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Reconstituição e ensilagem de grãos de sorgo com alta umidade para bovinos em crescimento e terminação Reconstitution and High-Moisture Ensiling of Grain Sorghum for Growing and Finishing Cattle M. S. Brown West Texas A&M University RESUMO: Foram revisados estudos relevantes sob os mecanismos pelos quais a ensilagem de grão úmido e a reconstituição aumenta a degradabilidade ruminal do grão de sorgo e também estudos onde foram avaliados os efeitos desses métodos no desempenho de bovinos em crescimento e terminação. De acordo com os dados compilados de desempenho, a reconstituição e ensilagem de grão úmido de sorgo podem melhorar a eficiência alimentar em até 15% comparado a sorgo laminado a seco, com menores diferenças normalmente observadas para taxa de ganho. O teor de umidade ótimo para ensilagem do grão de sorgo úmido é de aproximadamente 25 a 30%. Em experimentos individuais, as respostas em reconstituição têm variado bastante, tanto em eficiência alimentar quanto para ganho de peso. Não está claro quanto dessa variação se deve às técnicas de reconstituição, mas de acordo com dados laboratoriais o impacto pode ser significativo. De acordo com dados laboratoriais, o período de germinação aeróbica do grão inteiro de um a cinco dias antes do armazenamento anaeróbio (ensilagem) é um período crítico no processo de reconstituição. O período de germinação parece permitir o início da hidrólise endógena do amido através da ação de hormônios similares à giberilina que migram para a zona aleurônica do grão e estimulam a liberação de protease e amilases. A hidrólise enzimática do amido não ocorre quando o grão é moído ou laminado e cessa sob condições anaeróbicas para grãos intactos, mas o nitrogênio no grão se torna cada vez mais solúvel à medida que tanto o período germinação quanto o de ensilagem aumenta, os quais que pode aumentar o acesso microbiano aos grânulos de amido. Este acesso não é refletido em grande extensão pelas técnicas enzimáticas de disponibilidade do amido. Introdução Os grãos de cereais fornecidos para bovinos em crescimento e terminação são processados basicamente para aumentar a taxa de digestão no rúmen em relação à taxa de passagem. A taxa de digestão dos grãos de cereais pode ser aumentada por vários mecanismos incluindo redução do tamanho de partícula, solubilização da matriz protéica que envolve os grânulos de amido do endosperma e gelatinização do amido do endosperma em combinação com a ruptura física da matriz protéica que envolve os grânulos. O objetivo deste artigo é revisar os mecanismos pelos quais a reconstituição e a ensilagem de grãos úmidos aumenta a taxa de digestão do grão de sorgo e também revisar os estudos relevantes que avaliaram os efeitos desses métodos de processamento no desempenho de bovinos em terminação. Estudos de desempenho: Anteriores a 1976 O processo de reconstituição geralmente consiste em reidratação do grão seco (contendo 12 a 15% de umidade) para aproximadamente 30% de umidade, armazenamento do grão inteiro úmido em uma estrutura livre de oxigênio por aproximadamente três semanas, e finalmente a moagem ou laminação antes do fornecimento aos animais. Hinders (1976) revisou muitos dos dados de desempenho com grãos de sorgo reconstituído publicados antes de 1976. O autor diferenciou entre grão que foi reconstituído inteiro antes da ensilagem e grãos que foram laminados ou moídos antes da reconstituição de modo a permitir seu armazenamento em silos do tipo trincheira. A taxa relativa de ganho e de eficiência alimentar para grão de sorgo reconstituído em comparação com grão de sorgo laminado a seco em experimentos individuais reportados por Hinters (1996) são apresentados nas Figuras 1a e 1b, ao passo que dados compilados dos estudos são apresentados na Figura 1c. Na maioria dos estudos aumento da eficiência alimentar e da taxa de ganho quando o sorgo foi reconstituído na forma inteira, contudo, as magnitudes dos aumentos variaram consideravelmente entre os experimentos. Três estudos conduzidos durante ou, antes de 1976 que não foram incluídos nesta revisão foram Schake et al. (1972), Riley et al. (1975), e Bolsen e Riley (1976). Schake et al. (1972) reconstituíram tanto o grão inteiro quanto o grão laminado de sorgo para aproximadamente 30% de umidade e avaliaram o desempenho animal em comparação com o sorgo floculado. Ambos os grãos reconstituídos foram armazenados em estrutura livres de oxigênio. O grão inteiro foi armazenado por 14 dias antes do início do experimento e laminados antes do fornecimento aos animais. O grão laminado reconstituído foi ensilado por 30 dias antes do início do experimento. A taxa de ganho não foi afetada pelos tratamentos. A eficiência alimentar tendeu a ser maior para bovinos que foram alimentados com grão de sorgo inteiro reconstituído inteiro e laminado antes do fornecimento em relação aos demais tratamentos (valor de P não reportado). Este estudo envolveu um número relativamente grande de novilhos por tratamento (75 cabeças), mas incluiu apenas duas baias por tratamento. Nos estudos de Riley et al. (1975) e Bolsen e Riley (1976) reportaram que não foram observadas diferenças entre grão de sorgo reconstituído e grão de sorgo laminado a seco, mas ambos os estudos o número de repetições foi limitada. Os detalhes do processo de reconstituição não foram descritos de forma detalhada nestes estudos. Adotando o método do cálculo da energia metabolizável ajustada com base no peso corporal na sua revisão de processamento de grãos, Owens et al. (1997) relataram que em oito experimentos onde o sorgo laminado a seco foi comparado com o sorgo reconstituído, o sorgo reconstituído apresentou 12% maior valor de energia metabolizável ajustada ao peso corporal do que o sorgo laminado a seco, enquanto que a silagem de grão úmido de sorgo apresentou valor de energia metabolizável ajustada ao peso corporal 4% maior do que o sorgo laminado a seco em 7 comparações diretas. É interessante notar que o valor de energia metabolizável ajustada do sorgo reconstituído não foi diferente da energia metabolizável ajustada do sorgo laminado a vapor, mas foi estatisticamente maior do que a da silagem de grão úmido. Entretanto, não está claro na literatura mais antiga quão próximo o grão laminado a vapor se compara com o que é observado hoje com o grão floculado. Além do mais, os passos exatos envolvidos na reconstituição do sorgo em alguns trabalhos mais antigos não estão totalmente descritos tornando-se difícil relacionar dados de desempenho com técnicas de manuseio ou características físicas e químicas. Estudos de desempenho: A partir 1976 Stock et al. (1987) observaram que a eficiência alimentar não aumentou quando novilhos em terminação foram alimentados com silagem de grãos úmidos de sorgo (aproximadamente 20% de umidade) comparada com sorgo laminado a seco, mas a eficiência alimentar foi aumentada em 9% em um segundo experimento quando sorgo ensilado com maior teor de umidade (29% de umidade) foi fornecido. O aumento na eficiência alimentar dos novilhos alimentados com sorgo reconstituído variou de 6% (26% de umidade) a 14% (29% de umidade) nos dois ensaios. Tanto o sorgo colhido úmido quanto o reconstituído foram ensilados inteiros e laminados antes do fornecimento. O grão reconstituído foi misturado com água em 45 minutos e então ensilado. Huck et al. (1999) compararam o desempenho de novilhas em terminação alimentadas com grão de sorgo reconstituído, silagem de grão úmido de sorgo laminada (25% de umidade) ou uma dieta controle com milho floculado. O grão de sorgoreconstituído foi colhido com 14% de umidade, laminado e reconstituído a 30 ou 35% de umidade e então ensilado. A taxa de ganho não foi afetada pelo método de processamento adotado; entretanto, a eficiência alimentar foi maior para o sorgo reconstituído com 35% de umidade em comparação ao sorgo reconstituído com 30% de umidade. A eficiência alimentar foi numericamente 4% pior para o sorgo reconstituído com 35% de umidade em comparação com o milho floculado. Mais consistente com o que seria esperado, uma eficiência alimentar significamente pior (9,1%; P<0,10) foi relatada para o sorgo reconstituído com 30% de umidade em comparação ao milho floculado. O desempenho dos animais alimentados com silagem de grão úmido de sorgo laminado foi similar ao do tratamento contendo sorgo reconstituído com 30% de umidade. Simpson et al. (1985) avaliaram os efeitos de diversos métodos de reconstituição de sorgo para novilhos de sobre-ano. Os tratamentos incluíram: 1) sorgo laminado a seco, 2) grão de sorgo imerso em água por 21 horas e laminado antes do fornecimento, 3) grão de sorgo imerso em água por 21 horas, exposto à atmosfera por 21 horas e laminado antes do fornecimento e 4) grão de sorgo imerso em água por 21 horas, exposto à atmosfera por 21 horas, ensilado em silos de lona por cinco dias e laminados antes do fornecimento. Todas as dietas continham 88% (MS) dos respectivos grãos. No ensaio de 138 dias (3 baias/tratamento), o consumo de matéria seca dos bovinos alimentados com grão reconstituído foram similares ao consumo dos bovinos alimentados com sorgo laminado a seco. A eficiência alimentar não foi diferente entre os tratamentos com grão reconstituído, entretanto, a eficiência alimentar aumentada dramaticamente (15,4%) para os novilhos alimentados com grão reconstituído comparado com grão laminado a seco. Uma meta-análise utilizando o procedimento mixed do SAS (SAS Institute, Cary, NC) foi conduzida tomando por base experimentos de desempenho publicados a partir da revisão de Hinders (1976) para estudar a resposta dos bovinos à reconstituição do sorgo. Os estudos incluídos na análise tinham que ter incluído pelo menos sorgo laminado e sorgo reconstituído; foram poucos os estudos onde sorgo floculado e sorgo reconstituído foam testados. O banco de dados incluiu seis experimentos de reconstituição compilados por Owens et al. (1997) que foram reportados entre 1982 e 1986 assim como os dados de Simpson et al. (1985). De acordo com esses dados (Tabela 1) houve de forma surpreendente grande aumento na eficiência alimentar (15%) quando o sorgo reconstituído substitui o sorgo laminado a seco. Para explicar tal magnitude de melhora o sorgo reconstituído teria que conter 1,59 Mcal de ELg/kg (106% do milho inteiro) se o sorgo laminado tivesse 1,34 Mcal de ELg/kg, com inclusão de 80% de grão na matéria seca da dieta. Talvez a destruição do tanino no sorgo reconstituído como demonstrado por Reichert et al. (1980) possa contribuir para melhorar o valor alimentício do sorgo reconstituído dependendo da variedade fornecida. Em trabalho mais recente conduzido por Ponce et al. (2006) foi avaliado os efeitos do processo modificado de reconstituição de milho. O objetivo deste processamento foi solubilizar a matriz protéica mais exposta do milho laminado a seco com uma solução de uréia e água e iniciar a hidrólise do amido exposto com a amilase adicionada. As dietas experimentais continham 91% de concentrado e eram baseadas em milho laminado a seco (MLS), milho laminado a seco tratado com uréia, amilase e água (MLT) ou milho floculado (MF). As dietas foram formuladas para conter um teor similar de proteína (nitrogênio não protéico). O MLT continha 0,55% de uréia adicionada de modo que 0,55% de uréia foi adicionada às demais dietas. Em adição, o equivalente de 0,32% de uréia foi adicionado através de uma mistura com melaço e o equivalente de 0,1% de uréia foi adicionado na forma de sulfato de amônia para todas as dietas. O MLT foi preparado toda tarde e mantidos em condições de ambiente até o fornecimento no dia seguinte. Novilhos recebendo ML tiveram um menor consumo de matéria seca do que novilhos alimentados com MLS (7,3%) ou MLT (5,8%), enquanto que novilhos recebendo MLS tenderam a ganhar peso menos rapidamente com base no ajusta de carcaça (4,7%; P,0,15) do que os novilhos recebendo MLT. A eficiência alimentar ajustada para peso de carcaça foi pior (P>0,10) para novilhos recebendo MLS, mas foi aumentada em 3,1% quando se forneceu MLT e aumentada em 6,3% para MF. Os autores afirmaram que as estimativas de melhora na eficiência alimentar para milho laminado tratado com uréia, amilase e água deve ser visto de forma conservadora em virtude do estudo foi conduzido durante os meses de frio do outono e inverno, e a atividade catalítica da amilase seria esperada ser altamente dependente da temperatura ambiente. Características do grão Durante a época em que foram conduzidos os estudos de reconstituição, os mecanismos envolvidos na melhora do desempenho animal eram pouco claros. Sullins et al. (1971) propuseram que amaciamento do grão e mudanças fermentativas tais como degradação da matriz protéica poderiam estar envolvidos. Estes autores utilizaram análises microscópicas para determinar que a estrutura do endosperma do grão reconstituído foi modificada, o que facilitou a acessibilidade aos grânulos de amido. Outros autores têm proposto que o crescimento de microrganismos produtores de ácido lático encontrados em grãos de sorgo poderia ser responsável pela maioria do benefício atribuído à reconstituição (Pflugfelder et al., 1986). Curiosamente, Van der Walt (1956) identificou oito espécies de bactéria produtora de ácido lático responsáveis pela acidificação do sorgo usado para cerveja na África do Sul. Estas bactérias aparentemente produzem um revestimento externo de polissacarídeo proveniente da sacarose. Pflugfelder et al. (1986) sugeriram que a habilidade destes e de outros organismos produtores de muco em converter açúcares solúveis em um polissacarídeo de reserva, pode contribuir em parte com a conservação efetiva da matéria seca observada durante a reconstituição convencional. Entre 1971 e 1981, de acordo com diversos estudos (Sullins et al., 1971; Wagner et al., 1974; Hibberd et al., 1981; Simpson et al., 1981) o início da germinação sob condições aeróbicas poderia explicar alterações químicas observadas com grão de sorgo reconstituído. Sullins et al. (1971) indicaram que a liberação de hormônios similares à giberilina que migram para a camada aleurônica estimula a liberação de enzimas protease e amilase. A moagem da zona aleurônica do grão de cevada antes da imersão em água inibiu a degradação do endosperma porque as substâncias hormonais não foram capazes de se deslocar do embrião à zona aleurônica para ativar as enzimas necessárias. Portanto, a moagem ou a laminação antes da reconstituição ou a ensilagem do grão colhido úmido provavelmente destrói algumas das vias de sinalização hormonal que pode inibir muito do processo autolítico (Sullins et al., 1971). Contudo, algumas das enzimas presentes nas partículas do grão moído foram ativadas quando a água foi adicionada, o que pôde resultar em algum grau de degradação enzimática (Sullins et al., 1971). Pflugfelder et al. (1986) examinaram o impacto da germinação e da ensilagem no processo de reconstituição do sorgo. Neste estudo, o grão foi levado a um teor de umidade entre 30 e 35% de umidade após 16 horas de imersão em água com 18 a 20ºC. O grão imerso é então deixado para germinar à temperatura ambiente sob condições aeróbicas de 0; 0,5; 1,0; 1,5 ou 2 dias antesda ensilagem (anaeróbica) por 0, 5, 13 ou 21 dias. O procedimento convencional de reconstituição foi aquele com zero dia de germinação seguido de 21 dias de armazenamento anaeróbico (ensilagem) representaram os procedimentos convencionais de reconstituição. Este tratamento produziu pequeno aumento na solubilidade do nitrogênio em comparação aos controles não tratados. Cada 12 horas adicionais em tempo de germinação resultaram na solubilização de nitrogênio de aproximadamente 10 unidades percentuais a mais, atingindo aproximadamente 50% de solubilização para o tratamento com dois dias e 21 dias de armazenamento anaeróbico; o nitrogênio continuou a ser solubilizado durante o armazenamento anaeróbico. A hidrólise do amido também foi aumentada pelos períodos de germinação de 1,5 e dois dias, mas o armazenamento anaeróbico não alterou a hidrólise do amido. Estas observações indicam que a matriz protéica do endosperma foi degradada durante ambos os processos, a germinação e durante o armazenamento na forma de silagem, mas pelo menos 24 horas de germinação foram necessárias para dar início à hidrólise do amido. Os autores concluíram que os períodos curtos de germinação antes de ensilar o sorgo reconstituído parecem acelerar grandemente o processo de fermentação que melhora a digestibilidade em ruminantes. A perda de matéria seca durante todo o processo (germinação + armazenamento anaeróbico) variou aproximadamente de 2% a 18%, o que certamente diminui o ganho líquido econômico. Mais recentemente, Balogun et al. (2005) estudaram o efeito de tratamentos aeróbicos e anaeróbicos sobre as características laboratoriais do grão de sorgo.as amostras de grão foram ou laminadas a seco ou imersas em água. Após a imersão em água, o grão foi laminado e ensilado por 21 dias, laminado, armazenado aerobicamente por cinco dias para permitir a germinação e então laminado, ou armazenado aerobicamente por cinco dias para permitir germinação e então ensilado por 16 dias e então laminado. Assim como ocorreu no estudo de Pflugfelder et al. (1986), os tratamentos que envolveram armazenamento aeróbico para permitir germinação aumentaram significantemente a solubilidade de nitrogênio e carboidrato, assim como a fermentabilidade e degradabilidade do grão reconstituído em comparação aos demais tratamentos. Uma combinação de tratamento aeróbico e anaeróbico aumentou ainda mais a fermentabilidade e degradabilidade do grão reconstituído. Balogun et al. (2005) concluíram que incorporar uma fase aeróbica que permita a germinação antes da ensilagem se beneficia da atividade enzimática endógena (da própria planta) e microbiana para aumentar a digestibilidade do grão de sorgo. Também tem sido observado em outros estudos que a reconstituição do sorgo pode aumentar a extensão de digestão ruminal do amido (Tabela 2; McNeill et al., 1971) em relação a laminação a seco, e isto se deve principalmente à acessibilidade do amido uma vez que a reconstituição não alterou a disponibilidade in vitro do amido (Tabela 3; McNeill et al., 1975). Na verdade, a digestão ruminal da proteína de sorgo reconstituído é marcantemente mais alta do que a de sorgo laminado a seco (Tabela 4; Potter et al., 1971). Estes dados favorecem uma explicação plausível para o desempenho superior observado algumas vezes para o grão de sorgo reconstituído; entretanto, a duração do período de germinação na maioria dos estudos revisados previamente não está bem determinada e a disparidade nestes procedimentos pode explicar a variação nas respostas observadas da reconstuição em comparação com outros métodos de processamento. Resumo A adição de 15 a 18 unidades percentuais ao grão de sorgo seco não processado normalmente requer adições pequenas de água por várias vezes ou outras modificações para que se atinja uma distribuição uniforme de umidade do grão antes da ensilagem. Em contrapartida, a absorção de água pelo grão de sorgo moído ou laminado geralmente ocorre dentro de minutos. Nos Estados Unidos, a confecção em larga escala de silagem de grão úmido é difícil de ser implementada em virtude da secagem rápida do grão no campo (janela de corte muito curta) e também em virtude de uma área grande de terra necessária para produzir quantidade suficiente deste grão típico de regiões mais áridas. O incremento de 10% na eficiência alimentar em virtude da silagem de grão úmido de sorgo requer um teor de umidade de aproximadamente 30%. O processo de germinação de grãos intactos é dependente de condições ambientais e alguma progressão da germinação é esperada antes da ensilagem e até que o oxigênio dentro do silo seja consumido se as condições ambientais sejam favoráveis. Com base em um número limitado de dados tem sido sugerido que o período de 24 horas de germinação antes da ensilagem pode iniciar a hidrólise endógena do amido, mas este processo é acompanhado por perda de matéria seca e cessa assim que as condições anaeróbicas são estabelecidas. O nitrogênio do grão torna-se cada vez mais solúvel a medida que tanto o período de germinação quanto a ensilagem aumenta o acesso pelos microrganismos ruminais aos grânulos de amido. Com base nos dados de desempenho animal compilados, a reconstituição do sorgo pode aumentar eficiência alimentar em até 15% comparada a sorgo laminado, mas é necessária a confirmação destes dados com as práticas de produção e variedades atuais. Figure 1. Efeitos do grão de sorgo reconstituído no GPD (1a) e eficiência alimentar (1b) de estudos individuais e sumarizados através dos experimentos (1c; Hinders, 1976). A B C Tabela 1. Desempenho de crescimento de animais confinados alimentados com sorgo grão processado Item Laminado Reconstituído EPM Experimentos, n 7 7 - Dias em alimentação 126 126 - Peso inicial, lb 656 653 - CMS, lb/dia 20,0a 18,1b 1,0 GPD, lb/dia 2,62a 2,82b 0,19 Eficiência alimentar 7,68a 6,52b 0,3 a,bMédias diferem (P < 0,05), Tabela 2. Digestão ruminal, pós-ruminal e no trato total de amido em grão de sorgo reconstituído (McNeill et. al, 1971) Item Moído seco Reconstituído Floculado Micronizado Digestão ruminal, % 42,03 66,67 83,41 42,99 Digestão pós-ruminal, % 94,42 98,42 98,42 95,00 Digestão total, % 96,76 99,47 99,74 97,14 Tabela 3. Susceptibilidade de grão de sorgo processado à amiloglicosidase (McNeill et al. 1975) Item Mg of glucose liberada por grama de matéria seca Moído seco 118,6 Reconstituído 139,3 Floculado 615,5 Micronizado 232,7 Tabela 4. Ação ruminal na proteina alimentar como resultado do processamento (Potter et al,, 1971) Item Quebra no rúmen, % Moído seco 51,28 Reconstituído 79,48 Floculado 62,16 Micronizado 36,11 Literatura citada Balogun, R, O,, J, B, Rowe, and S, H, Bird, 2005, Fermentability and degradability of sorghum grain following soaking, aerobic, or anaerobic treatment, Anim, Feed Sci, Tech, 120:141-150, Bolsen, K, and J, Riley, 1976, Sources of roughage and milo for finishing steers, Proc, Kansas State University Cattlemen’s Day Report, Report of Progress 262, Hinders, R, G, 1976, Reconstituted grain, Proc, High Moisture Grains Symposium, pp, 93-112, Oklahoma State University, Stillwater,Huck, G, L,, K, K, Kreikemeier, and K, K, Bolsen, 1999, Effect of reconstituting field- dried and early-harvested sorghum grain on the ensiling characteristics of the grain and on growth performance and carcass merit of feedlot heifers, J, Anim, Sci, 77:1074-1081, Owens, F, N,, D, S, Secrist, W, J, Hill, and D, R, Gill, 1997, The effect of grain source and grain processing on performance of feedlot cattle: a review, J, Anim, Sci, 75:868- 879, Pflugfelder, R, L,, L, W, Rooney, and L, M, Schake, 1986, The role of germination in sorghum reconstitution, Anim, Feed Sci, Tech, 14:243-254, Ponce, C, H, M, S, Brown, C, E, Smith, Sr,, and L, D, Mitchell, 2006, Effects of grain processing methods on feedlot performance and carcass characteristics of finishing beef steers, Proc, Plains Nutrition Council Spring Conference, Texas A&M Research and Extension Center, Amarillo, Potter, G, D,, J, W, McNeill, and J, K, Riggs, 1971, Utilization of processed sorghum grain proteins by steers, J, Anim, Sci, 32:540-543, Reichert, R, D,, S, E, Fleming, and D, J, Schwab, 1980, Tannin deactivation and nutritional improvement of sorghum by anaerobic storage of H2O-, HCl-, and NaOH- treated grain, J, Agric, Food Chem, 28:824-829, Riley, J, G,, K, K, Bolsen, and G, Fink, 1975, Sources of roughage and milo for finishing steers, Proc, Kansas State University Cattlemen’s Day Report, Report of Progress 230, Schake, L, M,, J, K, Riggs, and O, D, Butler, 1972, Commercial feedlot evaluation of four methods of sorghum grain processing, J, Anim, Sci, 34:926-930, Simpson, E, J,, L, M, Schake, R, L, Pflugfelder, and J, K, Riggs, 1985, Evaluation of moisture uptake, aerobic and anaerobic phases of reconstitution upon sorghum grain digestibility and performance of steers, J, Anim, Sci, 60:877-882, Stock, R, A,, D, R, Brink, K, K, Kreikemeier, and K, K, Smith, 1987, Evaluation of early-harvested and reconstituted grain sorghum in finishing steers, J, Anim, Sci, 65:548- 556, Sullins, R,D,, L, W, Rooney, and J, K, Riggs, 1971, Physical changes in the kernel during reconstitution of sorghum grain, Cereal Chem, 48:567-575,
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