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RESUMO Processo Civil

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CONDOMÍNIO GERAL
Conceito: é a sujeição de uma coisa, divisível ou indivisível, à propriedade simultânea e concorrente de mais de uma pessoa.
No condomínio temos mais de um sujeito ativo, que são os proprietários, exercendo o domínio sobre um mesmo objeto, móvel ou imóvel, divisível ou indivisível (ex: carro, barco, casa, roupa, apartamento, fazenda, terreno, etc).
Trata-se de uma propriedade simultânea e concorrente, de modo que todos são donos ao mesmo tempo (por isso é simultânea), e todos podem usar a coisa toda (por isso é concorrente), dentro dos limites da convivência harmônica. Esta harmonia é difícil, tanto que os romanos chamavam o condomínio de “mater discordiarum” (mãe das discórdias), e realmente basta a gente se lembrar de como é complicado dividir um carro/roupa com um irmão, pra gente saber como o condomínio é inviável. Um direito amplo/complexo/importante como a propriedade não dá para ser exercido por mais de uma pessoa sobre a mesma coisa, e é por isso que veremos como a lei facilita e incentiva a extinção do condomínio.
Mas a lei permite o condomínio e para isto criou-se uma ficção jurídica, de modo que cada condomínio na verdade só é dono de uma fração ideal, de uma cota (ex: 50% se são dois donos, 33% se são três donos, ou 30% pra um e 70% pra outro, etc). Embora cada um seja dono de uma cota, para viabilizar o condomínio pode usar a coisa toda (1314).
O condomínio é uma exceção à regra pela qual toda propriedade é exclusiva (1231). O condomínio também impede o exercício pleno da propriedade, trata-se de um limite à propriedade, pois embora cada condômino possa usar a coisa toda (1314), é preciso respeitar a vontade dos outros condôminos (pú do 1314).
Não confundam comunhão com condomínio; esta é espécie e aquela é gênero, então todo condomínio será uma comunhão, mas nem toda comunhão será condomínio. A comunhão é de qualquer direito (ex: pai e mãe têm o direito em comunhão de educar os filhos), enquanto condomínio é apenas do direito de propriedade.
Espécies de condomínio:
a)      voluntário: quando duas ou mais pessoas adquirem um mesmo bem, ou quando duas ou mais pessoas exercem composse e todas adquirem a propriedade da coisa pela usucapião.
b)      forçado: ocorre sem, ou mesmo contra a vontade dos sujeitos: ex: doação a várias pessoas, herança para vários filhos, os muros e árvores comuns (1327, § 1º do 1297, 1282), etc.
Direitos e deveres dos condôminos:
– utilização livre e defesa da coisa conforme sua destinação (1314), cujo limite é o direito dos demais condôminos (pú do 1314), resolvendo-se os impasses por maioria de votos (1325).
– arcar proporcionalmente com as despesas para conservação da coisa (1315)
– os frutos da coisa devem ser divididos entre os condôminos, e o condômino que causar dano à coisa deve indenizar os demais (1319, 1326).
– a qualquer momento o condômino pode pedir a divisão ou alienação da coisa (1320 e §§); esta regra se justifica para extinguir o condomínio, fonte de muitas discórdias. Assim, se dez pessoas têm um barco e uma delas quiser vender, sua vontade vai prevalecer sobre a dos outros nove, e a coisa será vendida para dividir o dinheiro, salvo se estes nove quiserem comprar a parte do que quer vender (1322). Ressalto que o 1325, que trata do poder da maioria, não prevalece em caso de venda, mas apenas em casos de administração (ex: explorar uma fazenda para pecuária ou agricultura, alugar, emprestar, etc, 1323). Para vender basta um querer, para administrar, prevalece a vontade da maioria.
– dar preferência a outro condômino quando alguém quiser vender sua cota em coisa indivisível; se a coisa é divisível (ex: terreno grande) não precisa dar essa preferência (504)
Administração do condomínio: é fundamental, pois uma coisa com muitos donos termina ficando acéfala e o caos se instala. Hierarquia e direção são muito importantes para o sucesso de qualquer negócio. Se os condôminos não se entendem, vão gastar com advogado e processo na Justiça, e o juiz nomeará um interventor remunerado pelos condôminos. Melhor acordo ruim do que briga boa, reflitam!
Extinção do condomínio: se dá por duas formas:  a) divisão da coisa: quando a coisa é divisível (ex: uma fazenda grande), então a qualquer momento, em ação imprescritível, o condômino pode pedir a divisão e cada um fica com a propriedade exclusiva de uma parte proporcional a seu quinhão; b) alienação da coisa: seja a coisa divisível ou indivisível, pode ser alienada a qualquer tempo para se dividir o dinheiro e acabar com o condomínio, fonte de discórdias.
CONDOMÍNIO GERAL E CONDOMÍNIO EDILÍCIO
Condomínio geral se caracteriza pelo fato de existir, simultaneamente, dois (ou mais) direitos de propriedade incidindo sobre um mesmo bem, móvel ou imóvel. Como forma de ilustração, basta dar o seguinte exemplo: 2 irmãos, não tendo dinheiro para comprar 2 veículos (um para cada), se cotizam e adquirem um só para ambos. Ou seja, ambos são condôminos do carro; e não, como muitos pensam, sócios de um carro. Condomínio não é sociedade, condôminos não são sócios. O primeiro instituto (condomínio) é próprio dos direitos reais (previsto nos artigos 1314 a 1330 do Código Civil; já o segundo (sociedade) é típico do direito empresarial (ver arts. 981 e segs. do Código Civil).
O Condomínio edilício, por sua vez, refere-se exclusivamente aos imóveis onde coexistem partes comuns e partes exclusivas, por exemplo: num edifício residencial, o apartamento é propriedade exclusiva e partes como elevadores, piscinas, portaria etc, são partes comuns, sendo que cada condômino é dono de seu apartamento mais uma fração ideal nas partes comuns.
Por essa razão, deve ser desfeita uma outra confusão, qual seja: locatário não é condômino. Condômino é exclusivamente o proprietário. Locatário é, mais precisamente, compossuidor, na medida em que, tendo a posse direta do apartamento, compartilha com os demais condôminos e compossuidores as áreas comuns do edifício.
Portanto, condomínio geral aplica-se a qualquer coisa (móvel ou imóvel) que possua mais de um dono e condomínio edilício apenas aos edifícios (residenciais ou comerciais) nos quais se identifique partes que são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum.   
condomínio edilício é uma espécie de condomínio.
Nele, coexistem propriedades comuns e privadas, e as unidades autônomas formam juntas uma edificação maior. Ele deve possuir documentos de instituição, convenção condominial e regimento interno, além de obedecer às regras específicas do Código Civil (arts. 1.331 a 1.358).
Os proprietários têm unidades privativas e um percentual nas áreas comuns, conforme o tamanho de sua unidade.
Condomínio necessário e condomínio voluntário
O condomínio voluntário é estabelecido por uma união de vontades, ou seja, decorre de um acordo entre condôminos.
Um grupo de amigos pode, por exemplo, comprar um imóvel para investir.
O condomínio necessário é aquele obrigatório em situações específicas e decorre de determinação de lei. É uma consequência inevitável.
É o caso de paredes, muros, cercas e valas que dividem terrenos vizinhos.
Condomínio residencial, condomínio comercial e condomínio misto
O condomínio residencial é utilizado estritamente para moradia.
 O condomínio comercial destina-se à exploração da atividade em comércio ou indústria.
 O condomínio misto é a mistura dos dois anteriores, e incorpora imóveis comerciais e residenciais na mesma área.
O condomínio fechado é aquele em que um proprietário compra a fração ideal, que engloba a área de uso privativo e a área de uso comum (espaço de lazer, área verde e ruas de acesso).
O proprietário tem poderes sobre sua unidade e sobre as demais áreas (“rateadas” conforme a fração de cada um).
 O acesso ao condomínio fechado não é aberto ao público, ou seja, pode ser restringido conforme as leis condominiais. Isso porque suas áreas internas são privadas e de responsabilidade direta dos condôminos.
No condomínio fechado, tal qual em um edifício, os proprietários da fração ideal são responsáveis pelas despesas mensais, talqual em um edifício.
 
Algumas mudanças importantes em relação à Lei anterior 4.591/64:
· Convenção (Art. 1.333) Se a Convenção do seu condomínio contiver cláusulas que contrariem o novo Código, elas perdem automaticamente a validade. 
· Multa / inadimplência (Art. 1.336) Multa por atraso em pagamento: O teto máximo cai de 20% para 2%. Para as taxas condominiais em atraso, com vencimentos anteriores à data de 11 de janeiro de 2003, prevalece a multa prevista na Convenção. O teto de 2% referente à multa por atraso em pagamento, como estabelece o Novo Código Civl, é válido apenas para vencimentos pós 11 de janeiro de 2003.
· Multa / anti-social (Art. 1.337) Multa por conduta anti-social: Criada pela nova legislação, poderá ser de 10 vezes o valor da taxa condominial
· Multa / descumprimento das normas (Art. 1.337) Multa por descumprimento de normas: Com aprovação de 3/4 dos condôminos, será possível aplicar multa de até 5 vezes o valor da taxa condominial para infratores reincidentes
· Destituição do síndico: (Art. 1.349) Será preciso maioria absoluta do condomínio (metade mais um) para destituir o síndico, e não mais 2/3 
 
Art. 653 e 654 - Sobre o uso de Procurações
 Art. 1.331 - Definição do Condomínio Edilício
 Art. 1.332 - Registro do Condomínio
 Art. 1.333 e 1334 - Convenção do Condomínio
 Art. 1.335 e 1.336 - Direito e Deveres do Condômino
 Art. 1.336 e 1.337 - Aplicação de Multas por Inadimplência e por Infrações
 Art. 1.338 a 1.340 - Vagas e Partes Comuns do Condomínio
 Art. 1.341 a 1.343 - Aprovação de Obras no Condomínio
 Art. 1.345 - Dívida de Condomínio
 Art. 1.346 - Seguro Obrigatório do Condomínio
 Art. 1.347 - Eleição de Síndico e Conselho Fiscal
 Art. 1.348 - Funções e deveres do Síndico
 Art. 1.348 - Representação do Condomínio (Administradoras, Síndicos profissionais, etc.)
 Art. 1.349 - Destituição do Síndico e Conselho
 Art. 1.350 a 1.355 - Assembleias de Condomínio
 Art. 1.357 e 1.358 - Extinção do Condomínio
Dissertação sobre Condominio:
Condomínio geral se caracteriza pelo fato de existir, simultaneamente, dois (ou mais) direitos de propriedade incidindo sobre um mesmo bem, móvel ou imóvel. Como forma de ilustração, basta dar o seguinte exemplo: 2 irmãos, não tendo dinheiro para comprar 2 veículos (um para cada), se cotizam e adquirem um só para ambos. Ou seja, ambos são condôminos do carro; e não, como muitos pensam, sócios de um carro. Condomínio não é sociedade, condôminos não são sócios. O primeiro instituto (condomínio) é próprio dos direitos reais (previsto nos artigos 1314 a 1330 do Código Civil; já o segundo (sociedade) é típico do direito empresarial (ver arts. 981 e segs. Do Código Civil).
O condomínio edilício, por sua vez, refere-se exclusivamente aos imóveis onde coexistem partes comuns e partes exclusivas, por exemplo: num edifício residencial, o apartamento é propriedade exclusiva e partes como elevadores, piscinas, portaria etc, são partes comuns, sendo que cada condômino é dono de seu apartamento mais uma fração ideal nas partes comuns.
Por essa razão, deve ser desfeita uma outra confusão, qual seja: locatário não é condômino. Condômino é exclusivamente o proprietário. Locatário é, mais precisamente, compossuidor, na medida em que, tendo a posse direta do apartamento, compartilha com os demais condôminos e compossuidores as áreas comuns do edifício.
Portanto, condomínio geral aplica-se a qualquer coisa (móvel ou imóvel) que possua mais de um dono e condomínio edilício apenas aos edifícios (residenciais ou comerciais) nos quais se identifique partes que são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum.
Uso
Uso é um direito real, que a título gratuito, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às suas próprias necessidades e às de sua família; O usuário fruirá a utilidade da coisa dada em uso, quando o exigirem as necessidades pessoais suas e de sua família.
É um direito real sobre coisa alheia, temporário, indivisível, intransmissível ou incessível e é personalíssimo.
Pode recair tanto sobre bens móveis (infungíveis e inconsumíveis) como imóveis, como sobre bens corpóreos ou incorpóreos; pode também ser objeto terrenos públicos e particulares.
Não pode ser constituído por lei; deriva ele de ato jurídico inter vivos ou causa mortis; por sentença judicial; por usucapião, desde que cumpridos os requisitos exigidos por lei.
Extingue-se pelas mesmas causas do usufruto: morte do usuário, advento do prazo final, perecimento o objeto, consolidação, renúncia, etc.
Sobre o direito real de uso assim ensina Venosa (2013, p. 504): “Trata-se, portanto, de modalidade de usufruto de menor âmbito (...) Enquanto o usufrutuário tem o ius utendi et fruendi, o usuário tem apenas o ius utendi, ou seja, o simples direito de usar da coisa alheia.”
O uso é considerado um usufruto restrito, porque ostenta as mesmas características de direito real, temporário e resultante do desmembramento da propriedade, distinguindo-se, entretanto, pelo fato de o usufrutuário auferir o uso e a fruição da coisa, enquanto ao usuário não é concedida senão a utilização restrita aos limites das necessidades suas e de sua família.
O direito de uso recebe a denominação  usufruto anão, usufruto reduzido ou restrito( arts. 1412 e 1413 do CC). Ao contrário do que possa parecer, o titular do direito de uso pode usar e também fruir, ou seja, receber os frutos que a coisa produz.
Artigos:  artigo 1.228 ; artigo 1.225.
SERVIDÃO
Servidão é direito real sobre imóvel alheio que se constitui em proveito de um prédio, chamado de dominante, sobre outro, denominado serviente, pertencentes a proprietários diferentes. Os prédios não precisam ser contíguos, basta que sejam próximos, como a situação da servidão de passagem que pode onerar não só o prédio contíguo, como também outros. Exige-se para efeito de eficácia erga omnes o registro do título constitutivo, no cartório de registro de imóveis.
O prédio sobre o qual incide a restrição é considerado serviente e o prédio em favor do qual ela é estipulada recebe o nome de dominante. A servidão existe para maior comodidade ou utilidade do titular do imóvel, que poderá ser favorecido com a possibilidade de transitar pelo imóvel alheio, nele colher água, etc. O benefício auferido pelo titular do prédio dominante também pode decorrer de uma abstenção imposta ao prédio serviente, como não erguer muro acima de determinada altura para não prejudicar a vista de que o vizinho desfruta. Tem o dono do prédio dominante direito real sobre coisa alheia, ou seja, o direito de servir-se do prédio serviente para sua comodidade.
A servidão de passagem e a passagem forçada não se confundem. A primeira é direito real de coisa alheia e decorre de uma melhor comodidade ou conveniência para o proprietário vizinho, que não precisa transitar por prédio alheio e surge, por vontade das partes. A passagem forçada é direito de vizinhança, imposto pela lei, em favor daquele que não consegue atingir via pública, por ter prédio encravado ou insulado. Sendo assim necessita passar pelo imóvel vizinho. A servidão depende do registro e permanece onerando o prédio ainda que haja mudança de proprietário. A passagem forçada independe de registro e somente persiste enquanto perdurar o encravamento.
Modos de Constituição:
Contrato: Se o título constitutivo for um contrato e seu valor superar o limite, 30 salários mínimos, é necessária sua formalização por escritura pública. Se não ultrapassar esse valor admite-se instrumento particular para sua constituição. Independentemente do valor o registro no registro de imóveis é obrigatório.
Testamento: A servidão que decorre de manifestação de vontade, em testamento, requer que o testador, em cláusula testamentária, externe sua vontade no sentido de que sobre o imóvel que vai transmitir a um herdeiro pese o ônus da servidão em favor de prédio que seja vizinho.
Sentença: Pode decorrer a servidão de sentença proferida em ação de divisão do imóvel.Ao serem divididos e repartidos os quinhões, estabelecer-se-á servidão sobre um quinhão em favor de outro.
Por destinação do proprietário: Ocorre quando dois imóveis pertencem a um mesmo proprietário e ele, enquanto proprietário desses imóveis, estabelece, para sua comodidade, sobre um dos imóveis, por exemplo, uma passagem invisível, exteriorizada por obras que a identifiquem. Essa situação denomina-se serventia. Se houver transferência de um dos prédios a terceiro, o adquirente poderá ser beneficiado com uma servidão ou se sujeitar a ela, dependendo do prédio que adquira.
Por usucapião: Requer posse mansa, pacífica e contínua por 10 anos, desde que o possuidor tenha justo título e boa fé. É necessário o transcurso do prazo de 20 anos de posse, se o possuidor não tiver título.
Exercício de servidão: O proprietário do prédio dominante pode retirar da servidão as vantagens que possa proporcionar, dentro dos limites estabelecidos no ato constitutivo. Pode realizar obras no prédio serviente necessárias à sua conservação e uso. No caso de a servidão pertencer a mais de um prédio, as despesas serão custeadas pelos respectivos donos. Nada impede que, por acordo, fique a cargo do dono do prédio serviente a responsabilidade pelas obras referidas. Nesse caso, pode exonerar-se na obrigação abandonando total ou parcialmente a propriedade ao dono do prédio dominante. Se as obras forem muito caras para o dono do prédio serviente, pode ele para se livrar do ônus, abandonar a parte onerada com a servidão. Caso o proprietário do prédio dominante se recuse a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, deverá custear as obras.
O dono do prédio serviente pode remover a servidão de um local para outro e as suas custas, desde que não diminua as vantagens do prédio dominante. Da mesma forma pode fazer o dono do prédio dominante, desde que haja considerável melhoria na utilidade e não prejudique o prédio serviente.
Instituída uma servidão de trânsito, não está autorizado seu titular a retirar água, porque, constituída para certo fim, não se pode ampliar para outro.
Caso as necessidades de cultura ou da indústria, do prédio dominante imponham à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la, mas tem direito a ser indenizado pelo excesso.
Ações relativas a servidão: As ações que podem ser ajuizadas são:
Possessória: O objetivo é proteger a posse da servidão, podendo ser ajuizada as ações de interdito proibitório, manutenção de posse ou reintegração de posse.
Confessória: Se requer o reconhecimento da servidão como de titularidade daquele que acredita ser beneficiado com uma servidão.
Negatória: Ajuizada por aquele que objetiva uma declaração judicial no sentido de que não há servidão no seu imóvel.
Usucapião: Desde que a servidão seja aparente e tenham sido preenchidos os requisitos.
Extinção da servidão: A servidão pode ser extinta:
Pelo cancelamento do registro. Pode ser pedido pelo dono do prédio serviente, nas seguintes situações: quando o titular do prédio dominante houver renunciado à servidão; quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou comodidade, que determinou a servidão; e quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão, desde que haja acordo nesse sentido;
Pela reunião dos dois prédios na mesma pessoa;
Pela supressão das respectivas obras, se a servidão for aparente;
Pelo não uso por 10 anos contínuos;
Pelo decurso do prazo se a servidão por constituída a termo ou implemento da condição, se a ela estiver subordinada.
Provada a extinção por qualquer desses modos, o dono do prédio serviente está autorizado a requerer o cancelamento.
USUFRUTO: ( arts. 1391 a 1411 CC)
Conceito: É direito real, temporário e intransmissível de fruir utilidades e frutos de coisa alheia móvel ou imóvel, corpórea ou incorpórea.
O proprietário é titular do direito de usar, fruir, dispor bem como de reivindicar. Quando concede a outrem o direito de usar e fruir, constituiu em favor dessa pessoa o direito de usufruto. O usufrutuário tem direito de usar e fruir dentro dos limites legais, e dos limites impostos pelo proprietário. O proprietário passa a ser denominado nu-proprietário e a pessoa titular do direito real sobre coisa alheia usufrutuária. Sua constituição pode se dar quando o proprietário doa um bem, reservando para si o usufruto. O anterior proprietário será titular do direito real sobre coisa alheia, pois a coisa passou a ser do donatário.
Características:
É direito real sobre coisa alheia, pelo qual o usufrutuário pode usar e fruir, sem intermediação do nu-proprietário. O usufrutuário tem o direito de usar e gozar da coisa e dela retirar os frutos para a sua subsistência;
É temporário, nunca perpétuo e poder ser fixado: por prazo determinado ou a termo; pela vida do usufrutuário, ou seja, vitalício; por uma causa, como a de permanecer usufrutuário enquanto estiver em tratamento de saúde; pelo prazo máximo de 30 anos, se constituído em favor de pessoa jurídica, se ela não extinguir antes;
É inalienável, dado que não pode ser transferido a outra pessoa por ato inter vivos ou causa mortis. O usufrutuário não pode alienar o usufruto, constituindo outra pessoa usufrutuária em seu lugar, mas pode ceder o seu exercício a título gratuito ou oneroso. Compreende o exercício: o direito de usar e fruir, podendo assim, dar em comodato ou alugar o bem. Decorre da inalienabilidade a impenhorabilidade, já que em função da penhora, haveria a alienação forçada pelo juízo, transferindo o usufruto a terceiro, o que é proibido. Porém, admite-se a penhora sobre os frutos proporcionados pelo usufruto;
É em regra gratuito, pois normalmente não se exige qualquer contraprestação. Porém é possível ser oneroso, onde ocorre que o nu-proprietário cede o bem em usufruto mediante uma remuneração;
Tem por princípio função alimentar, pois por intermédio dele, se procura prover o usufrutuário de recursos para a sua sobrevivência.
Objeto: Pode ser bens móveis, imóveis, coisas corpóreas ou incorpóreas, um patrimônio, ou parte de um patrimônio, abrangendo, no todo ou em parte, os frutos e as utilidades.
Em essência, o usufrutuário recebe um bem para que dele retire benefícios, devendo devolvê-lo ao nu-proprietário quando acabar o usufruto. Pode o usufruto se estender aos acessórios da coisa e seus acrescidos. Se entre os acessórios e acrescidos houver coisas consumíveis, o usufrutuário terá que restituir ao término do usufruto, o que ainda houver (devolve) e as outras (que usou) o equivalente em gênero, quantidade e qualidade, e não sendo possível, deverá restituir o seu valor, estimado ao tempo de restituição. Se o usufruto alcançar acessórios e acrescidos que se consomem pelo uso, não se pode dizer que isso se constitua como usufruto propriamente dito. Denomina-se essa situação de usufruto impróprio. O usufrutuário terá que devolver, ao término do usufruto, o equivalente em gênero, qualidade ou quantidade ou o valor respectivo.
Modos de constituição:
Por decorrência de lei: o usufruto instituído por força de lei visa proteger determinadas pessoas, por exemplo: em favor dos pais sobre bens dos filhos menores – esse usufruto se extingue com a maioridade dos filhos; em favor do cônjuge sobre os bens do outro, quando lhe competir tal direito; em favor da mulher brasileira casa com estrangeiro.
O usufruto legal dispensa registro e prepondera no direito de família.
Por ato de vontade ou convencional que engloba o contrato ou o testamento: pode-se constituir por ato inter vivos, quando o proprietário transfere a outrem o direito de usar e fruir, ou por meio de doação em que o proprietário se reserva o usufruto do bem doado. Pode ocorrer também por testamento, quando o testador constitui alguém nu-proprietário e outrem usufrutuário.
Por prescrição aquisitiva ou usucapião: exige os pressupostos de posse e animus de usufrutuário, porque só é possível adquirir um direito, pela usucapião, se o usucapiente atuar como se fosse dele titular.
Usufruto simultâneo ou conjunto e usufruto sucessivo: O usufruto simultâneo é aqueleconstituído em proveito de duas ou mais pessoas, extinguindo-se com a morte de cada usufrutuário, salvo se for estipulado expressamente o direito de acrescer.
O usufruto sucessivo foi instituído em favor de uma pessoa para que após sua morte fosse transmitido a outra, porém não é admitido, porque a morte do usufrutuário é causa de extinção, inviabilizando a transmissão hereditária.
A doa a B, reservando para si o usufruto vitalício e impondo sobre o imóvel do donatário B a cláusula de inalienabilidade. Na morte de A poderá B requerer o cancelamento da referida cláusula?
Há dois posicionamentos, uns dizem que sim, outros que não.
Direitos e deveres do usufrutuário e do nu-proprietário: O usufrutuário tem direito à posse, ao uso, à administração e à percepção dos frutos. O direito de alienação é do nu-proprietário. A posse do usufrutuário é direta e a do nu-proprietário indireta.
Os frutos produzidos pela coisa pertencem ao usufrutuário. São do usufrutuário os frutos naturais pendentes ao começar o usufruto e do nu-proprietário os pendentes ao tempo que cessar o usufruto.
Cabem ao usufrutuário as crias de animais que são frutos naturais. Porém, deve restituir o mesmo número de cabeças de gado dadas em usufruto, então se houver morte de algum animal, deverão ser repostos com as crias.
Quando acabar o usufruto, o usufrutuário deve entregar a coisa, adequadamente conservada, não sendo responsável pelo natural desgaste ou deterioração resultante do exercício regular do usufruto.
O nu-proprietário tem direito de alienar a coisa, porém, o adquirente terá que respeitar o usufruto, que não se extingue pela alienação.
Extinção do usufruto:
Pela renúncia ou morte do usufrutuário. Se o usufruto recaiu sobre bem imóvel é necessário que o ato renunciativo seja levado ao registro de imóveis. A morte do usufrutuário também é causa de extinção do usufruto, com exceção de quando estipulado o direito de acrescer;
Pelo termo de sua duração (acaba o prazo de duração);
Pela extinção da pessoa jurídica, ou se ela perdurar, pelo decurso de 30 anos da data inicial do usufruto;
Pela cessação do motivo que se origina;
Pela destruição da coisa. Não existindo mais a coisa, cessa o usufruto. Sendo a perda parcial, subsiste o usufruto no remanescente;
Pela consolidação. Ocorre quando a mesma pessoa passa a ser nua-proprietária e usufrutuária, como acontece quando o usufrutuário adquire a nua-propriedade;
Por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar os bens. Se o usufrutuário deixa de cumprir com suas obrigações, justo é que perca o direito de uso e fruição;
Pelo não uso ou não fruição.
Penhor:
O instituto jurídico do penhor consiste em um direito real que envolve a transferência efetiva de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação em favor de um terceiro, ora caracterizado como credor.
O instituto jurídico do penhor a cada dia exerce maior participação em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às pessoas que buscam a concessão de crédito sem ter que dispor de bens imóveis a título de garantia, prática esta que se tornou comum inclusive pelas ações publicitárias realizadas por instituições financeiras/bancárias, que trabalham com esse instituto.
Vale ressaltar que o instituto jurídico penhor encontra-se previsto no Código Civil Brasileiro especificamente na parte destinada aos direitos reais, nos moldes do que comprova o artigo 1.225, inciso VIII, logo, até mesmo pela posição do dispositivo legislativo resta incontroverso que a matéria diz respeito aos direitos reais.
“Art. 1.225. São direitos reais:
(...)
VIII - o penhor;”
Quanto ao conceito jurídico do penhor, esse se encontra arrolado pelo caput do artigo 1.431 do Código Civil, dispositivo este que estabelece:
“Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.”
Hipoteca
Hipoteca é um tipo de garantia real regulada pelos Artigos 1.473 a 1.505 do Código Civil.
Por meio da hipoteca, o devedor disponibiliza, como garantia de uma determinada obrigação, um bem imóvel que será gravado em favor do credor.
Portanto, a garantia dessa obrigação é o valor do imóvel gravado pela hipoteca, ou seja, a garantia é fundada necessariamente no imóvel.
O devedor hipotecário deve cuidar para que o imóvel não perca seu valor patrimonial, a fim de garantir aquele credor. É obrigação do devedor, cuidar para que o bem não sofra depreciação, cuidar de manutenções rotineiras, para que que não ocorra uma desvalorização do bem, este mesmo imóvel não se desvalorize.
A hipoteca, como direito real acessório de garantia, mantém os mesmos preceitos da última fase do Direito Romano. Aplicam-se-lhe os princípios gerais estabelecidos no Código Civil (artigos 755 a 767 do código de 1916 e artigos 1.419 a 1.430 do novo código).
Há a necessidade da assinatura da esposa na escritura da hipoteca - qualquer que seja o regime de casamento. O imóvel hipotecado pode ser vendido com autorização expressa do credor.
1. O direito do credor hipotecário não é atingido.
2. Poderá haver pluralidade de hipotecas sobre o mesmo imóvel.
3. A constituição da sub-hipoteca é sempre permitida.
4. O credor da segunda hipoteca, embora vencido seu crédito, não pode executar o imóvel antes de vencida a primeira operação.
5. O credor de 2º grau pode quitar o débito da hipoteca anterior, amigável ou judicialmente.
6. Devem ser recebidos em garantia hipotecária sempre que possível, imóveis de propriedade e de pessoa física - não sujeita a falência.
7. O vencimento de uma hipoteca pode ser prorrogado mediante simples averbação requerida por ambas as partes.
Direito de superfície (CC, arts. 1.369 a 1377) 
O Direito de Superfície é uma concessão atribuída pelo proprietário do terreno a outrem, para construção e utilização durante certo tempo, salvo para realização de obra no subsolo a não ser que inerente ao objeto da concessão, que pode ser gratuita, ou mediante pagamento de valor fixo à vista ou parcelado.
Pela utilização, o superficiário deverá pagar todos os encargos e tributos que incidam sobre o imóvel como um todo, terreno mais construção, como se proprietário fosse.
Esse direito pode ser transferido a terceiros, sem qualquer necessidade de autorização do concedente (proprietário do terreno), transferindo-se também por sucessão. O concedente apenas possui direito de preferência na eventual alienação do direito de superfície, visando primordialmente a consolidação da propriedade. Igualmente, o superficiário tem preferência na aquisição do terreno em caso de sua venda pelo concedente.
Uma vez finda a concessão, a construção passará a ser propriedade do concedente. Essa incorporação dar-se-á independentemente de indenização, a não ser que as partes convencionem em contrário no contrato de concessão.
Antes do prazo, a concessão pode se rescindir em caso de destinação diversa ao terreno que porventura venha a ser dada pelo superficiário.
	Superfície
	Locação
	É direito real (direito sobre a coisa, sobre o imóvel)
	É direito pessoal (obrigacional, em relação aos contratantes)
	Se perfaz por escritura pública com registro obrigatório no Registro Imobiliário, e com pagamento do imposto de transmissão municipal de 2% do valor do imóvel
	Pode ser firmada por Instrumento Particular, com registro eventual no Registro Imobiliário, em caso de cláusula de vigência, e não tem imposto
	Valor fixo (preço) pago à vista ou parcelado
	Valor mensal (aluguel) atualizado anualmente
	Pode ser gratuita
	È sempre onerosa
	Tempo determinado prorrogável somente com ajuste e de comum acordo
	Tempo determinado prorrogável judicialmente e compulsoriamente (quando possuir 5 anos ou mais)
	Encargos e tributos inerentes à qualidade de proprietário
	Encargos e tributos contratados
	Possibilidade de cessão (venda) a terceiros
	Cessão a terceiros com anuência do locador
	Em caso de alienação do terreno o direitode superfície subsiste
	Em caso de alienação do imóvel, a locação só subsiste se houver cláusula de vigência
	Devolução antecipada por mútuo acordo
	Devolução antecipada pagando multa
	Superficiário tem preferência na aquisição do terreno, mas uma vez não concedida, se resolve em perdas e danos
	Locatário tem preferência na aquisição do imóvel locado, e uma vez não concedido, pode haver para si o imóvel, depositando o preço pago pelo terceiro adquirente
	Medida judicial para a retirada do superficiário é a ação possessória com possibilidade de liminar
	Medida judicial para a retirada do locatário é a ação de despejo sem liminar
	A construção fica para o proprietário do terreno, com ou sem indenização
	Benfeitorias se incorporam ao imóvel com ou sem indenização, mas podem ser retiradas, se fisicamente possível
Direito de habitação:
Constitui direito real de fruição, onde apenas é cedida uma parte do atributo de usar, ou seja, o direito de habitar o imóvel. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. São partes da habitação: a) Proprietário – transmite o direito; b) Habitante – tem o direito de habitar o imóvel a seu favor. Tal direito real pode ser legal ou convencional, decorrendo o último de contrato ou testamento. Recaindo sobre imóvel, o direito real de habitação convencional deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis, norma que não se aplica ao direito de habitação legal que decorre do Direito de Família e das Sucessões. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
Fundamentação:
Artigos 1.414 a 1.416 do Código Civil
Artigo 167, inciso I, n. 7, da Lei nº 6.015/1973
Direito de laje:
O direito de laje decorre de uma situação histórica e real na vida de muitos brasileiros: filhos ou filhas que edificam suas casas sobre a laje da casa de seus pais. Há muito, essa situação não rara de se ver causou problemas de natureza prática (tributária e de propriedade do imóvel) e ficou sem disciplina legal.
Timidamente, o Estatuto da Cidade tratou do tema implicitamente (art. 21), mas ainda de forma insuficiente.
Ocorre que no dia 23/12/2016 foi publicada a MP 759/2016 que, dentre outros assuntos relacionados com Registros Públicos, Direito Civil e Direito Administrativo, tratou de forma mais precisa sobre o direito real de laje, como sendo a “ [...] possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.” (art. 1.510-A, CC), além de ter sido acrescentado no rol dos direitos reais (art. 1.225, XIII, CC).
Desse modo, o que o Código Civil passa a permitir na prática é que, nestas diferentes unidades imobiliárias, onde há coexistência simultânea, haja titularidade distinta com acessos independentes, isolamento funcional, matrículas próprias (art. 1.510-A, § 3º) e encargos tributários individualmente suportados pelo titular do direito de laje (art. 1.510-A, § 4º).
Registre-se que, ao tratar da possibilidade de alienação das unidades autônomas (art. 1.510-A, § 5º), a MP foi silente no que tange ao direito de preferência. Ou seja, as seguintes questões precisam ser elucidadas: de quem seria a preferência em caso de alienação de qualquer das unidades, por parte de seus respectivos titulares? Poderá um terceiro estranho ter preferência em lugar de um dos titulares?
Na íntegra, o novo artigo do Código Civil ficou assim disposto:
Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
§ 1º O direito real de laje somente se aplica quando se constatar a impossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou a solidariedade de edificações ou terrenos.
§ 2º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao proprietário do imóvel original.
§ 3º Consideram-se Real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terre unidades imobiliárias autônomas aquelas que possuam isolamento funcional e acesso independente, qualquer que seja o seu uso, devendo ser aberta matrícula própria para cada uma das referidas unidades.
§ 4º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade.
§ 5º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas livremente por seus titulares, não podendo o adquirente instituir sobrelevações sucessivas, observadas as posturas previstas em legislação local.
§ 6º A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração ideal de terreno ao beneficiário ou participação proporcional em áreas já edificadas.
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica às edificações ou aos conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não, nos termos deste Código Civil e da legislação específica de condomínios.
§ 8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje.

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