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1 A importância da perícia no sistema judiciário Pamella Nogueira de Morais – pamellanog@gmail.com Perícia Criminal e Ciências Forenses Instituto de Pós-Graduação - IPOG Londrina, PR, 26 de agosto de 2019 Resumo A prova é uma matéria primordial para o processo penal, no decorrer dos anos, vem se tornando resistente e trazendo instrumentos cada vez mais autênticos para a livre persuasão do magistrado e com isso, utilizando-a na justiça. Desta forma, existem alguns crimes que são caracterizados como passageiros, ou seja, transeuntes, o qual se faz necessário a realização de exames periciais para que possa explanar os fatos e assim, alcançar a verdade. O processo penal exige a verdade real dos fatos, pois o que está em pauta é o interesse público (FEITOSA, 2010). A prova pericial no Processo Penal traz garantia para tomadas de decisões no trâmite do processo. O presente artigo, tem como objetivo analisar a importância da prova pericial no Processo Penal, sua elaboração, está relacionada com o interesse público, de tal forma, que as provas no processo poderão clarificar o exercício da prática criminosa. Quanto aos meios metodológicos empregados, fez-se uso de pesquisa bibliográfico para a exação dos dados e estudo do Código de Processo Penal. Em referência aos fins, o estudo é do tipo exploratório. O estudo dos elementos é do tipo crítica de matéria. Para tanto, o presente artigo propõe apresentar, a princípio, os conceitos de prova, analisando-a no bojo do direito processual penal. Ainda, busca demonstrar o sentido de perícia, sua seriedade, assim como importância da prova pericial para a elucidar crimes e obter a veracidade. Afinal, o presente artigo busca analisar questões relacionadas à prova pericial no direito processual penal brasileiro, aferindo a sua legalidade e seriedade no âmbito do Direito. Palavras-chave: Prova. Prova Pericial. Processo Penal. Sistema Judiciário. 1. Introdução A prova é aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração, aquilo que mostra ou confirma a verdade de um fato. Desta forma, é de suma importância para o processo, constituindo-se matéria essencial para a tomada de decisões no trâmite do processo penal o qual define meios para a livre convicção do magistrado e, por conseguinte o desenvolvimento da justiça como pressuposto indispensável. A prova é caracterizada por prova material, prova testemunhal e confissão. A prova material por estar sustentada em pilares científicos, enquadra-se como sendo uma das provas de maior relevância. Não há dúvidas que a prova pericial é a que se destaca entre os outros meios de provas, nela os elementos e cálculos são lançados de forma precisa e meticuloso, permitindo que até os mais leigos entendam as conclusões abordadas pelo perito. 2 É insubstituível a realização da perícia no local do crime para que se identifique os vestígios, desta forma, ampliando a veracidade de identificação de quem cometeu o delito. No aprofundamento do tema, pretende-se abordar o conceito de prova pericial no Brasil, com a consequente assistência no Sistema Judiciário Brasileiro, facultando à prova pericial a veracidade dos fatos e das informações encontradas no local do crime. Pretende-se ainda, explorar o conceito de corpo de delito, o qual é o conjunto dos vestígios materiais resultantes da prática criminosa, e ainda a cadeia de custódia que para VELHO (2015) refere-se a uma sucessão de eventos seguros e confiáveis que deverão ter início de forma legal no primeiro contato da polícia com o vestígio Pretende-se ainda destacar no presente artigo a relevância do estudo Criminalística não apenas para os peritos criminais, mas para todos aqueles envolvidos e influentes no Direito. Por fim, por meio de pesquisas bibliográficas, estudos de teses, legislação brasileira e ainda, artigos científicos, pretende-se evidenciar a indispensabilidade da prova pericial no processo penal. 2. Prova Pericial Os meios de provas são tudo aquilo que pode ser aplicado, direta ou indiretamente para provar o que foi alegado no processo, são os meios de percepção da verdade e a construção do convencimento do magistrado, o ônus da prova é de quem alega, conforme nosso ordenamento, artigo 156 do Código de Processo Penal: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida (BRASIL, 1941). Prova é qualquer elemento ou matéria produzida em juízo ou a ele dominado, assim, entende o dicionário MICHAELIS (2009) prova é tudo aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração. Aquilo que mostra ou confirma a verdade de um fato. Assim, as matérias de conteúdo ilícito não constituem provas, pois, prova demonstra a verdade, um fato. Na busca de um recurso da lide, busca-se provar a veracidade dentro daquilo que foi produzido nos autos, demostrando com isso a acuidade de um processo bem feito, com provas bem produzidas, pois depende delas e do convencimento do magistrado a condenação ou não do réu. Como o juiz não tem ciência técnica de todas as áreas, ele precisa se valer de peritos e assistentes qualificados para o auxiliarem na produção de provas que possa alcançar o seu livre convencimento. Para que se possa chegar ao convencimento do magistrado, as partes deverão fazê-lo através da produção de provas, este é o instrumento do processo para se chegar a verdade dos que foi alegado, é o meio para que possa ser demostrada a existência de um fato, a falsidade ou a veracidade de uma afirmação. Ao entendimento de LIMA (2017), a prova corresponde ao conjunto de atos que são praticados tanto pelas partes, como pelo juiz e, também, por terceiros visando proporcionar ao magistrado subsídios suficientes para formar a sua convicção sobre 3 a existência ou não de determinado fato, ou, ainda, sobre a veracidade ou falsidade de dada afirmação. GRECO FILHO (2010) descreve a prova como todo elemento que pode levar o conhecimento de um fato a alguém. Além disso, GRECO FILHO (2010) destaca ainda que no processo, a prova é todo meio destinado a convencer o juiz a respeito da verdade de uma situação de fato. Entende MARQUES (2009), que a prova consiste em um elemento instrumental que serve para que as partes possam influenciar a formação de convicção do juiz, sendo, pois, o meio de que este se serve para a averiguação dos fatos sobre os quais as partes fundamentam suas alegações. Verifica-se, assim, a importância das provas no processo e preocupação dos doutrinadores para que sejam realizadas a comprovação dos crimes com excelência e, posteriormente a análise pelo magistrado, de forma que haja a formação de defesa e acusação, uma vez que o princípio do contraditório e da ampla defesa, em Direito processual, é um princípio jurídico fundamental do processo judicial moderno, onde é garantido a imparcialidade do juiz. Desta forma, BONACCORSO (2009) esclarece que o contraditório garante a imparcialidade do juiz perante a causa que também deve exercê-la na preparação do julgamento. Por refletir garantia de imparcialidade do juiz na valoração daquilo que foi dialeticamente trazido ao processo, o contraditório é tido entre as garantias fundamentais do processo justo. De acordo com os artigos 155, 156, I e II, 209 e 234 do Código de Processo Penal nos dizem que: Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. [...] Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciadaa ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. [...] Art. 209 O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. § 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa. [...] Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível (BRASIL, 1941). CAPEZ (2017) segue nesse mesmo sentido, ao sustentar que o objetivo na atividade probatória consiste no convencimento do destinatário das provas, ou seja, o juiz, de modo a contribuir para que este possa formar a sua convicção sobre o caso. A esse respeito, é o trecho que ora se colaciona, no qual o autor faz menção à relevância que as provas, em geral, têm para a reconstrução do fato delitivo e da contribuição que a mesma confere ao julgador: 4 Na medida em que não presenciou o fato que é submetido a sua apreciação, é por meio das provas que o juiz poderá reconstruir o momento histórico em questão, para decidir se a infração, de fato, ocorreu e se o réu foi seu autor. Só depois de resolvida, no espírito do julgador, essa dimensão fática do processo (decisão da quaestio facti) é que ele poderá aplicar o direito (ou seja, solucionar a quaestio juris) (CAPEZ, 2017). Destarte, a prova é elemento imprescindível para a elucidação do processo, sendo produzida para obstruir dúvidas acerca de pontos importantes e pertinentes, deste modo, o alcance da verdade no processo. Cabe ressaltar alguns conceitos, o quais, prova é a verificação de algo, com a finalidade de demonstrar a exatidão ou a verdade da alegação feita pela parte ao juiz. Pode ser um termo utilizado com três sentidos: ação de provar; meio ou instrumento para a demonstração da verdade; resultado da ação. Meios de prova são todos os instrumentos lícitos previstos em lei. Objeto de prova são os fatos, mas excepcionalmente o direito, desde que se trate de normas internacionais, estaduais e municipais, quando não sejam do conhecimento do juiz. Finalidade da prova – convencer o magistrado a respeito da verdade de um fato alegado e litigioso. Ônus da prova é o encargo de demonstrar ao juiz que o alegado corresponde à realidade. Avaliação da prova – rege-se pelo princípio da persuasão racional, isto é, pelo livre convencimento do juiz, desde que fundamentado. Qualquer prova lícita pode ser avaliada livremente pelo magistrado ao decidir a demanda De acordo com CAPEZ (2017), a prova se apresenta como sendo necessária para firmar o convencimento do juiz acerca da verdade real dos fatos, que, por sua vez, não se confunde com a verdade formal, buscada no processo civil. Busca-se efetivamente, conforme o autor, compreensão sobre o que ocorreu verdadeiramente, e não o que restou demonstrado no processo. Segundo MIRABETE (2005), o juiz, condutor do processo penal, para que possa solucionar com exatidão o litígio penal que se apresenta, deve buscar apurar a verdade dos fatos visando, assim, a aplicação da lei penal com justiça. Prova é o fato, evento ou situação que deva ser demostrado no processo, como o magistrado se presume douto sobre o direito a aplicar, as ações instrutórias só se referem à prova das quaestiones facti. O magistrado deve apreciar o Direito, obrigação essa que é embrionária para o exercício da jurisdição iura novit curia. De onde segue que, compõe objeto de prova não só o que diz respeito às questões de fato brotadas no processo exclusivamente, no entanto, também o direito pode ser objeto de prova. De acordo com COSTA FILHO (2012), o termo perícia advém de termo em latim que tem o significado de experiência, saber, habilidade. Ressalta o autor, que: Diligência que possui a finalidade de estabelecer a veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de interesse da justiça, por meio de provas. É a análise de toda matéria colhida como vestígio de uma infração, ou seja, o exame do corpo de delito (COSTA FILHO, 2012). A prova pericial é o meio que o julgador terá base e conhecimentos para decidir sobre os fatos, no que diz respeito aos exames realizados de forma aprofundada nos vestígios encontrados no locas do crime. Na visão de LOPES JR. (2016), a prova pericial se mostra de grande relevância por ser menos susceptível à influência humana quando é comparada com provas subjetivas, como é o caso da prova testemunhal. Não obstante tal característica, de grande relevância para a seara criminal, é certo, porém, de acordo com o autor, que 5 não lhe é atribuído maior valor em relação aos outros tipos de prova, tendo em vista que, ainda assim, o juiz, para estabelecer a sua convicção e proferir decisão justa, analisará o conjunto de provas disponível nos autos, valorando-as igualmente para a formação de seu convencimento. TOURINHO FILHO (2014), em importante complementação, dispõe que a perícia consiste no exame que é realizado por pessoas, denominadas peritos, detentores de conhecimentos específicos científicos, técnicos, práticos ou artísticos acerca de determinadas circunstâncias, fatos ou condições que sejam relativas ao fato delitivo. O seu uso se dá, conforme o autor, para comprovação da existência do fato delitivo e da dinâmica de ocorrência, com vistas a elucidá-lo e, assim, possibilitar ao julgador que profira uma decisão justa. Diante disso, ainda segundo TOURINHO FILHO (2014), a perícia deve ser concebida como uma prova essencialmente técnica. Entende ARANHA (2006), as perícias, especialmente na seara criminal, apresentam grande relevância, tendo em vista que, por meio delas, busca-se evidenciar a veracidade dos fatos, elucidando o crime para que o julgador, como destinatário que é das provas produzidas, possa proferir a sua decisão de forma justa. Nesse sentido, dispõe o autor que a perícia consiste em é um meio instrumental, técnico- opinativo e alicerçado da sentença. 3. Corpo de delito O corpo de delito é, toda matéria, ou seja, o conjunto dos vestígios materiais resultantes da prática criminosa. Para TUCCI (1978, p. 204) o exame de corpo de delito como meio de prova, prova pericial, destinada à apuração dos elementos físicos, materiais, da prática criminosa, mediante a sua constatação direta e documentação imediata. Nem todas as infrações penais deixam, produzem vestígios materiais. Todavia, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito. Como observamos no artigo 158 do Código de Processo Penal: Artigo 158 do Código de Processo Penal - quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (BRASIL, 1941). O artigo 158 deixa claro a seriedade do exame de corpo e delito, não dando nem mesmo ao magistrado discricionariedade para definir sobre a concretização, sendo completamente vinculado a decisão do magistrado de que seja realizado o exame de corpo de delito quando a infração deixar vestígios. De acordo com o artigo 159 do Código de Processo Penal o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. O legislador na procura por uma prova imparcial para auxiliar o juiz em sua decisão, e a importância do trabalho dos peritos, também pode ser observada no artigo 169 do Código de Processo Penal, quando mostra a necessidade da preservação do local da infração, evitando qualquer alteração possa inutilizar o fato ocorrido, desta forma: Art.169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus 6 laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos (BRASIL, 1941). Alguns pressupostos devem ser rigorosamente seguidos para que os vestígios visíveis ou não possam ser encontrados e coletados e esses princípios são eles: local adequadamente isolado e preservado para a perícia, capacitação contínua do quadro de peritos e existência de equipamentos e tecnologias corretas a cada vestígio. O exame de corpo de delito é dividido em direto e indireto, sendo o direto o exame que o perito examina os próprios vestígios materiais, é o exame realizado na matéria, diretamente e deve ser feito com a maior brevidade possível, porque os vestígios desaparecem. É o exame que maior segurança oferece na elucidação do fato; e o indireto, onde o perito se baseia geralmente o laudo, seu exame, levando em consideração os depoimentos de testemunhas, as informações obtidas junto às testemunhas. Entende GRECO FILHO (2010) que os exames ou perícias em geral são verificações elaboradas por técnicos ou pessoas com conhecimento do objeto do exame. Para tanto, visando a idoneidade da prova, o exame de corpo de delito é realizado por perito oficial, portador de diploma de curso superior e, em nosso entendimento, ressalta-se a importância da preparação e conhecimento do referido profissional na área de atuação, bem como na análise do vestígio encontrado para transparecer ao juiz expertise na conclusão do laudo. Desta forma, a atividade é exercida pelo perito oficial, responsável pela produção da prova material, consubstanciada em laudo pericial, após a devida identificação, coleta, processamento e correta interpretação dos vestígios dentro dos limites estabelecidos pela ciência. 4. Cadeia de custódia Sabendo que as provas são o eixo central do processo, está servindo para reconstituir um fato pretérito, preservar as provas é imprescindível, como podemos observar na coleta do digitais, por exemplo. Desta forma, a cadeia de custódia, como entende VELHO (2015) refere-se a uma sucessão de eventos seguros e confiáveis que deverão ter início de forma legal no primeiro contato da polícia com o vestígio. Desta forma, a cadeia de custódia colabora para a consagração da prova pericial e o referente laudo. A responsabilidade de manutenção da integridade processual é distribuida a todos os agentes envolvidos, compreendendo o perito criminal. A necessidade de fórmulas padronizados é necessária, para que diante das indagações da defesa do acusado, as provas periciais perdurem vigorosas e transparentes, servindo de matéria de convicção do magistrado. WATSON (2009) descreve a cadeia de custódia como o processo pelo qual as provas estão sempre sob o cuidado de um indivíduo conhecido e acompanhado de um documento assinado pelo seu responsável, naquele momento. Segundo CHASIN, a cadeia de custódia se divide em externa e interna: a fase externa seria o transporte do local de coleta até a chegada ao laboratório. A interna, refere-se ao procedimento interno no laboratório, até o descarte das amostras. De acordo com o artigo 6º do Código de Processo Penal: 7 art. 6º: Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; (BRASIL, 1940). O Código de Processo Penal diz que a autoridade policial deve certificar a preservação do local do crime, manejar indícios do local, logo a garantia da investigação. ESPÍNDULA (2009) cita que todos os elementos que darão origem às provas periciais ou documentais requerem cuidados para resguardar a sua idoneidade ao longo de todo o processo de investigação e trâmite judicial. O artigo 170 do Código de Processo Penal nos traz que nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas. A cadeia de custódia exige o estabelecimento de um procedimento regrado e formalizado, documentando toda a cronologia existencial daquela prova, para permitir a posterior validação em juízo e exercício do controle epistêmico. Ao entendimento de VELHO (2015) são duas as formas mais importantes para se iniciar a cadeia de custódia: a perícia em locais de crime e a execução de mandados de busca e apreensão. Em ambos instrumentos os cuidados devem ser tomados tanto no âmbito técnico quanto no âmbito legal. Ainda, em seu entendimento: De nada adiantará possuirmos a melhor estrutura de análise se o vestígio tiver sua origem questionada. O principal cuidado é garantir sua segurança e idoneidade. Este cuidado é função de toda a polícia, senão de nada adiantarão as mais modernas tecnologias criminalísticas se o vestígio apresentar pontos questionados (técnicos ou jurídicos) em sua obtenção e coleta. Se um vestígio material com valor probatório tiver sua origem questionada, o processo como um todo poderá ser ineficiente no que tange à aplicação da Justiça. Indivíduos culpados podem ser postos em liberdade por quebra da cadeia de custódia (VELHO, 2015). Concluímos, então, que cadeia de custódia é uma sucessão de eventos seguros e confiáveis que, tendo origem na cena de crime, mantém a idoneidade legal e a preservação técnica necessárias para que esses vestígios não venham nunca a ter sua origem e manuseios questionados até sua utilização pela Justiça como elemento probatório. Nas lições de Antônio Magalhães Gomes filho (1997): Os mecanismos probatórios servem à formação do convencimento do juiz e, concomitantemente, cumprem função não menos relevante de justificar perante o corpo social a decisão adotada; assim, considerar a prova como a “alma do processo” tanto pode significar a exaltação do seu valor interno – de instrumento pelo qual o juiz se esclarece sobre os fatos -, como a identificação de um elemento vivificador através do qual a atividade processual assimila valores e símbolos vigentes na sociedade, propiciando em contrapartida, a adesão do grupo ao pronunciamento resultante. Em outras palavras, além de ser um procedimento cognitivo, a prova é também um fenômeno psicossocial; daí a extraordinária importância da natureza das provas e o modo como elas são obtidas e incorporadas ao processo (GOMES FIHO, 1997). 8 Segundo Marinho (2011), o Estado não deve apenas preservar a idoneidade e integridade da prova penal, mas também, tem o dever de mostrar a história da prova, a sua natureza, origem, e etc. E só assim, poderá se dizer que a prova foi produzida de maneira cristalina, já que foi possível manter a memória da prova em todas as fases. O Estado também não tem apenas o dever de preservar a integridade e idoneidade da prova, mas, também de mostrar a história da prova, ou seja, a sua origem, sua natureza, como foi coletada, hora e data de cada ato, como foi acondicionada, transportada, armazenada e analisada com registro de todos os atos integrante da cadeia de custódia. Desse modo, podemos dizer que a prova fora produzida de forma transparente e com qualidade, permitindo assegurar a memória de todas as fases (MARINHO, 2011). Assim, podemos dizer que a cadeia de custódia é formada por uma série de procedimentos técnicos e científicos que irão prover a informação necessária para demostrar que a prova foi mantida integre desde a sua origem. Nas palavras de Marinho: A cadeia de custódia é constituída por uma série de atos interligados,sem deixar lacuna, visando a segurança e confiabilidade do processo em que os vestígios estão submetidos, bem como a manutenção da integridade conforme sua natureza. Todos os atos devem ser registrados, inclusive os profissionais que preservaram o local e os que manusearam com os vestígios desde a coleta, transporte, recebimento pelos órgãos de perícia oficial e armazenamento (MARINHO, 2011). De tal modo, como entende PRADO (2014), a exigência da preservação da cadeia de custódia das provas configura elemento fundamental de adequação do processo penal ao estado de direito. A cadeia de custódia é o principal meio para que uma prova se mantenha lícita e íntegra. Afinal, verificando a quebra da cadeia de custódia, a prova será excluída do processo, tornando-se desonesta. Pois, é precisamente a cadeia de custódia que irá garantir que a prova passou pelos transmites do contraditório e ampla defesa, não desmerecendo nenhuma garantia processual, fazendo com que se torne possível a paridade de armas no processo, conforme Geraldo Prado: A rigor, além de escavar lacunas nos elementos probatórios e torná-los porosos e carentes de dados capazes de orientar em outra direção a conclusão judicial acerca dos fatos penalmente relevantes, a quebra da cadeia de custodia indica a perversão dos fins da cautelar: no lugar da “aquisição” e “preservação” de elementos informativos, a medida tende a instrumentalizar ações abusivas de supressão de alguns destes elementos, esgrimindo os remanescentes com apoio no efeito alucinatório das evidências. (PRADO, 2014) Desta feita, a não preservação dos meios de prova acarreta ao descrédito da prova, podendo levar a nulidade de todo o processo. 5. Criminalística A criminalística é uma ciência que se utiliza do conhecimento de outras ciências para poder realizar a sua função, de modo que, sacar referencias de qualquer 9 vestígio encontrado em um local de crime, que facultem o alcance de conclusões acerca do fato, restaurando os atos do agente da infração e se possível, identifica-lo. A criminalística é classificada como uma disciplina proveniente da Medicina Legal, é quase tão anosa quanto a própria raça humana. No século XIX era a medicina legal que tratava da busca relacionada com a materialidade do crime. Com o progresso dos diversos ramos das ciências, como a física, a química e a biologia, houve a obrigação de uma maior especialização, o que fez com que outros profissionais passassem a ser estudados. Criminalística é uma palavra oriunda do alemão kriminalistik, que compreende os diversos pontos dos métodos científicos e tecnológicos apostos a investigação e solução de objetos legais. Para HOUCK e SIEGEL (2006) criminalística é uma área da ciência forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades criminais. A criminalística de acordo com ESPÍNDULA (2007), é uma ciência que objetiva a individualização e a identificação dos vestígios materiais relacionados aos delitos em geral, valendo-se das suas próprias regras e metodologias e do conhecimento das demais ciências, a fim de saber o que aconteceu, a maneira como se desenvolveu os fatos e quem cometeu o crime. Assim, surgiu a necessidade da concepção de uma nova ciência para a pesquisa, análise de vestígios encontrados nos locais de crimes. Desta forma, germina a criminalística, um conhecimento independente que vem dar suporte à a justiça, tendo como alvo o aclaramento de casos criminais. Para HOUCK e SIEGEL (2006), a ciência forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa, lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes disciplinas assistem na investigação de casos criminais e civis. Criminalística é a ciência científica diretamente conexa ao reconhecimento, a identificação, a individualização e a avaliação da evidência física pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais. Para GIALAMAS (2000), um criminalista utiliza o princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir informações da cena do crime e da evidência física Os elementos presentes na cena de um crime possuem propriedades gerais e específicas e que quando avaliadas por técnicas cientificamente comprovadas, podem proporcionar dados capazes de identificar um criminoso. As evidências são os vestígios e indícios, sendo que vestígio pode vir a se tornar indício. De acordo com o artigo 239 do Código de Processo Penal, considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. A preservação dos vestígios é fator importante para um laudo conclusivo, devendo ser isolado o local do crime. Segundo RABELLO (1996), a especialização e sistematização destes conhecimentos, recursos e procedimentos, e a efetiva aplicação dos mesmos à finalidade especificamente judiciária da investigação criminal vieram a se constituir em uma disciplina autônoma, auxiliar e informativa do Direito Judiciário Penal, a qual recebeu o nome de Criminalística. A prova pericial será apanhada e apreciada pela Polícia Técnico-Científica, está sendo um Órgão da Administração Pública subalterno à Secretaria de Segurança Pública. A Polícia Técnico-científica é circunspeta por diferentes campos técnicos, que possuem inteligência própria e fundamentais para a produção da prova pericial específica. 10 Assim, demonstra que, além da precisão da prova pericial no processo penal, a criminalística e seus meios de aplicação nas sapiências de vestígios encontrados no local, são fundamentais para a explanação de crime. A criminalística não é importante somente para peritos criminais assim como para os operadores do direito que buscam o aprofundamento da matéria e seu proveito no âmbito penal, objetivando a veracidade e a genuinidade de fatos para a solução de crimes. Como ofício, a criminalística é composta por especialistas cujo trabalho é responder teses para a justiça por intermédio de dados, documentos e testemunhas. No Brasil, o termo usualmente usado é o de perícias criminais, mas ciências forenses também podem ser usadas, podendo ser estudo das questões judiciais que envolvem casos criminais e civis. Segundo o Código de Processo Civil em seu artigo 420, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. SILVA (1999) define que as perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos técnicos à justiça e FRANÇA (2001) como um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de uma questão judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação. Por fim, para FRANÇA; ESPÍNDULA (2001; 2007) a perícia é requisitada pela autoridade que legalmente estiver conduzindo o inquérito e a ação judicial, como o juiz, que poderá ou não nomear um perito. O perito nomeado deverá possuir os conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. 6. Sistema judiciário Para um julgamento imparcial e aproximado da autenticidade, a perícia criminal tornou-se um meio de prova fundamental no sistema jurídico pela sua eficácia de explanação de dúvidas, por meio de profissionais altamente eficientes e qualificados, habilitados para a função que lhe foram impostas. O direito seja ele em qual campo estiver, vem ganhando mais habilidade no deferimento de sentenças embasadas em laudos periciais e que reforça a segurança jurídica, seja do Estado ou das partes envolvidas. Desta forma, a Constituição Federal de 1988 entende com obstinação os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, objetivando evitar tratamentos indignos ou desmerecido antes mesmo da decisão do juiz, conforme entende o artigo 5º, LVII que diz que, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim como, a Constituição prediz o princípio do contraditório em seu artigo 5º, incisoLV, ressaltando o direito à prova para assegurar às partes os recursos suficientes a defesa do acusado. O processo judicial é conduzido pelo Direito Processual que surge com um emaranhado de princípios e normas que presidem a atividade pelo Estado da função jurisdicional. O processo, no decorrer do tempo, obteve diferentes alterações em busca da mais eficaz, segura e adequada solução para os conflitos. Frequentemente para se chegar a uma conclusão mais próxima da verdade e autenticidade é preciso a realização de perícias que irão colaborar para uma análise cautelosa dos fatos alegados, causando aos autos uma prova carregada de proporção técnica cujo peso probatório é de suma importância para a prolação de uma sentença imparcial e justa. 11 De acordo com DOREA; STUMVOLL e QUINTELA (2012), a prova pericial é produzida a partir de fundamentação científica dos elementos materiais deixados pela ação delituosa, enquanto a formação das chamadas provas subjetivas depende de testemunho ou interpretação de pessoas, podendo ocorrer uma série de erros, desde a simples falta de capacidade da pessoa em relatar o fato, até a situação de má-fé, onde exista intenção de distorcer os fatos para não se chegar a verdade, contribuindo para condenar um indivíduo por um crime que não tenha cometido, deixando de lado a justiça. A prova testemunhal torna-se cada vez mais vulnerável pois não se sabe se a pessoal realmente testemunhou o episódio. Assim, o juiz poderá fundamentar em uma prova sem plena segurança. Assim como a confissão, como prova não possui força processual, visto que, pode ter sido advinda de tortura, tendo a pessoa confessado algo não verídico e lúcido. Segundo MADEIRA DEZEM (2008), a experiência havida no Direito Romano, na inquisição, no regime nazista e, no Brasil, no período de exceção, demonstra que a confissão deve ser analisada com cautela e reservas. Ainda, VELHO; GEISER e ESPINDULA (2013) afirmam que se o caráter fundamental do direito à prova reside no compromisso de assegurar às partes os meios necessários e suficientes à sua defesa, na medida em que se utiliza de recursos científicos e tecnológicos para oferecer à sociedade uma prova, sobretudo, isenta, robusta e confiável, cumpre a prova pericial seu papel de verdadeiro e efetivo remédio no esclarecimento da verdade. Desta forma, o interesse do legislador em colocar a necessidade do exame dos vestígios identificados no local do crime por perito oficial, adequadamente especializado, buscando a maior contiguidade possível do fato criminoso, assim como da materialidade do crime. O princípio da dignidade humana pela Constituição, prevê a justiça nos processos, não devendo o julgador embasar apenas em relatos expostos por pessoas ou por confissão, surgindo a importância da prova pericial. A perícia judicial é uma forma de trazer clareza aos fatos apresentados para a solução do conflito, estando sujeita a princípios, regras e formalidades legais que doutrinam as ações nos diferentes processos judiciais, e assim, há a necessidade de aperfeiçoamento técnico nas funções propostas com entendimento de alguns dos trâmites legais. O perito judicial é o técnico, ou especialista que opina sobre questões que lhe são submetidas pelas partes, ou pelo juiz, a fim de esclarecer fatos que auxiliem o julgador a formar sua convicção. Para exercer a função, solicitada pelo magistrado ou autoridade competente, o perito deve embasar seu ofício em estudo técnico e legal, tendo como objetivo norteador a solidez, transparência, assertividade, proporcionando ao juiz um julgamento imparcial e concludente. A prova pericial é a comprovação que se faz ao magistrado sobre a presença de determinado caso interrogado por contradição formada pelas partes, tendo como desígnio enriquecer o julgador de informações específicos sobre o assunto técnico as quais não está compelido a conhecer, utilizando-se, de profissionais especializados na área, que pelo meio de seus laudos permitirão sua persuasão para decidir uma lide. Vale ressaltar, que o profissional nomeado pelo magistrado é intitulado como perito judicial e os profissionais nomeados pelas partes são os assistentes técnicos que 12 acompanharão o trabalho do perito. A título de informação, a nomenclatura “laudo” é utilizado pelo perito e “parecer” utilizado pelos assistentes técnicos. Para ser formulado o laudo pericial, o perito deve estar familiarizado com o processo e nele trasladar o objeto de perícia, seguindo as diligências necessárias que permitam a produção do laudo. A justiça necessita do desempenho dos peritos para aclarar assuntos que fogem da ciência técnico do magistrado, portanto, a perícia é sim uma ferramenta primordial para uma decisão justa. Por fim, o desempenho desses profissionais, peritos criminais, é de incalculável enaltecimento à atividade desenvolvida pelo poder judiciário, especialmente ao desempenho e entendimento do julgador que necessita dos empréstimos de seus saberes para que assim possa proferir uma decisão justa e adequado, e a lide, segurança jurídica incontestável. 7. Conclusão A perícia criminal é um conjunto de matérias e métodos utilizadas com o intuito de resolver crimes, além do suporte em soluções nas áreas cíveis, trabalhistas, administrativas. Nesta seara, nasce as ciências forenses, que desde as origens, tenta assessorar na produção de provas imparciais e na tentativa de acudir na elucidação de contravenções. Durante a trajetória, vários casos sabidos do uso da prova pericial são registrados, dando mostra significância desse tipo de prova na busca da aplicação da justiça e elucidação de crimes. A ciência se liga em direção à criminalística na produção de provas. A imparcialidade adquirida pelo processo científico acarreta valor ético e moral à prova. Com o enriquecimento da ciência, os métodos de produção de prova e a forma de trabalho da perícia criminal vêm evoluindo extraordinariamente, o que dá força e credibilidade cada vez maior para a prova pericial. É importante também salientar a indispensabilidade do estudo e de informação da matéria pelos operadores do direito para que se possa obedecer os princípios do contraditório e da ampla defesa previstos na Constituição Federal e para conferir entendimento no que for apresentado pelo perito criminal, bem como a análise da indispensabilidade de seu trabalho para a contribuição da solução de fatos delituosos na justiça. O sistema de apreciação de provas no Brasil tem como resultado o sistema de livre convencimento motivado, onde o magistrado pode analisar a prova estabelecida de maneira livre. Não obstante, suas decisões devem ser embasadas, explicando as razões pelas quais chegou a determinada decisão. O exame do processo para o livre convencimento do magistrado ofereça a harmonia possível e a verdade jurídica dos fatos, uma vez que, seguindo o princípio do devido processo legal e da dignidade humana, tenciona-se, com a prova, atingir a justiça. Rui Barbosa cita que a justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta, sustenta a indispensabilidade da perícia em crimes que deixam vestígios, bem como a confiabilidade de sua execução por peritos, capacitados, pretendendo-se a concretização da justiça como pressuposto fundamental do processo penal e do Estado democrático de Direito. Não obstante, os benefícios que a prova pericial possui em analogia aos demais tipos de prova, por exemplo, o fato de ter pouca influência da vontade humana, por 13 seguir o procedimento científico, a ela não se afere valoração distinta das demais ocupações probatórias, o seu valor terá o mesmo peso do que uma prova testemunhal necessitando o julgador, no entanto, analisar todo o conjunto de provas para firmar o seu intelecto. A Criminalística evidência métodos científicos que são utilizados para a elucidação dos crimes e ressalta a importância da perícia em crimes que deixam vestígios. Essa necessidadeé posta em destaque quando o legislador brasileiro impõe como determinação o exame de corpo de delito em crimes que deixam vestígios, podendo o procedimento ser nulo na ausência deste. Assim, discorremos o peso das provas no processo, salientando a prova pericial pela sua materialidade e, ainda, pela autenticidade na demonstração da fidedignidade aos fatos. Com a evolução histórica da disciplina Criminalística no Brasil e no mundo e do conhecimento e sapiência, torna-se ainda mais patente e preciso a prova pericial, podendo-se atingir, em alguns casos, o autor do crime por meio da análise de digitais e outros. Na procura de seguir fundamentos constitucionais, como a dignidade da pessoa humana, conforme a Constituição Federal em seu artigo1º, inciso III, e a construir uma sociedade livre, justa e solidária, conforme artigo 3º, inciso I, da CF cabe ao Estado designar cada vez mais progressos das perícias criminais, contribuindo com valências para pesquisas, incremento profissional dos peritos, incorporação coletiva entre perícia e coletividade. Assim, a tentativa de se alcançar um sistema judicial, de fato, justo e imparcial, ganha fundamento ao se buscar cada vez mais o progresso dos processos de produção de prova pericial. 8. Referências ______. Decreto Lei no 3.689 de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. 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