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RESENHA - Tribunal de Contas do Município suspende licitação da inspeção veicular por suspeita de irregularidades

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Universidade Estácio de Sá
Pós-Graduação: Direito Público: Constitucional, Administrativo e Tributário 
Disciplina: Licitações públicas e contratos administrativos (NPG1075)
Aluno: Charles Alves Ferreira 
Artigo: “Tribunal de Contas do Município suspende licitação da inspeção veicular por suspeita de irregularidades”. (Fonte: http://veja.abril.com.br/politica/tribunal-de-contas-do-municipio-suspende-licitacao-da-inspecao-veicular-por-suspeita-de-irregularidades/) 
Resenha
Introdução
A revista Veja, o Jornal eletrônico G1 e o Jornal Estadão publicaram reportagem sobre a decisão de suspensão, por 15 dias, por falhas no edital de licitação da nova inspeção veicular em São Paulo, publicado na gestão de Fernando Haddad (PT), determinado pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo.
O decretado de suspenção foi proferido pelo conselheiro João Antônio, cuja decisão foi referendada por unanimidade pelo plenário do TCM, após detectar dezenove falhas no edital licitatório que poderiam causar sérios prejuízos aos cofres públicos, dentre as quais, à falta de justificativa para o preço de referência da inspeção, ausência de estudo de impacto orçamentário, falta de planilha de custos e infringências a dispositivos legais.
Por tais razões, o TCM determinou a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, que no prazo de 15 dias, sanassem todas as irregularidades verificadas no edital de licitação apontadas pelo TCM, para realizar o certame dentro dos ditames legais.
Resumo
[...] http://veja.abril.com.br [...] O edital de licitação da nova inspeção veicular da capital paulista foi suspenso por quinze dias pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) por suspeita de irregularidades. Lançada há cerca de um mês pela gestão Fernando Haddad (PT), os envelopes da concorrência, estimada em 642,7 milhões de reais por cinco anos de contrato, deveriam ser abertos nesta sexta-feira pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. [...] (Com Estadão Conteúdo) [...] Com dois meses de atraso, a prefeitura de São Paulo lançou nesta terça-feira o processo de licitação para escolha das empresas que farão a inspeção veicular na cidade. Segundo anunciado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em janeiro, quatro companhias serão selecionadas para fazer o serviço, uma em cada região da capital. O edital foi publicado na edição do Diário Oficial desta terça. Por enquanto, o serviço será gratuito. Apenas veículos que forem reprovados na vistoria deverão pagar. Nesse caso, o valor cobrado será de 40,86 reais e será como uma espécie de multa. [...] Do G1 São Paulo [...] O Tribunal de Justiça de são Paulo negou o pedido da Controlar para prorrogar novamente o prazo do contrato do serviço de inspeção veicular na capital paulista, informou o  SPTV. O fim do contrato está mantido para o próximo dia 31 de janeiro. [...] O contrato de concessão da Controlar foi assinado em 1997, mas sucessivamente suspenso por decisões judiciais (liminares em ações civis públicas e ações populares), políticas (revisões e auditorias promovidas pelos sucessivos governos) e técnicas (questionamentos oriundos dos órgãos técnicos da Prefeitura, ligados à Secretaria do Verde e Meio Ambiente). [...] A lei da nova inspeção, aprovada em abril de 2013, prevê que veículos com até três anos serão isentos da avaliação. Até seu oitavo ano, o veículo passará por inspeções a cada dois anos, e não anualmente, como acontece hoje. Além disso, apenas os reprovados deverão pagar a taxa, que atualmente custa R$ 47,44.
Crítica
O estudo da reportagem demostra que o Tribunal de Contas do Município de São Paulo, dentro de suas atribuições legais agiu de forma correta ao suspender à licitação da nova inspeção veicular em São Paulo, publicado na gestão de Fernando Haddad (PT), sendo órgão independente e autônomo, agiu no respaldo da Constituição que lhe atribui competência para exercer controle externo da Administração Pública, na fiscalização dos atos de ordem financeira e orçamentária, com lastro no art. 113 da Lei 8.666/93 e o art. 71, inciso II da CF/88.
Trago a colação o ensinamento de Carlos Ayres Britto: Com esta separação conceitual, fica evidenciado que os Tribunais de Contas não exercem a chamada função jurisdicional do Estado. A função jurisdicional do Estado é exclusiva do Poder Judiciário e é por isso que as Cortes de Contas: a) não fazem parte da relação dos órgãos componenciais desse Poder (o Judiciário), como se vê da simples leitura do art. 92 da Lex Legum; b) também não se integram no rol das instituições que foram categorizadas como instituições essenciais a tal função (a jurisdicional), a partir do art. 127 do mesmo Código Político de 1988. [...] Em síntese, pode-se dizer que a jurisdição é atividade-fim do Poder Judiciário, porque, no âmbito desse Poder, julgar é tudo. Ele existe para prestar a jurisdição estatal e para isso é que é forrado de competências. Não assim com os Tribunais de Contas, que fazem do julgamento um dos muitos meios ou das muitas competências para servir à atividade-fim do controle externo. (apud SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Curso de direito tributário e finanças públicas. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 179-180.).
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