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ARTIGO CIENTÍFICO

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1 
 
 A importância da perícia no sistema judiciário 
 
Pamella Nogueira de Morais – pamellanog@gmail.com 
Perícia Criminal e Ciências Forenses 
Instituto de Pós-Graduação - IPOG 
Londrina, PR, 26 de agosto de 2019 
 
 
Resumo 
A prova é uma matéria primordial para o processo penal, no decorrer dos 
anos, vem se tornando resistente e trazendo instrumentos cada vez mais 
autênticos para a livre persuasão do magistrado e com isso, utilizando-a na justiça. 
Desta forma, existem alguns crimes que são caracterizados como passageiros, ou 
seja, transeuntes, o qual se faz necessário a realização de exames periciais para 
que possa explanar os fatos e assim, alcançar a verdade. O processo penal exige a 
verdade real dos fatos, pois o que está em pauta é o interesse público (FEITOSA, 
2010). A prova pericial no Processo Penal traz garantia para tomadas de decisões 
no trâmite do processo. O presente artigo, tem como objetivo analisar a importância 
da prova pericial no Processo Penal, sua elaboração, está relacionada com o 
interesse público, de tal forma, que as provas no processo poderão clarificar o 
exercício da prática criminosa. Quanto aos meios metodológicos empregados, fez-se 
uso de pesquisa bibliográfico para a exação dos dados e estudo do Código de 
Processo Penal. Em referência aos fins, o estudo é do tipo exploratório. O estudo 
dos elementos é do tipo crítica de matéria. Para tanto, o presente artigo propõe 
apresentar, a princípio, os conceitos de prova, analisando-a no bojo do direito 
processual penal. Ainda, busca demonstrar o sentido de perícia, sua seriedade, 
assim como importância da prova pericial para a elucidar crimes e obter a 
veracidade. Afinal, o presente artigo busca analisar questões relacionadas à prova 
pericial no direito processual penal brasileiro, aferindo a sua legalidade e seriedade 
no âmbito do Direito. 
 
Palavras-chave: Prova. Prova Pericial. Processo Penal. Sistema Judiciário. 
 
1. Introdução 
A prova é aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou 
demonstração, aquilo que mostra ou confirma a verdade de um fato. Desta forma, 
é de suma importância para o processo, constituindo-se matéria essencial para a 
tomada de decisões no trâmite do processo penal o qual define meios para a livre 
convicção do magistrado e, por conseguinte o desenvolvimento da justiça como 
pressuposto indispensável. A prova é caracterizada por prova material, prova 
testemunhal e confissão. 
A prova material por estar sustentada em pilares científicos, enquadra-se como 
sendo uma das provas de maior relevância. 
Não há dúvidas que a prova pericial é a que se destaca entre os outros meios de 
provas, nela os elementos e cálculos são lançados de forma precisa e meticuloso, 
permitindo que até os mais leigos entendam as conclusões abordadas pelo perito. 
2 
 
É insubstituível a realização da perícia no local do crime para que se identifique os 
vestígios, desta forma, ampliando a veracidade de identificação de quem cometeu 
o delito. 
No aprofundamento do tema, pretende-se abordar o conceito de prova pericial no 
Brasil, com a consequente assistência no Sistema Judiciário Brasileiro, facultando 
à prova pericial a veracidade dos fatos e das informações encontradas no local do 
crime. 
Pretende-se ainda, explorar o conceito de corpo de delito, o qual é o conjunto dos 
vestígios materiais resultantes da prática criminosa, e ainda a cadeia de custódia 
que para VELHO (2015) refere-se a uma sucessão de eventos seguros e confiáveis 
que deverão ter início de forma legal no primeiro contato da polícia com o vestígio 
Pretende-se ainda destacar no presente artigo a relevância do estudo 
Criminalística não apenas para os peritos criminais, mas para todos aqueles 
envolvidos e influentes no Direito. 
Por fim, por meio de pesquisas bibliográficas, estudos de teses, legislação 
brasileira e ainda, artigos científicos, pretende-se evidenciar a indispensabilidade 
da prova pericial no processo penal. 
 
2. Prova Pericial 
Os meios de provas são tudo aquilo que pode ser aplicado, direta ou indiretamente 
para provar o que foi alegado no processo, são os meios de percepção da verdade e 
a construção do convencimento do magistrado, o ônus da prova é de quem alega, 
conforme nosso ordenamento, artigo 156 do Código de Processo Penal: 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada 
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida (BRASIL, 1941). 
 
Prova é qualquer elemento ou matéria produzida em juízo ou a ele dominado, assim, 
entende o dicionário MICHAELIS (2009) prova é tudo aquilo que serve para 
estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração. Aquilo que mostra ou 
confirma a verdade de um fato. Assim, as matérias de conteúdo ilícito não 
constituem provas, pois, prova demonstra a verdade, um fato. 
Na busca de um recurso da lide, busca-se provar a veracidade dentro daquilo que foi 
produzido nos autos, demostrando com isso a acuidade de um processo bem feito, 
com provas bem produzidas, pois depende delas e do convencimento do magistrado 
a condenação ou não do réu. 
Como o juiz não tem ciência técnica de todas as áreas, ele precisa se valer de 
peritos e assistentes qualificados para o auxiliarem na produção de provas que 
possa alcançar o seu livre convencimento. Para que se possa chegar ao 
convencimento do magistrado, as partes deverão fazê-lo através da produção de 
provas, este é o instrumento do processo para se chegar a verdade dos que foi 
alegado, é o meio para que possa ser demostrada a existência de um fato, a 
falsidade ou a veracidade de uma afirmação. 
Ao entendimento de LIMA (2017), a prova corresponde ao conjunto de atos que são 
praticados tanto pelas partes, como pelo juiz e, também, por terceiros visando 
proporcionar ao magistrado subsídios suficientes para formar a sua convicção sobre 
3 
 
a existência ou não de determinado fato, ou, ainda, sobre a veracidade ou falsidade 
de dada afirmação. GRECO FILHO (2010) descreve a prova como todo elemento 
que pode levar o conhecimento de um fato a alguém. Além disso, GRECO FILHO 
(2010) destaca ainda que no processo, a prova é todo meio destinado a convencer 
o juiz a respeito da verdade de uma situação de fato. 
Entende MARQUES (2009), que a prova consiste em um elemento instrumental que 
serve para que as partes possam influenciar a formação de convicção do juiz, 
sendo, pois, o meio de que este se serve para a averiguação dos fatos sobre os 
quais as partes fundamentam suas alegações. 
Verifica-se, assim, a importância das provas no processo e preocupação dos 
doutrinadores para que sejam realizadas a comprovação dos crimes com excelência 
e, posteriormente a análise pelo magistrado, de forma que haja a formação de 
defesa e acusação, uma vez que o princípio do contraditório e da ampla defesa, em 
Direito processual, é um princípio jurídico fundamental do processo judicial moderno, 
onde é garantido a imparcialidade do juiz. Desta forma, BONACCORSO (2009) 
esclarece que o contraditório garante a imparcialidade do juiz perante a causa que 
também deve exercê-la na preparação do julgamento. Por refletir garantia de 
imparcialidade do juiz na valoração daquilo que foi dialeticamente trazido ao 
processo, o contraditório é tido entre as garantias fundamentais do processo justo. 
De acordo com os artigos 155, 156, I e II, 209 e 234 do Código de Processo Penal 
nos dizem que: 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
[...] 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciadaa ação penal, a produção antecipada 
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a 
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
[...] 
Art. 209 O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, 
além das indicadas pelas partes. 
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as 
testemunhas se referirem. 
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que 
interesse à decisão da causa. 
[...] 
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto 
relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de 
requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se 
possível (BRASIL, 1941). 
 
CAPEZ (2017) segue nesse mesmo sentido, ao sustentar que o objetivo na atividade 
probatória consiste no convencimento do destinatário das provas, ou seja, o juiz, de 
modo a contribuir para que este possa formar a sua convicção sobre o caso. A esse 
respeito, é o trecho que ora se colaciona, no qual o autor faz menção à relevância 
que as provas, em geral, têm para a reconstrução do fato delitivo e da contribuição 
que a mesma confere ao julgador: 
 
4 
 
Na medida em que não presenciou o fato que é submetido a sua 
apreciação, é por meio das provas que o juiz poderá reconstruir o momento 
histórico em questão, para decidir se a infração, de fato, ocorreu e se o réu 
foi seu autor. Só depois de resolvida, no espírito do julgador, essa dimensão 
fática do processo (decisão da quaestio facti) é que ele poderá aplicar o 
direito (ou seja, solucionar a quaestio juris) (CAPEZ, 2017). 
 
Destarte, a prova é elemento imprescindível para a elucidação do processo, sendo 
produzida para obstruir dúvidas acerca de pontos importantes e pertinentes, deste 
modo, o alcance da verdade no processo. 
Cabe ressaltar alguns conceitos, o quais, prova é a verificação de algo, com a 
finalidade de demonstrar a exatidão ou a verdade da alegação feita pela parte ao 
juiz. Pode ser um termo utilizado com três sentidos: ação de provar; meio ou 
instrumento para a demonstração da verdade; resultado da ação. Meios de prova 
são todos os instrumentos lícitos previstos em lei. Objeto de prova são os fatos, mas 
excepcionalmente o direito, desde que se trate de normas internacionais, estaduais 
e municipais, quando não sejam do conhecimento do juiz. Finalidade da prova – 
convencer o magistrado a respeito da verdade de um fato alegado e litigioso. Ônus 
da prova é o encargo de demonstrar ao juiz que o alegado corresponde à realidade. 
Avaliação da prova – rege-se pelo princípio da persuasão racional, isto é, pelo livre 
convencimento do juiz, desde que fundamentado. Qualquer prova lícita pode ser 
avaliada livremente pelo magistrado ao decidir a demanda 
De acordo com CAPEZ (2017), a prova se apresenta como sendo necessária para 
firmar o convencimento do juiz acerca da verdade real dos fatos, que, por sua vez, 
não se confunde com a verdade formal, buscada no processo civil. Busca-se 
efetivamente, conforme o autor, compreensão sobre o que ocorreu verdadeiramente, 
e não o que restou demonstrado no processo. Segundo MIRABETE (2005), o juiz, 
condutor do processo penal, para que possa solucionar com exatidão o litígio penal 
que se apresenta, deve buscar apurar a verdade dos fatos visando, assim, a 
aplicação da lei penal com justiça. 
Prova é o fato, evento ou situação que deva ser demostrado no processo, como o 
magistrado se presume douto sobre o direito a aplicar, as ações instrutórias só se 
referem à prova das quaestiones facti. O magistrado deve apreciar o Direito, 
obrigação essa que é embrionária para o exercício da jurisdição iura novit curia. De 
onde segue que, compõe objeto de prova não só o que diz respeito às questões de 
fato brotadas no processo exclusivamente, no entanto, também o direito pode ser 
objeto de prova. 
De acordo com COSTA FILHO (2012), o termo perícia advém de termo em latim que 
tem o significado de experiência, saber, habilidade. Ressalta o autor, que: 
 
Diligência que possui a finalidade de estabelecer a veracidade ou a 
falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de interesse da justiça, por 
meio de provas. É a análise de toda matéria colhida como vestígio de uma 
infração, ou seja, o exame do corpo de delito (COSTA FILHO, 2012). 
 
A prova pericial é o meio que o julgador terá base e conhecimentos para decidir 
sobre os fatos, no que diz respeito aos exames realizados de forma aprofundada 
nos vestígios encontrados no locas do crime. 
Na visão de LOPES JR. (2016), a prova pericial se mostra de grande relevância por 
ser menos susceptível à influência humana quando é comparada com provas 
subjetivas, como é o caso da prova testemunhal. Não obstante tal característica, de 
grande relevância para a seara criminal, é certo, porém, de acordo com o autor, que 
5 
 
não lhe é atribuído maior valor em relação aos outros tipos de prova, tendo em vista 
que, ainda assim, o juiz, para estabelecer a sua convicção e proferir decisão justa, 
analisará o conjunto de provas disponível nos autos, valorando-as igualmente para a 
formação de seu convencimento. 
TOURINHO FILHO (2014), em importante complementação, dispõe que a perícia 
consiste no exame que é realizado por pessoas, denominadas peritos, detentores de 
conhecimentos específicos científicos, técnicos, práticos ou artísticos acerca de 
determinadas circunstâncias, fatos ou condições que sejam relativas ao fato delitivo. 
O seu uso se dá, conforme o autor, para comprovação da existência do fato delitivo 
e da dinâmica de ocorrência, com vistas a elucidá-lo e, assim, possibilitar ao julgador 
que profira uma decisão justa. Diante disso, ainda segundo TOURINHO FILHO 
(2014), a perícia deve ser concebida como uma prova essencialmente técnica. 
Entende ARANHA (2006), as perícias, especialmente na seara criminal, apresentam 
grande relevância, tendo em vista que, por meio delas, busca-se evidenciar a 
veracidade dos fatos, elucidando o crime para que o julgador, como destinatário que 
é das provas produzidas, possa proferir a sua decisão de forma justa. Nesse 
sentido, dispõe o autor que a perícia consiste em é um meio instrumental, técnico-
opinativo e alicerçado da sentença. 
 
3. Corpo de delito 
O corpo de delito é, toda matéria, ou seja, o conjunto dos vestígios materiais 
resultantes da prática criminosa. Para TUCCI (1978, p. 204) o exame de corpo de 
delito como meio de prova, prova pericial, destinada à apuração dos elementos 
físicos, materiais, da prática criminosa, mediante a sua constatação direta e 
documentação imediata. 
Nem todas as infrações penais deixam, produzem vestígios materiais. Todavia, 
quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito. 
Como observamos no artigo 158 do Código de Processo Penal: 
 
Artigo 158 do Código de Processo Penal - quando a infração deixar 
vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (BRASIL, 1941). 
 
O artigo 158 deixa claro a seriedade do exame de corpo e delito, não dando nem 
mesmo ao magistrado discricionariedade para definir sobre a concretização, sendo 
completamente vinculado a decisão do magistrado de que seja realizado o exame 
de corpo de delito quando a infração deixar vestígios. 
De acordo com o artigo 159 do Código de Processo Penal o exame de corpo de 
delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de 
curso superior. 
O legislador na procura por uma prova imparcial para auxiliar o juiz em sua 
decisão, e a importância do trabalho dos peritos, também pode ser observada no 
artigo 169 do Código de Processo Penal, quando mostra a necessidade da 
preservação do local da infração, evitando qualquer alteração possa inutilizar o fato 
ocorrido, desta forma: 
 
Art.169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a 
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o 
estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus 
6 
 
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos (BRASIL, 
1941). 
 
Alguns pressupostos devem ser rigorosamente seguidos para que os vestígios 
visíveis ou não possam ser encontrados e coletados e esses princípios são eles: 
local adequadamente isolado e preservado para a perícia, capacitação contínua do 
quadro de peritos e existência de equipamentos e tecnologias corretas a cada 
vestígio. 
O exame de corpo de delito é dividido em direto e indireto, sendo o direto o exame 
que o perito examina os próprios vestígios materiais, é o exame realizado na 
matéria, diretamente e deve ser feito com a maior brevidade possível, porque os 
vestígios desaparecem. É o exame que maior segurança oferece na elucidação do 
fato; e o indireto, onde o perito se baseia geralmente o laudo, seu exame, levando 
em consideração os depoimentos de testemunhas, as informações obtidas junto às 
testemunhas. 
Entende GRECO FILHO (2010) que os exames ou perícias em geral são 
verificações elaboradas por técnicos ou pessoas com conhecimento do objeto do 
exame. Para tanto, visando a idoneidade da prova, o exame de corpo de delito é 
realizado por perito oficial, portador de diploma de curso superior e, em nosso 
entendimento, ressalta-se a importância da preparação e conhecimento do referido 
profissional na área de atuação, bem como na análise do vestígio encontrado para 
transparecer ao juiz expertise na conclusão do laudo. 
Desta forma, a atividade é exercida pelo perito oficial, responsável pela produção da 
prova material, consubstanciada em laudo pericial, após a devida identificação, 
coleta, processamento e correta interpretação dos vestígios dentro dos limites 
estabelecidos pela ciência. 
 
4. Cadeia de custódia 
Sabendo que as provas são o eixo central do processo, está servindo para 
reconstituir um fato pretérito, preservar as provas é imprescindível, como podemos 
observar na coleta do digitais, por exemplo. Desta forma, a cadeia de custódia, 
como entende VELHO (2015) refere-se a uma sucessão de eventos seguros e 
confiáveis que deverão ter início de forma legal no primeiro contato da polícia com o 
vestígio. 
Desta forma, a cadeia de custódia colabora para a consagração da prova pericial e o 
referente laudo. A responsabilidade de manutenção da integridade processual é 
distribuida a todos os agentes envolvidos, compreendendo o perito criminal. A 
necessidade de fórmulas padronizados é necessária, para que diante das 
indagações da defesa do acusado, as provas periciais perdurem vigorosas e 
transparentes, servindo de matéria de convicção do magistrado. 
WATSON (2009) descreve a cadeia de custódia como o processo pelo qual as 
provas estão sempre sob o cuidado de um indivíduo conhecido e acompanhado de 
um documento assinado pelo seu responsável, naquele momento. 
Segundo CHASIN, a cadeia de custódia se divide em externa e interna: a fase 
externa seria o transporte do local de coleta até a chegada ao laboratório. A interna, 
refere-se ao procedimento interno no laboratório, até o descarte das amostras. 
De acordo com o artigo 6º do Código de Processo Penal: 
 
7 
 
art. 6º: Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados 
pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias; (BRASIL, 1940). 
 
O Código de Processo Penal diz que a autoridade policial deve certificar a 
preservação do local do crime, manejar indícios do local, logo a garantia da 
investigação. ESPÍNDULA (2009) cita que todos os elementos que darão origem às 
provas periciais ou documentais requerem cuidados para resguardar a sua 
idoneidade ao longo de todo o processo de investigação e trâmite judicial. 
O artigo 170 do Código de Processo Penal nos traz que nas perícias de laboratório, 
os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. 
Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
A cadeia de custódia exige o estabelecimento de um procedimento regrado e 
formalizado, documentando toda a cronologia existencial daquela prova, para 
permitir a posterior validação em juízo e exercício do controle epistêmico. 
Ao entendimento de VELHO (2015) são duas as formas mais importantes para se 
iniciar a cadeia de custódia: a perícia em locais de crime e a execução de mandados 
de busca e apreensão. Em ambos instrumentos os cuidados devem ser tomados 
tanto no âmbito técnico quanto no âmbito legal. Ainda, em seu entendimento: 
 
De nada adiantará possuirmos a melhor estrutura de análise se o vestígio 
tiver sua origem questionada. O principal cuidado é garantir sua segurança 
e idoneidade. Este cuidado é função de toda a polícia, senão de nada 
adiantarão as mais modernas tecnologias criminalísticas se o vestígio 
apresentar pontos questionados (técnicos ou jurídicos) em sua obtenção e 
coleta. Se um vestígio material com valor probatório tiver sua origem 
questionada, o processo como um todo poderá ser ineficiente no que tange 
à aplicação da Justiça. Indivíduos culpados podem ser postos em liberdade 
por quebra da cadeia de custódia (VELHO, 2015). 
 
Concluímos, então, que cadeia de custódia é uma sucessão de eventos seguros e 
confiáveis que, tendo origem na cena de crime, mantém a idoneidade legal e a 
preservação técnica necessárias para que esses vestígios não venham nunca a ter 
sua origem e manuseios questionados até sua utilização pela Justiça como 
elemento probatório. 
Nas lições de Antônio Magalhães Gomes filho (1997): 
 
Os mecanismos probatórios servem à formação do convencimento do juiz e, 
concomitantemente, cumprem função não menos relevante de justificar 
perante o corpo social a decisão adotada; assim, considerar a prova como 
a “alma do processo” tanto pode significar a exaltação do seu valor interno – 
de instrumento pelo qual o juiz se esclarece sobre os fatos -, como a 
identificação de um elemento vivificador através do qual a atividade 
processual assimila valores e símbolos vigentes na sociedade, propiciando 
em contrapartida, a adesão do grupo ao pronunciamento resultante. 
Em outras palavras, além de ser um procedimento cognitivo, a prova é 
também um fenômeno psicossocial; daí a extraordinária importância da 
natureza das provas e o modo como elas são obtidas e incorporadas ao 
processo (GOMES FIHO, 1997). 
8 
 
 
Segundo Marinho (2011), o Estado não deve apenas preservar a idoneidade 
e integridade da prova penal, mas também, tem o dever de mostrar a história da 
prova, a sua natureza, origem, e etc. E só assim, poderá se dizer que a prova foi 
produzida de maneira cristalina, já que foi possível manter a memória da prova em 
todas as fases. 
 
O Estado também não tem apenas o dever de preservar a integridade e 
idoneidade da prova, mas, também de mostrar a história da prova, ou seja, 
a sua origem, sua natureza, como foi coletada, hora e data de cada ato, 
como foi acondicionada, transportada, armazenada e analisada com registro 
de todos os atos integrante da cadeia de custódia. Desse modo, podemos 
dizer que a prova fora produzida de forma transparente e com qualidade, 
permitindo assegurar a memória de todas as fases (MARINHO, 2011). 
 
Assim, podemos dizer que a cadeia de custódia é formada por uma série de 
procedimentos técnicos e científicos que irão prover a informação necessária para 
demostrar que a prova foi mantida integre desde a sua origem. 
Nas palavras de Marinho: 
 
A cadeia de custódia é constituída por uma série de atos interligados,sem 
deixar lacuna, visando a segurança e confiabilidade do processo em que os 
vestígios estão submetidos, bem como a manutenção da integridade 
conforme sua natureza. Todos os atos devem ser registrados, inclusive os 
profissionais que preservaram o local e os que manusearam com os 
vestígios desde a coleta, transporte, recebimento pelos órgãos de perícia 
oficial e armazenamento (MARINHO, 2011). 
 
De tal modo, como entende PRADO (2014), a exigência da preservação da cadeia 
de custódia das provas configura elemento fundamental de adequação do processo 
penal ao estado de direito. A cadeia de custódia é o principal meio para que uma 
prova se mantenha lícita e íntegra. 
Afinal, verificando a quebra da cadeia de custódia, a prova será excluída do 
processo, tornando-se desonesta. Pois, é precisamente a cadeia de custódia que irá 
garantir que a prova passou pelos transmites do contraditório e ampla defesa, não 
desmerecendo nenhuma garantia processual, fazendo com que se torne possível a 
paridade de armas no processo, conforme Geraldo Prado: 
 
A rigor, além de escavar lacunas nos elementos probatórios e torná-los 
porosos e carentes de dados capazes de orientar em outra direção a 
conclusão judicial acerca dos fatos penalmente relevantes, a quebra da 
cadeia de custodia indica a perversão dos fins da cautelar: no lugar da 
“aquisição” e “preservação” de elementos informativos, a medida tende a 
instrumentalizar ações abusivas de supressão de alguns destes elementos, 
esgrimindo os remanescentes com apoio no efeito alucinatório das 
evidências. (PRADO, 2014) 
 
Desta feita, a não preservação dos meios de prova acarreta ao descrédito da prova, 
podendo levar a nulidade de todo o processo. 
 
5. Criminalística 
A criminalística é uma ciência que se utiliza do conhecimento de outras ciências 
para poder realizar a sua função, de modo que, sacar referencias de qualquer 
9 
 
vestígio encontrado em um local de crime, que facultem o alcance de conclusões 
acerca do fato, restaurando os atos do agente da infração e se possível, identifica-lo. 
A criminalística é classificada como uma disciplina proveniente da Medicina Legal, é 
quase tão anosa quanto a própria raça humana. No século XIX era a medicina legal 
que tratava da busca relacionada com a materialidade do crime. 
Com o progresso dos diversos ramos das ciências, como a física, a química e a 
biologia, houve a obrigação de uma maior especialização, o que fez com que outros 
profissionais passassem a ser estudados. 
Criminalística é uma palavra oriunda do alemão kriminalistik, que compreende os 
diversos pontos dos métodos científicos e tecnológicos apostos a investigação e 
solução de objetos legais. Para HOUCK e SIEGEL (2006) criminalística é uma área 
da ciência forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por 
atividades criminais. 
A criminalística de acordo com ESPÍNDULA (2007), é uma ciência que objetiva a 
individualização e a identificação dos vestígios materiais relacionados aos delitos em 
geral, valendo-se das suas próprias regras e metodologias e do conhecimento das 
demais ciências, a fim de saber o que aconteceu, a maneira como se desenvolveu 
os fatos e quem cometeu o crime. 
Assim, surgiu a necessidade da concepção de uma nova ciência para a pesquisa, 
análise de vestígios encontrados nos locais de crimes. Desta forma, germina a 
criminalística, um conhecimento independente que vem dar suporte à a justiça, 
tendo como alvo o aclaramento de casos criminais. 
Para HOUCK e SIEGEL (2006), a ciência forense é descrita como o estudo de 
associação entre pessoa, lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na 
qual diferentes disciplinas assistem na investigação de casos criminais e civis. 
Criminalística é a ciência científica diretamente conexa ao reconhecimento, a 
identificação, a individualização e a avaliação da evidência física pela aplicação das 
ciências aplicadas às questões legais. Para GIALAMAS (2000), um criminalista 
utiliza o princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir 
informações da cena do crime e da evidência física 
Os elementos presentes na cena de um crime possuem propriedades gerais e 
específicas e que quando avaliadas por técnicas cientificamente comprovadas, 
podem proporcionar dados capazes de identificar um criminoso. 
As evidências são os vestígios e indícios, sendo que vestígio pode vir a se tornar 
indício. De acordo com o artigo 239 do Código de Processo Penal, considera-se 
indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, 
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. A 
preservação dos vestígios é fator importante para um laudo conclusivo, devendo ser 
isolado o local do crime. 
Segundo RABELLO (1996), a especialização e sistematização destes 
conhecimentos, recursos e procedimentos, e a efetiva aplicação dos mesmos à 
finalidade especificamente judiciária da investigação criminal vieram a se constituir 
em uma disciplina autônoma, auxiliar e informativa do Direito Judiciário Penal, a 
qual recebeu o nome de Criminalística. 
A prova pericial será apanhada e apreciada pela Polícia Técnico-Científica, está 
sendo um Órgão da Administração Pública subalterno à Secretaria de Segurança 
Pública. 
A Polícia Técnico-científica é circunspeta por diferentes campos técnicos, que 
possuem inteligência própria e fundamentais para a produção da prova pericial 
específica. 
10 
 
Assim, demonstra que, além da precisão da prova pericial no processo penal, a 
criminalística e seus meios de aplicação nas sapiências de vestígios encontrados 
no local, são fundamentais para a explanação de crime. A criminalística não é 
importante somente para peritos criminais assim como para os operadores do 
direito que buscam o aprofundamento da matéria e seu proveito no âmbito penal, 
objetivando a veracidade e a genuinidade de fatos para a solução de crimes. 
Como ofício, a criminalística é composta por especialistas cujo trabalho é responder 
teses para a justiça por intermédio de dados, documentos e testemunhas. No Brasil, 
o termo usualmente usado é o de perícias criminais, mas ciências forenses também 
podem ser usadas, podendo ser estudo das questões judiciais que envolvem casos 
criminais e civis. 
Segundo o Código de Processo Civil em seu artigo 420, a prova pericial consiste em 
exame, vistoria ou avaliação. SILVA (1999) define que as perícias são operações 
destinadas a ministrar esclarecimentos técnicos à justiça e FRANÇA (2001) como 
um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a 
existência ou não de uma questão judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou 
que com ele tenha relação. 
Por fim, para FRANÇA; ESPÍNDULA (2001; 2007) a perícia é requisitada pela 
autoridade que legalmente estiver conduzindo o inquérito e a ação judicial, como o 
juiz, que poderá ou não nomear um perito. O perito nomeado deverá possuir os 
conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. 
 
6. Sistema judiciário 
Para um julgamento imparcial e aproximado da autenticidade, a perícia criminal 
tornou-se um meio de prova fundamental no sistema jurídico pela sua eficácia de 
explanação de dúvidas, por meio de profissionais altamente eficientes e qualificados, 
habilitados para a função que lhe foram impostas. 
O direito seja ele em qual campo estiver, vem ganhando mais habilidade no 
deferimento de sentenças embasadas em laudos periciais e que reforça a segurança 
jurídica, seja do Estado ou das partes envolvidas. 
Desta forma, a Constituição Federal de 1988 entende com obstinação os direitos e 
garantias fundamentais dos cidadãos, objetivando evitar tratamentos indignos ou 
desmerecido antes mesmo da decisão do juiz, conforme entende o artigo 5º, LVII 
que diz que, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória. 
Assim como, a Constituição prediz o princípio do contraditório em seu artigo 5º, 
incisoLV, ressaltando o direito à prova para assegurar às partes os recursos 
suficientes a defesa do acusado. 
O processo judicial é conduzido pelo Direito Processual que surge com um 
emaranhado de princípios e normas que presidem a atividade pelo Estado da função 
jurisdicional. 
O processo, no decorrer do tempo, obteve diferentes alterações em busca da mais 
eficaz, segura e adequada solução para os conflitos. 
Frequentemente para se chegar a uma conclusão mais próxima da verdade e 
autenticidade é preciso a realização de perícias que irão colaborar para uma análise 
cautelosa dos fatos alegados, causando aos autos uma prova carregada de 
proporção técnica cujo peso probatório é de suma importância para a prolação de 
uma sentença imparcial e justa. 
11 
 
De acordo com DOREA; STUMVOLL e QUINTELA (2012), a prova pericial é 
produzida a partir de fundamentação científica dos elementos materiais deixados 
pela ação delituosa, enquanto a formação das chamadas provas subjetivas 
depende de testemunho ou interpretação de pessoas, podendo ocorrer uma série 
de erros, desde a simples falta de capacidade da pessoa em relatar o fato, até a 
situação de má-fé, onde exista intenção de distorcer os fatos para não se chegar a 
verdade, contribuindo para condenar um indivíduo por um crime que não tenha 
cometido, deixando de lado a justiça. 
A prova testemunhal torna-se cada vez mais vulnerável pois não se sabe se a 
pessoal realmente testemunhou o episódio. Assim, o juiz poderá fundamentar em 
uma prova sem plena segurança. Assim como a confissão, como prova não possui 
força processual, visto que, pode ter sido advinda de tortura, tendo a pessoa 
confessado algo não verídico e lúcido. 
Segundo MADEIRA DEZEM (2008), a experiência havida no Direito Romano, na 
inquisição, no regime nazista e, no Brasil, no período de exceção, demonstra que a 
confissão deve ser analisada com cautela e reservas. 
Ainda, VELHO; GEISER e ESPINDULA (2013) afirmam que se o caráter 
fundamental do direito à prova reside no compromisso de assegurar às partes os 
meios necessários e suficientes à sua defesa, na medida em que se utiliza de 
recursos científicos e tecnológicos para oferecer à sociedade uma prova, 
sobretudo, isenta, robusta e confiável, cumpre a prova pericial seu papel de 
verdadeiro e efetivo remédio no esclarecimento da verdade. 
Desta forma, o interesse do legislador em colocar a necessidade do exame dos 
vestígios identificados no local do crime por perito oficial, adequadamente 
especializado, buscando a maior contiguidade possível do fato criminoso, assim 
como da materialidade do crime. 
O princípio da dignidade humana pela Constituição, prevê a justiça nos processos, 
não devendo o julgador embasar apenas em relatos expostos por pessoas ou por 
confissão, surgindo a importância da prova pericial. 
A perícia judicial é uma forma de trazer clareza aos fatos apresentados para a 
solução do conflito, estando sujeita a princípios, regras e formalidades legais que 
doutrinam as ações nos diferentes processos judiciais, e assim, há a necessidade de 
aperfeiçoamento técnico nas funções propostas com entendimento de alguns dos 
trâmites legais. 
O perito judicial é o técnico, ou especialista que opina sobre questões que lhe são 
submetidas pelas partes, ou pelo juiz, a fim de esclarecer fatos que auxiliem o 
julgador a formar sua convicção. 
Para exercer a função, solicitada pelo magistrado ou autoridade competente, o perito 
deve embasar seu ofício em estudo técnico e legal, tendo como objetivo norteador a 
solidez, transparência, assertividade, proporcionando ao juiz um julgamento 
imparcial e concludente. 
A prova pericial é a comprovação que se faz ao magistrado sobre a presença de 
determinado caso interrogado por contradição formada pelas partes, tendo como 
desígnio enriquecer o julgador de informações específicos sobre o assunto técnico 
as quais não está compelido a conhecer, utilizando-se, de profissionais 
especializados na área, que pelo meio de seus laudos permitirão sua persuasão 
para decidir uma lide. 
Vale ressaltar, que o profissional nomeado pelo magistrado é intitulado como perito 
judicial e os profissionais nomeados pelas partes são os assistentes técnicos que 
12 
 
acompanharão o trabalho do perito. A título de informação, a nomenclatura “laudo” é 
utilizado pelo perito e “parecer” utilizado pelos assistentes técnicos. 
Para ser formulado o laudo pericial, o perito deve estar familiarizado com o processo 
e nele trasladar o objeto de perícia, seguindo as diligências necessárias que 
permitam a produção do laudo. 
A justiça necessita do desempenho dos peritos para aclarar assuntos que fogem da 
ciência técnico do magistrado, portanto, a perícia é sim uma ferramenta primordial 
para uma decisão justa. 
Por fim, o desempenho desses profissionais, peritos criminais, é de incalculável 
enaltecimento à atividade desenvolvida pelo poder judiciário, especialmente ao 
desempenho e entendimento do julgador que necessita dos empréstimos de seus 
saberes para que assim possa proferir uma decisão justa e adequado, e a lide, 
segurança jurídica incontestável. 
 
7. Conclusão 
A perícia criminal é um conjunto de matérias e métodos utilizadas com o intuito de 
resolver crimes, além do suporte em soluções nas áreas cíveis, trabalhistas, 
administrativas. Nesta seara, nasce as ciências forenses, que desde as origens, 
tenta assessorar na produção de provas imparciais e na tentativa de acudir na 
elucidação de contravenções. 
Durante a trajetória, vários casos sabidos do uso da prova pericial são registrados, 
dando mostra significância desse tipo de prova na busca da aplicação da justiça e 
elucidação de crimes. 
A ciência se liga em direção à criminalística na produção de provas. A 
imparcialidade adquirida pelo processo científico acarreta valor ético e moral 
à prova. Com o enriquecimento da ciência, os métodos de produção de prova e a 
forma de trabalho da perícia criminal vêm evoluindo extraordinariamente, o que dá 
força e credibilidade cada vez maior para a prova pericial. 
É importante também salientar a indispensabilidade do estudo e de informação da 
matéria pelos operadores do direito para que se possa obedecer os princípios do 
contraditório e da ampla defesa previstos na Constituição Federal e para conferir 
entendimento no que for apresentado pelo perito criminal, bem como a análise da 
indispensabilidade de seu trabalho para a contribuição da solução de fatos 
delituosos na justiça. 
O sistema de apreciação de provas no Brasil tem como resultado o sistema de livre 
convencimento motivado, onde o magistrado pode analisar a prova estabelecida de 
maneira livre. Não obstante, suas decisões devem ser embasadas, explicando as 
razões pelas quais chegou a determinada decisão. 
O exame do processo para o livre convencimento do magistrado ofereça a 
harmonia possível e a verdade jurídica dos fatos, uma vez que, seguindo o 
princípio do devido processo legal e da dignidade humana, tenciona-se, com a 
prova, atingir a justiça. Rui Barbosa cita que a justiça atrasada não é justiça, senão 
injustiça qualificada e manifesta, sustenta a indispensabilidade da perícia em 
crimes que deixam vestígios, bem como a confiabilidade de sua execução por 
peritos, capacitados, pretendendo-se a concretização da justiça como pressuposto 
fundamental do processo penal e do Estado democrático de Direito. 
Não obstante, os benefícios que a prova pericial possui em analogia aos demais 
tipos de prova, por exemplo, o fato de ter pouca influência da vontade humana, por 
13 
 
seguir o procedimento científico, a ela não se afere valoração distinta das demais 
ocupações probatórias, o seu valor terá o mesmo peso do que uma prova 
testemunhal necessitando o julgador, no entanto, analisar todo o conjunto de provas 
para firmar o seu intelecto. 
A Criminalística evidência métodos científicos que são utilizados para a elucidação 
dos crimes e ressalta a importância da perícia em crimes que deixam vestígios. 
Essa necessidadeé posta em destaque quando o legislador brasileiro impõe como 
determinação o exame de corpo de delito em crimes que deixam vestígios, 
podendo o procedimento ser nulo na ausência deste. 
Assim, discorremos o peso das provas no processo, salientando a prova pericial 
pela sua materialidade e, ainda, pela autenticidade na demonstração da 
fidedignidade aos fatos. Com a evolução histórica da disciplina Criminalística no 
Brasil e no mundo e do conhecimento e sapiência, torna-se ainda mais patente e 
preciso a prova pericial, podendo-se atingir, em alguns casos, o autor do crime por 
meio da análise de digitais e outros. 
Na procura de seguir fundamentos constitucionais, como a dignidade da pessoa 
humana, conforme a Constituição Federal em seu artigo1º, inciso III, e a construir 
uma sociedade livre, justa e solidária, conforme artigo 3º, inciso I, da CF cabe ao 
Estado designar cada vez mais progressos das perícias criminais, contribuindo com 
valências para pesquisas, incremento profissional dos peritos, incorporação coletiva 
entre perícia e coletividade. 
Assim, a tentativa de se alcançar um sistema judicial, de fato, justo e 
imparcial, ganha fundamento ao se buscar cada vez mais o progresso dos 
processos de produção de prova pericial. 
 
8. Referências 
 
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14 
 
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