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Proteínas Professora Ma. Sandy Bernardi Falcadi Tedesco Girotto E-mail: sandy.girotto@udesc.br Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV Departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária Disciplina: Bioquímica 1 Aula 03. 3 Proteínas 3.1 Estrutura tridimensional das proteínas 3.2 Hemoglobina e mioglobina 3.3 Processos de desnaturação da estrutura da proteína 3.4 Funções Características gerias das proteínas A palavra proteínas vem do grego “protos” que significa “a primeira” ou “a mais importante”. Biomolécula mais abundante nos seres vivos Características gerais das proteínas Proteínas – longas cadeias de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. 20 aa encontrados em proteínas Formam uma infinidade de proteínas Diferentes funções vitais para os organismos vivos Um ser humano produz de 25.000 a 35.000 proteínas diferentes Proteínas com funções diferentes possuem sequências de aa diferentes Dentre os possíveis aminoácidos, somente 20 são normalmente encontrados em proteínas. Estes 20 a.a formam uma infinidade de proteínas que tem diversas funções e são vitais para os organismos vivos. Os sintomas do excesso de proteínas no organismo podem ser: Desenvolvimento da aterosclerose e de doenças cardíacas; Osteoporose, pois o excesso de proteína pode causar aumento da excreção de cálcio; Pedra nos rins; Aumento de peso; Problemas no fígado 4 As proteínas estão presentes nas cartilagens, nos músculos, nos tendões, no cabelo, nos tecidos conectivos, no sangue (transporte oxigênio), participam de reações catalíticas (enzimas) etc. Formação das proteínas 6 Funções das proteínas Cada proteína possui uma função distinta: Regulação de processos celulares e fisiológicos: Metabolismo de Açúcares - Insulina Transportadoras: ligação a íons ou moléculas específicas e transporte a outros compartimentos. lipoproteínas hemoglobina Transportadores de membrana Proteínas reguladoras Hormônios e outras proteínas que ajudam a regularizar o funcionamento do organismo Ex.: Insulina Proteínas transportadoras Presentes nas membranas plasmáticas Proteínas de membrana Transportam íons e moléculas específicas pelo corpo Ex.: Hemoglobina O2 e CO2 Lipoproteínas transporta lipídios do fígado 7 Funções das proteínas Contráteis ou Motilidade: contração, mudança de forma e deslocamento Actina e miosina Tubulina Estruturais: suporte, proteção, resistência de estruturas biológicas. Colágeno (cartilagens, tendões, couro) Queratina (cabelo) Proteínas contráteis ou de motilidade Proteínas presentes em células que permitem que elas se contraiam ou mudem de forma. Ex.: Actina e miosina musculatura Tubulina formam os microtúbulos Proteínas de defesa Defesa contra invasores Ex.: Imunoglobulinas defesa em vertebrados Fibriogênio e trombina coagulação sanguínea 8 Funções das proteínas Enzimas: atividade catalítica. Grupo mais variado e mais altamente especializado. Especificidade (enzima-reação catalisada) Ciclo de Krebs Exemplos: Citrato sintase Aconitase Isocitrato desidrogenase -cetoglutarato desidrogenase Nutrientes e Armazenamento: fonte energética ou estocagem de nutrientes Ovoalbumina Ferritina Enzimas Alta variabilidade Alto grau de especialização Catalisam as reações químicas onde as biomoléculas estão presentes 9 Características O tamanho das cadeias polipeptídicas é muito variável, assim como a composição dos aa. Cada proteína possui uma estrutura precisa que está vinculada com o seu funcionamento. Proteínas - cadeias longas de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Dentre os possíveis aminoácidos, somente 20 são normalmente encontrados em proteínas. Estes 20 a.a formam uma infinidade de proteínas que tem diversas funções e são vitais para os organismos vivos. O tamanho das cadeias polipeptídicas é muito variável. Assim como a composição dos AA. Cada proteína possui uma estrutura precisa que está vinculada com o seu funcionamento. 10 Características Composição de aa de duas proteínas: quimotripsinogênio : estômago citocromo c: mitocôndria Determinação da proteína: Qualidade dos aa presentes Quantidade dos aa presentes Sequência em que os aa aparecem na cadeia Citocromo c – proteína utilizada na respiração celular pela mitocôndria. Síntese de ATP Quimotripsinogênio bovino – utilizada no estomago. 11 Classificação das proteínas Proteínas simples: compostas somente por aminoácidos. Ou seja, quando hidrolisadas liberam apenas aminoácidos Proteínas conjugadas: são proteínas formadas por uma parte polipeptídica (APOPROTEÍNA) e por outra parte de natureza não proteica (GRUPO PROSTÉTICO) A ribonuclease A é um exemplo de proteína simples Proteína Grupo prostético Glicoproteínas Carboidratos Lipoproteínas Lipídios: -Ácidos Graxos -Colesterol -Triglicerídeos -Fosfolípidos Fosfoproteína Grupos fosfato Hemeproteínas Heme Metaloproteínas Fe, Cu, Mn, Mg, Zn Proteínas conjugadas: Estão associadas a outros componentes químicos além dos aminoácidos. A parte não-aminoácido de uma proteína conjugada é usualmente chamada de grupo prostético. Proteínas conjugadas são classificadas com base na natureza química dos seus grupos prostéticos: exemplo hemoglobina. 12 Estruturas primárias Estruturas secundárias (α-hélice, β-pregueada) Estruturas terciárias Estruturas quaternárias 3.1 Estrutura das proteínas Gly Lys Val Gly Leu His Ala Lys Estruturas primárias Ordem ou sequência linear na qual os aa estão ligados ao longo da cadeia polipeptídica linear A estrutura primária é a primeira etapa unidimensional na especificação da estrutura tridimensional de uma proteína que por sua vez determina as suas propriedades função É importante lembrar que a estrutura tridimensional correta é fundamental para o funcionamento de uma proteína Lys Lys Gly Gly Leu Val Ala His Gly Lys Val Gly Leu His Ala Lys Mesmo número e tipo de aminoácidos. No entanto, a estrutura primária é DIFERENTE 14 Estruturas primárias As estruturas primárias são formadas entre aminoácidos unidos por LIGAÇÕES PEPTÍDICAS Estrutura Primária Sequência de Aminoácidos Determinada Geneticamente Estruturas primárias Alterações na estrutura primária Qualquer alteração na composição dos aa que compõem uma estrutura primária pode trazer implicações para o organismo Anemia falciforme substituição de aa nas cadeias beta da Hemoglobina (glutamato posição 6 valina). agregação da molécula deformação da hemácia. Glutamato aa ácido. Valina aa apolar – hidrofóbica (se mantem na parte interna da molécula 16 Estruturas primárias Características da anemia falciforme Sintomas comuns: déficit de hemácias fraqueza, palidez Redução do aporte de oxigênio para a área afetada Aumento da viscosidade sanguínea (aglomeração da hemácias doentes) formação de coágulos em diversas partes do organismo Causando dores intensas em regiões musculares e conjuntivas TRATAMENTO Tratamento curativo: Transplante de medula óssea (Crianças - maior sucesso) Durante exacerbação da anemia: o tratamento mais comum é a transfusão regular de sangue Tratamento com quimioterápicos que podem diminuir os episódio dolorosos. 17 Estruturas Secundárias Arranjo do esqueleto da cadeia polipeptídicas mantidas por pontes de hidrogênio entre C=O e grupo N-H da cadeia principal. Obs: as cadeias laterais (que são muito importantes para a estrutura tridimensional) não são consideradas na estrutura secundária. A formação do esqueleto peptídico é possível porque existe, entre os resíduos de aa, ligações com livres rotações seja entre C-C ou C-N. Estas propriedades também são importantes nas conformações tridimensionais de peptídeos e proteínas Na realidade as proteínas não existem na forma planar descrita até agora, ela toma forma no espaço, portanto a estrutura secundária descreve a formação de estruturas regulares pela cadeia polipeptídica. 18 EstruturasSecundárias Dois tipos de estruturas secundárias ocorrem mais frequentemente e são particularmente estáveis: a) Estrutura -hélice: o enrolamento da cadeia em torno de um eixo formando uma hélice b) Estrutura -pregueadas: é a interação lateral de segmentos de uma cadeia ou de cadeias diferentes formando pregas (folhas pregueadas) 19 Estruturas Secundárias a) Estrutura -hélice A estrutura secundária é estabilizada por pontes de hidrogênio entre C=O e grupo N-H a cada 4 aa; Cada volta possui 3,6 aminoácidos; Proteínas globulares e fibrosas; As proteínas podem conter quantidades variáveis da estrutura - hélice; Repulsão eletrostática: cargas positivas (lisina) e negativas (glutamato); Pontes de hidrogênio – arranjo linear que confere estabilidade (paralelas ao seu eixo) Podem ser desestabilizadas: prolina – curvatura e não forma ponte de hidrogênio intracadeia; Proteínas globulares – estruturas terciárias e quartenárias Proteínas fibrosas – estruturas secundárias, formam as proteínas de função estruturas (presentes no citoesqueleto das células, queratina do cabelo, proteínas que dão estruturas para as células da pele...) 20 Estruturas Secundárias a) Estrutura -hélice Apresenta forma de bastão espiralado As cadeias laterais ficam na parte externa da molécula – não participam da formação estrutural secundária. Ligações de hidrogênio intramoleculares entre C=O de uma unidade peptídica e o N-H da quarta unidade peptídica. 21 Estruturas Secundárias b) Estrutura -pregueadas O esqueleto peptídico nas folhas -pregueadas estão quase que completamente estendidos em forma de zigue-zague com pontes de hidrogênio perpendiculares a cadeia Folha pregueada 22 Estruturas Secundárias b) Estrutura -pregueadas Folha pregueada paralela: as cadeias peptídicas se estendem em uma mesma direção, suas extremidades N-terminal e C-terminal ficam alinhadas. Folha pregueada antiparalela: as cadeias peptídicas se estenderem em direção oposta N-terminal N-terminal N-terminal C-terminal C-terminal C-terminal N-terminal C-terminal N-terminal C-terminal N-terminal C-terminal 23 24 Estruturas Secundárias c) Estrutura supersecundária As estruturas α e β são combinadas de muitas maneiras a medida que a cadeia polipeptídica de uma mesma proteína dobra-se sobre si produzindo vários tipos de estruturas supersecundárias nas proteínas. Unidade βαβ Meandro β Estes diferentes tipos de união entre as proteínas formam estruturas super secundárias nas proteínas que permitem diferentes conformações proteicas. 25 Estruturas Secundárias c) Estrutura supersecundária Quando as folhas β forem suficientemente extensas, poderão dobrar-se sobre si mesmas formando um barril β, uma estrutura característica que ocorre em muitas proteínas a b Um barril β envolvendo unidades βαβ alternadas. Vista superior e lateral do arranjo do esqueleto polipeptídico da triose-fosfato-isomerase. Note que as seções de α-hélices ficam do lado externo do barril. Exemplo de conformação entre proteínas organizadas no formato beta e alfa 26 Estruturas Secundárias Alterações na estrutura proteica Ex.: Encefalopatia espongiforme bovina: A doença da vaca louca Príons: proteína mal dobrada perde a função As doenças causadas por príons são neurodegenerativas - associadas à degeneração e morte celular do sistema nervoso. Os príons agregados são capazes de se combinar com moléculas da proteína príon celular e induzir as mudanças de conformação que as tornam patogênicas. Efeitos associados: Resultam em desordens degenerativas do SNC, conhecidas como encefalopatias espongiformes transmissíveis. Perda de controle motor, demência, paralisia, e finalmente a morte, geralmente antecedida por pneumonia. No homem este tipo de alteração é conhecido como doença de Creutzfeldt-Jakob 27 Estruturas Secundárias Alterações na estrutura proteica Encefalopatia espongiforme bovina No cérebro normal, cerca de 40% da estrutura da proteína príon celular (PrPc) apresenta-se na forma -hélice e apenas 3% em folha -pregada. O príon infeccioso tem cerca de 40% de sua estrutura secundária na forma de folha pregada. 28 Estruturas Terciárias Arranjo tridimensional de todos os átomos da molécula Inclui: cadeias laterais, posições de qualquer grupo prostético, arranjo de seções helicoidais e folha -pregueada. A estrutura primária depende de ligações covalentes As estruturas secundárias e terciárias dependem de interações não covalentes As forças estabilizadoras não-covalentes contribuem para que uma dada proteína adote uma estrutura estável, com baixa energia Ligações covalentes – ligações peptídicas Ligações não covalentes – pontes de hidrogênio, pontes de disulfeto, Complexação com íons metálicos... 29 Estruturas Terciárias Presença de cadeias laterais e grupos prostéticos Enovelamento das proteínas determinada pelas forças de ligação ou forças estabilizadoras Atração eletrostática Interações hidrofóbicas Pontes de dissulfeto Pontes de hidrogênio entre cadeias laterais Complexação com íons metálicos 1 4 3 2 5 4 A conformação tridimensional de uma proteína é o resultado da interação de todas as forças estabilizadoras. 30 2. Interações hidrofóbicas: Resíduos apolares tendem a ficar agrupados no interior da molécula das proteínas Estruturas Terciárias Interações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas 1. Atração eletrostática: ocorre entre grupos de cargas opostas que frequentemente ocorrem na superfície da molécula resultando na aproximação dos grupos envolvidos. 1. aa ácido com aa básico aa hidrofílicos. 2. Leucina, valina e isoleucina aa apolares hidrofóficos. 31 Estruturas Terciárias Interações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas 3. Pontes de dissulfeto: formam ligações covalentes entre as cadeias laterais de cisteínas. Restringe o número de padrões de dobramento Vai depender da quantidade de cisteinas presentes na proteína 32 Estruturas Terciárias Interações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas 4. Pontes de hidrogênio: acontecem não somente nos esqueletos de aa (como é o caso de estrutura secundária) mas também ocorre entre as cadeias laterais de aminoácidos 5. Complexação com íons metálicos: muitas cadeias laterais podem estar complexadas com grupos metálicos, este íons também podem fazer parte dos grupos prostéticos 5. Quando ocorre a união de um grupo metálico formando um grupo prostético. Ex.: como ocorre na hemoglobina. 33 Estruturas Terciárias Interações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas Quando a proteína se dobra sobre si mesma, ela pode assumir uma forma globular compacta Na estrutura terciária as forças estabilizadoras permitem que resíduos que estavam distantes na estrutura primária estejam próximos uns dos outros na estrutura tridimensional que é produzida pelo enovelamento da proteína 34 Estruturas Terciárias Interações que estabilizam a estrutura terciária das proteínas Uma proteína não exibe necessariamente todos os motivos estruturais possíveis Ex1.: A hemoglobina e a mioglobina não possuem pontes dissulfeto. No entanto estas proteínas que armazenam oxigênio, possuem íons ferro como grupo prostético -- Complexação com íons metálicos Ex2.: A tripsina e a quimotripsina possuem pontes dissulfeto e não possuem grupos prostéticos Quimotripsina Tripsina Pontes de hidrogênio 4, interações eletrostáticas 1. e interações hidrofóbicas 2. ocorrem na maioria das proteínas. Quimitripisina e tripsina: enzimas que auxiliam na digestão dos alimentos, estão presentes no intestino delgado. Tripsina é formada no fígado, no duodeno ela transforma a quimotripsinogênio em Quimotripsina: formada por 3 cadeias polipeptídicas. 35 Estruturas Quaternárias Arranjo tridimensional Propriedade da proteína constituída por mais de uma cadeia polipeptídica (sub unidades) 2 a 12 cadeias compõem uma unidade funcional As sub unidades podem ser idênticas ou diferentesNa estrutura quaternária as cadeias interagem entre si e são mantida por ligações não covalentes Podem formar dímeros, trímeros, tetrâmeros; Ligações não covalentes – pontes de hidrogênio, pontes de disulfeto, Complexação com íons metálicos... 36 Estruturas Quaternárias Como as subunidades são unidas por interações não covalentes qualquer pequena alteração em uma das subunidades pode causar mudanças drásticas nas propriedades de um sítio distante As proteínas que exibem esta propriedade são conhecidas por proteínas ALOSTÉRICAS - um exemplo clássico de alosteria é a da hemoglobina Estas mudanças podem facilitar ou induzir a ligação de substâncias das demais subunidades da proteína quarternária. 37 Estruturas Quaternárias Exemplo de estrutura quaternária: Hemoglobina que é formada por quatro cadeias polipeptídicas: duas α e duas β, associadas por interações hidrofóbicas, as quais envolvem a estrutura do grupo heme 4 anéis pirrólicos ligados a um átomo de Fe(II) no centro. Estrutura das proteínas Estruturas das proteínas As proteínas são classificadas quanto a sua forma em proteínas globulares e fibrosas. a) Estruturas Globulares Formam estruturas compactas fortemente enroladas em estruturas mais ou menos esférica. Tem funções dinâmicas e muito diversificadas, tais como: enzimática, transporte, defesa e hormonal e manutenção e regularização de processos vitais Neste grupo estão as enzimas, hemoglobina, proteínas de transporte etc. 40 Estruturas das proteínas a) Estruturas Globulares Enzima anidrase carbônica Hemoglobina (transporte) 41 Estruturas das proteínas -Queratina b) Estruturas Fibrosas Insolúveis nos solventes aquosos (água) e com elevado peso molecular. São formadas por longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra, são compridas e filamentosas. A maioria tem função estrutural ou protetiva, dão forma e flexibilidade as estruturas onde elas ocorrem. Diferente das proteínas globulares as fibrosas são constituídas na maior parte de uma só estrutura secundária α- queratina (cabelo) fibroína (da seda) Colágeno (tendões) Ocorrem nos tecidos do cabelo, no citoplasma, na pele, na unha... As proteínas fibrosas se organizam somente até a estrutura secundária. 42 Estruturas das proteínas b) Estruturas Fibrosas α-queratina resistência: Encontradas nos mamíferos essas proteínas constituem quase todo o peso seco: do cabelo, lã, unhas, pena, espinhos, chifres, cascos e a maior parte da camada externa da pele. A resistência das proteínas fibrosas é aumentada pelas ligações cruzadas entre as cadeias polipeptídicas. -Queratina cisteína Nas α-queratina mais rígidas como aquelas dos chifres de rinoceronte até 18% dos resíduos são de cisteína. As cadeias laterais formam ligações cruzadas que aumentam a resistência da estrutura onde a proteína está presente. O aa que dá maior resistência é a cisteína, o componente SH desta molécula formam ligações cruzadas altamente resistentes. Cisteina – polar, sem carga elétrica. 43 Estruturas das proteínas b) Estruturas Fibrosas Colágeno resistência: Encontrado no tecido conjuntivo, tendões, cartilagens, a matriz orgânica de ossos e córnea dos olhos Há diversos tipos de colágenos. Tipicamente eles contém cerca de: 35% de Glicina 11% de Alanina 21% Prolina O forte enlaçamento das cadeias tripla hélice do colágeno fornece força de tensão maior que a de um fio de aço de igual seção cruzada. 44 3.2 Hemoglobina e mioglobina A Mioglobina é encontrada no músculo esquelético e cardíaco, contém apenas uma cadeia polipeptídica e um grupo heme (sítio de ligação de O2). A Hemoglobina é o principal constituinte das hemácias, transporta O2 dos pulmões para os tecidos, remove CO2 e H+ dos tecidos e é um tetrâmero constituído de quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas α e duas β, tendo, com isso, quatro sítios de ligação para o O2. 45 Mioglobina Proteína de armazenamento de oxigênio nos músculos - possui estrutura terciária Composta por uma única cadeia polipeptídica de 153 resíduos de AA possuindo um grupo prostético heme; 8 regiões de -hélice (nesta proteína não há regiões -pregueada) estabilizadas por pontes de hidrogênio; cadeias laterais também formam pontes de hidrogênio; Estrutura globular, onde os átomos interiores estão bem próximos uns dos outros → forças responsáveis pela estrutura tridimensional 46 Mioglobina Proteína de armazenamento de oxigênio nos músculos - possui estrutura terciária Grupo prostético heme: O grupo heme acomoda-se no interior da molécula (bolsão hidrofóbico) e é mantido em posição por atrações hidrofóbicas entre seu anel porfirínico e as cadeias apolares da proteína; Anel porfirínico protoporfirina O oxigênio liga-se ao grupo heme 47 Hemoglobina Proteína de transporte de oxigênio com estrutura quaternária Compostas por 4 Cadeias polipeptídicas Sendo a estrutura completa 2 2: 2 idênticas e 2 idênticas Cada subunidade possui um grupo heme Hemoglobina proteína conjugada Grupo prostético grupo heme Hemoglobina Proteína de transporte de oxigênio com estrutura quaternária Contém um grupo heme em cada subunidade; sendo assim 4 moléculas de oxigênio pode ligar-se a molécula de hemoglobina; Da mesma forma que a mioglobina, na hemoglobina o oxigênio se liga de forma reversível; Na hemoglobina a ligação ocorre que forma COOPERATIVA; isto quer dizer; que a ligação de uma molécula de oxigênio facilita a ligação da outra. Comparação da ligação do oxigênio entre a hemoglobina e mioglobina Observe que a saturação da mioglobina com oxigênio se observa um aumento rápido e constante aumento da curva até atingir próximo do ponto de saturação, quando ela então estabiliza-se, neste caso a curva é HIPERBÓLICA. No caso da hemoglobina a curva é SIGMOIDAL Estes tipos de comportamento estão relacionados com a função desta proteínas; a mioglobina tem função de ARMAZENAR o oxigênio principalmente nos músculos, já a hemoglobina tem a função de TRANSPORTAR o oxigênio por isso ela precisa ligar-se fortemente ao oxigênio e liberá-lo facilmente dependendo das condições 50 Mudanças estruturais causadas pela ligação de pequenas moléculas são características de moléculas alostéricas como a hemoglobina Ligação do oxigênio na hemoglobina A hemoglobina possui uma estrutura quaternária distinta nas formas oxigenadas e desoxigenadas 51 Ligação do oxigênio na hemoglobina Forma desoxigenada: Hemoglobina maior afinidade com o CO do que com o O2 O monóxido de carbono - gás incolor e inodoro que geralmente não provoca irritação. Inalação de grandes quantidades dores de cabeça, tonturas, fraqueza, vómitos, dor torácica e confusão. Inalação por longos períodos perda de consciência, arritmias cardíacas, crise epiléptica ou morte. Fração de segundos quando a hemoglobina libera CO2 e fica desoxigenada, até o momento em que ela se liga aos O2 e fica oxigenada. Ex: o CO (monóxido de carbono) tem mais afinidade com a hemoglobina do que o O2, assim quando uma pessoa respira CO, a hemoglobina vai transportar CO ao invés de O2, deixando o corpo sem O2, fazendo com que a pessoa desmaie e vai a óbito devido à falta de oxigenação no cérebro. O cérebro não pode ficar muito tempo sem oxigênio se não vai a falência cerebral. 52 3.3 Desnaturação das proteínas Desnaturação de uma proteína é a alteração de sua estrutura espacial, causada por um agente desnaturante. Não é difícil desnaturar uma proteína uma vez que as interações que mantêm a sua estrutura tridimensional são fracas Em geral as proteínas perdem as atividades biológica (funções). 3.3 Desnaturação das proteínas A DESNATURAÇÃO é o desdobramento da proteína. A redução de pontes dissulfeto e H+ pode levar a uma desorganização maior na estrutura terciária; A desnaturação protéica resulta no desdobramento e desorganização da estrutura, sem a quebra de ligações peptídicas 54 Agente desnaturante: fatores que influenciam adesnaturação de proteínas Calor: o aquecimento de uma proteína nativa provoca o rompimento de ligações covalentes (ligações fracas). pH extremo: valores de pH muito altos ou muito baixos acabam afetando a ionização dos agrupamentos das proteínas, conferindo uma elevada carga positiva ou negativa ocasionando a repulsão intramolecular. Solventes orgânicos: ocasionam a ruptura de interações hidrofóbicas: Estabelecem ligações de hidrogênio substituindo as que mantinham a estrutura nativa da proteína. Detergentes: a introdução de sua cauda hidrofóbica no interior (apolar) da proteína rompe interações hidrofóbicas. 3.3 Desnaturação das proteínas 3.3 Renaturação Para a maioria das proteínas a desnaturação é irreversível Muitas quando desnaturadas tornam-se insolúveis Ex: Albumina do ovo (aquecimento): Desnaturação e quebra das ligações Caseína do queijo (quando o leite é acidificado, através da ação bacteriana) RERVERSIBILIDADE: Algumas proteínas possuem a capacidade de reverter a desnaturação, após a retirada do agente desnaturante. Reassumindo a conformação nativa Exemplo de desnaturação e renaturação da ribonuclease: a proteína ribonuclease pode ser completamente desnaturada pela ação conjunta da uréia e mercaptoetanol 56 3.3 Renaturação Se uma proteína for desnaturada de forma adequada, a conformação nativa da proteína poderá ser recuperada, ou seja, RENATURADA Este comportamento reforça a evidência que a sequência de AA da proteína contém toda a informação necessária para a estrutura tridimensional completa Exercícios de fixação Estudo para a prova Exercícios de fixação Quais são as principais estruturas das proteínas? Descreva as principais características que diferem uma estrutura de outra. Quando você cozinha o ovo, o que acontece com a clara? Por que? Cite 6 funções das proteínas e descreva as características destas funções. Cite três diferenças importantes entre as proteínas fibrosas e as globulares Cite as principais diferenças entre hemoglobina e mioglobina. Nas proteínas mioglobina e hemoglobina, qual é o local de ligação das moléculas de oxigênio? Quantas moléculas de oxigênio conseguem se ligar a uma hemoglobina e quantos a uma mioglobina? Cite algumas das combinações possíveis de α-hélice e de folha β da estrutura supersecundária. 59 Aula 04. 4 Enzimas 4.1 Introdução 4.2 Cinética enzimática 4.3 Inibição enzimática 4.4 Regulação enzimática Aula 05. Prova – 20 de março, 2020. 20% da nota final Conteúdo da prova 1. Introdução à bioquímica 2. Aminoácidos e peptídeos 3. Proteínas 4. Enzimas H 2 NCHC CH 2 OH O SH
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