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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SECRETARIA ADJUNTA DE ENSINO DIRETORIA DE ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DANÇAS MILENARES Castanhal-PA Março - 2020 Adailton Pinto de Souza Edriely Rayane Lisboa Rodrigues Fábio Alessandro Oliveira Paulo Igor Eduardo Chagas Iza Maria Nepomuceno Garcia Raimundo Nazareno Santiago Widieli dos Santos Cruz DANÇAS MILENARES Trabalho apresentado à Escola de Artes São Lucas – Castanhal/PA, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina “História da Dança” sob orientação da docente: Marta Jardim Castanhal-PA Março – 2020 APRESENTAÇÃO Este trabalho é uma pesquisa sobre as “Danças Milenares”. “A dança é uma das três principais artes Cênicas da antiguidade, ao lado do teatro e da música”. (Wikipédia, 2020). Tida como uma terapia para muitos nos dias atuais, a dança é uma arte que se pratica desde que o homem existe. E, de acordo com os registros disponíveis através de várias fontes é possível verificar que a dança tem atravessado gerações pelo mundo inteiro. Cumprindo em cada região geográfica finalidades diversas, o que se constata nos relatos de Diniz (sd), ao citar Tavares, 2005, que diz ser a dança uma atividade praticada pelo homem desde os tempos mais remotos e que todos os povos de todos os lugares dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, para mostrar força ou arrependimento, para rezar, conquistar, distrair, ou seja, viver de alguma maneira. O trabalho pretende apresentar um RESUMO, sobre as danças milenares que foram praticadas por alguns povos de alguns países como Egito, Índia, Grécia, Roma, entre outros, desde 5000 a. C. até o século XX. 1- DANÇAS MILENARES As danças milenares são aquelas que eram realizadas pelas civilizações antigas como meio de reverenciar os deuses. Tinham, portanto, uma forte ligação com o sagrado, Freitas, (2013). Dançar é uma atividade muito antiga que os seres humanos já praticavam em tempos remotos mesmo antes da história de Cristo. Considerada como linguagem social capaz de transmitir sensações e sentimentos vividos como: alegria, religiosidade e hábitos... “A dança surge da necessidade humana de se identificar com a eterna roda das forças criativas dos cosmos” (PORTIERIARE, 1995, P. 45 Apud MOREIRA & OLIVEIRA, 2009, p. 59). Dessa forma a dança foi cultivada como uma forma de identificação do ser humano que a usava para se expressar e se posicionar perante a sociedade nos seus diversos meios sociais. Ela também serviu para que as pessoas ganhassem desenvolvimento corporal, ou seja, um corpo escultural que por causa dessa cultura os homens adquiriam melhor comunicação através do corpo e, por conseguinte, boas relações pessoais com os seus pares. Para Huizinga, (1996, p. 189, apud MOREIRA & OLIVEIRA, 2009, P. 59) A dança é especialmente identificada como jogo por conta de característica de ser fundamentalmente ação de serem apreciados enquanto a ação que se repete. Executados diante de um público, caracterizam-se naquele instante, agindo sobre o espaço e o tempo em permanente alteração, se tornando uma linguagem artística que é simultaneamente musical, porque tem movimento e ritmo. O autor descreve a dança como sendo comparada a um jogo por causa de suas características que se aproximam de uma competição, uma vez que as apresentações são executadas com a presença de um público. Sendo que a dança é, por assim dizer, um ato de expressão e leveza do corpo que para ser executada entra em sintonia com a musicalidade. Estudos relatam que no período Paleolítico, ou seja, idade da pedra lascada, a dança não tinha a intenção de cultuar deuses. Segundo (FARO (sd), p. 39, apud MOREIRA E OLIVEIRA 2009, p. 60) “Há em muitas cavernas, a representação de figuras humanas disfarçadas de animais, numa atitude dançante destinadas a alcançar algum intento”. Essas figuras nos fazem compreender que já na idade da pré-história a dança de alguma maneira já fazia parte do cotidiano daqueles seres humanos. Um exemplo da ocorrência das danças milenares pode ser lido num pequeno trecho do trabalho da Dra. Denise Espírito Santo1 que relata sobre uma pesquisa realizada na Índia e participou do grupo Teatro Dança-indiano, segundo seus estudos: 1 Instituto de Artes/UERJ ... Boa parte das tradicionais danças indianas remonta aos cultos e rituais sagrados que se tornariam seculares através dos ensinamentos dos mestres brâmanes e das sacerdotisas de Shiva – as devadãsi. As devadãsi coloriam o templo com a graciosidade de suas danças, eternizadas nas esculturas e murais pintados que guardam a memória de danças milenares secretas. A tradição da dança devadãsi serviu de modelo para muitas outras danças que com o tempo adquiriram sua estrutura atual, tais como Bharatanãtyam do Estado do Tamil Nadu, o Odissi de Orissa e tanto o Mohiniyãttam quanto o Kathakali do Estado de Kerala, danças essas que viriam a se tornar emblemáticas das Artes e da cultura indiana (SANTO, 2011, P. 3) Como vimos no fragmento acima, a partir das danças realizadas por seguidoras de Shiva, o deus supremo do hinduísmo, as danças milenares se popularizaram ao longo dos estados indianos e serviram de modelo para muitas outras danças que se tornaram emblemáticas das Artes e da cultura na Índia. Também iremos apresentar a dança no Egito antigo que de acordo com estudos da pesquisadora Josiane Gomes da Silva em sua dissertação de Mestrado em 2013, no Rio Grande do Norte citando um estudo da autora Irena Lenxová publicado em 2000, classificou as danças Egípcias em onze modalidades, quais sejam: “A dança de puro movimento; A dança de ginástica; A dança imitativa; A dança par; O dança em grupo; A dança de guerra; A dança dramática; A dança lírica; A dança grotesca; A dança funeral e A dança religiosa”. Segundo Silva (2013) a maioria dos movimentos nessas danças egípcias fazem referência à sexualidade, e em seu estudo ela analisou apenas quatro dessas modalidades acima. O nosso trabalho não tem a pretensão de se aprofundar nas especificidades de cada modalidade das danças egípcias. Aqui vamos fazer apenas referências às danças milenares e trazer alguma curiosidade de acordo com a nossa concepção a partir do olhar para as danças milenares na história da Grécia, Egito, Roma e Índia. 2- EGITO ANTIGO Desde os primórdios do Egito Antigo a 5000 a.C. a dança, assim como a música e o canto esteve presente, registrado em papiros e também comprovado por figuras encontradas em diversos túmulos, na qual eram retratados festas e banquete. 2.1- OBJETIVO A dança tinha como objetivo a comunicação com divino, bem como homenagens e agradecimentos aos deuses. Dançava-se para os deuses em casamentos, funerais, mudanças de estações e ritos de fertilidades. Alguns dos mais importantes eram Osíris e Bes. Osíris, era um dos mais importantes deuses egípcios, pois era associado à vida além da morte e também da vegetação. Já Bes, era um deus anão que protegia contra feitiçaria e favorecia um parto rápido. 2.2- SOBRE A DANÇA A dança teve um papel vital na vida dos antigos egípcios. No entanto, homens e mulheres nunca são retratados dançando juntos. As dançarinas raramente usavam o vestido comum restritivo - uma bainha branca amarrada começando no busto e descendo até os tornozelos. Os dançarinos homens do Reino Antigo não são apenas representados em vestidos, mas também em aventais masculinos com um cachecol ou saias masculinas, os dançarinos adultos parecem mais escassamente vestidos, geralmente usando apenas um cinto ou cachecol nos quadris,às vezes com uma túnica transparente para permitir a observação de seus corpos. A dança era versátil e, além dos movimentos costumeiros, mulheres imitando os efeitos do vento com as mãos, batendo palmas, também incorporava acrobacias difíceis da época. Essas danças acrobáticas eram realizadas com menor frequência e mostrava habilidades de uma dançarina. Figura de Osíris Figura de Bes Figura de dançarinas nuas em uma pintura do Túmulo de Nebamun, 1350 a.C. Figura de dança acrobática 3- DANÇA ÍNDIANA A dança indiana é uma das danças consideradas milenares, pois surgiu no período de 2000 a.C. onde de acordo com as tradições hindu, a dança veio do divino e não da criação humana. Segundo os Vedas, texto sagrado do hinduísmo, através da relação entre o homem e o divino, que veio o aprendizado da dança. Os deuses eram grandes dançarinos, e a sua arte foi sendo registrada em todos os momentos da existência ao longo das eras. Durante os anos surgiram várias versões do surgimento da dança indiana, algumas dizem, que os conquistadores Arianos reconhecem Brahmam como criador da dança, já os Dravianos o povo que vivia na Índia antes da invasão ariana, afirmam que Shiva foi o criador, sendo que esse deus é o mais antigo e mais popular no Sul, dentro da mitologia o mesmo, colocou o universo em movimento mediante a sua dança, onde ocorreu na cidade de Chidambaram, Estado de Tamil Nadu – Sudeste da Índia, e a filosofia Vaishnava aponta Krishna como criador. Mesmo havendo várias versões, na Índia a maioria da população consideram Shiva o criador e deus da dança. Com suas danças e músicas os hindus procuravam uma união com a natureza, assim como a dança egípcia, a dança de Shiva tinha por conceito a atividade cósmica, onde o ritmo estava associada a criação e manutenção do mundo e destruição de algumas formas para o nascimento de outras. Figuras do deus da dança - Shiva 3.1- ESTILO DE DAÇA INDIANA Os estilos de dança voltado para os deuses tem como teoria de que “o corpo inteiro deve dançar”, por isso as danças indianas tem gestos bem elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés. Cada movimento tem um significado divino, afetivo e espiritual. Todos os estilos e versões da dança indiana passaram por gerações, mas principalmente por dois tratados de dança Natya Shastra e Abhinaya Darpanam, considerado os textos mais antigos sobre a dança hindu. NATYA SHASTRA (tratado sobre o Teatro): Datado do século II a.C. esse tratado an- tigo mostra a existência sobre as artes cênicas. Enciclopédia sobre teatro, mostrando todos os aspectos de uma apresentação artística, por exemplo, visando a maquiagem adequada, a construção do palco e os movimentos de cada parte do corpo. ABHINAYA DARPANAM (Nandikesvara): é um livro que mostra gestos e posturas de dança e drama datado do século III d.C. A palavra chave é Abhinaya, interligada à comunicação de um sentimento a uma plateia. Sendo que esse termo significa o desperta dos 9 sentimentos chamados navarasa por meio das expressões faciais: surpresa, cora- gem, amor, fúria, entre outros, também pode significar o cuidado com a beleza ou dos vários aspectos de representação. Darpanam (espelho), onde os expectadores observam sua linguagem articulada no palco e compreendem sua condição pessoal. A dança indiana consiste em três tipos distintos do tratado de Natya Shastra: “Nritta” é pura e simples dança com movimentos de tronco e pernas. “Nritya” está relacionada com expressões faciais, gestos manuais e corpo simbólico. “Natya” tem os elementos de um drama que é introduzido através da utilização fala muda. Figura de uma Dançarina Indiana 3.2- O ADAVU A unidade básica da estrutura da dança Bharatha Natyam, é chamada de ADAVU (Corpo em ação) os movimentos do corpo, por meio dos quais a dança é criada. A palavra “adu” Figuras de posições de Natya Shastra significa “jogar” ou “dançar” nas línguas do sul da Índia. Adavu simboliza o movimento básico ou passos de dança. Os adavus resultam das combinações de “anga”, “upanga” e “pratyanga”. Estas são as três partes em que, segundo a tradição da dança, o corpo humano pode ser dividido: Anga se refere ao um conjunto formado por cabeça, mãos, tórax, cintura, bacia e pernas. Pratyanga se refere aos ombros, braços, estômago, coxas, joelhos e punhos. Upanga se refere a olhos, sobrancelhas, pálpebras, boca, mandíbula, lábios, língua, queixo, nariz. As principais danças clássicas da Índia são: Kathakali, Kathak, Manipuri, Kuchipudi, Odissi ou Orissi e Mohini Attam. 4- A DANÇA NA GRÉCIA A dança está inserida em todos os setores sociais da população grega: da religião, a educação, datas comemorativas e ritos, até mesmo nos estudos filosóficos. Ou seja, totalmente presente na vida cotidiana. Filósofos da Grécia antiga eram favoráveis a dança na formação dos cidadãos, como uma arte fundamental a um homem bem educado. Os gregos antigos acreditavam que dançar foi inventado pelos deuses e, logo, que seus criadores mereciam cerimônias religiosas e de culto, visto sua benevolência em lhes dar a dança. Para os gregos, os Deuses davam essa dádiva para alguns seletos mortais, e os mesmos ensinavam os outros (BAZZOTTI, 2018). Ritual para Dionísio 4.1- LENDA DA CRIAÇÃO DA DANÇA A mitologia grega atribui a origem da dança a Reia. Após Cronos destronar seu pai Urano, com receio que seus filhos o fizessem o mesmo, os comia logo após o nascimento. Sua esposa, Reia, o enganou quando seu último filho nasceu, Zeus, o escondendo em uma caverna em Creta. Dando apenas uma pedra enrolada em faixas de pano para Cronos comer. Reia também pediu ajuda aos curetes, que eram semideuses armados para dançar uma dança de guerra em torno da caverna batendo suas espadas em seu escudos para que Cronos não ouvisse o choro de Zeus. Posteriormente Zeus destronou seu pai e os Curetes tornaram-se sacerdotes no novo mundo e seus descendentes então continuaram suas danças de guerra como parte de cerimônias religiosas (SOUZA, 2016). 4.2- DANÇA: DE LITÚRGICA PARA PROFANA Cada Deus parecia ter seu próprio ritual. Os mais conhecidos são os para o Deus Dionísio, o Deus do despertar primaveril da vegetação, da fertilidade e da fecundidade, do entusiasmo e da embriaguez, do transe, do irracional. Este ritual que antes era cerimônia litúrgica passou para cerimônia civil, chegou a ser considerado um ato teatral, para então ser conhecido como dança de diversão, ou seja, sofreu variadas mudanças com o passar do tempo. A dança passou por uma transformação sendo considerado profano, seguindo o movimento (sagrado-profano) encontrado em muitos aspectos das culturas antigas. Como por exemplo, a dança Dionisíaca que era um cortejo, onde Dionísio era acompanhado por mênades (espécie de ninfa que representava uma amante insaciável) e sátiros (PAR OLHE, 2014). Cronos devorando um de seus filhos 4.3- DANÇA COMO INSTRUMENTO DE ESTUDO Segundo os estudos de Platão sobre dança (PAVIANI, 2011): "Classificou em dança de beleza e dança de feiúra,tendo ainda seus subgrupos"(Leis, I); "A dança deveria ter ordem e ritmo, características estás dos deuses"(Leis, II); "A dança é um meio excelente de ser agradável aos Deuses e honrá-los" (Leis, VI); "Os que honram melhor os Deuses pela dança são também os melhores no combate" (Leis, VII); Os filósofos Pitagóricos afirmavam que "a dança expulsa as dores e tristezas da cabeça", um bom exemplo da crença de que a dança era divina porque dá alegria. Também há uma canção de Anacreonte diz: "Quando um velho dança, conserva seus cabelos de ancião, mas seu coração é o de um jovem". Corpo e espírito para eles são um só. Para eles, os Deuses ensinaram a dança aos mortais, para que estes os honrassem e os alegrassem através dela (Cecilia Bazzotti HistoriaDancar, 2018). Para além dos benefícios psicológicos, uma pesquisa divulgada no European Journal of Cardiovascular Nursing, merecendo destaque da Sociedade Europeia de Cardiologia, revelou que pacientes com insuficiência cardíaca crônica – doença que acarreta, entre outros, fraqueza e fadiga – apresentaram melhorias significativas em seu condicionamento físico através da prática da tradicional Dança Grega (BARROS, 2016). 4.4- DANÇA NO COTIDIANO GREGO O cotidiano grego era infestado de danças. Eles dançavam em ocasiões como nascimentos, núpcias, banquetes, e outros. Essas danças eram livres, não havendo uma lista de Arte em vaso descrevendo o ritual para o deus Dionísio passos preestabelecidos ou que deveriam ser aprendidos, mas rodas e filas espontâneas. Os gregos costumavam dançar na meia ponta, as vezes tão alta que era representada como ponta. Buscavam a simetria, principalmente dos membros. Havia ainda uma posição muito comum: o pé colocado na altura da articulação atrás do joelho, lembrando um passé (Cecilia Bazzotti Historia Dancar, 2018). 4.5- DANÇA NA EDUCAÇÃO E PREPARAÇÃO Uma das danças mais importantes era a pírrica, a dança guerreira e competitiva usada na educação e na preparação militar. As crianças a aprendiam desde os 5 anos, e o aprendizado compreendia exercícios preparatórios de flexibilidade onde os participantes jogavam o corpo para trás até alcançarem os tornozelos com as mãos. Alguns movimentos eram: o Podismo, movimento rápido para ultrapassar o inimigo (ou para fugir); o Xiphismo, ou luta simulada; e o Kosmos, saltos muito altos ou o treinamento para saltos sobre valas ou de muros (TA HIERA, 2012). Nos exercícios de quironomia aprendia-se o porte dos braços e das mãos e simulava-se gestos de combate. Os discípulos de Sócrates relatam que o pensador acreditava que os melhores na guerra eram aqueles que sabiam dançar. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar desde crianças para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta (CONTREIRAS, 2017). Outra dança antiga era a Gymnopaedia, uma celebração anual, durante o qual os jovens nus exibiam suas habilidades atléticas e marciais por meio da dança de guerra, exibindo Dança grega Pírrica posturas e movimentos usados na luta e no boxe ao som da música de liras. O costume era lubrificarem seus corpos nus para o exercício, de modo a realçar a sua beleza (SOUZA, 2016) 4.6- DANÇA E O INTERCÂMBIO ENTRE CIVILIZAÇÕES Em outras danças, estás praticadas por mulheres, pode-se encontrar um gesto bem curioso: os braços em oposição, a dançarina quebra os antebraços na altura dos cotovelos, colocando-os num ângulo de 90º, um para baixo e um para cima. Sendo uma palma da mão em direção ao chão e a outra em direção ao céu. Gesto encontrado em representações das mais diversas danças, desde as pré-históricas às egípcias, e ilustrando como movimentos viajam além do tempo, e acabam chegando em outras épocas, logo, um intercâmbio que houve entre as civilizações(Cecilia Bazzotti Historia Dancar, 2018) Existiam passos e nomenclatura, e ainda com significações: os braços estendidos com as mãos voltadas para o céu significavam súplica, as mãos estendidas diante do espectador significavam apóstrofe ao público e as mãos horizontais, paralelas ao chão, significavam tristeza. Todas as danças e movimentos estão gravados em vasos, além dos escritos dos filósofos e estudiosos que dedicaram seu tempo às danças. Podemos encontrar representações da pírrica, por exemplo, no flanco da Acrópole e no friso do Partenon (PAR OLHE, 2014). 5- DANÇA EM ROMA A história da dança dentro da civilização romana acontece em três períodos : monárquico , republicano e imperial. No primeiro, observa-se em Roma, que a dança era desenvolvida como cerimonial, frequentemente de origem agrária, onde em Roma tinha conjuntos de leis em favor dos plebeus para impedir os nobres de atravessar as terras do estado. Pode se mencionar, por exemplo o ritual saliano: uma dança guerreira, normalmente praticada na primavera, em honra de marte. Dança grega Gymnopoedia Por isso tudo, os rituais religiosos deveriam garantir a perenidade de Roma ,recorrendo a escudos sagrados usados apenas nesses eventos, no qual, a dança era tripudium, dançada ao som de cantos gregorianos, compassadas com tambores e tamborins, Logo a civilização romana permanecia sempre sobre influência dos gregos. Por outro lado, as músicas e danças gregas tinham características peculiares, que acabou provocando reações negativas nos romanos, pois os mesmos eram muito racionais e acabaram por desprezar essa pratica. Dado o exposto, o protetor das letras e das artes Scipione Emiliano, juntamente com o estadista Cícero, desaprovou os cursos de dança que, por volta do ano 150 a.C., foi ordenado o fechamento de todas as escolas de dança, criadas a pouco tempo, que ensinavam dança as crianças de boa família. Para Emiliano essa pratica era considerada uma afronta aos bons costumes. Já Cícero, afirmou que a dança era um sinal de insanidade. Portanto, as pessoas que dançavam eram consideradas suspeitas, e perigosas pela aristocracia romana. Levando-se em consideração esses aspectos, Em Roma a dança não foi tão significativa como nas civilizações gregas e egípcias , afinal o que atraia na época eram as lutas de gladiadores e as contra animais ferozes geralmente ocorridos em arenas enormes como as de coliseu e circus maxi mus. Eventos que marcados pela brutalidade mostravam seu pequeno interesse místico. Dança no Império Romano Com o tempo, Rômulo, fundador de Roma, criou a dança que simbolizava o rapto das sabinas denominada como “bellicrepa”,a dança pelo qual se integrou a cultura romana, onde homens e mulheres começaram a ir à escola para estudar dança, dessa vez por requisito social e educacional. Nesse contexto, afirma Eliana Caminada , império romano de poucas danças “A tentativa, em 150 a .C., de fechar essas escolas revelou-se inútil. Mesmo estranha à sua natureza, Roma não conseguiu resistir ao apelo de uma arte inerente a todos os povos”. 6- CONCLUSÃO Conclui-se que as danças milenares interpassaram de geração a geração, com intuito de que a dança é uma oferenda paras os deuses, voltada para o divino, onde algumas tem como objetivo a conexão do homem com o universo. Também, essas danças eram usadas principalmente em comemorações, para celebrar um casamento, uma conquista ou vitórias em guerras, como forma de agradecimento pela proteção e ajuda desses deuses. Alguns estilos tinha funções especificas para cura, fortalecimento, paciência, virtudes entre outros, então as danças milenares tinham vários significados, mas sempre com um objetivo fazer o corpo todo dança. Escultura de Glambologna REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=102 http://wikidanca.net/wiki/index.php/Prim%C3%B3rdios_da_dan%C3%A7a_no_Egito http://histdanca.blogspot.com/2012/08/dancas-milenares-parte-2-5000a.html https://en.wikipedia.org/wiki/Dance_in_ancient_Egypt http://histdanca.blogspot.com/2012/08/dancas-milenares-parte-2-5000a.html https://www.portalsaofrancisco.com.br/arte/danca-indiana http://misteriosaindia.blogspot.com/2018/04/a-danca-e-o-sagrado-na-india.html BARROS, Keyla. Pesquisa revela benefícios da dança grega em pacientes com doença cardíaca. 2016. Disponível em: <http://site.dancaempauta.com.br/pesquisa-revela-beneficios-da-danca- grega-em-pacientes-com-doenca-cardiaca/>. Acesso em: 28 fev. 2020. 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