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TDAH- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade PROFº ESP. VINÍCIUS FAGUNDES DOS SANTOS Estudo embasado na cartilha da ABDA – Associação Brasileira de Déficit de Atenção e demais autores Conceito básico introdutório O TDAH é com frequência, apresentado, erroneamente, como um tipo específico de problema de aprendizagem. Ao contrário, é um distúrbio de realização. Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldade em se sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas do TDAH têm sobre uma boa atuação. Pessoas que apresentaram sintomas de TDAH na infância demonstraram uma probabilidade maior de desenvolver problemas relacionados com comportamento opositivo desafiador, delinquência, transtorno de conduta, depressão e ansiedade. TDAH – Tríade de Sintomas Desatenção Hiperatividade Impulsividade O QUE É O TDAH? O TDAH é um transtorno neurobiológico, com grande participação genética (isto é, existe chances maiores de ele ser herdado), que tem início na infância e que pode persistir na vida adulta, comprometendo o funcionamento da pessoa em vários setores de sua vida, e se caracteriza por três grupos de alterações: hiperatividade, impulsividade e desatenção. (Cartilha ABDA) conceito Saul Cypel (2007) coloca que o TDAH é compreendido como um transtorno que compromete principalmente o funcionamento do lobo frontal do cérebro, responsável, entre outras atividades, pelas funções executivas (FE) e de funções como: A atenção; A capacidade que o indivíduo possui de auto estimular- se; Conseguir planejar-se, traçando objetivos e metas; Controle dos impulsos; Controle das emoções; A memória que depende da atenção; conceito Forster e Fernández (2003) propõem uma definição que integra várias perspectivas teóricas, para entender e descrever o transtorno: NEUROLÓGICO, PSICOPEDAGÓGICO e ESCOLAR. Definem o TDAH como um transtorno de conduta crônico com um substrato biológico muito importante, mas não devido a uma única causa, com uma forte base genética, e formada por um grupo heterogêneo de crianças. Inclui crianças com inteligência normal ou bem próxima do normal, que apresentam dificuldades significativas para adequar seu comportamento e/ou aprendizagem à norma esperada para sua idade, tanto para mais quanto para menos. conceito O TDAH não só é conhecido por ser um dos distúrbios neuropsiquiátricos mais comuns na infância e na adolescência (MATTOS, 2001), mas também porque engloba sintomas que são comuns em portadores e não portadores tais como: dificuldade de concentração, falha na finalização de tarefas ou inconsistência na realização de um objetivo definido (BARKLEY, 2002). Hiperatividade é sinônimo de TDAH? Características conceituais observadas - Uma combinação de desatenção, impulsividade e hiperatividade, que desde muito cedo já estão presentes na vida da criança, mas que se tornam mais evidentes na idade escolar. - Tais sintomas afetam a aprendizagem, a conduta, a auto-estima, as habilidades sociais e o funcionamento familiar. - Alta vulnerabilidade psicológica do paciente e é causado por atrasos no amadurecimento ou disfunções permanentes que alteram o controle cerebral superior do comportamento. É marcado pela impaciência em atividades que necessitam de concentração;O aluno hiperativo pode vir ou não com déficit de aprendizagem. - Existem estudos da equipe do DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria) podem existir casos de superdotação entre inúmeros casos de hiperatividade. - Os graus de cognição do hiperativo podem variar. . Grau de cognição sistemática abaixo do esperado / excesso de ações externas; . Grau de cognição regular/excesso de ações externas. . Grau de cognição superior / excesso de ações externas e/ou comportamentais TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH Visão Clínico médica TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em idade escolar. TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância. Estima-se que 5 a 8% da população em idade escolar pode ter TDAH. Aproximadamente 2% dos adultos podem sofrer de TDAH. Em 50% das crianças com TDAH, os sintomas persistem quando adultos. É um quadro caracterizado basicamente por distração, inquietação e uma dificuldade com o controle inibitório manifestada por impulsividade comportamental e cognitiva. Dr. Leonardo Cunha – Médico Neuropsiquiatra especializado em TDAH Hiperatividade em foco Hiperatividade é o aumento da atividade motora. A pessoa hiperativa é inquieta Quando se trata de criança, os professores descrevem que ela se levanta da carteira a todo instante, mexe com um ou com outro, fala muito. Parece que é elétrica, ou que está com um motorzinho ligado o tempo todo. Raramente consegue ficar sentada, mas se é obrigada a permanecer sentada, se revira o tempo todo, bate com os pés, mexe com as mãos, ou então acaba adormecendo. Dificilmente consegue se interessar por uma brincadeira em que tenha que ficar quieta, mas pelo contrário está sempre correndo, subindo em móveis, árvores, e frequentemente em locais perigosos. ETIOLOGIA Fatores sócio-econômicos Fatores pré e perinatais Neuroanatomia/Neurofisiologia Neurotransmissores Fatores Genéticos QUALIFICAÇÕES E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO HIPERATIVO O DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Trasntornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria, adotado também no Brasil como padrão para a definição de doenças) apresenta os sintomas que caracterizam o TDAH, e a frequência com que eles devem aparecer para que se possa definir a existência ou não do transtorno. Essa definição é subdividida em: Hiperatividade do tipo DESATENTO Não enxerga detalhes e faz erros por falta de cuidado Tem dificuldade em manter a atenção em quase todas atividades pedagógicas Parece não ouvir quando se fala com ela Tem dificuldade na organização Não gosta de tarefas que exigem esforço mental prolongado ou contínuo Freqüentemente perde objetos Distrai-se com facilidade Esquecimento nas atividades rotineiras 19 TDAH Definição do transtorno pelo DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais • Critério A: padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais freqüente e grave do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento • Critério A1a: A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais - não prestar muita atenção a detalhes - erros por falta de cuidados nos trabalhos escolares ou outras tarefas - trabalho frequentemente é confuso e realizado sem meticulosidade nem consideração adequada • Critério A1b: dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir em tarefas até seu término Critério A1c: dão a impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não escutarem o que recém foi dito • Critério A1d: freqüentes mudanças de uma tarefa inacabada para outra • Critério A1e: dificuldade para organizar tarefas e atividades - tarefas que exigem um esforço mental constante são vivenciadas como desagradáveis e acentuadamente aversivas - dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas e consideram difícil persistir em tarefas até seu término • Critério A1f: evitam ou têm forte antipatia por atividades que exigem dedicação ou esforço mental prolongados ou que exigem organização ou concentração (por ex., trabalhos escolares ou burocráticos) - evitação deve ocorrer por dificuldades da pessoa com a atenção, e não devido a uma atitude oposicional primária, embora uma oposição secundária possa também ocorrer ; TDAH - Tipo hiperativo/ impulsivo Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira. Dificuldade em permanecer sentada. Corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente(em adulto, há um sentimento subjetivo de inquietação). Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente. Fala excessivamente. Responde a perguntas antes delas serem formuladas. Age como se fosse movida a “motor”. Dificuldade em esperar sua vez. Interrompe e se interrompe na fala expositiva. • Critério B: SINTOMAS HIPERATIVO- IMPULSIVOS DIAGNÓSTICO Devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos • Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira • Abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; TDAH Definição do transtorno pelo DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais • corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação) • dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer • "a todo vapor" • fala em demasia • Critério C: prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa) • Critério D: prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional • Critério E: sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico e não são melhor explicados por outro transtorno mental (por ex., Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou um Transtorno da Personalidade) Impulsividade: • dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas • tem dificuldade para aguardar sua vez • interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras) • Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo Combinado É caracterizado pela pessoa que apresenta os dois conjuntos de critérios dos tipos desatento e hiperativo / impulsivo. Diagnóstico: seis (ou mais) sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade- impulsividade persistem há pelo menos 6 meses TDAH Definição do transtorno pelo DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Tipo não específico A pessoa apresenta algumas dificuldades, mas número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. O Diagnóstico O diagnóstico do TDAH é clínico, devendo ser feito por médicos especialistas no assunto, com ou sem auxílio de uma equipe interdisciplinar que pode ser composta por: neurologista, neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo, e/ou fonoaudiólogo. Mas todo diagnóstico deve seguir os seguintes passos: • Entrevistas com os pais (levantamento das queixas e sintomas e relato sobre o comportamento da criança em casa e em atividades sociais); • Entrevistas com professores (relato sobre o comportamento da criança na escola, levantamento das queixas, sintomas, desempenho escolar, relacionamento com adultos e crianças); • Questionários e escalas de sintomas para serem preenchidos por pais e professores; • Avaliação/observação da criança no consultório; • Avaliação neuropsicológica; • Avaliação psicopedagógica; • Avaliação fonoaudiológica; • Medicamentos: • Estimulantes • Antidepressivos • Anti-hipertensivos • Estabilizadores do humor • Antipsicóticos • Terapias: • Psicoterapia • Abordagem psicopedagógica • Fonoaudiológica • Visitas ao neurologista / neuropediatra / psicologista TRATAMENTO Referências BARKLEY, Russell A. Transtorno de déficit de Atenção/Hiperatividade. Manual para diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre. Artmed. 2008. BENCZIK, E. P. B. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Atualização Diagnóstica e terapêutica. Um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2006. CIASCA, S. M., RODRIGUES, S., SALGADO, C. A. TDAH: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.Rio de Janeiro: Editora: Revinter, 2010. CONDEMARÌN, M. e colaboradores. Transtorno do Déficit de Atenção: Estratégias para o diagnóstico e a intervenção psico-educativa. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006. CYPEL, S. Déficit de Atenção e Hiperatividade e as Funções Executivas: Atualização para pais, professores e profissionais da saúde. 3° Edição. São Paulo: Lemos Editorial, 2007. DSM – IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais. 4° edição. Porto Alegre. Artmed Editora, 2002. FAGALI, E. Encontros entre Arteterapia e Psicopedagogia: a relação dialógica entre terapeuta e cliente, educador e aprendiz. In CIORNAI, S. (org.) Percursos em Arteterapia: Arteterapia e Educação.Vol. 64. São Paulo: Summus, 2005. FAGALI, E. & equipe Contribuições da Arteterapia para a Psicopedagogia. São Paulo, Editora Independente Integração. 2009. FERNÁNDES, A. Os idiomas do Aprendente. Análise das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed. 2001. FERREIRA, C. TDAH na infância: Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, Orientações e técnicas facilitadoras. Belo Horizonte: Uni Duni Editora, 2008. GOLDSTEIN, S., GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de atenção da criança.Campinas: Papirus Editora, 1994. KICARR, P. Como ser pai para um filho portador de TDAH. Disponível em:http://www.hiperatividade.com.br/article. MATTOS, P. No Mundo da Lua. Perguntas e Respostas sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos. São Paulo: Lemos Editorial. 2004. MIRANDA, M. C.. Cabeça nas Nuvens. Revista Mente & Cérebro. Março 2008. PHELAN, T. W. TDA/TDAH. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Sintomas, Diagnósticos e Tratamentos. Crianças e Adultos. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2005. http://www.hiperatividade.com.br/article http://www.hiperatividade.com.br/article http://www.hiperatividade.com.br/article
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