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Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela UFAL Mestra em Direito Público pela UFAL Especialista em Direito Constitucional pela Damásio DIREITO DAS COISAS Tem como parâmetro legal a formalização do Código Civil de 2002 e sua correlação para com a Constituição Federal de 1988. É um fenômeno de despatrimonialização do direito civil. O direito civil assume o papel de efetivação dos direitos fundamentais a partir da delimitação da autonomia da vida privada. Trata-se de hipótese de intervenção do poder público na esfera privada. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL Exemplo da Constitucionalização do Direito Civil relativa a disciplina de Direito das Coisas: ▪ FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: Art. 5º da CF/88: XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL CONCEITO: Trata-se da disciplina que regulamenta a relações subjetivas de uma pessoa estabelecida sobre bens de conteúdo patrimonial, quer sejam eles corpóreos ou incorpóreos. BENS PATRIMONIAIS CÓRPOREO IMÓVEIS E MÓVEIS INCÓRPOREO CRÉDITO / DIREITO AUTORAL DIREITO DAS COISAS BENS IMÓVEIS NATURAL ARTIFICIAL LEGAL MÓVEIS DE MOVIMENTO PRÓPRIO DE REMOÇÃO POR FORÇA ALHEIA LEGAL DIREITO DAS COISAS IMPORTANTE Não confundir a disciplina de DIREITOS DAS COISAS para com as demais disciplinas do direito civil (CONTRATOS E OBRIGAÇÕES). ESPÉCIE DE RELAÇÃO CONTRATOS / OBRIGAÇÕES SUJEITO ATIVO DETERMINADO SUJEITO PASSIVO DETERMINADO DIREITO DAS COISAS SUJEITO ATIVO DETERMINADO SUJEITO PASSIVO UNIVERSAL DIREITO DAS COISAS NOMENCLATURA: DIREITO DAS COISAS X DIREITOS REAIS O código civil brasileiro adota a nomenclatura direito das coisas, pois divide o estudo da matéria em direitos reais e posse. DIREITO DAS COISAS DIREITOS REAIS POSSE DIREITO DAS COISAS DIREITO DAS COISAS A diferenciação apresentada se fundamenta na discussão à respeito da natureza jurídica da posse: POSSE É OU NÃO É UM DIREITO REAL? A doutrina majoritária entende que a posse é um DIREITO REAL e, portanto não há que se fazer a distinção proposta pelo Código. DIREITOS REAIS PROPRIAMENTE DITOS: Art. 1.225 do Código Civil •I – Propriedade •II- Superfície •III – Servidões •IV – Usufruto •V – Uso •VI – Habitação •VII – O Direito do Promitente Comprador do Imóvel •VIII – Penhor •IX – Hipoteca •X – Anticrese •XI – Concessão de Uso Especial •XII – Concessão de Direito Real de Uso •XIII - Laje DIREITO DAS COISAS TEORIA SUBJETIVA Proposta pro SAVIGNY. Posse se constitui mediante a presença de dois elementos: corpus e animus domni. Nunca foi positivada no direito brasileiro. TEORIA OBJETIVA Proposta por IHERING. Posse se constitui mediante a presença de dois elementos: corpus e affectio tenendi. É a teoria adotada pelo código brasileiro. POSSE Verifica-se a partir das teorias a respeito da posse que a proteção jurídica do referido instituto tem como razão de ser a própria proteção da PROPRIEDADE. POSSUIDOR Código Civil Brasileiro Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. POSSE P R O P R IE T Á R IO Gozar / Fruir Reaver Usar Dispor PROPRIETÁRIO Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. PODERES DA PROPRIEDADE Dentre os poderes inerentes à PROPRIEDADES apenas o poder de dispor e de reaver não pode ser transferido. O direito de propriedade é caracterizado como o mais plenos dos direitos reais e diante dos inúmeros poderes que lhe são inerentes é caracterizado um direito ELÁSTICO. PODERES DA PROPRIEDADE O proprietário será sempre um possuidor, pois sempre disporá de ao menos dois poderes inerentes à propriedade. POSSE Ius Possidendi Possuidor Proprietário Ius Possessionis Possuidor NÃO Proprietário POSSUIDOR CONCEITO: É a exteriorização da propriedade. AÇÕES POSSESSÓRIAS INTERDITO PROIBITÓRIO Ameaça Iminente de Turbação ou Esbulho da Posse MANUTENÇÃO DA POSSE Turbação da Posse REINTEGRAÇÃO DA POSSE Esbulho da Posse POSSE CONCEITO: Posse simultânea de duas ou mais pessoas sobre um mesmo bem indivisível. EXEMPLO: Senhor viúvo proprietário de uma casa de praia e pai de 3 (três) filhos, ao falecer os filhos se traduzem coproprietários e copossuidores da respectiva casa de praia. AÇÕES POSSESSÓRIAS COPOSSUIDOR NA POSSE DIRETA Não cabe ação possessória dos copossuidores indiretos contra copossuidor direto. SEM POSSE DIREITA Cabe a propositura de ação possessória para cada um dos copossuidores. COMPOSSE É ADMITIDA A USUCAPIÃO POR UM COPOSSUIDOR DA PARCELA PERTENCENTE A OUTRO COPOSSUIDOR? ATENÇÃO: Uma vez reconhecida a posse sobre o bem se operam todos os efeitos que lhe são inerentes, inclusive a USUCAPIÃO. COMPOSSE INDEPENDENTEMENTE DA CORRENTE DOUTRINÁRIA A QUAL VOCÊ SE FILIAR, A QUE ADMITE SER A POSSE COMO UM DIREITO OU QUE A PREVÊ A POSSE COMO FATO SOCIAL RELEVENTE, É COMUM A TODOS QUE A POSSE PRODUZ EFEITOS JURÍDICOS. EFEITOS JURÍDICOS DA POSSE: Legitimidade para propositura de ações possessórias. Indenização pela benfeitorias realizada no bem. Usucapião POSSE NATUREZA JURÍDICA: É incontestavelmente uma situação de fato que não produz nenhum efeito jurídico. TEORIAS SOBRE A POSSE SAVIGNY POSSE CORPUS + ANIMUS DOMNI DETENÇÃO CORPUS IHERING POSSE CORPUS + AFFECTIO TENENDI DETENÇÃO DEFINIDA NA LEI DETENÇÃO HIPÓTESES: Art. 1.198 do Código Civil Brasileiro. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. DETENÇÃO 1ª HIPOTÉSE DE DETENÇÃO: Também denominado de serviçal da posse ou fâmulo da posse, se caracteriza pela relação de subordinação, no qual o detentor conserva a coisa em nome de outrem. Exemplo: Caseiro, carteiro, porteiro, motorista, policial e o uso de arma funcional. DETENÇÃO Art. 1.208 do Código Civil Brasileiro. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. DETENÇÃO 2ª HIPOTÉSE DE DETENÇÃO: A autorização ou permissão de contato com o bem não se caracteriza posse e sim detenção. Exemplo: Autorização para estadia em casa de praia. Realização de jantar em casa com convidados. Carro emprestado a colega/familiar. DETENÇÃO Art. 1.198 do Código Civil Brasileiro. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Enunciado nº 301 da CJF. É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios. TRANSFORMAÇÃO DA DETENÇÃO EM POSSE QUAL A DEFESA QUE O DETENTOR FAZ JUS AO SER DEMANDADO EM AÇÃO NA QUAL O DEMANDANTE TEM DIREITO EM FACE DO POSSUIDOR? D E T E N Ç Ã O NOMEAÇÃO À AUTORIA (Código de Processo Civil de 1973) PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA COM INDICAÇÃO CORRETA DO RÉU SEMPRE QUE TIVER CONHECIMENTO SOBRE ESSE. (Código de Processo Civil de 2015) DETENÇÃO COMO REGRA A DETENÇÃO NÃO PRODUZ NENHUM EFEITO JURÍDICO, SENDO ESSA A CARACTERISTÍCA QUE A DIFERENCIA DO INSTITUTO DA POSSE, HÁ ALGUMA EXCEÇÃO A ESSA REGRA? D E T E N Ç Ã O Art. 1.210 do Código Civil Brasileiro. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. DETENÇÃO DESFORÇO IMEDIATO: Uso da força para evitar ou resguardar a prática por terceiros de atos violentos contra a coisa. ATENÇÃO: O uso da força deve ser feito de forma moderada, ou seja sob o crivo da proporcionalidade sob pena de responsabilização civil ou penal. DETENÇÃO Art. 1.210 do Código Civil Brasileiro. Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. POSSE DIRETA Posse temporária da coisa decorrente de um direito real ou pessoal. INDIRETA Proprietário da coisa. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE Enunciado nº 76 do CFJ. O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil). Ao possuidor direito bem como ao possuidor indireto é garantida a legitimidade para a propositura das ações possessórias. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE P O S S E D IR E T A X P O S S E I N D IR E T A JÁ SE SABE QUE HÁ LEGITIMIDADE TANTO PARA O POSSUIDOR DIREITO COMO PARA O INDERETO PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO POSSESSESSÓRIA, ENTRETANTO SERÁ SEMPRE ESSA A AÇÃO CABÍVEL? ATENÇÃO Será cabível a propositura de ação possessória para a defesa do direito à posse (proprietário) sempre que não existente ação própria e, portanto especial com tal finalidade. Exemplo: Ação de Despejo Lei nº 8.245 – Lei de Locação POSSE DIRETA X POSSE INDIRETA POSSE JUSTA X POSSE INJUSTA Art. 1.200 do Código Civil Brasileiro É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. VÍCIOS OBJETIVOS DA POSSE CLASSIFICAÇÃO DA POSSE P O S S E JUSTA Sem violência, clandestinidade e sem precariedade. INJUSTA VIOLENTA Adquirida mediante força. CLANDESTINA Adquirida na obscuridade. PRECÁRIA Decorre de um abuso de confiança. POSSE JUSTA X POSSE INJUSTA Art. 1.208 do Código Civil Brasileiro Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. ATENÇÃO: OS VÍCIOS DA POSSE PROVENIENTES DA VIOLÊNCIA OU CLANDESTINIDADE PODEM SER SANADOS. A POSSE INJUSTA NÃO PRODUZ EFEITOS JURÍDICOS . POSSE JUSTA X POSSE INJUSTA POSSE DE BOA-FÉ X POSSE DE MÁ-FE Art. 1.201 do Código Civil É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE POSSE BOA-FÉ Desconhece obstáculo para a permanência na posse do bem. MÁ-FÉ Tem conhecimento de obstáculo para a permanência na posse do bem. A CLASSIFICAÇÃO DA POSSE EM JUSTA E INJUSTA TEM COMO CONSECTÁRIO A DEFINIÇÃO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS JURÍDICOS. EM RELAÇÃO A CLASSIFICAÇÃO EM POSSE DE BOA-FÉ E POSSE DE MÁ-FÉ APLICA-SE O MESMO? P O S S E B O A -F É X M Á -F É ATENÇÃO Tanto a posse de má-fé quanto à posse de boa-fé produzem efeitos jurídicos, ou seja o tempo no seu exercício tem como consequência, por exemplo, o cômputo para fins de USUCAPIÃO, a legitimidade para a propositura de AÇÕES POSSESSÓRIAS. POSSE DE BOA-FÉ X POSSE DE MÁ-FE Art. 1.214 do Código Civil. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. FRUTOS PERCEBIDOS: são os frutos que já foram destacados do bem principal. NÃO GERA O DIREITO DE INDENIZAR. POSSE DE BOA-FÉ Art. 1.216 do Código Civil. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé. DEVER DE INDENIZAR O PROPRIETÁRIO. POSSE DE MÁ-FÉ Art. 1.217 do Código Civil. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. NÃO GERA DIREITO A INDENIZAÇÃO. POSSE DE BOA-FÉ Art. 1.218 do Código Civil. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. GERA DIREITO A INDENIZAÇÃO. POSSE DE MÁ-FÉ Art. 1.219 do Código Civil. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. POSSE DE BOA-FÉ Art. 1.220 do Código Civil. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. POSSE DE MÁ-FÉ Art. 1.205 do Código Civil. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Art. 1.206 do Código Civil. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. AQUISIÇÃO E TRANSMISSÃO DA POSSE QUESTÃO 01 (CONSULPLAN / 2017) Sobre o tratamento que o Código Civil dá à Posse e sua Classificação, analise as afirmativas a seguir. I. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. II. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. III. É justa a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. IV. É de boa-fé a posse que não for violenta, clandestina ou precária. QUESTÃO 01 Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) III e IV. QUESTÃO 02 Sobre a aquisição da posse, assinale a alternativa INCORRETA. A) A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. B) Induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos. C) Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. D) Posse pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. DIREITOS REAIS Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Dire i to pela Universidade Federal de Alagoas Especial ista em Dire ito Const i tucional Apl icado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Dire ito Públ ico pela Universidade Federal de Alagoas la isramos.adv@gmail .com DIREITOS REAIS DIREITOS REAIS PROPRIAMENTE DITOS: Art. 1.225 do Código Civil •I – Propriedade •II- Superfície •III – Servidões •IV – Usufruto •V – Uso •VI – Habitação •VII – O Direito do Promitente Comprador do Imóvel •VIII – Penhor •IX – Hipoteca •X – Anticrese •XI – Concessão de Uso Especial •XII – Concessão de Direito Real de Uso •XIII - Laje ATENÇÃO: O rol disposto no art. 1225 do CC/02 é TAXATIVO. CONCEITO: É um direito real pleno, exclusivo, elástico e perpetuo formado por um conjunto de poderes, denominado de dominiais, sendo eles GOZAR, REAVER, USAR e DISPOR. (Prof. Rafael da Mota Mendonça) PROPRIEDADE CARACTERÍSTICAS: 1. DIREITO REAL: - É oponível erga omnes , ou seja, todos tem o deverde abstenção. - Produz efeitos jurídicos, qual seja o direito de sequela sobre o bem. CARACTERÍSTICAS: 2. PLENO: - O seu titular pode exercê- lo conforme melhor entender. - OBS: O desenvolvimento do Estado Democrático de Direito tem traçados meios de limitação ao exercício do direito de propriedade. (Exemplo: Direito de Vizinhança) PROPRIEDADE CARACTERÍSTICAS : 3. EXCLUSIVO: Em regra a titularidade diz respeito à um único indivíduo. Como exceção o ordenamento jurídico permite a copropriedade, inclusive sobre bem indivisível. CARACTERÍSTICAS: 4. ELÁSTICO: O proprietário pode dispor dos poderes dominiais inerentes ao direito de propriedade. É com fundamento nessa característica que subsiste direitos reais sobre coisa alheia. (Usar, gozar ou usufruir). PROPRIEDADE CARACTERÍSTICAS: 5. PODERES DOMINIAIS: G ozar / Fruir R eaver U sar D ispor CARACTERÍSTICAS: 6. PERPÉTUO: O não uso do bem não afasta o direito de propriedade sobre ele. - OBS: Não confundir a perpetuidade do direito de propriedade com usucapião. PROPRIEDADE F O R M A S D E A Q U IS IÇ Ã O D A P R O P R IE D A D E IMÓVEL Usucapião Acessão Registro MÓVEL Usucapião Ocupação Tradição Confusão Achado do Tesouro Especificação PROPRIEDADE Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas Especial ista em Direito Constitucional Aplicado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas laisramos.adv@gmail .com PROPRIEDADE: FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL CONCEITO: Qualquer tipo de bem que esteja ligado ao solo, quer seja por força da natureza ou em função da conduta humana. CLASSIFICAÇÃO: Natural: decorrente de força da natureza. Ex: árvore. Artificial: decorre da atividade humana. Ex: poste, casa. ACESSÃO MODALIDADES: Art. 1248 do CC/02. Art. 1.248. A acessão pode dar -se: I - por formação de ilhas; II - por aluvião; III - por avulsão; IV - por abandono de álveo; V - por plantações ou construções. Obs: A maior parte das modalidades de acessões são decorrentes da força da natureza. ACESSÃO DA ACESSÃO POR FORMAÇÃO DE ILHA: Por força da natureza um aglomerado / acúmulo de terra forma uma ilha. Fundamento legal: Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: ACESSÃO Hipóteses de divisão: Ilha centralizada no curso do rio: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; ACESSÃO POR FORMAÇÃO DE ILHA Ilha entre a margem e a linha de testada: II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; Ilha formada mediante divisão do curso do rio: III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. ACESSÃO POR FORMAÇÃO DE ILHA CONCEITO: Forma clássica de aquisição da propriedade imóvel por acessão, decorrente de acréscimo depositado força da natureza. FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. ACESSÃO POR ALUVIÃO CONCEITO: Se constitui em um pedaço de terra que se destaca do terreno vizinho e gera acréscimo na propriedade, decorrente de força natural violenta. FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. ACESSÃO POR AVULSÃO Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. OBS: Tal regramento decorre na vedação ao enriquecimento sem causa, de modo que se constitui uma medida coercitiva do pagamento de indenização correspondente ao acréscimo auferido. Percebe-se, portanto que na avulsão alguém ganha algo em detrimento de outrem que o perdeu. ACESSÃO POR AVULSÃO CONCEITO: Formação de terra decorrente do desvio do curso de um rio. FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. ACESSÃO POR ÁLVEO ABANDONADO FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Obs: Presunção JURIS TANTUM de aquisição da propriedade imóvel. - Essa presunção é relativa, ou seja, admite prova em sentido contrário. ACESSÃO POR PLANTAÇÃO OU CONSTRUÇÃO TEORIA DA ACESSÃO INVERTIDA: Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa- fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. ACESSÃO POR PLANTAÇÃO OU CONSTRUÇÃO Fórmula clássica de aquisição da propriedade imóvel. FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. REGISTRO DO TÍTULO Obs: Não é a compra e venda que transfere a propriedade, ela apenas confere ao adquirente o direito de aquisição da propriedade. Obs: A compra e venda é um contrato bilateral que estabelece obrigações para ambas as partes, sendo obrigação do alienante a transferência da propriedade da coisa. MELHORAMENTO DA PROPRIEDADE: Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. REGISTRO DO TÍTULO RISCO DA NÃO TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta PRODUÇÃO DE EFEITOS DO REGISTRO: Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. REGISTRO DO TÍTULO CONCEITO: Modo originário de aquisição da propriedade imóvel, móvel ou de outros direitos reais, decorrente de um posse qualificada. POSSE QUALIFICADA (AD USOCAPIONEM) : Mansa e pacífica, ininterrupta, sobre período de tempo definido em lei, exercida sobre bem usucapível e com o ânimo de se constituir proprietário. R E Q U IS IT O S POSSE MANSA E PACÍFICA ININTERRUPTA PRAZO DEFINIFO EM LEI BEM USUCAPÍVEL ANIMUS DOMNI USUCAPIÃO MANSA E PACÍFICA: É aquela exercida sem oposição, ou seja a propositura de ação possessória descaracteriza a posse mansa e pacífica. ININTERRUPTA: Exercida continuamente pelo possuidor. PRAZO LEGAL: A legislação nas diversas hipóteses de usucapião determina o período de posse. USUCAPIÃO BEM USUCAPÍVEL: Bem passível de ser usucapido. ATENÇÃO Art. 102. Os bens públicos não estãosujeitos a usucapião. ANIMUS DOMNI: Dispor do ânimo de ser proprietário do bem. OBSERVAÇÃO: Esse requisito se constitui no resquício da Teoria Subjetiva da posse existente no Código Civil. USUCAPIÃO Os vícios objetivos e subjetivos pretéritos sobre a posse são extintos à partir da usucapião. IM P O R T A N T E IM P O R T A N T E A usucapião pode se constituir na aquisição do direito de propriedade, mas também de outros direitos reais como o usufruto, a servidão e o uso especial para fins de moradia. IM P O R T A N T E A sentença que reconhece a usucapião sobre bem imóvel tem natureza declaratória, na medida em que apenas reconhece um situação que já se consolidou. USUCAPIÃO EXTRORDINÁRIA: Fundamento Legal: Art. 1238 do Código Civil. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Dispensa a verificação da boa-fé sobre a posse, haja vista dispor como único requisito o prazo de 15 anos de posse mansa, pacífica e ininterrupta. REDUÇÃO DO PRAZO PARA POSSE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA SOCIAL Art. 1238 do Código Civil, parágrafo único. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA USUCAPIÃO ORDINÁRIA: Fundamento Legal: Art. 1242 do Código Civil. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Imprescindível a existência de JUSTO TÍTULO Título capaz de induzir / gerar a propriedade sobre o bem. USUCAPIÃO ORDINÁRIA VÍCIOS DO TÍTULO NO PLANO DA EXISTÊNCIA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PARTES OBJETO CONSENTIMENTO FORMA ATENÇÃO: Na hipótese de vício no plano da existência o título não se caracteriza como justo título para fim de usucapião ordinária. USUCAPIÃO ORDINÁRIA ATENÇÃO: O vício no plano da validade sobre o título se constitui hipótese de justo título previsto para propositura de USUCAPIÃO ORDINÁRIA. VÍCIOS DO TÍTULO NO PLANO DA VALIDADE REGULARIDADE DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO CAPACIDADE DAS PARTES OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL FORMA PRESCRITA EM LEI OU NÃO VEDADA POR ESTA USUCAPIÃO ORDINÁRIA ATENÇÃO: O vício no plano da eficácia sobre o título se constitui hipótese de justo título previsto para propositura de USUCAPIÃO ORDINÁRIA. VÍCIOS DO TÍTULO NO PLANO DA EFICÁCIA CONTRATO DE COMPRA E VENDA REALIZADO POR QUEM NÃO É PROPRIETÁRIO. FILHO QUE VENDE IMÓVEL PERTENCENTE AO PAI USUCAPIÃO ORDINÁRIA O JUSTO TÍTULO considerado para fins de USUCAPIÃO ORDINÁRIA é aquele capaz de gerar propriedade mas que por alguma razão não o fez, pois dispõe de um vício no plano da VALIDADE ou da EFICÁCIA. IM P O R T A N T E Além do JUSTO TÍTULO requer como requisito a BOA -FÉ, ou seja, a ignorância / desconhecimento sobre o vício no plano da validade ou da eficácia do título que induziu a propriedade. REDUÇÃO DO PRAZO PARA USUCAPIÃO ORDINÁRIA Art. 1242 do Código Civil, parágrafo único. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. USUCAPIÃO ORDINÁRIA REQUISITOS: 1. AQUISIÇÃO ONEROSA: É aquisição que se dá pela compra e venda ou dação em pagamento. 2. POSSE SOCIAL: Utilizada para o trabalho ou para fins de moradia. 3. TÍTULO REGISTRADO O título chegou a ser registrado todavia o registro foi cancelado posteriormente. OBS: O tempo de registro é computado para fins de usucapião. USUCAPIÃO ORDINÁRIA USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL: Fundamento Constitucional: Art. 191 da CF. Fundamento Legal: Art. 1239 do CC. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir -lhe-á a propriedade. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL REQUISITOS: 1. NÃO POSSUIR PROPRIEDADE IMÓVEL. ➢ Não ser proprietário de outro imóvel quer seja rural ou urbano. ➢ Finalidade social. 2. ARÉA EM ZONA RURAL DE ATÉ 50 HECTARES. 3. POSSE SOCIAL. 4. PRAZO DE 5 ANOS. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL O QUE É AREA RURAL? Toda a área que NÃO estiver definida como área urbana. (Definição em caráter residual) O QUE É AREA URBANA? Sua definição se encontra ampara em lei municipal elaborada com essa finalidade. Nos municípios cujo número de habitantes seja superior à 20.000 mil habitantes denomina-se a referida lei de Plano Diretor. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA: Fundamento Constitucional: Art. 183 da CF. Fundamento Legal: Art. 1240 do CC. Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL 2. PARA FINS DE MORADIA. 3. NÃO POSSUIR PROPRIEDADE IMÓVEL. ➢ Não ser proprietário de outro imóvel quer seja rural ou urbano. ➢ Finalidade social. REQUISITOS: 1. ÁREA URBANA DE ATÉ 250m². ➢ O requisito espacial se refere a terreno, o que não impede que no caso de parcelas autônomas seja usucapida área superior. USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR: Fundamento Legal: Art. 1240-A do CC. Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir -lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR USUCAPIÃO POR ABANDONO DO LAR REQUISITOS: 1. ÁREA URBANA DE ATÉ 250m². ➢ O requisito espacial se refere ao imóvel como um todo. 2. PARA FINS DE MORADIA. 3. NÃO POSSUIR PROPRIEDADE IMÓVEL. ➢ Não ser proprietário de outro imóvel quer seja rural ou urbano. ➢ Finalidade social. USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVA URBANA USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVA URBANA: Fundamento Legal: Art. 10 do Estatuto da Cidades (Lei nº 10.257) Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 2. NÃO POSSUIR PROPRIEDADE IMÓVEL. ➢ Não ser proprietário de outro imóvel quer seja rural ou urbano. ➢ Finalidade social. USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVA URBANA REQUISITOS: 1. ÁREA TOTAL INDIVIDUAL DE ATÉ 250m². ➢ O requisito espacial se refere ao imóvel como um todo individualizado por possuidor. TRANSMISSÃO DA POSSE ENTRE VIVOS Negócio Jurídico Accessio Possessionis CAUSA MORTE Sucessão Hereditária Sucessio Possessionis TRANSMISSÃO DA POSSE NA USUCAPIÃO Art. 1.207. O sucessor universal continua dedireito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. ATENÇÃO A transferência da posse ocorre mediante a permanência dos mesmos caracteres, assim como o tempo de exercício dessa, o qual se transfere também ao novo possuidor. TRANSMISSÃO DA POSSE NA USUCAPIÃO Fundamento Legal: Art. 1.243 do CC. Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé. TRANSMISSÃO DA POSSE NA USUCAPIÃO http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1207 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1242 A USUCAPIÃO SE CARACTERIZA UMA HIPÓTESE DE PRESCRIÇÃO AQUISITIVA, QUAL SEJA O TRANSCURSO DO TEMPO CULMINA NA AQUISIÇÃO DE UM DIREITO. U S U C A P IÃ O Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas Especial ista em Direito Constitucional Aplicado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas laisramos.adv@gmail .com PROPRIEDADE: FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL USUCAPIÃO Fundamento Legal: Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. ➢ COM JUSTO TÍTULO: 3 ANOS ➢ SEM JUSTO TÍTULO 5 ANOS FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL OCUPAÇÃO: FUNDAMENTO LEGAL Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. ➢ A aquisição da posse por ocupação também pode recair sobre bens imóveis. Todavia a aquisição da propriedade por ocupação, somente para bens móveis. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL ➢ Gera a aquisição do bem móvel independentemente do ato volitivo do possuidor, de modo que a simples ocupação já o denomina proprietário. (Ex: concha colhida durante caminhada na praia.) ▪ DO ACHADO DO TESOURO: ▪ FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. Obs: O terceiro não autorizado não tem direito à aquisição do tesouro encontrado em propriedade alheia. TRADIÇÃO ➢ Forma clássica de aquisição da propriedade móvel, assim como o é o registro para a aquisição da propriedade imóvel. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. ➢ Constituto possessório = Cláusula contratual. Tem o condão de transmutar o possuidor pleno em mero possuidor direto. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL ➢ Direito à restituição da coisa. (Ex: Retrovenda = Direito de compra no mesmo valor). Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. Obs: A tradição em regra não irá transferir a propriedade de bem móvel quando procedida por quem não é proprietário. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL § 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. ➢ Hipótese em que o alienante se constitui posteriormente proprietário. Exemplo: Alienação procedida por filho em detrimento do carro pertencente ao seu pai, cujo falecimento ocorrido posteriormente o constitui proprietário decorrente do direito de herança. Obs: Efeito ex tunc = Retroage para a data da tradição. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL ESPECIFICAÇÃO: FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. DA CONFUSÃO: FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL § 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado. ➢ Divisão em partes iguais. § 2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. ➢ Regra de que o acessório, segue o principal. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas Especialista em Direito Constitucional Aplicado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas laisramos.adv@gmail.com PROPRIEDADE: FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade : I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. ➢ Rol exemplificativo, de modo que podem existir no Código Civil outras hipóteses de perda da propriedade. Exemplo: Casamento sob o regime de comunhão universal Usucapião FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE ALIENAÇÃO: ➢ Trata-se de ato bilateral, ou seja que depende de acordo entre os interessados, o qual se transmite um de direito real. ➢ Em algumas hipóteses depende de ato formal para sua convalidação: Bem imóvel superior a 30 (trinta) salários mínimos requer que a alienação seja feita por escritura pública. ➢ Em se tratando de bem móvel depende da tradição e se tratando de bem imóvel depende do registro. ➢ É uma transmissão do direito de propriedade, que pode ser procedida a título oneroso (compra e venda) ou a título gratuito (doação). FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE RENÚNCIA: Ato jurídico pelo qual alguém abandona um direito sem atribuir-lhe a outrem, caracterizado como unilateral pois não depende da aceitação do outro para que se opere. ➢ Irrevogável e Solene: depende de manifestação expressa. Art. 1275 do CC: Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE ABANDONO: Ato material, no qual o proprietário se desfaz da coisa por não querer mais ser o seu dono. ➢ Não se perfaz um ato expresso, por isso deve resultar de atos concretos exteriores que evidenciem não mais ser o sujeito dono da coisa. Obs: O simples desuso não pode configurar a perda propriedade sobre o bem, de modo que o abandono deve restar demonstrado. FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio,e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE § 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. ➢ Se configura em uma hipótese de perda da propriedade decorrente do não pagamento de tributos. ➢ Discute-se a constitucionalidade do referido artigo pela hipótese de configuração de confisco. Art. 5º da CF: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE PERECIMENTO DA COISA: Com a perda do objeto, tem-se também por extinto o direito de propriedade que lhe recai. DESAPROPRIAÇÃO: Ato unilateral do poder público de intervenção na propriedade privada. - Modalidade especial de perda da propriedade. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL PRIVADA: Art. 1.228 do CC/02: § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. FORMAS DE PERDA DA PROPRIEDADE Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas Especialista em Direito Constitucional Aplicado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas laisramos.adv@gmail.com DIREITO DE SUPERFÍCIE CONCEITO: É um direito real aplicado sobre bens imóveis, que realiza o desdobramento do direito de propriedade instituindo duas propriedades autônomas: a propriedade do solo e a propriedade da superfície. - Propriedade da Superfície: SUPERFICIÁRIO - Propriedade do Solo: FUNDIEIRO / PROPRIETÁRIO ▪ FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1 .369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. DIREITO DE SUPERFÍCIE - Suspende os efeitos da Teoria da Acessão: Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. Obs: Em se tratando de direito de superfície a construção ou plantação feita sobre o solo pertence ao superficiário e não ao proprietário / fundieiro. FORMAS DE CONSTITUIÇÃO: - Dentre as propriedades autônomas constituídas, a propriedade da superfície, se caracterizará por uma propriedade resolúvel. DIREITO DE SUPERFÍCIE - Propriedade Resolúvel: direito de propriedade que se resolve pela implementação de uma condição ou termo. Condição: EVENTO FUTURO E INCERTO. Termo: EVENTO FUTURO E CERTO. - FUNDAMENTO LEGAL: Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. DIREITO DE SUPERFÍCIE COMO É PROCEDIDO O DIREITO DE SUPERFÍCIE? Art. 1 .370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. O SUPERFICIÁRIO pode alugar a SUPERFÍCIE? Sim, pois se trata de um direto autônomo, inclusive pode ser dado em hipoteca. OBRIGAÇÕES DO SUPERFICIÁRIO: Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel. DIREITO DE SUPERFÍCIE Laís Ramos Barboza Advogada OAB/AL nº 12.731 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas Especialista em Direito Constitucional Aplicado pelo Complexo Educacional Damásio Mestranda em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas laisramos.adv@gmail.com DIREITO REAIS DE GARANTIA D IR E IT O S R E A IS D E G A R A N T IA HIPOTECA PENHOR ANTICRESE São espécie de direito real sobre coisa alheia. PREVISÃO LEGAL: Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. DISPOSIÇÕES GERAIS Código Civil de 2002. Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais. Lei de Falência – Lei nº 11.101/2005. Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; DISPOSIÇÕES GERAIS ▪ PREFERÊNCIA ENTRE CREDORES Art. 1.420 do CC/02. Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. ATENÇÃO SÓ OS BENS PASSÍVEIS DE SEREM ALIENADOS PODEM SER DADOS EM DIREITO REAL DE GARANTIA. DISPOSIÇÕES GERAIS D IR E IT O R E A L D E G A R A N T IA O BEM DE FAMÍLIA PODE SER DADO EM DIREITO DE GARANTIA REAL? AQUISIÇÃO POSTERIOR DO DIREITO DE PROPRIEDADE: Art. 1.420 do CC/02. § 1o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era dono. DIREITO REAL DE GARANTIA EM COPROPRIEDADE: Art. 1.420 do CC/02. § 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. DISPOSIÇÕES GERAIS PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE: Art. 1.420 do CC/02. Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação . DIREITO DE EXCUTIR O BEM: Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. DISPOSIÇÕES GERAIS D IR E IT O R E A L D E G A R A N T IA O TITULAR DE UM DIREITO DE GARANTIA REAL PODE AO INVÉS DE EXCUTIR O BEM ADJUDICÁ-LO? CLÁSULA COMISSÓRIA Art. 1.428 do CC/02. Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. • Trata-se de cláusula nula, nulidade absoluta. ▪ DAÇÃO EM PAGAMENTO: Art. 1.428 do CC/02. Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. • É plenamente admitida, desde que o credo aceite. DISPOSIÇÕES GERAIS REQUISITOS FORMAIS: Art. 1.424 do CC/02. Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de nãoterem eficácia: I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; II - o prazo fixado para pagamento; III - a taxa dos juros, se houver; IV - o bem dado em garantia com as suas especificações . PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE DISPOSIÇÕES GERAIS
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