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A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL: o Estado antecede a nação No Brasil, o conjunto de leis e instituições que aqui representavam o Estado metropolitano foi criado antes da formação da nação e imposto a ela. Preocupações de Portugal... Reduzir ao mínimo possível as despesas da Coroa; Elevar ao máximo possível a arrecadação de impostos; Defender o território contra ataques estrangeiros. O Sistema de Capitanias Hereditárias Em 1534, o rei D. João III criou o Sistema de Capitanias Hereditárias. Objetivo: transferir para a iniciativa privada as despesas da colonização, mantendo, no entanto, a participação do governo nos lucros dessa colonização Aos donatários... Amplos poderes: direitos políticos, administrativos, fiscais judiciários e militares. Por outro lado: eles arcavam com todas as despesas, inclusive as de defesa militar. Tinham apenas: os direitos de governo sobre as capitanias e não a propriedade da terra. Regulamentação do sistema de capitanias Carta de Doação: regulamentava os poderes governamentais do donatário; Carta Foral: regulamentava a arrecadação de impostos. Problemas... Das 14 capitanias somente duas tiveram sucesso: Pernambuco (açúcar) e São Vicente(subsistência). Causas do insucesso: Extensão das terras e os donatários não tinham dinheiro suficiente; Hostilidade dos índios: para muitos índios somente a luta os livraria da escravidão e única forma de defender seu território; Problemas de comunicação: a distancia colaborava para o isolamento das capitanias entre si e também com a Metrópole. Solo: nem todas possuíam solo propício ao plantio da cana-de-açúcar. Esse sistema terminou em 1759. GOVERNO GERAL Em 1548, a metrópole criou o Governo-Geral que durou até 1808. Causas: Fracassara o sistema de capitanias; Necessidade de se defender melhor o Brasil Tendência de Portugal a centralizar o governo e a administração pública. O Regimento... O 1º governador-geral recebeu um documento chamado Regimento que definia as funções do cargo. Basicamente: Defesa da terra; Incentivo à busca de metais preciosos; Apoio à religião católica; Luta contra a resistência indígena. Figura pouco importante... Embora os poderes do governo-geral fossem amplos, na prática eram pouco exercidos, em virtude: da grande extensão territorial, da distância, da pouca comunicação e falta de transporte. Eram importantes nas ocasiões de ataques estrangeiros, caso contrário, eram figuras decorativas. CÂMARAS MUNICIPAIS Eram as Câmaras municipais que exerciam o poder político nas vilas, durante os séculos XVI e XVII. Controladas pelos “homens bons” (grandes proprietários), abrangia diversos setores: abastecimento, tributação e execução das leis. Muitas vezes se opunha, ao poder central representado pelo governador-geral. Governadores.. Os três primeiros governadores do Brasil foram: Tomé de Souza (1549-1553): chegaram os 1º jesuítas ao Brasil. Não compreendiam os múltiplos elementos da cultura indígena. Para transmitir-lhes os valores da cultura européia e do cristianismo, os jesuítas elaboraram o projeto de reunir as populações indígenas em aldeias e trataram logo de ensinar-lhes a Língua Portuguesa. A língua era um elemento fundamental na compreensão e assimilação de novos conceitos, religiosos e culturais, que os missionários procuravam incutir nos indígenas. .... Com Tomé houve a fundação da 1ª capital – Salvador e a criação do 1º bispado. O 2º governador – Duarte da Costa (1553-1558): vieram mais jesuítas e os franceses invadiram o Rio de Janeiro. O 3º governador – Mem de Sá – expulsou os franceses e lutou contra os índios, destruindo inúmeras aldeias. Ao findar o século XVI, a montagem da colonização em si estava concluída. Observando o mapa, vê-se quão pouco do atual território brasileiro estava efetivamente ocupado, por volta de 1600. Era o suficiente, porém, para garantir a posse portuguesa sobre o litoral do Brasil e dar elevados lucros à Coroa e à burguesia lusas. Conseqüências... O fato do Estado brasileiro ter sido criado antes da formação da nação levou a população brasileira a enxergar o Estado como patrão, tirano, padrinho, mas nunca como seu representante. Em termos administrativos, o sistema apresentou baixa eficiência, caracterizando-se pela lentidão, excesso de burocracia, pela corrupção e pelo autoritarismo.
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