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PORTFOLIO SERVIÇO SOCIAL - MOVIMENTOS SOCIAIS - FATOR DETERMINANTE NO DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

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PAGE 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................3
42 DESENVOLVIMENTO.........
42.1 MOVIMENTOS SOCIAIS
2.2 MOVIMENTOS SOCIAIS E AS POLITICAS PUBLICAS NO BRASIL...................7
2.3 POLITICAS SOCIAIS NO BRASIL PÓS CONSTITUIÇÃO DE 1988...................10
3. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 14
4. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO
O modelo societário determinado pelo capitalismo dividiu a sociedade basicamente em duas classes: o proletariado e a burguesia. Com o desenvolvimento deste sistema, os conflitos gerados pela contradição capital – trabalho houve a necessidade da intervenção do Estado para mediar esta relação. A implantação de políticas públicas foi a forma ou a expressão pela qual viabilizou-se a intervenção estatal, possibilitando um mecanismo de manutenção da força de trabalho para os donos dos meios de produção, ou segundo a ótica da classe trabalhadora a concessão e conquista de direitos. Enquanto a Europa passou por extensas modificações sociais nos séculos XIII e XIX, o Brasil país periférico ao sistema, teve décadas de atraso neste processo. Há quem diga que o processo de formação brasileiro foi pacífico, mas ao contrário do que o acredita-se, a história brasileira foi marcada por revoluções, guerras civis e articulações de movimentos sociais. Desde a colonização até a contemporaneidade a conquista de direitos, foi alcançada através de organizações populares e aspirações de alguns grupos que através das massas articularam e pressionaram o Estado para reivindicarem seus direitos. O profissional Assistente Social bem como as políticas públicas atua neste cenário de lutas e concessões, sendo mediador nestes conflitos. 
O objetivo do presente trabalho é apresentar a questão histórica dos movimentos sociais no Brasil e no mundo, mencionar fatos determinantes, para assim entender o processo político que se evidencia no presente, além de perpassar os contextos históricos de alguns períodos, compreender de que forma aconteceu o processo de construção da Constituição de 1988, bem como apontar as causas que deram origem as políticas públicas sociais brasileiras e enfatizar a importância dos movimentos sociais organizados na conquista de direitos. 
2. desenvolvimento
2.1. MOVIMENTOS SOCIAIS.
Não há precisamente um período histórico em que se pode identificar o surgimento das políticas sociais, mas é fato que se deu juntamente com o desenvolvimento do capitalismo. O modelo socioetário deste sistema dividiu a sociedade basicamente em duas classes: o proletariado e a burguesia. As políticas públicas foram instituídas para atuar na mediação entre estas classes e o estado, vista por alguns autores como “mecanismo de manutenção da força de trabalho”, por outros como sendo “Conquista da classe trabalhadora”, como “arranjos do bloco ou poder dominante”, alguns ainda as citam como, “instrumento e garantia de aumento de riquezas ou dos direitos do cidadão” e ainda “Concessão ou doação das elites dominantes”, para Marx (filósofo do século XIX) responsável por grande parte da contribuição teórica das Ciências Sociais, as Políticas Sociais são frutos das dinâmicas e inter- relação das classes, vistas basicamente como concessões e conquistas da classe subalterna e fundamentadas no desenvolvimento desproporcional e contraditório das sociedades. Estas políticas, não foram simplesmente concedidas, mas sim conquistadas e construídas com muito esforço, exigiu sacrifícios e a até a morte de muitas pessoas. 
Foi na Europa ocidental que o capitalismo se consolidou e aderido a ele, crescia um movimento ideológico chamado Liberalismo, caracterizado pela liberdade individual, defendendo a propriedade privada, a livre concorrência e a minimização do estado. Sistema esse, que desiguala os homens, não proporcionando oportunidades para todos e assim concentrando a renda, naturalizando a miséria e culpabilizando o individuo pela sua condição. Mediante a estes fatores, no século XIX houve uma eclosão das expressões da questão social e o meio de enfrentamento não poderia ser outro, se não, pela repressão e pela violência, este século ficaria marcado, pela extrema repressão aos movimentos sociais e também pela consolidação do Liberalismo. Já no século XX a introdução de alguns conceitos sociais nas políticas econômicas dos países capitalistas, foi alterando ainda que timidamente o cenário da luta de classes e o velho “liberalismo”, foi dando lugar ao Estado Social Capitalista, que possibilitou uma nova visão do Estado frente à questão social e o investimento em políticas públicas que beneficiavam a classe trabalhadora. Essa concessão, significou uma resposta do Estado às pressões sofridas, e um modo de amenizar os conflitos estabelecidos há décadas e que vinha prejudicando a produção por conta das greves além de influenciar negativamente na política econômica dos países europeus. O Estado reconheceu a importância do “contentamento” dos trabalhadores com as condições de trabalho, mas por outro lado, não poderia deixar de agradar a burguesia, que sustentava e dava bases a seu governo, teria de encontrar uma forma de reconhecer os direitos sociais do proletariado, sem, contudo prejudicar os fundamentos do capitalismo. Não há e não houve outra forma de obtenção destes “benefícios” a classe trabalhadora, junto ao estado, do que pela união e organização, historicamente ficou comprovado a importância dos movimentos sociais na garantia de direitos da população. Os movimento sociais refere-se então a perspectiva de mudança social, isto é, a possibilidade de superação das condições de opressão e da construção de uma nova forma de sociedade. A participação social no contexto de redemocratização da relação entre Estado e sociedade tem se apresentado como inovação política no processo de elaboração e implementação de políticas públicas. As mudanças no papel do Estado apontam para uma revisão de sua estrutura e funcionamento, com deslocamento dos interesses burocráticos e de mercado para um poder apoiado pela cidadania ativa, desenvolvendo, desta maneira a construção de um verdadeiro controle social pelo cidadão, com o reconhecimento das necessidades da população nas políticas públicas.
 Na Antiguidade destacam-se o movimento de escravos e religiosos; na Baixa Idade Média, os movimentos camponeses e servis – os camponeses tinham poucos direitos, viviam quase completamente a mercê de seus senhores, pagando a essas várias taxas. Os nobres dominavam a terra, detendo todo poder político, econômico, judicial e militar, formando a classe dominante na Europa por aproximadamente 400 anos; ocorrem as insurreições camponesas e as revoltas se alastram rompendo com os laços de lealdade. Nas cidades (burgos), os artesãos entram em conflito com os comerciantes ricos (burgueses) que os mantinham presos e impotentes. Os comerciantes, por sua vez pressionam o rei, exigindo maior liberdade comercial e reconhecimento político junto às esferas do poder. Este período de grande efervescência dos movimentos sociais culmina na derrocada do sistema feudal. Chega-se na Idade Moderna com os movimentos dos mercadores e comerciantes protagonizando a Revolução Industrial e a transição para o sistema capitalista de produção. Na Idade Contemporânea, com o capitalismo já consolidado, destacam-se os movimentos operários denunciando as precárias condições de vida nas fábricas e nas cidades. Uma das faces mais perversas do capitalismo se mostra na exploração do trabalhador com jornadas de trabalho excessivas e péssimas condições de sobrevivência aviltantes à dignidade humana. Alguns segmentos de trabalhadores, em lugares e momentos diversos, começam a se insurgir contra as explorações sofridas. As lutas, a princípio mais isoladas, por melhores salários e redução de jornada de trabalho,pouco a pouco, tornam-se mais frequentes e organizadas. Após longo processo de conflitos, o movimento operário chegou ao Brasil no final do século XIX com uma consciência crítica relativamente desenvolvida sobre a sociedade capitalista, tendo claro o seu papel de sujeito de transformações sociais. O processo pelo qual os indivíduos passam, como agente de transformação social, de uma situação passiva para uma situação ativa e reivindicatória é decorrente do contexto socioeconômico e histórico de cada sociedade. 
2.2. MOVIMENTOS SOCIAIS E AS POLÍTICAS PUBLICAS NO BRASIL
Nos países periféricos ao capitalismo como o Brasil, devido a profunda desigualdade existente e fundamentada pelo processo de colonização, a história dos direitos sociais, dos movimentos e da luta de classes ocorreram diferentemente da Europa e com algumas décadas de atraso, Dessa forma, as políticas sociais são entendidas como fruto da dinâmica social, da inter-relação entre os diversos atores, em seus diferentes espaços e a partir dos diversos interesses e relações de força. Surgem como instrumentos de legitimação e consolidação hegemônica que, contraditoriamente, são permeadas por conquistas da classe trabalhadora. Infelizmente no Brasil, não é possível falar de um Estado de Bem-Estar tal como se observa na experiência internacional. Mas, considerando as especificidades da experiência brasileira, a literatura que trata das políticas sociais demarca os anos 30 do século passado como o período em que o Estado passou a intervir de forma mais explícita nas relações entre capital e trabalho.  È importante ressaltar que desde o final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX, há um crescimento significativo das organizações e lutas operárias no país, as quais conseguem conquistar direitos essenciais, na sua maioria relativos ao trabalho, como por exemplo: direito à organização e formação de sindicatos (1903 e 1907); regulamentação da proteção relativa ao acidente de trabalho (1919) e a criação de Caixas de Aposentadoria e Pensões dos ferroviários (Santos, 1987, p. 18-21).  Até a Constituição de 1988 a política social brasileira se caracterizou por oferecer cobertura aos que se encontravam no mercado de trabalho. Fora do mercado de trabalho só havia a caridade privada ou alguma esmola pública precária na forma de auxílios. Outra característica da política social brasileira é, segundo W.G. Santos (1987, p. 89), “o fato de que os períodos em que se podem observar efetivos progressos na legislação da política social tendo como raiz ditadura do Estado Novo implementa uma política econômica com estímulo à industrialização, com a característica de gerar mecanismos de acumulação impulsionados diretamente intervindo na estatal, garantindo o mercado interno, através de tarifas protecionistas, da transferência de recursos da agricultura para a indústria, da criação de indústrias de infraestrutura necessárias à industrialização (como a usina siderúrgica de Volta Redonda, por exemplo), entre outras medidas. Teve lugar, assim, a introdução de modificações mínimas do ponto de vista do acesso a bens sociais e políticos às classes trabalhadoras, apenas aquelas necessárias ao processo de modernização capitalista, conservando-se, ao mesmo tempo, as estruturas sociais básicas, ou seja, os tradicionais processos de privar. Entretanto, alguns desejos impostos pelas classes subalternas precisaram ser reconhecidos, a fim de que a nova constituição de poder pudesse implementar tendo também o seu projeto político-econômico com razoável margem de negociação. Tendo também na Constituição Federal de 1988 é clara a tentativa de engendrar um sistema público de seguridade social – Saúde, Previdência e Assistência Social – , no qual toda a população está incluída, embora rigorosamente discriminada pelos mais diversos critérios de elegibilidade. As políticas sociais no Brasil estão relacionadas diretamente às condições vivenciadas pelo País em níveis econômico, político e social. As políticas sociais originam na confluência dos movimentos de ascensão do capitalismo como a Revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da intervenção estatal. 
Segundo Axel Honneth (2003), os movimentos sociais são resultantes de ações coletivas com o intuito de manter ou mudar uma situação, portanto, são ações coletivas em prol de um objetivo específico, o qual, não ocorre de maneira isolada, pois é fruto da organização coletiva contra algo que afeta um seguimento da sociedade. É valido salientar que esses, nem sempre serão de esquerda, podendo haver movimentos de direita conservadores, querendo manter algo, como o que ocorreu no Brasil em 1964, com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, isso aconteceu devido à um seguimento social descontente com o governo de João Goulart, pois esse tinha ideologias voltadas para o comunismo, sendo que nesse mesmo período o mundo estava dividido em dois polos, ou seja, o Mundo Bipolar, havendo a circulação de várias ideias, estas por sua vez interferiam diretamente na organização da sociedade.
Ao contrário do que se é contado nas aulas de história, o Brasil não foi construído por meio de um processo pacifico e servil, mas à custa de muitas lutas e revoluções, aspirações de gerações que levantaram ideias e sustentaram suas necessidades e as do próximo mesmo que custassem suas próprias vidas, se hoje, a classe trabalhadora goza de direitos, estes por sua vez, não são frutos da providencia, mas constituídos através de processos históricos de reivindicação de direitos da população. Não há como citar todos, mas alguns dos mais influentes: O primeiro grande movimento brasileiro ao que se tem registro aconteceu no século XVI, no período colonial, ficou conhecida como a Confederação de Tamoios, que foi uma resistência de povos indígenas na região se São Paulo e Rio de Janeiro ao domínio e a exploração europeia. A Insurreição Pernambucana, movimento popular ocorrido no século XVII, ocorreu na região nordeste do Brasil e foi caracterizada pela revolta dos habitantes locais (índios potiguares, descendentes de portugueses, escravos libertos), que se revoltaram pela cobrança exaustiva de imposto dos banqueiros holandeses e também pela imposição da religião judaica e protestante que pairava na Holanda. A Inconfidência Mineira, foi um dos mais importantes movimentos sociais ocorridos na história brasileira, ocorreu no ano de 1789, caracterizou a luta do povo mineiro contra o domínio e o abuso do governo português. Os representantes desse importante movimento eram formados pela elite mineira, entre eles - Tiradentes, o grupo aspirava a proclamação da república e a conquista da liberdade definitiva do Brasil ao domínio português. A Guerra de Canudos foi um confronto popular que aconteceu na Bahia entre os anos de 1896 a 1897, que teve a origem do conflito em problemas sociais e religiosos, os sertanejos reivindicavam, acesso as terras, melhores condições de vidas e ainda a permanência da religião nas decisões do estado, neste conflito morreu aproximadamente seis mil combatentes. A Balaiada foi uma revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, a revolta liderada por combatentes trabalhadores, pobres, mestiços que lutavam pelo direito a cidadania e o acesso às terras e aos bens. Como era de se esperar esse movimento terminou com forte repressão e violência por parte da coroa. Uma característica importante é que estes movimentos sociais ocorriam no campo, pois grande parte da população encontrava-se concentrada em áreas rurais. Houve um esmagamento desses movimentos revolucionários brasileiros que apresentavam um claro conteúdo social e uma evidente ameaça à ordem escravocrata ameaçando o poder da aristocracia. Eram as vozes das minorias que imploravam ser ouvidas, mas assim seguiram as lutas e conquistas das classes subalternas brasileiras em sua secular batalha pela conquista de direitos.
O período da República Populista (1946 - 1964), foi um momento marcado pela intensificação na luta pela terra, como fim, do Estado Novo e o fim de um regime ditatorial, iniciava-se uma nova fase com eleições livres, nesses 18 anos, houve um clima de liberdade, o que contribuiu para o aumento dos movimentos sociais, os quais encontravam por sua vez, apoio em grupos religiosos (Comunidade Eclesiais de Base).
Após os anos de 1950, começa a ocorrer mudanças na organização social, com essa nova (re) organização emergiu os novos movimentos sociais de grupos minoritários, marginalizados ou excluídos desta nova sociedade em construção. O perfil dos movimentos sociais após os anos de 1960, se alteram, passando a elencar outras revindicações, não somente a questão dos direitos trabalhistas, mas um lugar melhor dentro da sociedade podemos destacar os seguintes grupos; os negros, homossexuais, veganistas, ambientalistas, feministas e outros. Algo trivial no Brasil é pensar, rotular ou resumir movimentos sociais, como sendo algo ligado ao MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, isso se deve ao fato de o país ser de base agrária, ou seja, a terra sempre esteve concentrada na mão de uma minoria, outro fato relevante é que foi um dos últimos a abolir a escravidão 1888 (Lei Áurea), a partir desse momento os negros libertos foram deixados a própria sorte. Não houve qualquer tipo de compensação ou retratação pelos anos de tortura e escravidão, há casos similares na literatura onde os governantes deram um auxílio a essa população negra, por exemplo, nos Estados Unidos da América. Outro atenuante está ligado à primeira Lei de Terras de 1850, a qual contribuiu para dificultar o acesso às terras por parte da classe trabalhadora, encontra partida garantia aos que já tinham acesso a sua posse e permanência, com isso, aumentando as mazelas sociais. Quando a terra ganhou valor, ampliam-se os conflitos em ligados a questão agrária, assim como a grilagem de terras, marginalização ou expropriação dos camponeses por parte de latifundiários.
O fim da década de 1970 e início dos anos de 1980 emergem os movimentos sociais populares, os quais eram contrários ao Regime Militar, o qual oprimia a população, o Brasil vivia um momento marcado pela constante perda de direitos. Em decorrência desse cenário emerge da classe popular a CUT – Central Única dos Trabalhadores idealizada pelos próprios operários, o mesmo ocorreu com a UNE – União Nacional dos Estudantes, os quais se organizaram na busca de seus direitos. Esses movimentos são atuantes até os dias de hoje, passaram por uma reformulação nos anos de 1990, passando a serem melhores organizados, com a reestruturação facilitou a luta e a busca pelos direitos da classe operária e estudantil.
O mais notório movimento desta década ocorreu em 1984, o chamado “Diretas Já”, este movimento chegou a mobilizar um milhão de pessoas e contavam com políticos esquerdistas, intelectuais, atletas e artistas, eles exigiam o retorno da democracia no Brasil. Apesar da proporção, o regime militar ainda resistiu por mais alguns meses. 
Um fator decisivo nos movimentos sociais destas décadas foi a inserção e a consolidação da disciplina de Ciências Sociais aos cursos de formações e graduações pelo Brasil à fora, trouxe um clima de efervescência e solidez a esses movimentos, em plena ditadura militar. Esta contribuição proporcionou aos estudantes um pensamento e conduta mais críticas frente ao cenário político e econômico ao qual o pais se encontrava. Associado aos membros das universidades havia outros setores da sociedade também descontentes , no que resultou em uma grande massa de combate, que contribuíram decisivamente, por meio de pressões organizadas, para a conquista de vários direitos sociais, defesa da democracia e combate ao autoritarismo, que foram legalizados em forma de leis, marcando um novo período da História brasileira – A Constituição de 1988. Neste período, cada causa social foi adquirindo suas próprias características e abraçando suas causa, a voz das minorias finalmente estava sendo escutadas. Os movimentos sociais e a sociedade finalmente buscaram espaços para discutir democraticamente e influenciar as decisões políticas a respeito de assuntos que eram pertinentes a vida da população e a reivindicação de direitos além de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. 
2.3. POLITICAS SOCIAIS NO BRASIL PÓS CONSTITUIÇÃO DE 1988
A atual e sétima Constituição brasileira é considerada a mais completa e democrática por especialistas, por ter tido a participação da sua elaboração do povo através de sindicatos, entidades religiosas e movimentos sociais. Marca o fim de um período ditatorial e o reestabelecimento da democracia, além de prover direitos a todos os cidadãos brasileiros. Os temas e princípios defendidos por esta carta abordam entre outros: A organização do Estado em três poderes, os direitos e as garantias fundamentais, a defesa das instituições, a tributação e o orçamento, a ordem econômica, financeira e social. 
Na contramão dos direitos adquiridos na constituição, houve a implantação no Brasil do projeto Neoliberal, que trouxe a contemporaneidade os ideais impostos outrora de entre outros, a redução do estado a mínimo. As consequências da introdução deste sistema na política econômica brasileira foi o desmanche das políticas públicas, expressadas através de cortes em investimentos de programas sociais, a diminuição de benefícios, criminalizando e naturalizando os indivíduos pelas suas condições de pobreza, incentivando a prática do clientelismo e revestindo os graves problemas sociais a solidariedade informal e ao assistencialismo.
Os movimentos sociais na última década do século XX e no século XXI continuaram a ganhar força no cenário político nacional, todos eles com objetivo de fortalecer o papel da esfera pública no bem estar social. Uma forma de participação social neste século é através dos conselhos gestores de políticas públicas que constituem um importante local de atuação desses movimentos. A conquista dos direitos é resultado de lutas sociais empreendidas por movimentos populares e organizações sociais que reivindicaram direitos e espaços de participação social. O conflito social deixa de ser simplesmente reprimido e passou a ser reconhecido. Todos esses movimentos, no entanto, contribuíram para despertar a consciência dos problemas vividos e possibilitaram a participação da população com capacidade de continuar a organizar-se em movimentos sociais, de forma a consolidar e a ampliar os direitos sociais e políticos conquistados, por meio de um processo constante e contínuo. O resgate da história nos faz compreender e reconhecer que os movimentos sociais e a participação popular sempre estiveram presentes nas sociedades em todos os tempos e lugares, sempre houve homens dominando homens, homens lutando – uns pela conquista de direitos e contra a opressão e outros pela manutenção do mando e do poder. Continuando a serem, os movimentos sociais e a participação popular, elementos fundamentais na ocupação dos espaços de luta por uma sociedade mais justa e igualitária, na qual a cidadania sai do discurso e se constrói na prática através da conquista, consolidação e ampliação dos direitos. 
O Assistente Social é o profissional inserido na mediação dos conflitos gerados pelo capitalismo, seu maior compromisso é garantir o bem estar social da classe subalterna, compromisso este firmado no Projeto ético político que se expressou em forma de leis que orientam a prática destes profissionais. É responsável também pela mediação entre Estado, burguesia e classe trabalhadora, atua na implantação e implementação das políticas sociais destinadas a enfrentar as expressões da “questão social”. Após a promulgação da Constituição de 1988 este profissional encontrou bases para legitimar os direitos da população, age e articula nos diversos setores das políticas sociais: saúde, educação, assistência Social, previdência social, setores de habitação, meio ambiente, saneamento básico, no enfrentamento da violência, segurança pública agindo em favor principalmente das crianças, idosos,deficientes físicos, juventude, igualdade racial e de gênero entre outros. É importante o conhecimento a respeito de cada setor por parte do assistente social, pois, em sua atuação profissional se depara com vários elementos conectados às expressões da questão social é por meio do conjunto de programas e ações governamentais que presta atendimento as demandas inerentes da população. A prática profissional em diferentes políticas setoriais e o contato sistemático com assistentes sociais, inseridos nessas políticas, tem indicado a necessidade de aprofundar o conhecimento acerca da intervenção profissional.
 As políticas setoriais constituem um sistema de políticas organizadas por especialidade, suas atuações abrangem recursos técnicos, teóricos, tecnológicos, físicos, materiais e humanos do seu campo. que são garantidos e discutidos no espaços democráticos, onde as decisões são tomadas com base no território e nas particularidades de cada região, direito esse de promoção da cidadania, além de avaliação, monitoramento e fiscalização do uso do dinheiro público. Exemplos de políticas setoriais: Políticas setoriais do trabalho, Política Setorial da Educação, Política setorial de habitação, Política setorial de saúde, Política setorial de álcool e outras drogas, Políticas Setoriais da família, criança e adolescente, idosos, pessoas com deficiência, Políticas setoriais para mulher, População LGBT, Comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhos a ainda de gênero e imigrantes. As políticas sociais ou setoriais na qualidade de estratégias governamentais são capazes de promover significativos avanços para a classe trabalhadora..
A política pública orienta-se pelo objetivo de fazer com que o governo entre em ação. As formulações de políticas públicas constituem-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real.
A política pública possibilita diferenciar a intenção de governo daquilo que ele realmente faz, é um campo que abrange diversos atores e níveis de decisão, não se limitando a leis e regras, é intencional pois consiste em uma ação com objetivos e metas a serem cumpridas ainda que tenha impactos relativamente imediatos, atua a longo prazo, não se limita a tomada de decisão e a proposição de medidas pois implica também sua implementação, execução e avaliação.
Dentre todas as importantes políticas setoriais citadas destaca-se a Política Setorial do Trabalho, uma política de suma importância para todos os brasileiros, que representa a importância dos movimentos sociais na busca pela reivindicação de direitos. No artigo 7° da Constituição Federal de 1988, encontra-se a legislação trabalhista, que deu seguimento e aperfeiçoou as conquistas outrora alcançadas com o Decreto – Lei n° 5.452, de 1 de Maio de 1943, sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas. Dentre as garantias constitucionais que beneficiaram os trabalhadores brasileiros podemos citar: Indenização compensatória em caso de demissões arbitrárias; salário mínimo obrigatório que atendam as necessidades básicas da família; salário proporcional ao nível de complexidade exercida; proibição da redução do salário, com exceção em caso de acordos coletivos; Décimo terceiro salário integral; Quando trabalho noturno a remuneração deve ser superior; Participação dos lucros; Abono salarial para trabalhadores que tem menores dependentes; Jornada de trabalho igual ou a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas semanais; Jornada de seis horas diárias de trabalho para casos em que este sejam ininterruptos; Repouso semanal remunerado; Remuneração por horas que ultrapassem a jornada de trabalho estabelecida; Férias anuais e o pagamento de um terço a mais, referente ao salário normal; Licença maternidade; Licença paternidade; Aviso prévio, com no mínimo trinta dias; Proteção ao espaço da mulher no mercado de trabalho; Redução dos riscos do trabalho e adicional em remuneração à atividades penosas, insalubres ou perigosas; Direito a aposentadoria; A creche e escola aos filhos dependentes; Proibição de diferença de salários por idade, estado civil, cor, gênero e em caso de trabalhador com deficiência; Proibição de trabalho noturno ou insalubre a menores de idade, salvo em casos e condição de menor aprendiz e estagiário nos termos da lei; Direito a igualdade entre o trabalhador técnico, manual e intelectual e quanto ao com vínculo empregatício. 
As políticas e os avanços da Constituição de 1988 contribuíram significativamente nos avanços na área do trabalho, melhoraram os índices, mas apesar de todos os avanços alcançados, não se pode deixar de lado as inúmeras limitações do sistema, que sofre as influencias de um processo histórico de exploração na colonização brasileira, de exclusão, desigualdade e baixa escolaridade que inviabiliza a participação de boa parte da população no mercado formal do trabalho, sem contar no Neoliberalismo, sistema econômico vigente hoje nos países capitalistas, que estabelece entre outros, a manutenção do chamado “exercito de reserva” que é uma tática de enfraquecimento da classe trabalhadora, que inviabiliza as articulações dos sindicados e cria o chamado por Marx de “desemprego estrutural” , que deixa uma massa de pessoas desempregadas “propositalmente” para haver concorrência e baratear o custo da mão de obra além de extinguir as greves. Sem articulações e movimentos sociais há perdas substanciais na qualidade de vida dos trabalhadores além de ameaça constante no retrocesso e perdas dos direitos adquiridos. 
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3. CONCLUSÃo
A busca incessante por direitos básicos e melhores condições de trabalho, mobilizou a classe operaria ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX tanto no Brasil como no mundo em grandes massas organizadas que buscaram através dos movimentos sociais a obtenção de seus objetivos. A implementação de políticas públicas, foi a forma mais adequada que o estado encontrou para mediar os conflitos gerados pela contradição capital – trabalho, e não há como definir em que momento histórico elas surgiram, mas pode-se afirmar que elas foram implantadas a medida em que o capitalismo se desenvolvia. O filósofo Marx estudou intensamente a luta de classes e definiu as políticas públicas como “concessões e conquistas da classe trabalhadora”. Analisando os fatos decorridos ao longo da história do capitalismo é possível concluir que os impactos gerados por este sistema nas sociedades, foram contraditórios e desproporcionais, deu origem a gravíssimos problemas sociais, concentrou a renda e marginalizou boa parte da população, arrastando, intensificando e perpetuando estas características para sempre na história da humanidade. Fatores estes que exigiu do Estado uma ação intermediadora, à fim de garantir a mão de obra para dar continuidade na geração de bens e ao mesmo tempo manter o sistema político vigente e a classe burguesa detentora da riqueza gerada. 
O Serviço Social enquanto profissão bem como as políticas públicas foram elaborados para atuar na mediação dos conflitos gerados pelas contradições da ordem vigente, tanto a profissão quanto as leis e políticas, assumiram da década de 80 e 90 - com o Projeto Ético Político da profissão e a promulgação da Constituição de 1988 - um posicionamento político favorável a classe trabalhadora, se colocaram como facilitadores da promoção e garantia de direitos se comprometendo com fortalecimento do ideal societário de justiça e cidadania. 
A história brasileira marcada pela extrema desigualdade e injustiça social, possui em seu arcabouço muitas lutas da classe trabalhadora que em vários momentos da história se organizaram para reivindicar seus direitos e fazer valer as vozes das minorias através dos movimentos sociais, continua ainda no século XXI fortalecendo, garantindo e buscando seus direitos nas políticas públicas de várias formas, entre eles nos espaços democráticos de decisões, que são os Conselhos gestores de Políticas Públicas. Os desafios propostosem tempos de constante coação e perda de direitos, ameaça profundamente as conquistas dos movimentos sociais das últimas décadas, os assistentes sociais como profissionais comprometidos com os ideais da classe trabalhadora, tem o dever moral de permanecerem com uma postura crítica e ativa diante dos novos desafios impostos na atualidade. 
4. REFERÊNCIAS
MEDEIROS, Alexandro M. BREVE HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL. Disponível em: http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/breve-historia-dos-movimentos-sociaisno-brasil/. Acessado em: 05 de abril de 2018.
BRINGEL, Breno; ESPINEIRA, Maria Victória. MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICA – RELEITURAS CONTEMPORÂNEAS. Disponível em: http://www.scielo.br/s cielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-49792008000300001. Acessado em: 05 de abril de 2018.
HONNETH, A. LUTA POR RECONHECIMENTO: A GRAMÁTICA MORAL DOS CONFLITOS SOCIAIS. SÃO PAULO: ED. 34, 2003
OLIVEIRA, Iris Maria. POLÍTICA SOCIAL, ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA. Disponível em:  http://www.cpihts.com/2003_10_19/Iris%20Oliveira.htm. Acessado em: 20 de Abril de 2018. 
HOTZ, Celso. POLÍTICAS SOCIAIS E SUAS RAÍZES NO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA: UMA LEITURA NAS CATEGORIAS DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO. Disponível em: www.estudosdotrabalho.org/anais6se minariodotrabalho/celsohotz.pdf . Acessado em 05 de Abril 2018. 
PAIVA, Beatriz Augusto. ASSISTÊNCIA SOCIAL E POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL - CONFIGURAÇÃO HISTÓRICA, CONTRADIÇÕES E PERSPECTIVAS. 
Disponível: https://periodicos.ufsc.br/index.php/katalysis/article/viewFile/6250/5828. Acessado em: 18 de Abril 2018. 
PIANA, Maria Cristina. AS POLITICAS SOCIAIS NO CONTEXTO BRASILEIRO: NATUREZA E DESENVOLVIMENTO. Disponível em: htt p://books.scielo.org/id/v wc8g/pdf/piana-978 8579830389-02.pdf. Acessado em: 22 de Abril de 2018. 
BARROCO, Maria Lucia Silva. CÓDIGO DE ÉTICA DO/A ASSISTENTE SOCIAL COMENTADO. 1°. Ed. Brasil. Editora: Cotez, 2012. 
SPOSATI, Aldaiza Oliveira et al. ASSISTÊNCIA NA TRAJETÓRIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS BRASILEIRAS, UMA QUESTÃO UMA ANÁLISE. 12° Ed. Florianópolis SC. Editora: Cortez, 2014. 
BRASIL. Constituição (1988). CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasília - DF. Disponível em meio eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti tuicao/constituicao.htm. Acessado: 22/04/2018. 
MIRANDA, Camila Maximiano Et al. MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO POPULAR: LUTA PELA CONQUISTA DOS DIREITOS SOCIAIS. Uberlândia, MG. Disponível em: http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/a rtigosv1n1/15_Movimentos_sociais.pdf. Acessado em: 22/04/2018
Sistema de Ensino Presencial Conectado
serviço social
dirce maria gomes de oliveira
eleani aparecida dias lopes
marli candido moraes
rosane sandra ranzi mandrick
rosangela steinheuser de camargo valerio
rOSELEI RADIEZEVIZH DALLA NORA
tatiane machado gabriel
MOVIMENTOS SOCIAIS - FATOR DETERMINANTE NO DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Cascavel
2018
dirce maria gomes de oliveira
eleani aparecida dias lopes
marli candido moraes
rosane sandra ranzi mandrick
rosangela steinheuser de camargo valerio
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tatiane machado gabriel
MOVIMENTOS SOCIAIS - FATOR DETERMINANTE NO DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Trabalho de Pesquisa Social e Oficina de Formação; Instrumentalidade em Serviço Social; Políticas Setoriais e Políticas Setoriais contemporâneas; Movimentos Sociais. Apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média do 5° (quinto) semestre do curso de Serviço Social. 
Orientadores: Prof. Rosane Ap. Belieiro Malvezzi; Amanda Boza Gonçalves; Maria Lucimar Pereira; Maria Angela Santini. 
Cascavel
2018

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