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A importância da governança corporativa para os investidores

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GOVERNANÇA CORPORATIVA E O CONFLITO DA AGÊNCIA
Francicleide Elias Vasconcelos
RESUMO
Este artigo tem por objetivo principal relacionar os efeitos da estrutura de controle da governança corporativa e a propriedade de valor de mercado que ela agrega as empresas, relacionando o tema ao conflito da agência. A pesquisa foi divida em duas partes: a primeira procura conceituar a Governança Corporativa, já a segunda parte, discorre a respeito do conflito da agência e sua relação com o valor agregado da firma. Essa é uma pesquisa de cunho bibliográfico dissertativo. 
Palavras-chave: Liderança Corportaiva, conflito da agência
INTRODUÇÃO
O conceito de governança corporativa já existe a mais de 50 anos, porém, somente nos últimos anos, tem se transformado em uma preocupação importante em diversos países. Governança corporativa pode ser entendida como o conjunto de mecanismos de incentivo e controle, internos e externos, que visam minimizar os custos decorrentes do problema de agência. É o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada, levando em consideração o “conflito da agência”, que basicamente é separação entre propriedade e gestão empresarial. 
Na primeira metade dos anos 90, em um movimento iniciado principalmente nos Estados Unidos, acionistas despertaram para a necessidade de novas regras que os protegessem dos abusos da diretoria executiva das empresas, da inércia de conselhos de administração inoperantes e das omissões das auditorias externas. A compreensão da estrutura de controle e propriedade é de fundamental importância uma vez que influencia diretamente a eficiência do mercado por controle corporativo, primeiramente mostrando o grau de diversificação de risco dos acionistas e depois demonstrando um potencial problema de agência na direção da firma. O tema possui importância crescente, por ser bem difundida a hipótese de que a estrutura de governança afeta o valor da empresa. Esse valor está diretamente ligado ás boas práticas de governança corporativa e em como ela diminui os riscos de investimentos.
 Logo, este presente artigo, tem por objetivo principal relacionar os efeitos da estrutura de controle da governança corporativa e a propriedade de valor de mercado que ela agrega as empresas, relacionando o tema ao conflito da agência. A pesquisa foi divida em duas partes: a primeira procura conceituara Governança Corporativa, já a segunda parte discorre a respeito do conflito da agência e sua relação com o valor agregado da firma. Essa é uma pesquisa de cunho bibliográfico dissertativo. 
DESENVOLVIMENTO
CONCEITO
Na primeira metade dos anos 1990, num movimento iniciado principalmente nos Estados Unidos (EUA), acionistas perceberam a necessidade de utilizar novas regras que os assegurassem contra os abusos das diretorias executivas das empresas, da inoperância dos conselhos de administração e, principalmente, das omissões das auditorias externas.
Todas as organizações empresariais possuem sua estrutura de poder e seu modo de organização. Elas podem ser familiares, centralizadas, autocráticas ou mais democráticas e descentralizadas. Podem ser bem formais quanto as suas regras e processos decisórios, comprometidas com a ética e ao cumprimento das regras, enquanto outras desenvolvem uma cultura mais informal onde os resultados financeiros se sobrepõem aos meios.
A expressão Governança Corporativa, de acordo com Chagas (2007), originou-se da expressão inglesa corporate governance, significando o sistema pelo qual os acionistas tomam conta de sua empresa. Logo a Governança Corporativa, é um conjunto de boas práticas de administração, buscando eliminar possíveis conflitos de interesses e consequentemente melhorando o relacionamento com as partes envolvidas.
Na definição de Monteiro (2003, p. 2), Governança Corporativa trata-se do “conjunto de práticas adotadas na gestão de uma empresa que afetam as relações entre acionistas (majoritários e minoritários), diretoria e conselho de administração”. Chagas (2007) enfatiza ainda que:
“a governança corporativa trata-se de um sistema que, usando principalmente o conselho de administração, a auditoria externa e o conselho fiscal, estabelece regras e poderes para conselhos, comitês, diretoria e outros gestores, procurando prevenir abusos de poder e criando instrumentos de fiscalização, princípios e regras que possibilitem uma gestão eficiente e eficaz. É, portanto, assunto de interesse relevante para os que atuam nas áreas de controladoria e contabilidade”.
A governança corporativa então é exatamente o meio pela qual as sociedades são dirigidas e controladas, com regras explicitas e tácitas, com destaque para o relacionamento entre seus principais stakeholders: diretoria, concelho de administração e acionistas. 
O conceito mais difundido de governança corporativa no Brasil é definido pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), (IBGC, 2007), que diz que:
“é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre os Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.”
O IBGC (2007) argumenta que a expressão Governança Corporativa é designada para abranger os assuntos relativos ao poder de controle e direção de uma empresa, bem como as diferentes formas e esferas de seu exercício e os diversos interesses que, de alguma forma, estão ligados à vida das sociedades comerciais. 
As boas práticas de governança corporativa convertem os princípios em recomendações objetivas, alinhando os interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso aos recursos e contribuindo para sua longevidade, (IBGC, 2009).
TEORIA DA AGÊNCIA
Uma organização que têm uma boa governança corporativa introduzida de forma sistêmica em toda a sua estrutura, gera capital social seguro e consequentemente agrega a si valor e confiança a todos os stakeholders envolvidos, buscando resolver assim o “conflito da agência”. Conflito de agência então, quer dizer conflito de interesses entre os stakeholders interessados nas atividades da firma. Os interesses dos acionistas são bastante diferentes dos interesses dos administradores da empresa e das outras classes de participantes. Cada grupo de interessados na empresa possui uma classe distinta de aspirações.
A Teoria da Agência ou Teoria do Agente-Principal foi desenvolvida por Jensen e Meckling (1976) e tem sua raiz no utilitarismo econômico. Essa teoria tem como premissa básica a existência de um mercado regido por contratos firmados entre os agentes econômicos, quer sejam empresas, governo ou pessoas físicas. Portanto, toda a atividade econômica reduzir-se-ia a uma série de contratos bilaterais que poderiam ser firmados ou rompidos a qualquer momento por qualquer uma das partes.
Nessa perspectiva, um sistema de Governança Corporativa emerge justamente para procurar resolver o problema de agência oriundo da separação da propriedade do controle das corporações, que é o chamado “conflito de agência”. Na medida em que uma grande corporação tem sua propriedade pulverizada e seu controle entregue a executivos não proprietários, coloca-se o problema de como garantir que o comportamento desses executivos esteja afinado com a maximização do valor para os acionistas (JENSEN e MECKLING, 1976).
Ainda para Jensen e Meckling (1976), a relação de agência é definida como sendo um contrato em que uma ou mais pessoas (principal) emprega outra pessoa (o agente) para realizar algum serviço ou trabalho em seu favor, envolvendo a delegação de alguma autoridade de decisão para o agente. Diz ainda que, se ambas as partes são maximizadoras de utilidade, existe uma boa razão para acreditar que o agente não iráatuar conforme os interesses do principal.
Algumas empresas buscam terceirizar esses serviços de controladoria, na intenção de se proteger de possíveis conflitos de interesses que acabam por ocasionar o conflito da agencia dentro da organização. Buscando ter certeza que o principal e o agente não possuem nenhum tipo de relação, agregando assim a organização confiabilidade.
Aos olhos de Hendriksen e Breda (1999), Teoria da Agência é um modelo de tomada de decisão para mais de um indivíduo, tem um enfoque prescritivo, embasado num modelo normativo que envolve a teoria da utilidade. Nesse modelo, no qual um dos indivíduos é o agente e o outro é o principal, o primeiro cumpre certas tarefas para o segundo, que se compromete a remunerá-lo. O principal é o avaliador das informações e o responsável pela escolha do sistema de informação, e o agente assume o papel de tomador de decisão, optando pelas melhores alternativas de decisão do ponto de vista do proprietário e das informações que a eles estarão disponíveis. 
Teoria de Agência, conforme Mendes (2001, p.15):
“apresenta-se como um arcabouço teórico voltado para análise das relações entre participantes de sistemas em que a propriedade e o controle de capital são destinados a figuras distintas, dando espaço à formação de conflitos resultantes da existência de interesses diferenciados entre os indivíduos.”
Para Mendes (2001), a Teoria da Agência analisa os conflitos e custos resultantes da separação entre propriedade e controle de capital. Essa possibilidade de não participação dos acionistas no gerenciamento da empresa é bem representada pela sociedade por ações, que limita a responsabilidade do acionista para com a organização à parcela de capital que ele investiu.
CONCLUSÃO
Os conceitos de Governança Corporativa e de Teoria da Agência estão intimamente ligados e este fato pode ser verificado pela análise das suas definições.
Como se pode verificar pela análise dos conceitos de Governança Corporativa, ela engloba o conceito de Teoria da Agência no que diz respeito a manter os interesses dos proprietários em equilíbrio com os interesses dos administradores. Nessa perspectiva, um sistema de Governança Corporativa nasce justamente para procurar resolver o problema de agência proveniente da separação da propriedade do controle das corporações, que é o chamado conflito de agência. Na medida em que uma grande corporação tem sua propriedade fragmentada e seu controle entregue a executivos não proprietários, coloca-se o problema de como garantir que o comportamento desses executivos esteja afinado com a maximização do valor para os acionistas (JENSEN e MECKLING, 1976).
Para minimizar o problema de agência, a administração deve ser cercada por um sistema de controle de gestão, no qual os controles devem ser feitos de forma integrada e unificada, em todas as áreas da organização e por profissionais competentes e comprometidos, cada parte suas atividades pré-determinadas e sempre evitando atitudes que fomentam conflitos de interesses.
Portanto, para que uma organização desenvolva a Governança Corporativa dentro dos seus princípios fundamentais e com a devida ética organizacional, é fundamental que haja uma reestruturação na organização, de forma que possam ser melhorados os controles internos, que sejam criadas ferramentas de controle e análise para tornar as informações mais precisas, visando a facilitar a geração de informações para a tomada de decisões, bem como na análise de desempenho e avaliação de resultados, na tentativa de minimizar os efeitos gerados pelo conflito da Teoria da Agência, deixando cada parte assim em seu devido lugar e com suas devidas atividades a ser desenvolvidas.
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, Antonio Gledson de. Governança corporativa no Brasil em perspectiva. Revista de Administração, São Paulo, v. 37, n. 3, p. 19-32, jul./set. 2002.
CHAGAS, José Ferreira. Governança corporativa: aplicabilidade do conceito, dos princípios e indicadores à gestão de pequenas e médias organizações. Disponível em: . Acesso em: 01 jun. 2007
IFC. International Finance Corporation. Governança corporativa. Disponível em: <http://www.ifc.org/ifcext/corporategovernance.nsf/AttachmentsByTitle/CGBrochure.pdf/$FILE/ CG-Brochure-P.pdf>. 
IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de governança corporativa. Disponível em: <http:// www.ibgc.org.br>.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. IBGC. Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009.
MENDES, Andréa Paula Segatto. Teoria da agência aplicada à análise de relações entre os participantes dos processos de cooperação tecnológica universidade-empresa. 2001. 260f. Tese (Doutorado em Administração) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, São Paulo, 2001.
MONTEIRO, Paulo da Veiga. E a governança corporativa? Jornal Valor Econômico. São Paulo, Caderno Eu & Meu Dinheiro, 25 mar. 2003.
JENSEN, Michael; MECKLING, Willian. Theory of the firm: managerial behavior, agency cost, and ownership structure. Journal os Financial Economics, 1976.

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