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MEDICINA EXAME FÍSICO Docente: Euvane Oliveira Sobrinho Disciplina: Integração Comunitária 1º Período REGISTRO 2 Registro na folha de evolução clínica Admissão A avaliação inicial (anamnese e o exame físico) deverá ser documentada no prontuário nas primeiras 24 horas da internação. Iniciar anotando: Data; horário. Anamnese Identificação do paciente Nome idade Estado civil Religião profissão naturalidade escolaridade diagnóstico médico e motivo do internamento. Histórico de saúde HS No dia da internação Descrever: -Início dos sintomas; -Medicações em uso no domicílio ; -Adesão ao tratamento; -Protocolos e cirurgias anteriores; -Internações anteriores; -Outras patologias associadas ao histórico familiar da doença (no caso de doenças crônicas); -Uso de álcool, tabaco ou outras drogas. Envolve questões como: Potencialidades e limitações; Hábitos alimentares; Padrão de eliminações; Padrão de sono e repouso; Presença de desconforto/dor/ansiedade, efeitos adversos da terapêutica, lazer, família, condições para o autocuidado e resgate das informações relevantes. Exame Físico Exame físico: céfalo podal com foco nas alterações. Descrever a presença de dispositivos: REGULAÇÃO NEUROLÓGICA Categorias principais de avaliação: Aparência (postura e posição; movimentos corporais; vestuário; asseio e higiene). Comportamento (nível de consciência; expressão facial; fala; humor/afeto). Cognição (orientação – tempo, lugar, espaço; atenção; memória; julgamento). Processos de pensamento (conteúdo do pensamento; percepções). Níveis de consciência: Alerta: acordado ou facilmente despertado, orientado, completamente consciente de estímulos externos e internos e responde de forma adequada, conduz interações interpessoais significativas. Letárgico/sonolento: Não totalmente alerta, dorme se não estimulado, pode ser despertada pelo nome quando pronunciado em voz normal, mas parece sonolento, responde adequadamente às perguntas ou comandos, mas o pensamento parece lento e confuso, desatento, perde a linha de pensamento, os movimentos espontâneos são reduzidos. Estupor ou Semicoma: Inconsciente, responde apenas à agitação vigorosa ou à dor, tem resposta motora adequada, mantém atividade reflexa. Coma: completamente inconsciente, não responde à dor ou a qualquer estímulo interno ou externo. Percepção dos órgãos e sentidos Alterações visuais, auditivas, táteis, gustativas e olfativas. Intensidade da dor na Escala Visual Analógica de Dor de 0 – 10, localização, características, fatores de melhora e piora, tratamento utilizado. Dicas sobre como interrogar o paciente: • Você tem dor? • Como você classifica sua dor? (Deixe ele falar livremente). CABEÇA E PESCOÇO Inspeção e palpação do crânio: Alterações e assimetrias, avaliação das artérias, presença de lesões. Inspeção e palpação da face: expressão; Simetria; Edema; sensibilidade dolorosa. Inspeção e palpação do pescoço: observar linfadenopatias, glândula tireóide (observar consistência, simetria e presença de nódulos, palpação de artéria carótida, observar ingurgitamento de jugulares). Inspeção: olhos, ouvidos, nariz e garganta alterações. Inspeção da cavidade oral: observar alterações. Atentar uso de sondas, próteses e outros. CABEÇA E PESCOÇO Inspeção e palpação do crânio: alterações e assimetrias, avaliação das artérias, presença de lesões. Inspeção e palpação da face: expressão, simetria, edema, sensibilidade dolorosa. Inspeção e palpação do pescoço: observar linfadenopatias, glândula tireóide (observar consistência, simetria. PELE Inspeção e palpação: cor, áreas com alteração de coloração; temperatura; umidade; turgor; vascularização ou hematomas; lesões (local, tamanho, exsudato, leito da lesão, margem e pele perilesional). Inspeção do cabelo, unhas (formato e contorno, consistência e cor). Úlceras por pressão (UP): Estágio I: hiperemia localizado, não branqueável, com pele íntegra. Estágio II: rompimento de epiderme, exposição da derme, flictena rompida ou íntegra. Estágio III: rompimento de derme, exposição de tecido subcutâneo ou outras estruturas, dependendo do local. Estágio IV: exposição de tecido muscular, ósseo, tendinoso ou outras estruturas mais profundas que tecido adiposo. Não estagiável: UP em que não é possível observar a profundidade real, por esta estar bloqueada por tecido desvitalizado. Suspeita de lesão tissular profunda: Área localizada, escurecida, com consistência ou temperatura diferenciada do tecido subjacente, pele íntegra. A escala de Braden é adotada na instituição para avaliação de pacientes adultos, quanto ao risco para desenvolvimento de úlceras por pressão (UP). Deve ser aplicada diariamente, no momento do exame físico, quando a inspeção da pele também realizada. Inspeção: alterações e assimetrias, padrão respiratório (ritmo, frequência e profundidade), posicionamento no leito observar expansão e simetria, durante o movimento respiratório. Palpação: Presença de nódulo, massas ou sensibilidade, Percussão: percutir os campos pulmonares e estimar a excursão diafragmática. Asculta: observe os sons respiratórios e alterações. Ex.: roncos, sibilos, crepitações. Ausculta: observa as bulhas cardíacas, frequência e ritmo, atentar para sopros. Descrever a presença de drenos e cateteres. ABDOMEM Inspeção: contorno, simetria, pele, pulsação ou movimento. Ausculta: ruídos hidroaéreos, vasculares. Percussão: percutir todos os quadrantes, margem do fígado e do baço. Palpação: atentar para massas, regiões dolorosas, deformidades, herniações. MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES: Inspeção: cor, tamanho, alterações, deformidades, atrofias. Palpação: pulsos (radiais, braquiais, femorais, poplíteas, pediosos); avaliação dos linfonodos, avaliação da temperatura, força muscular, edema, perfusão periférica, força e mobilidade avaliar presença de empastamento de panturrilhas. Testes para confirmação da Trombose Venosa Profunda: Sinal de Homans: consiste na dorsiflexão do pé sobre a perna e o paciente vai referir dor na massa muscular da panturrilha. Sinal da Bandeira: consiste em menor mobilidade da panturrilha empastada ao se comparar um membro inferior com outro, durante a palpação. SISTEMA GENITURINÁRIO MASCULINO Inspeção e palpação: palpe o pênis, o escroto, na presença de massa, observe os sinais associados. Verifique se há hérnia inguinal e/ou linfonodos. SISTEMA GENITURINÁRIO FEMININO Inspeção: observe a genitália externa, os lábios vaginais e as glândulas uretrais e vestibulares maiores. Se necessário, use o espéculo para inspecionar o colo do útero e vagina. PERIANAL: observe presença de fissuras, lesões, hemorroidas. Eliminações Diurese Evacuação Alterações do Volume Urinário • Oligúria: volume igual ou inferior 400 ml/24h; • Poliúria: volume igual ou superior 2500 ml/24h; • Anúria: volume igual ou inferior a 100 ml/24h. Alterações da Micção • Polaciúria: aumento da frequência com pequeno volume. • Urgência miccional: necessidade imperiosa de urinar. • Disúria: dor à micção. • Noctúria ou nictúria: predomínio da diurese noturna. • Incontinência urinária: perda involuntária da urina. • Enurese noturna: micção durante o sono. Alterações de aspecto de diurese • Aspecto normal: deve ser transparente, podendo variar de amarelo claro ao amarelo escuro, conforme esteja diluída ou concentrada. • Hematúria: diurese com aspecto hemático. • Colúria: diurese de aspecto chá ou coca-cola devido a presença de bilirrubina na urina, geralmente associada à icterícia (fezes esbranquiçadas). Diurese turva: urina com alteração da cor devido à supersaturação de cristais ou depósitos por infecção. • Piúria: diurese com presença de pus EXAME FÍSICO NO PUERPÉRIO Os sinais vitais, a inspeção das mucosas, de edema em face tronco e membros, de varizes em membros inferiores, e a ausculta cardiopulmonar deverão ser avaliados no período pós-parto, para que tenha a detecção prévia de quadros hemorrágicose/ou febris. Neste período, a mulher deverá ter uma avaliação mais específica que englobe a inspeção das mamas, a palpação uterina, avaliação da ferida cirúrgica em região suprapúbica ou em períneo, avaliação da genitália externa e das eliminações uterinas (lóquios) e da urina, pois muitas vezes, são elementos preditivos de infecções. Inspeção das mamas e mamilos, visa identificar e a distinguir as alterações fisiológicas puerperais das patológicas. As anormalidades mais comuns e que merecem atenção são: a nodularidade mamária bilateral, o ingurgitamento, a vasocongestão acompanhada de calor, sendo associadas à dificuldade ou recusa ao aleitamento materno, e por última, a mastite. Com a puérpera em decúbito dorsal a inspeção será realizada da seguinte forma: 1.Avaliar a simetria, coloração, turgor, consistência das mamas e dos 1 mamilos; 2. Identificar a presença da rede de Haller e do sinal de Hunter; 3. Verificar a presença de vasocongestão, calor, ingurgitamento e algia mamária; 4. Avaliar a pele, elasticidade e formato dos mamilos; a presença de sinais flogísticos ( dor, calor, rubor) e/ou infecciosos, e de fissuras nos mamilos; 5. Aplicar a manobra de expressão ou descarga papilar, avaliando as características da secreção ejetada. 6. Detectar a presença de nódulos nos linfonodos cervical, infra/supraclavicular e axilar, com intuito de averiguar a instalação de um quadro infeccioso. Palpação uterina Tem por objetivo acompanhar a involução uterina até o estado não gravídico. A involução uterina deve acompanhar os períodos puerperais, isto é pós-parto imediato. 1.Posicionar a puérpera em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; 2.Inspecionar se há presença de ferida operatória em região suprapúbica (resultante da cesárea) e observar sinais flogísticos ou de infecção; 3. Delimitar o fundo uterino e sínfise púbica para avaliar a localização (acima ou abaixo da cicatriz umbilical) e consistência (amolecido ou contraído) do fundo uterino. 4. A partir da 12ª hora ao 10º dia pós-parto, o globo de segurança de Pinard encontra-se palpável; 5. Anotar no prontuário localização da ferida operatória e de suas características, a presença do globo de segurança de Pinard, a localização do fundo uterino e sua consistência. Atentar a. Se o útero estiver amolecido e acima da cicatriz umbilical, no pós-parto imediato, verificar a possibilidade de atonia ou hipotonia uterina e avaliar atentamente os SSVV, buscando evidências de infecção; b. Na segunda semana pós-parto, o útero deverá retornar a uma posição em que dificulte a palpação. Caso ocorra, considerar atonia/hipotonia uterina e retenção de fragmentos placentários e verificar a presença de quadro infeccioso. Inspeção da genitália e dos Lóquios Visa a inspecionar a genitália em busca de lesões ou lacerações pós-parto e, bem como, acompanhar a involução uterina diante do fluxo de fragmentos placentários (lóquios). 1. Posicionar a puérpera em decúbito dorsal e expor a genitália exterior, mantendo-a coberta com lençol; 2. Avaliar coloração, edema, lacerações e/ou lesões, presença de sinais flogísticos e de infecção na vagina e períneo; verificar os reparos de episiotomia ou de lacerações e se há hemorroidas; 3. Averiguar a localização da episiotomia e/ou la-cerações, bem como a presença de sinais flogísticos e de infecção; 4. Averiguar quantidade, consistência, coloração e odor dos lóquios e comparar as suas características de acordo com a involução uterina. Suspeitar de infecção a partir de modificações nas características dos lóquios; 5. Os lóquios deverão ser descritos de tal forma: - lóquios rubro (pequenos coágulos de coloração avermelhada), - lóquios seroso (surgem no 5º dia pós-parto, têm aspecto rosado ou marrom), -lóquios alba (após o 10º dia, apresentam aspecto amarelado a esbranquiçado); Atentar: a. Para as eliminações placentárias com odor fétido, alterações na cor e quantidade, acompanhadas de febre superior 38 com 38°C, são indicativos de infecção. Será preciso reforçar a verificação contínua dos sinais vitais; b. Para a quantidade e coloração da eliminação urinária. Suspeitar de atonia vesical quando observada oligúria ou anúria; c. Para os sinais de hemorragia: hemorragia exsanguinante (perda abrupta de mais de 1500 mL), sangramento intenso (perda brusca ≥ 150 ml ou mais de 02 absorventes noturnos em 20 minutos), sangramento moderado (60 a 150 ml em 20 minutos ou 01 absorvente noturno), sangramento leve (≥ 60 ml em 6 horas = 01 absorvente normal). Além disso, atentar para: a. Alterações visuais acompanhadas ou não de migrânea, pois são sinais relacionados à hipertensão; b. Monitorar sinais de embolia, como tosse, dispnéia, taquipnéia e dor torácica; c. Rubor, calor, queixa álgica e presença de exsudato purulento em ferida operatória; d. Os curativos com gaze ou as coberturas especiais deverão ser aplicados nos casos de feridas infectadas, lembrando que as trocas ocorrerão de acordo com o fluxo do exsudato e/ou aspecto da ferida; e. Queixas urinárias, como disúria acompanhada de febre acima de 38°C; f. Na suspeita de doença tromboembólica tais medidas deverão ser adotadas: avaliação de edema em membros inferiores, mensuração da circunferência dos membros inferiores, sinal de Homans (positivo: quando há queixa álgica) e palpação dos pulsos periféricos. REFERÊNCIAS A.D.A.M. American Accreditation HealthCare Commission (Comissão de Reconhecimento de Cuidados de Saúde). 2013 AMIB. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Programa UTI a beira do leito: rotinas em medicina intensiva adulto. São Paulo: Associação de Medicina Intensiva Brasileira, 2013. Disponível em: http://www.amib.org.br/fileadmin/beira_de_ leito.pdf. Acesso em: 28/11/2013. BRASIL. Lei n. 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 26 jun. 1986. Seção 1:1.
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