo seco e esterilizado. O teste de germinação realizou-se no laboratório de Sementes do Campus IFMS- PP, imediatamente após o preparo, em papel germiteste de acordo com a Regra de 14 Análise de Sementes – RAS. Preparou-se quatro repetições com 50 sementes, distribuídas uniformemente sobre o papel na caixa transparente gerbox e levadas para a câmara germinadora B.O.D com fotoperíodo de 12 horas de luz fluorescente e temperatura considerada favorável de 30 °C (Figura 2). Figura 2 – Teste de germinação sobre o papel na caixa gerbox Fonte: OS AUTORES, 2018 A proporção de água utilizada inicialmente foi o dobro da massa do papel e acrescentada cada três dias cinco milímetros de água destilada para a hidratação. A avaliação do experimento ocorreu após 31 dias, por contagem das plântulas consideradas como germinadas, as que apresentassem as estruturas de plântulas completas (raízes, hipocótilo e cotilédones). 3.2 TESTE DE EMERGÊNCIA EM SUBSTRATO COMERCIAL O teste de emergência foi implantado em substrato comercial no mesmo dia do teste de germinação. Sucedeu na casa de vegetação do IFMS-PP, com temperatura e irrigação controlada, porém diferindo com a anterior pela troca do substrato. As sementes utilizadas não tiverem as estruturas dispersoras retiradas e sem adição de fitohormônio, dispostas em bandejas de isopor de 200 células com o substrato comercial Tropsubstrato HA®. Utilizou-se o delineamento de duas repetições com 200 sementes que foram desinfestadas por assepsia superficial e outras duas repetições com 200 sementes não esterilizadas (Figura 3), totalizando 800 sementes, dois tratamentos e duas repetições. O 15 período de avaliação ocorreu no decorrer de um mês, por contagem e quantificação do percentual das plântulas que emergiram. Figura 3 – Teste de emergência em substrato comercial Fonte: OS AUTORES, 2018 3.3 PROPAGAÇÃO VEGETATIVA POR ESTAQUIA O experimento foi desenvolvido na casa de vegetação do IFMS Campus Ponta Porã. O material propagativo empregado, obteve-se no mesmo da coleta das sementes, selecionando os ramos que não apresentavam inflorescência. Os mesmos foram coletados com um corte reto utilizando uma tesoura de poda, e armazenados em isopor contendo água até chegar ao local, onde foi realizada a implantação imediata. Não foi realizado nenhum tipo de processo de desinfestação das estacas e nem a utilização de fitohomônio. Essas foram preparadas com cinco gemas ativas, em média 15 cm por estacas e as folhas foram totalmente retiradas. Os ramos selecionados foram divididos para três tratamentos (herbáceo, semilenhoso e lenhoso). A delimitação dos cortes ocorreu visualmente, correspondendo às seguintes características: as estacas herbáceas à parte apical dos ramos da planta, a semilenhosa à porção mediana e a lenhosa à parte basal do caule, apresentando uma coloração totalmente acinzentada, que são os ramos maduros ou os mais velhos da planta, totalmente lignificado (REZENDE e BEZERRA, 2003). Adotou-se também dois tipos de corte, obtidas com um corte em bisel abaixo da última gema basal e corte reto acima da gema apical e outro com um corte reto abaixo da gema basal e apical (Figura 4). 16 Figura 4 – Tipos de estacas, da esquerda para a direita: herbáceo reto, herbáceo bisel, semilenhoso bisel, semilenhoso reto, lenhoso bisel e lenhoso reto. Fonte: OS AUTORES, 2018 O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado em esquema fatorial, com seis tratamentos, três tipos de estacas, duas formas de cortes, 10 repetições, cada estaca uma repetição, totalizando 60 estacas. As estacas posteriormente foram colocadas em uma bandeja plástica de tubete de 290 cm3 de 96 células com substrato comercial Tropsubstrato HA®, e levadas para a casa de vegetação (Figura 5). A irrigação do local ocorreu diariamente por microasperssão mantendo esse sempre úmido. Figura 5 - Condução do experimento em casa de vegetação Fonte: OS AUTORES, 2018 A avaliação realizou-se 30 dias após a instalação (Figura 6). As mudas foram retiradas dos tubetes e os substratos agregados nas raízes foram retirados agitando-os 17 em uma bacia de água da torneira, depois colocados no balcão e secas a temperatura ambiente de laboratório. As características avaliadas foram: número de folhas por estaca brotada (NF), contadas por unidade, considerando apenas as folhas totalmente expandidas, comprimento da maior raiz (CR) utilizando régua para a mensuração, número de raízes (NR) com mais de um centímetro na estaca, massa fresca das folhas (MFF) e das raízes (MFR) contadas anteriormente, utilizando uma balança de precisão Marte® (0,000 g), massa média por folhas (MMF) e raízes (MMR). Esse ensaio foi repetido, nos meses de dezembro (EP. D), março (EP. M) e abril (EP. A). Figura 6 – Características das mudas na avaliação Fonte: OS AUTORES, 2019 Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância em um programa de computador SISVAR, versão 5.6, analisado em esquema fatorial com interações duplas, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com nível nominal de significância de 5% de probabilidade (FERREIRA, 2015). 3.4 PRODUÇÃO DE FOLHAS As mudas obtidas através da propagação vegetativa foram transplantadas em um canteiro no Campus, espaçadas por 0,5 m entre plantas por 1 metro entre linha. As covas foram perfuradas utilizando um trado. Não foi agregado nenhum adubo, condicionador de solo e irrigação. O acompanhamento da produção de folhas ocorreu por contagem do número de folhas completamente desenvolvidas, avaliadas a cada 15 dias (Figura 7). 18 Figura 7 – Quantificação quinzenal de folhas Fonte: OS AUTORES, 2019 As estacas transplantadas foram apenas dos tratamentos lenhosos e semilenhosos, não foram obtidas número suficiente de mudas do tratamento herbáceo, não sendo considerado nas avaliações de produção da espécie. Sendo 34 estacas semilenhosas e 22 lenhosas. Para facilitar o processo das medidas sequenciais as folhas já avaliadas foram identificadas com perfurador de papel após a avaliação. Ao final da quinta avaliação os dados de contagem foram organizados e por cálculo determinou-se o número de folhas emitidas por dia (emissão de folhas). Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância em um programa de computador SISVAR, versão 5.6, analisado em esquema fatorial com interações duplas, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com nível nominal de significância de 5% de probabilidade (FERREIRA, 2015). 19 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1TESTE DE GERMINAÇÃO Não germinou nenhuma semente durante todas as avaliações. Mesmo nas condições ideais apontadas por Santos e Braga (2017) para essa espécie. Esses mesmos autores obtiveram resultados diferentes, como maior média de porcentagem de germinação, de 70,5 %. Resultados semelhantes do presente trabalho foram obtidospor Velten e Garcia (2005), ao avaliarem os efeitos da luz e da temperatura na germinação de sementes de Eremanthus glomerulatus Less (Asteraceae), a mesma família do figatil. Nas condições de 30 °C com fotoperiodo de 12 horas germinaram apenas 5% das sementes, enquanto a maior porcentagem ocorreu à temperatura de 20 °C com 6% de sementes germinadas. Além disso, Maluf e Wizentier (1998), também obtiveram baixa germinação de sementes de quatro populações de Eupatorium vauthierianum, da mesma familia (Asteraceae) que variaram entre 1,31% a 13,40%. De acordo com Nascimento (2011), algumas sementes não possuem muitas reservas energéticas, e se mantém vivas por pouco tempo, denominadas como sementes pioneiras, caracterizadas por serem menores e apresentarem germinação desuniforme, uma característica da espécie estudada que pode ter influenciado na germinação. Diante desses resultados, acredita-se que as sementes da Vernonia condensata, utilizadas nos testes não estavam viáveis que pode ser pela formação ou por ataque de algum patógenos em tempo anterior ao teste causando a morte das sementes. Como esse trabalho, foi para obter respostas se a propagação seminal é viável, não foi aprofundado cientificamente quais foram os fatores endógenos que influenciaram na não germinação, demonstrando a necessidade de estudos da morfologia das sementes dessa espécie. 4.2 TESTE DE EMERGÊNCIA EM SUBSTRATO COMERCIAL Durante as avaliações não foi identificado nenhuma plântula emergida em todos os tratamentos. Como a germinação é relativa à emergência, os resultados são coerentes entre si, descartando a influência do substrato. Isso explica o porquê de não ser possível 20 encontrar nas imediações do figatil outras plantas da espécie, por mais que as sementes possuem estruturas dispersoras, demonstrando a inviabilidade da propagação sexuada, nas condições locais. Justifica o estudo da propagação vegetativa dessa espécie. Resultados divergentes foram encontrados por Santos e Braga (2017), que obtiveram a maior média de porcentagem de plântulas emergidas, ocorrida em substrato sobre papel, não diferindo do substrato de serragem. De modo que a emergência mais sincronizada ocorreu nos tratamentos sobre areia, e sobre substrato comercial, que demonstraram maior uniformidade da emergência durante o período de avaliação. 4.3 PROPAGAÇÃO VEGETATIVA POR ESTAQUIA Todas as variáveis analisadas foram afetadas de modo significativas pelos tipos de estacas. As interações entre os fatores estacas e cortes foi significativa apenas para as variáveis de massa fresca da raiz, massa média por raiz e pegamento. Os resultados para a variável número de folhas (NF), organizado na tabela 1 demonstrou que as estacas semilenhosas emitiram mais folhas, se distinguindo dos outros tratamentos (TRT) no nível de significância, sendo potencialmente superior do lenhoso e herbáceo que não diferiram estatisticamente. Tabela 1 – Resultados para a variável número de folhas (NF) pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Estaca semilenhosas foram superiores aos demais tipos de estacas quando se analisou a média do tratamento, mas não houve efeito significativo entre os tipos de cortes dentro de cada tratamento. Em relação a época os plantios de dezembro por ser um período de maior fotoperíodo houve uma resposta diferenciada em número de TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 17,00 a 17,68 a 12,25 a 9,01 b 7,86 b BISEL 18,36 a LENHOSO RETO 7,76 a 8,73 b BISEL 9,70 a HERBÁCEO RETO 3,80 a 5,71 b BISEL 4,63 a CV% 45,87 21 folhas, não havendo distinção entre as duas épocas posteriores em função da redução do fotoperíodo. Ao avaliar o número de raízes emitidas por estacas, verificou-se que os tratamentos lenhosos e herbáceos apresentaram diferenças não significativas, porém o tratamento semilenhoso se diferenciou estatisticamente, apresentando aproximadamente três vezes mais raiz (Tabela 2). Tabela 2 – Resultados para a variável número de raiz (NR), pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A). * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Esses resultados estão de acordo com a pesquisa de Biasi e Boszczowski (2005), sobre a espécie Vitis rotundifolia considerada de difícil enraizamento, porém ao utilizar estacas semilenhosas, as mesmas conseguiram expressar uma boa capacidade de formação de raízes, sem a necessidade de utilizar auxinas. Da mesma forma, existe trabalho sobre uso de fitohormônio na minipropagação in vitro do figatil, no qual o material propagativo dessa espécie, também não respondeu a aplicação de fitohormônio exógenos, pois possuem quantidade de auxinas endógenas suficientes para emissão de raízes (VICENTE, 2008). Diante disso e dos resultados do presente trabalho, pode-se descartar a influência do fator genético no enraizamento e sobrevivência das estacas caulinar dessa espécie, já que todos os tipos de estacas emitiram raízes, caracterizando essa planta como de fácil enraizamento. O fato de algumas não sobreviverem, pode estar atrelado à disponibilidade de reserva, ao grau de lignificação e desidratação das estacas. Franzon, Antunes e Raseira (2004), observaram emissões mais demoradas e menos vigorosas das raízes adventícias nas estacas lenhosas de goiabeira-serrana (Acca sellowiana Berg), porém foram as que conseguiram sobreviver por mais tempo, atribuindo esse comportamento à quantidade de reservas contidas nelas. TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 14,40 a 16,46 a 9,83 a 9,16 a 7,35 a BISEL 18,53 a LENHOSO RETO 5,00 a 5,66 b BISEL 6,33 a HERBÁCEO RETO 3,60 a 3,86 b BISEL 4,13 a CV% 32,46 22 Em relação ao comprimento da raiz, o tratamento semilenhoso apresentou raízes mais compridas que o lenhoso, se diferenciando a 5% de probabilidade, assim como, o lenhoso do herbáceo, mas não diferiram no nível de significância (Tabela 3). Tabela 3 – Resultados para a variável comprimento da raiz (CR), pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Resultados divergentes foram encontrados por Amaro et al. (2013), que ao avaliar o comprimento das raízes pelo mesmo método, na propagação vegetativa de menta (Mentha arvensis L.) em função de substratos e estacas apicais e mediana, verificaram que as estacas apicais apresentaram maior comprimento de raiz do que as medianas, porém não diferiram estatisticamente, o que levou esses autores recomendarem os dois tipos de estacas para a propagação dessa espécie. Já Nicoloso, Fortunato e Fogaça (1999), obtiveram maior comprimento de raízes, para estacas medianas de ginseng-do-pantanal (Pfaffia glomerata S), da mesma forma, Maia et al. (2008) ao trabalharem com a planta medicinal bamburral (Hyptis suaveolens L), obtiveram melhores resultados com as estacas das porções medianas. Enquanto Ribeiro et al. (2007), ao avaliarem os efeitos das folhas e tipos das estacas sobre o enraizamento de cajarana (Spondias sp.), verificou resultados contrastantes, em que as lenhosas apresentaram raízes mais compridas quenão diferiram das estacas herbáceas e que o semilenhoso possuía raízes menores. É notório que os comportamentos dos materiais propagativos variam de acordo com a espécie, reforçando a necessidade de estudos isolados para cada vegetal. Considerando a massa fresca das folhas, observou-se que as folhas do tratamento semilenhoso possuíam mais massa, aproximadamente o triplo da massa das folhas dos tratamentos lenhoso e herbáceas (Tabela 4). O lenhoso e herbáceo, apresentaram diferenças não significativas. TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 8,91 a 9,60 a 5,87 a 6,83 a 7,01 a BISEL 10,29 a LENHOSO RETO 5,65 a 5,72 b BISEL 5,79 a HERBÁCEO RETO 2,98 a 3,90 b BISEL 4,82 a CV% 43,96 23 Segundo Amaro et al. (2013) o ganho em massa das folhas está diretamente relacionado com o vigor das estacas após o enraizamento, apontando que quanto mais vigorosas forem as raízes, melhor será a capacidade de absorção dos nutrientes, de transformação e suprimento das reservas dos tecidos de armazenamento. Isso demonstra uma dependência do vigor das folhas do desenvolvimento das raízes. Tabela 4 – Resultados para a variável massa fresca das folhas (MFF) pelotratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Ao analisar a massa fresca das raízes, o tratamento semilenhoso obteve mais massa de raízes do que o lenhoso e herbáceo, se diferenciando dos demais que não diferiram no nível de significância, de modo que o tratamento lenhoso para as condições do trabalho apresentou melhor resposta ao enraizamento que o herbáceo (Tabela 5). Tabela 5 – Resultados para a variável massa fresca das raízes (MFR) pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. De acordo com Nicoloso, Fortunato e Fogaça, (1999) os melhores enraizamentos de estacas oriundas das porções basais e medianas dos ramos das plantas, podem estar relacionados à maior concentração de carboidratos disponíveis nessas porções, obtendo TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 1,81 a 2,02 a 1,40 a 0,98 b 0,76 b BISEL 2,23 a LENHOSO RETO 0,60 a 0,62 b BISEL 0,64 a HERBÁCEO RETO 0,30 a 0,49 b BISEL 0,69 a CV% 43 TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 1,26 a 1,67 a 0,78 a 0,60 a 0,98 a BISEL 2,07 b LENHOSO RETO 0,40 a 0,58 b BISEL 0,77 a HERBÁCEO RETO 0,25 a 0,34 b BISEL 0,43 a CV% 51,54 24 uma maior capacidade de se desenvolverem após o transplante. Essa hipótese se confirma, pois, as estacas foram retiradas de ramos com idades e disponibilidade de reservas diferentes, já que em tecidos lignificados e adultos essa concentração é maior e nos que estão em crescimento vegetativo são menores. Isso realça a relação entre raízes e as folhas, porque nas duas variáveis analisadas o tratamento semilenhoso obteve em ambas maiores massas frescas. Para Costa et al. (2016), as médias de massas fresca e seca, da parte aérea e das raízes, foi melhor para as estacas apicais ao avaliar hortelã (Mentha x villosa Huds). Além do presente trabalho, Ribeiro et al. (2007), não recomendou estacas herbáceas, pois não apresentaram quaisquer sinais de enraizamento e de sobrevivência, também apontou que as estacas retiradas da porção apical dos ramos possuem menor quantidade de reservas acumuladas. O tratamento semilenhoso também se destaca dos demais na variável pegamento (PEG), pois 95% das estacas emitiram estruturas completas de uma muda, folhas e raízes, enquanto o lenhoso obteve um pegamento de 73,33 % e 45% no tratamento herbáceo (Tabela 6). Da mesma forma Leão (2003), trabalhando com estacas herbáceas e lenhosas de videira (Vitis ssp.), obteve melhores resultados para as estacas retiradas das porções basais. Já Tagliani, Kazmierczak e Cenci (2011), obtiveram resultados semelhantes ao do tratamento de estacas herbáceas, ao trabalhar com pingo de ouro (Duranta repens), com um pegamento de 37,5%, porém com uma taxa superior que os tratamentos semilenhoso e lenhoso, 8,75% e 5% respectivamente. Tabela 6 – Resultados para a variável pegamento (PEG) pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 0,93 a 0,95 c 0,81 a 0,74 a 0,68 a BISEL 0,96 a LENHOSO RETO 0,76 a 0,73 b BISEL 0,70 a HERBÁCEO RETO 0,33 a 0,45 a BISEL 0,66 b CV% 25,22 25 Salomão et al. (2002), recomendou estacas oriundas das porções medianas e basal de maracujazeiros (Passiflora alata, D. e P. edulis f. flavicarpa, O.D), já que as apicais apresentaram mortes decorridas de podridão-aquosa, também verificado em algumas estacas herbáceas da Vernonia condensata. De acordo com Fachinello, Hoffman e Nacthigal (2005), estacas herbáceas mostram maior capacidade de enraizamento, porém são mais suscetíveis a desidratação e morte. A boa taxa de pegamento das estacas lenhosas demonstra a maior resistência desse tipo de estaca. Entretanto, o enraizamento menos vigoroso e o pequeno desenvolvimento do sistema radicial, conferem uma baixa eficiência dessas porções (GARBUIO, 2007). Esses mesmo autores afirmaram que estacas lenhosas formam mudas de qualidade ruim ao estudar a propagação vegetativa de Pogostemon cablin, porém para o figatil, essa baixa eficiência só ocorre inicialmente, pois após o transplante essas plantas advindas dessas porções se igualaram na produção de folhas com o semilenhoso, não se diferenciando estatisticamente num determinado período de tempo, tornando-as também, viáveis para a propagação. No semilenhoso, o tipo de corte influencia pouco no pegamento das estacas, pois no corte em bisel a taxa foi de 96,66% e no corte reto de 93,33%. No lenhoso os resultados são semelhantes, pois pegaram 70% das estacas com corte em bisel e 76,66% com corte reto. Já nas estacas herbáceas, o corte em bisel é potencialmente melhor que o corte reto, pois o corte em bisel apresentou 66,66% de pegamento e o reto 33,33% (Tabela 6). Ferri (1986) citado por Costa et al. (2016) aponta que a concentração de auxina é elevada nos locais de biosíntese e permanece nas regiões de crescimento ativo, diminuindo a níveis muito baixos em tecidos adultos, isso explica a diferença no êxito de pegamento de estacas de porções diferentes, já que as auxinas são responsáveis por responder ao traumatismo causado pelo corte e emitir as raízes. De acordo com a razão entre a massa fresca e números de folhas, obteve-se que a massa média por folhas (MMF) do tratamento semilenhoso foi maior, enquanto o lenhoso e herbáceo apresentaram diferenças não significativa (Tabela 7). 26 Tabela 7 – Resultados para a variável massa média por folha (MMF), pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Para a massa média por raízes, o tratamentosemilenhoso apresentou massa média maior que o tratamento lenhoso e herbáceo, de modo que os dois últimos tratamentos citados não deferiram a 5% de probabilidade (Tabela 8). Como apontado anteriormente, essa diferença no vigor do enraizamento de acordo com o tipo da estaca está relacionada à maior quantidade de auxinas endógenas em determinada parte da planta, consequentemente essas conseguem emitir raízes com massa maiores e ter uma maior viabilidade na propagação (FELICIANA et al., 2017). Tabela 8 – Resultados para a variável massa média por raiz (MMR), pelo tratamento e tipo do corte Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Média do corte (M. CT); Média do tratamento (M. TRT); Época de dezembro (EP. D); Época de março (EP. M); Época de abril (EP. A) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal e vertical diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Nos ensaios do presente trabalho as semilenhosas são melhores em todas as variáveis analisadas do que as lenhosas, portanto sugere-se que as lenhosas, a porção basal dos ramos, por conta da lignificação completa adere um papel de sustentação da planta, enrijecendo-se, dificultando a translocação de auxinas endógenas das porções apicais nas mesmas, enquanto a semilenhosa adere algumas características, a de reserva, TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 0,09 a 0,10 a 0,061 a 0,060 a 0,065 a BISEL 0,11 a LENHOSO RETO 0,04 a 0,04 b BISEL 0,04 a HERBÁCEO RETO 0,04 a 0,03 b BISEL 0,20 a CV% 67,01 TRATAMENTO CORTE M. CT M. TRT EP. D EP. M EP. A SEMILENHOSO RETO 0,079 a 0,096 b 0,038 a 0,045 a 0,054 a BISEL 0,11 b LENHOSO RETO 0,033 a 0,033 a BISEL 0,034 b HERBÁCEO RETO 0,010 a 0,016 a BISEL 0,022 a CV% 37,48 27 proximidade com as porções de biossíntese de auxinas e a menor diferenciação dos tecidos (FACHINELLO; HOFFMAN; NACHGTIGAL, 2011; FERRIANI et al., 2006; TAGLIANI; KAZMIERCZAK; CENCI, 2011; SILVA, 2012). Esses resultados, estão de acordo com os obtidos por Aguiar et al. (2005), ao estudar a propagação vegetativa do pessegueiro 'Okinawa', obteve que as estacas semilenhosas apresentaram maior porcentagem de enraizamento, maior número de raízes por estaca, maior comprimento de raízes e maiores massas fresca e seca de raízes por estacas. O tipo do corte não influenciou acentuadamente nos ensaios, equivalendo-se em quase todos os tratamentos, apresentando diferenças significativas apenas para as variáveis de massa fresca da raiz, massa média por raízes e pegamento das estacas, de acordo com as tabelas 5, 6 e 8. Os resultados demonstraram que o corte em bisel possibilitou o melhor enraizamento, com massa elevadas e se diferenciando do corte reto estatisticamente. Para as estacas herbáceas o corte em bisel possibilitou o pegamento duas vezes a mais das estacas de corte reto (Tabela 6). Nas demais variáveis o corte em bisel apresentou médias melhores, porém não se diferenciaram no nível de significância. Segundo Wendling; Ferrari e Grossi, (2002), o corte em bisel facilita o enraizamento, pois possibilita maior área de absorção de água e nutrientes, antes e após o plantio das mudas, por isso a maioria da estaquia de plantas utiliza esse método. Wendling e Zanette (2017) afirmaram que o corte em bisel facilita inserção das estacas nos substratos, amplia a superfície de enraizamento, logo a área de contato com o substrato. No que se refere à variação das condições climáticas durante os ensaios, a mesma não apresentou influência acentuada sobre a maioria das variáveis analisadas, apenas para o número de folhas e massa média das folhas frescas, conforme as tabelas 4 e 7, pelo qual o mês de dezembro correspondeu às maiores médias e os meses de março e abril não se distinguiram estatisticamente. Resultados diferentes foram obtidos por Leonel e Rodrigues (1993), ao avaliar a estaquia de videira (Vitis vinifera L), conseguiram melhores resultados no inverno. Rios et al. (2012), obteve melhores resultados para umbuzeiro (Spondias tuberosa A) nas estacas retiradas no mês de março. Dutra et al. (2002) apontou que no período de crescimento vegetativo intenso, que ocorre principalmente na primavera e verão, as estacas possuem maior capacidade para enraizar e consequentemente emitir mais folhas e acumular biomassa, enquanto as 28 coletadas no inverno possuem mais dificuldades, sugere-se que isso está atribuído às condições climáticas, como à temperatura, à disponibilidade de água e luminosidade. A temperatura também é um dos fatores que pode influenciar o enraizamento, atuando, sobretudo na absorção de nutrientes e no metabolismo do material propagativo (CUNHA et al., 2009), aliada a alta umidade pode ser fundamental para o bom desenvolvimento das raízes, isso está de acordo com o trabalho de Amaral et al. (2012) pois a época chuvosa foi mais propícia para a produção de mudas de Duranta repens, com a melhor qualidade pelo processo de estaquia. Como houve respostas significativas somente no que se refere às folhas, que estão relacionadas à fotossíntese, pode-se sugerir que dezembro foi a época com mais luminosidade, pois essa espécie responde bem ao fotoperíodo, de modo que houve mais emissão de folhas e acumulo de biomassa. Segundo Peixoto (2017), a luz é responsável por acelerar o processo de enraizamento, possibilitando manutenção da produção de carboidratos através da fotossíntese, principalmente em estacas com folhas, além disso, o sombreamento reduz a capacidade fotossintética. 4.4 PRODUÇÃO DE FOLHAS No transplantio existiam 56 mudas viáveis advindas da propagação vegetativa. Em média as plantas estavam com oito folhas e apresentavam um coeficiente de variação alto em relação aos números de folhas 48,16%, fato este que se manteve e ampliou em alguns momentos das avaliações. É importante salientar que se partiu de uma heterogeneidade das plantas, o que é representativo das condições passíveis de serem constatadas nas condições de campo. A premissa do trabalho inicial foi em identificar ou determinar um número referencial inexistente na literatura, a produção de folhas pela planta Vernnonia condensata, e possibilitar uma referência inicial científica. No entanto sabe-se que novos estudos agora podem ser feitos para se chegar a um número exato representativo em uma situação de homogeneidade de plantas ao se estabelecer o cultivo no campo; porém isso não foi o objetivo deste trabalho. O princípio deste foi que para quem pretende explorar a planta como fitoterápico é muito importante saber a produção média de folhas da planta, já que é a principal parte de interesse terapêutico. 29 Estudos mais detalhados podem chegar às condições de manejo e determinação da produção máxima e mínima, no entanto na ausência dessas informações científicas pretende-se com este trabalho lançar uma referência científica. A relevância dessa informação está na quantificação de número de plantas para a exploração comercial de produção de folhas para uso como fármaco. A primeira avaliação feita no transplante as plantas advindas da propagação vegetativa de estacas lenhosas apresentavam em média cinco folhas e as semilenhosas nove folhas, e distintas entre si pelo Teste Tukey em nível de 5% de probabilidade. Não se obteve mudas viáveis de estacas herbáceas para ir para o campo. As estacas de corte em bisel semilenhosas foram as que apresentaram o maior número de folhas quando comparadas com as lenhosas se distinguindo no nível de significância (Tabela 9). Vale ressaltar que a contagem (CTG) 1 da tabela 9, se refere a quantificação de folhas das plantas no momento do transplante. Tabela 9 – Resultados para a contagem de folhas no período de 75 dias em um total de seis avaliações consecutivas CTG LENH RETO LENH BISEL SEMIL RETO SEMIL BISEL M. L M. S CV% 15,75 a 4,0 a 8,33 a 10,00 a 5,00 a 9,21 b 48,16 2 3,75 a 3,6 a 3,38 a 3,65 a 3,66 a 3,51 a 41,08 3 5,75 a 6,0 a 5,28 a 5,15 a 5,88 a 5,21 a 41,24 4 4,40 a 10,5 b 5,19 a 6,57 a 7,11 a 5,95 a 56,92 5 21,25 a 15,4 a 11,14 a 18,34 b 18,0 a 15,12 a 72,42 6 22,5 a 22,0 a 14,23 a 23,61b 22,22 a 19,42 a 52,40 Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Contagem (CTG); Média do lenhoso (M. L); Média do semilenhoso (M. S); Lenhoso (LEN); Semilenhoso (SEMIL) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Uma das possibilidades era que entre as avaliações as plantas pudessem apresentar diferença significativa entre si. Para certificar-se dessa possibilidade, na análise estatística considerou-se cada planta estabelecida no campo como uma repetição. Nas avaliações quinzenais as plantas não apresentaram diferença signifitiva entre si para todos os cinco períodos avaliados após transplante, reforçando a significância do trabalho que mesmo com plantas inicialmente heterogêneas (coeficiente de variação elevado), suas representantes individuais avaliadas no campo eram semelhantes, independentes da forma de propagação, ou seja, mesmo em campo essas plantas permaneceram semelhantes ao longo das avaliações. 30 Em média nos primeiros quinze dias as plantas de figatil emitiram em média 0,2369 folhas por dia o que resulta em uma folha emitida a cada cinco dias. O coeficiente de variação foi de 41,08%, que é considerado alto, mas explicável em função da desuniformidade de crescimento das plantas no momento do estabelecimento no campo, algumas maiores e outras menores. Não houve efeito significativo na primeira quinzena entre os tratamentos e entre os cortes para o número de folhas por dia (Tabela 10). De acordo com os resultados apresentados na tabela 10, as plantas mais desenvolvidas, na segunda contagem aos trinta dias, com um número de folhas maior, aumentaram sua produção de folhas emitindo em média uma folha a cada três dias. O coeficiente de variação foi de 41,24% e o número médio de folhas emitidas por dia 0,354. Entre os tratamentos e tipos de cortes não houve uma diferença significativa para análise de variância. Tabela 10 – Resultados para a variável emissão de folhas por dia QUIN LENH RETO LENH BISEL SEMIL RETO SEMIL BISEL M. L M. S CV% 1 0,25 a 0,24 a 0,22 a 0,24 a 0,24 a 0,23 a 41,08 2 0,38 a 0,40 a 0,35 a 0,34 a 0,39 a 0,34 a 41,24 3 0,70 a 0,29 b 0,34 a 0,43 a 0,47 a 0,39 a 56,92 4 1,41 a 1,02 a 0,74 a 1,22 b 1,20 a 1,08 a 72,00 5 1,50 a 1,46 a 0,94 a 1,57 b 1,48 a 1,29 a 52,40 Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Quinzena (QUIN); Média do lenhoso (M. L); Média do semilenhoso (M. S); Lenhoso (LEN); Semilenhoso (SEMIL) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Na terceira quinzena as plantas aumentaram sua produtividade emitindo uma folha a cada 2,4 dias em média. Nessa quinzena as plantas apresentaram distinção significativa entre os tratamentos havendo respostas para a interação tipo de estaca e corte da estaca. Como as plantas vão crescendo, também vai aumentando a diferenças entre si o que resulta em um coeficiente de variação maior que nessa ocasião foi de 56,92%. As plantas advindas de estacas lenhosas praticamente dobraram a emissão de folhas por dia, registrando uma folha emitida a cada 1,42 dias. Essa diferença pode estar relacionada a maior potencial de translocação da seiva nos vasos, o que favorece a fotossíntese e por consequência o crescimento da planta, manifestado pela maior emissão de folhas por planta na comparação das médias pelo teste Tukey em nível de 31 5% de probabilidade. As estacas lenhosas de corte reto foram as que apresentaram maior emissão de folhas nesse período (Tabela 10). Na quarta quinzena, em função das diferenças já existentes de tamanho, o coeficiente de variação aumentou para 72,42 %, o que era esperado, pois as plantas maiores crescerão mais rápidas e emitirão mais folhas que as plantas menores. Nessa fase não se constatou diferença significativa entre os tratamentos, as plantas emitiram em média uma folha por dia. Além disso, nessa quinzena as semilenhosas com corte em bisel apresentaram resultados significativos com a emissão de folhas de 1,22 folhas dia, apresentando-se distinta das demais, sendo superiores do corte reto que emitiu 0,74 folhas dia (Tabela 10). Além disso, foi possível observar na tabela 10, o aumento considerado no número de folhas, principalmente da terceira para a quarta quinzena, isso deve-se ao surgimento das ramificações laterais nas plantas. Na quinta quinzena as plantas emitiram em média 1,32 folhas por dia, e nesse período apresentou respostas significativas para o tipo de corte. O coeficiente de variação começou a reduzir diminuindo a 52,40%. Ao que se percebeu em constatação no campo, esse comportamento se deve a senescência das plantas, que ao acumular certa reserva e aliada ao fator fotoperíodo estimulou as plantas entrarem em processo de reprodução com princípio de emissão de botões florais. Plantas oriundas do corte em bisel (1,55) emitiram meia folha a mais por dia em relação ao corte reto (1,03). Pode-se observar pelos resultados apresentados na tabela 10, as plantas de estacas semilenhosas de corte em bisel foram as que mais emitiram folhas nesse período. Estacas semilenhosas de corte em bisel (1,57) emitiram quase meia folha a mais que as estacas de corte reto (0,94). Uma análise geral de todo esse período pôde-se identificar uma pequena diferença entre os tipos de corte para a preparação das estacas. Ao analisar o total de folhas que cada planta emitiu após o transplante até a avaliação final pode-se quantificar que as plantas em média emitiram 59 folhas nesses 75 dias de condução do experimento, o que resulta em 0,79 folhas por dia. Não houve efeito significativo para os tipos de estacas e tipos de corte nessa análise geral, mas a interação entre estaca semilenhosa e corte em bisel, foi a única que apresentou efeito significativo para a média de total de folhas emitidas (Tabela 11). O coeficiente de variação foi de 43,23% (Tabela 11) bem similar ao do início do trabalho 48,16% (Tabela 9) quando do transplante das plantas no campo. 32 Tabela 11 – Total de folhas emitidas do experimento no período de 75 dias. VAR LENH RETO LENH BISEL SEMIL RETO SEMIL BISEL M. L M. S CV% TOTAL 69,50 a 55,40 a 47,57 a 67,26 b 61,66 a 58,46 a 43,23 FLH/D 0,92 a 0,73 a 0,63 a 0,89 a 0,82 a 0,77 a 43,17 Fonte: OS AUTORES, 2019 Obs. Variável (VAR); Média do lenhoso (M. L); Média do semilenhoso (M. S); Lenhoso (LEN); Semilenhoso (SEMIL) * Médias seguidas por letras distintas minúsculas na horizontal diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey. Estacas semilenhosas de corte em bisel emitiram em média 67 folhas no período do experimento demonstrando-se distinta das demais para o Teste Tukey em nível de 5% de probabilidade. Como também as estacas semilenhosas de corte em bisel foram distintas em número médio de folhas emitidas por dia 0,89 dos demais tratamentos em campo apresentando resultado médio superior no período de avaliação do trabalho, sendo, portanto, a forma de propagação que mais produziu folhas, aproximadamente uma folha por dia. Como a função básica da planta é produção de folhas, essa informação é relevante para o manejo, uma vez que a planta cresce em altura e necessita de podas periódicas para baixar a altura da planta e permitir a coleta de folhas para uso como fitoterápico. Sendo assim, após a poda e diante da necessidade de propagação da planta para ampliação da produção o produtor deve destacar as pontas dos ramos, utilizando na propagação estacas semilenhosas e lenhosas, similar ao que ocorre com a mandioca ondese utilizam as estacas de hastes maduras, que possuem reservas de nutrientes no caule, possibilitando uma maior eficiência na reprodução. Partindo-se da recomendação do Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira para uso interno do fármaco deve-se utilizar três gramas de folhas secas por dia que aproximadamente equivale a 13 folhas, então serão necessárias 13 plantas para atender a uma demanda de cada paciente. Estimou-se a massa média das folhas secas através de simples amostragens representativas de um total de 90 folhas coletadas das plantas matrizes utilizadas no trabalho. A massa média das folhas secas foi de 0,241 g. 33 5 CONCLUSÕES Diante dos resultados desses experimentos, conclui-se que a propagação seminal não foi viável nas condições do presente trabalho. A melhor forma para propagar a Vernonia condensata foi utilizando estacas lenhosas e semilenhosas, sendo que as estacas semilenhosas com corte em bisel na parte basal e reto na apical apresentaram os melhores resultados durante todos os ensaios. As plantas dessa espécie produziram aproximadamente uma folha por dia com o manejo adotado. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFONSO, S. et al. Efeitos sazonais em HPLC-DAD-UV eUV e UPLC-ESI-MS Impressões digitais e atividades analgésicas de extratos de Vernonia condensata Baker.J.Braz. Chem. Soc. São Paulo, v.26, n.2, p.350-358, 2015. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 50532015000200350&Ing=en&nrm=ido>. Acesso em: 01 mar. 2019. AGUIAR, R. S. et al. 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