Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
7ºAula Instituições sociais Vamos conhecer algumas instituições e movimentos sociais existentes em nossa sociedade e as características deles? Vamos conhecer alguns aspectos que caracterizam as instituições sociais. Apresentaremos algumas leituras onde caracterizará cada tipo de instituição social existente. Além disso, abordaremos os diferentes tipos de movimentos sociais. Se ao final desta aula tiverem alguma dúvida ou questionamentos, vocês poderão saná-los por meio da ferramenta “fórum”, lá é o espaço para dúvidas e discussões. Vamos aprofundar conhecimentos! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • conceituar o que são as instituições sociais; • caracterizar as principais instituições sociais; • identificar os movimentos sociais. 103 Sociologia Geral 42 1 - O que são instituições sociais e os principais tipos existentes 2 - Movimentos sociais Seções de estudo 1 - O que são instituições sociais e os principais tipos existentes Fonte: <http://tocandosemtocar.blogspot.com/2009_05_01_archive.html> O que são instituições? Desde o seu nascimento, o indivíduo começa a aprender as regras e os procedimentos que deve seguir na vida em sociedade. À medida que amadurece e entende melhor o mundo em que vive, percebe que em todos os grupos de que participa existem regras muito importantes, certos padrões que a sociedade considera fundamentais. Essas regras foram estabelecidas pelos seus antepassados, tendo sofrido modi cações maiores ou menores através do tempo. Também ca claro para ele que a sociedade exerce grande pressão para que todos cumpram essas regras (OLIVEIRA, 1998). Para re etir Em todos os setores da vida social existem muitas instituições. O indivíduo é absorvido por elas desde o nascimento até a morte. E as instituições que norteiam seu comportamento. O indivíduo nasce numa família, ingressa numa escola, pertence a uma igreja, adota uma pro ssão e, para exercê-la, obedece a horários. Mais tarde casa-se e, como cidadão, é obrigado a votar. Depois de morto é sepultado em um cemitério (tudo isso é instituição social: família, escola, igreja, pro ssão, horário, voto, casamento, sepultamento, cemitério) (TORRE, 1985, p. 183). CONCEITO Assim, instituição social é um conjunto de regras e procedimentos padronizados, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm valor social. São os modos de pensar, de sentir e de agir que a pessoa encontra preestabelecidos e cuja mudança se faz muito lentamente, com di culdade. Vamos ampliar entendimentos? Acessem: <http://dgta.fca.unesp.br/ docentes/aluisio/antigos/fundsoc/Instituicao-Social.PDF>. E leiam este texto sobre instituições sociais. Os principais tipos existentes Família A família é um grupo de parentesco que tem como principal responsabilidade socializar suas crianças e satisfazer suas necessidades básicas. Esse grupo de pessoas relaciona-se entre si pelo sangue, adoção, casamento etc. Consideramos a família como uma unidade social básica, por depender dela a sociedade e, ao mesmo tempo, universal, pois é encontrada em todas as sociedades humanas, de uma maneira ou de outra. Ela é o primeiro grupo social a que fazemos parte. Sua estrutura varia no espaço e no tempo. Por exemplo, no Brasil, no início da colonização, a família brasileira apresentava a forma patriarcal, isto é, o marido (patriarca) detinha todos os direitos e o poder. O estereótipo de família que conhecemos é constituído pelo marido, esposa e filhos, mas em outras culturas há muitas variações dessa estrutura. Quanto ao número de cônjuges a família pode ser: • monogâmica: é quando um homem é casado com uma só mulher, ou vice-versa. No Brasil é a única forma admitida. • poligâmica: quando um homem é casado com mais de uma mulher ou vice-versa. Na maioria dos países existem proibições legais à poligamia. Ela pode ser: poliandria: que é o casamento de uma mulher com mais de um homem. Poliginia: quando há a união de um homem com mais de uma mulher. Funções da família De acordo com Dias (1997, p. 92-93): Como instituição social, a família preenche várias funções em qualquer sociedade. A natureza dessas funções e o nível de desempenho variam de sociedade para sociedade. As funções mais importantes exercidas pela família são: a biológica, a de socialização, social, assistencial e econômica. • a biológica está relacionada com a reprodução da espécie e com a satisfação das necessidades sexuais (relação sexual). Em muitas sociedades a satisfação sexual fora do casamento é muitas vezes tolerada, já a procriação raramente é aprovada fora da família; • a socialização é uma das mais importantes funções da família, preparando o ingresso da criança na sociedade. Refere- se à transmissão da herança social e cultural através da educação dos filhos. Por um período significativo após o nascimento, a família é o único grupo com o qual a criança tem um contato mais frequente, e exerce uma importante função socializadora através da transmissão da linguagem, usos, costumes, valores, crenças etc.; • a social, que diz respeito ao papel que a família exerce ao determinar o status inicial do indivíduo. Cada criança começa a vida com o status de classe (ou da camada social) de sua família. Essa posição social inicial determinará em grande parte as oportunidades e recompensas a seu alcance. De modo geral, a criança absorve um conjunto de interesses, valores e costumes que são próprios do grupo de status da família, que a manterá nessa posição e lhe dificultará o acesso a outras posições; • a assistencial. Em todas as sociedades a família é basicamente responsável pela proteção física, econômica e psicológica de seus membros. Diz respeito, também, aos cuidados que a família dispensa na infância, nas doenças, e na 104 43 2 - Movimentos sociais podemos de nir Estado como a instituição social que tem por m promover o bem-estar comum num determinado território. A de nição clássica de Estado é: “o povo politicamente organizado”. À medida que um povo ultrapassa os estágios iniciais de primitivismo, vai constituindo uma organização política, por meio da institucionalização de órgãos que se diversi cam para promover o bem comum. O Estado também é uma agência poderosa do controle social, diferindo de outras instituições como a família e a Igreja, que também exercem controle. O Estado possui poder de regular de modo sistemático as relações entre os membros do grupo, para protegê-los e manter a ordem e o bem geral. É preciso distinguir Estado e Nação. Nação é um conceito sociológico e Estado é velhice; • A econômica. Em muitas sociedades, do ponto de vista econômico, a família se constitui numa unidade de produção além de consumo. Nas sociedades modernas, a família constitui- se mais como unidade de consumo, do que de produção. Nas regiões onde predomina uma economia agrária, a família trabalha junta, constituindo uma unidade que produz bens e serviços necessários para o seu sustento. A família como grupo de produção era normal nas sociedades primitivas e nas civilizações antigas. Após a consolidação da civilização industrial as famílias se constituem mais como unidades de consumo. Instituições Religiosas A religião é um fato social universal, pois todas as sociedades a concebem. É difícil conceituar religião, pois existem diversos pontos de vista. Podemos defini-la “como a crença em poderes sobrenaturais ou misteriosos, associados a sentimentos de respeitos e veneração e que se expressam em atividades públicas destinadas a lidar com esses poderes” (TORRE, p. 204). Ou ainda como: um sistema uni cado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas colocadas à parte e proibidas – crenças e práticas que unem uma comunidade moral única a todos que a adotam”, de nição mais utilizada, feita por Durkheim, em sua obra As formas elementares da vida religiosa (DIAS, p. 94). Uma das principaisfunções sociais desempenhadas pelas religiões refere-se à defesa e à proteção da moral, além de promoverem as sociabilidades, fortalecem a coesão social e aumentam consideravelmente a solidariedade do grupo. Algumas das principais instituições religiosas são: cristianismo, judaísmo, maometismo, budismo, confucionismo, bramanismo e outras. Segundo Torre (1985, p. 209), Igreja – Em sentido material, podemos dizer que a Igreja é o templo ou local onde se pratica determinado culto. Igreja, num sentido amplo, refere-se ao conjunto de fiéis que possuem a mesma religião. Pode ser também entendida como a religião institucionalizada, supondo doutrinas, cerimoniais [...] A Igreja tem por função essencial ligar o homem a Deus e para isso apóia-se em normas religiosas e morais e exerce controle social. O Estado: conceitos e elementos constituintes De acordo com Torre (1985, p. 198): um conceito jurídico e político. Nação é entendida como a substância humana do Estado. Supõe um conjunto homogêneo e estruturado de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de idioma, religião, cultura e ideais. [...] O poder do Estado é supremo dentro de um determinado território, mas não é absoluto, pois encontra limitações pela própria Constituição, pela opinião pública, pelas injunções da comunidade internacional e pelos direitos da pessoa humana. Tendo pois, poder supremo, todo Estado é soberano. A soberania é o poder de autodeterminação do Estado, isto é, o poder de autogovernar-se, de auto-administrar-se, autodirigir-se e manter relações com outros Estados. A soberania supõe, portanto, autodeterminação administrativa e política, tanto no âmbito interno como no internacional. Elementos que constituem o Estado: • população; • território; • governo Origem do Estado – sociologicamente, o Estado aparece quando uma comunidade atinge certo grau de desenvolvimento, não havendo um esquema rígido de origem e evolução para todas as sociedades (TORRE, 1985, p. 200). Finalidade do Estado – a finalidade essencial do Estado é promover o bem comum. Quando a população de um Estado vive em ordem interna, sem temor de invasões externas, num clima de paz e respeito às leis, e ainda dispondo de meios suficientes para atender às necessidades humanas (físicas, morais, psicológicas, espirituais, culturais), imperando a justiça, diz-se que o Estado está promovendo o bem comum (TORRE, 1985, p. 201). O Estado hoje cumpre com a nalidade pela qual foi criado? Vamos discutir sobre isso em nosso fórum, na Plataforma de Ensino. Temos também outras instituições tais como: as educacionais (escolas), as internacionais (ONU, OEA, OMS, etc.), as econômicas (bancos) e etc. Na Seção 2 veremos sobre os movimentos sociais que são criados segundo o interesse de cada época de cada sociedade. Veremos! Agora veremos os principais movimentos sociais que existem. CONCEITO Lakatos (1990, p. 294) sintetiza as de nições de vários autores sobre “movimentos sociais” assim: podemos considerar movimento social como tendo origem em uma parcela da sociedade global, com características de menor ou maior organização, certo grau de continuidade e derivando da insatisfação e/ou das contradições existente na ordem estabelecida, de caráter predominantemente urbano, vinculados a determinado contexto histórico e sendo ou de transformação ou de 105 Sociologia Geral 44 manutenção do status quo.” Ou, em outras palavras, “um movimento social caracteriza- se como uma coletividade de indivíduos envolvidos num esforço organizado para promover ou resistir à mudança da sociedade ou grupo de que é parte (DIAS, p. 129). A principal diferença entre o movimento social e a instituição social é que esta possui natureza permanente, com elementos estáveis de certa cultura. Os movimentos sociais são dinâmicos de duração temporária, somente até atingirem seus objetivos. Tipos de movimentos sociais: Conservadores: tentam conservar a sociedade sem mudanças, tentam preservar a sociedade de alterações. Exemplo: A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” em 1964 foi um movimento conservador organizado para resistir às reformas propostas pelo Governo João Goulart (DIAS, p. 132). Reformista: é o que propõe modificações em alguns aspectos da sociedade, mas, sem transformá-la completamente. Exemplo: movimentos ecológicos, dos sem-teto, feminista, abolição da escravatura etc. Revolucionários: é o que modifica toda a estrutura social. Pretendem subverter, completamente, o sistema social vigente, substituindo-o por outro. Exemplo: “O ‘Sendero Luminoso’ é um movimento peruano que tem como objetivo derrubar a sociedade capitalista e implantar outra sociedade em seu lugar” (DIAS, p. 133). Migratórios: descontentes com a situação da sociedade de origem, tomam a decisão de se transferirem para outro local. Exemplo: A imigração de judeus do mundo todo para a formação do Estado de Israel. (LAKATOS, p. 295). Regressivos/Reacionários: consistem numa tentativa de retornarem às condições impostas pelo movimento anteriormente vivido. Exemplo: Ku Klux Klan, nos EUA, cujo objetivo principal é negar as liberdades e os direitos civis conquistados pelos negros, desejando fazê-los retornar à situação anterior (LAKATOS, p. 296). Além desses movimentos sociais existem os: utópicos, expressivos etc. Saber mais Vamos ampliar entendimentos? Acessem: <http://www.geomundo.com.br/geogra a-30197.htm>. Leiam o texto sobre os movimentos sociais no Brasil. Chegamos, assim, ao nal da sétima aula. Espera-se que agora tenha cado mais claro o entendimento de vocês sobre as instituições sociais. Vamos, então, recordar: Retomando a aula 1 - O que são instituições sociais e os principais tipos existentes Assim, instituição social é um conjunto de regras e procedimentos padronizados, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm valor social. Exemplos: família, religião, Estado, escola etc. 2 - Movimentos Sociais A principal diferença entre o movimento social e a instituição social é que esta possui natureza permanente, com elementos estáveis de certa cultura. Os movimentos sociais são dinâmicos de duração temporária, somente até atingirem seus objetivos. Podem ser: Conservadores, Reformistas, Revolucionários, Migratórios, Regressivos/ Reacionários. DIAS, Reinaldo. Fundamentos de sociologia geral. Campinas: Editora Alínea. 1997. ___. Sociologia aplicada ao comércio exterior. Campinas: Editora Alínea. 1997 LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 6. ed. rev. e ampl. SP: Atlas, 1990. TORRE, M. B. Della. O Homem e a sociedade: uma introdução à sociologia. 13 edição. SP: Companhia Editora Nacional, 1985. Vale a pena Vale a pena ler • As instituições sociais <http://www.youtube.com/ watch?v=h67ZQEDYEUU> • Movimentos sociais <http://www.youtube.com/ watch?v=Nkzja7U0VF8> e <http://www.youtube.com/ watch?v=U1BziOv40Bc> Vale a pena assistir Minhas anotações 106
Compartilhar