Prévia do material em texto
Curso: Engenharia Civil Professor: Leonardo Costa Campus VIII – Araruna/PB O principal processo de fabricação do aço consiste em refinar o ferro fundido, no qual são adicionados elementos de liga para produzir o aço especificado. Aço = minério de ferro + carbono (0 a 2%) + ligas O carbono aumenta a resistência do aço, porém o torna mais duro e frágil, dificultando a soldagem. Os aços com baixo teor de carbono, têm menor resistência à tração, porém são mais dúcteis. As resistências à ruptura por tração ou compressão dos aços utilizados em estruturas são iguais, variando entre amplos limites, desde 250MPa até valores acima 1200 MPa. Os elementos estruturais de aço podem ser até 95% reciclados e reaproveitados, trazendo benefícios ao meio ambiente. Hoje, 40% da produção mundial de aço é obtida de aço reciclado. Para se produzir um elemento novo a partir de um reciclado, gastasse apenas 1/3 da quantidade de energia que seria necessário para produzir uma peça a partir de matérias-primas. Como principais vantagens da utilização do aço estrutural, podemos citar: a) Alta resistência do material nos diversos estados de solicitação; b) Apesar da alta massa específica do aço, na ordem de 7850 kg/m³, as estruturas metálicas são mais leves do que, por exemplo, as estruturas de concreto armado, proporcionado, assim, fundações menos onerosas. c) As propriedades dos materiais oferecem grande margem de segurança, em vista do seu processo de fabricação que proporciona material único e homogêneo, com limites de escoamento, ruptura e módulo de elasticidade bem definidos. Como principais desvantagens da utilização do aço estrutural, podemos citar: a) Limitação de fabricação em função do transporte até o local da montagem final, assim como custo desse mesmo transporte, em geral bastante oneroso; b) Necessidade de tratamento superficial das peças estruturais contra oxidação; c) Necessidade de mão-de-obra e equipamentos especializados para a fabricação e montagem. A versatilidade do aço permite que sua composição química e processo de produção sejam adaptados com propriedades específicas, tanto em relação à geometria, resistência à corrosão e outras características do ambiente de utilização. Segundo a composição química, os aços são divididos em dois grupos: aços-carbono e aços de baixa liga. Os dois tipos podem receber tratamento térmico que modificam suas propriedades mecânicas. Os tipos de aço estruturais são especificados em normas brasileiras e internacionais. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; - NBR 8800 – Projeto de estruturas de aço e mistas aço-concreto - NBR 14762 – Dimensionamento de estruturas em aço com perfis formados a frio. ASTM – American Society for Testing and Materials; EN – Normas europeias. 1.1 Aço carbono Em função do teor de carbono, distinguem-se três categorias: Baixo carbono C<0,29% Médio carbono 0,30%<C<0,59% Alto carbono 0,60%<C<2,0% Em estruturas usuais de aço, utilizam-se aços com baixo teor de carbono, que podem ser soldados sem precauções especiais. 1.2 Aços de baixa liga Os aços de baixa liga são aços-carbono acrescidos de elementos de liga (cromo, manganês, fósforo, etc), os quais melhoram algumas propriedades mecânicas. Alguns elementos de liga produzem aumento da resistência através da modificação da mircroestrutura, graças a esse fato pode-se obter resistência elevada com teor de carbono de 0,20% (permitindo soldagem sem preocupações especiais). Adicionando cobre obtém-se boa resistência atmosférica (resistência à corrosão) 1.2 Aços de baixa liga COS-AR-COR - especificado pela COSIPA; USI-SAC - especificado pela USIMINAS; CSN-COR - especificados pela CSN. 1.3 Aços patináveis São aços estruturais de maior resistência à corrosão atmosférica. Quando expostos sem nenhuma proteção ao ambiente, formam uma camada de óxido protetora, aderente e impermeável na sua superfície, conhecida como pátina. Esta barreira de pátina protetora só é desenvolvida quando a superfície metálica for submetida a ciclos alternados de molhamento (chuva, nevoeiro, umidade) e secagem (sol, vento). O tempo necessário para sua formação varia em função do tipo de atmosfera a que o aço está exposto, sendo em geral de 18 meses a 3 anos. 1.3 Aços patináveis 1.3 Aços patináveis 1.3 Aços patináveis 1.4 Aços com tratamento térmico Tanto os aços-carbono quanto os de baixa liga podem ter suas resistências aumentadas pelo tratamento térmico. A soldagem dos aços tratados termicamente é, entretanto, mais difícil o que torna seu emprego pouco usual. Geralmente o tratamento térmico é dado em aços que são utilizados para fabricação de parafusos (ASTM A325), barras de protensão e também de parafusos de alta resistência (ASTM A490). 1.5 Padronização ABNT Segundo especificação da norma brasileira, os aços podem ser enquadrados nas seguintes categorias, designadas a partir do limite de escoamento do aço fy. MR250, aço de média resistência (fy=250MPa, fu=400MPa) AR350, aço de alta resistência (fy=350MPa, fu=450MPa) AR-COR415, aço de alta resistência (fy=415MPa, fu=520MPa), aço resistente à corrosão. 1.5 Padronização ABNT 1.6 Padronização ASTM 1.6 Padronização ASTM 2.1 – Constantes físicas do aço • Módulo de Elasticidade (E): E = 200 ~ 210 GPa • Coeficiente de Poisson (v): v = 0,3 • Coeficiente de Dilatação Térmica (t): t=12x10-6°C • Peso Específico (g): g=7850kg/m³ • Módulo de Elasticidade Transversal (G): G=0,385E 2.2 - Tensão x Deformação 2.2 - Tensão x Deformação 2.3 – Elasticidade É a capacidade do material de voltar à forma original após sucessivos ciclos de carga e descarga. A deformação elástica é reversível, ou seja, desaparece quando a tensão é removida. A relação entre a tensão e a deformação linear específica é o módulo de elasticidade. 2.4 – Ductibilidade É a capacidade de se deformar plasticamente sem se romper. Quanto mais dúctil o aço, maior é o alongamento antes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. 2.5 – Fragilidade É o oposto da ductilidade, é quando os aços se tornam frágeis pela ação de diversos agentes, como baixas temperaturas, efeitos térmicos locais causados por soldas, efeito de encruamento, etc. 2.7 – Fadiga Quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número, pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos. A resistência à fadiga das peças é fortemente diminuída nos pontos de concentração de tensões (por exemplo, solda) As usinas produzem aços para utilização estrutural sob diversas formas: chapas, barras, perfis laminados. As peças são fabricadas em laminadores que, em sucessivos passes, dão ao aço preaquecido a seção desejada. Outros perfis estruturais podem ser fabricados a partir do dobramento de chapas (perfis de chapa dobrada) e por associação de chapas através de solda (perfis soldados). No processo de fabricação o controle de qualidade visa garantir que cada peça seja produzida de acordo com as normas técnicas. 3.1 – Chapas As chapas são classificadas em grossas (>5mm) ou finas (0,6-5mm): 3.1 – Chapas As chapas grossas são fabricadas pelas siderúrgicas com largura- padrão entre 1,00 m a 3,80 m e comprimento-padrão entre 6,00 m a 12,00 m. As chapas finas apresentam largura-padrão entre 1,00 m e 1,50 m e comprimento-padrão entre 2,00 m e 6,00 m. 3.2 – Perfis laminados Perfis laminados são aqueles fabricados a quente nas usinas siderúrgicas e são os mais econômicos para utilização em edificações de estruturas metálicas, pois dispensam a fabricação “artesanal” dos perfis soldados ou dos perfis formados a frio. 3.2 – Perfis laminados Peças que apresentam grande eficiência estrutural podendo ser encontradas sob diversas geometrias, sendo algumas apresentadas nas figuras abaixo. 3.2 – Perfis laminados 3.2 – Perfis laminados A designação de perfis metálicos laminados segue determinadaordem Código, altura (mm), peso (Kg/m) Como exemplo de códigos teremos: L – Cantoneiras de abas iguais ou desiguais I – Perfil de seção transversal na forma da letra ‘ I ‘ H – Perfil de seção transversal na forma da letra ‘H’ ... 3.2 – Perfis laminados 3.2 – Perfis laminados Como exemplo de designação de perfis teremos: L 50 x 2,46 Perfil L de abas iguais de 50mm e peso de 2,46 kg/m L 100 x 75 x 10,71 Perfil L de abas desiguais de 100mm de altura por 75mm de largura e peso de 10,71 kg/m I 200 x 27 Perfil ‘ I ‘ com altura de 200mm e peso de 27 Kg/m 3.2 – Perfis laminados 3.3 – Perfis Soldados Perfil soldado é o perfil constituído por chapas de aço estrutural, unidas entre si por soldagem a arco elétrico. São elementos que surgiram de forma a suprirem as limitações impostas pelos perfis laminados tipo I. Podendo ser encontrados sob diversas geometrias, como H, I, L. A norma também permite que sejam criados perfis especiais, de modo a suprir as necessidades do projetista. O custo para a fabricação dos perfis soldados, no entanto, é maior do que para a laminação dos perfis laminados. 3.3 – Perfis Soldados 3.3 – Perfis Soldados 3.3 – Perfis Soldados 3.3 – Perfis Soldados A nomenclatura é dada pelo símbolo do perfil utilizado seguido pela sua altura em mm e a massa em kg/m. Série - Altura em milímetros - Massa aproximada em kg/m CS 300x62 (d = 300mm; massa = 62,4 kg/m) 3.3 – Perfis Soldados 3.4 – Perfis Formados a Frio Nem sempre são encontrados no mercado os perfis laminados com dimensões adequadas às necessidades do projeto de elementos estruturais leves, pouco solicitados, tais como terças, montantes e diagonais de treliças, travamentos, etc., enquanto os perfis estruturais formados a frio podem ser fabricados nas dimensões desejadas. Também conhecidos como perfis de chapas dobradas, vêm sendo utilizados de forma crescente na execução de estruturas metálicas leves, pois podem ser projetados para cada aplicação específica. 3.4 – Perfis Formados a Frio Processo contínuo Processo descontínuo 3.4 – Perfis Formados a Frio 3.4 – Perfis Formados a Frio A designação de perfis metálicos de chapa dobrada segue determinada ordem: Tipo, Altura, Aba, Dobra, Espessura (todas as medidas em mm) Como exemplo de designação de perfis teremos: L 50 x 3 – Perfil L de abas iguais de 50mm e espessura de 3mm L 50 x 30 x 3 – Perfil L de abas desiguais de 50mm por 30mm e espessura de 3mm U 150 x 60 x 3 – Perfil U não enrijecido com altura de 150mm, mesa de 60mm e espessura de 3mm U 150 x 60 x 20 x 3 – Perfil U enrijecido com altura de 150mm, mesa de 60mm, dobra de 20mm e espessura de 3mm Liege, Bélgica - A estação Liege-Guillemin Estação Ferroviária Sul de Guangzhou/ TFP Farrells Mais informações em relação as propriedades dos aços e seções dos produtos siderúrgicos podem ser obtidos nos endereços das empresas que produzem o aço: GERDAU – www.gerdau.com.br Açominas – www.acominas.com.br COSIPA – www.cosipa.com.br CSN – www.csn.com.br http://www.gerdau.com.br/ http://www.acominas.com.br/ http://www.cosipa.com.br/ http://www.csn.com.br/