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Análise Facial e Cefalométrica na Ortodontia

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A importância da análise facial subjetiva como complemento da análise
cefalométrica para o diagnóstico e planejamento ortodôntico
Article · April 2009
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Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Digital image processing for bone density evaluation after orthognathic surgery View project
Dentes impactados View project
Marco Antonio Rocco
Universidade de Santo Amaro
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Roberto Hiroshi Matsui
9 PUBLICATIONS   5 CITATIONS   
SEE PROFILE
Cristina Feijó Ortolani
Universidade Paulista
51 PUBLICATIONS   61 CITATIONS   
SEE PROFILE
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https://www.researchgate.net/publication/282648143_A_importancia_da_analise_facial_subjetiva_como_complemento_da_analise_cefalometrica_para_o_diagnostico_e_planejamento_ortodontico?enrichId=rgreq-3d809b1335c711953dac7e7918680f81-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjY0ODE0MztBUzoyODg4OTI2MTcwMTkzOTJAMTQ0NTg4ODc3NTIxNA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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revista ESPELHO CLÍNICO
Abril 2009 4
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FACIAL
SUBJETIVA COMO COMPLEMENTO DA
ANÁLISE CEFALOMÉTRICA PARA O
DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO
ORTODÔNTICO
AUTORES:
ANDRESSA SERAFIM LADISLAU* - SANDRA MARIA NOBRE DAVID** - CELSO CAVALHEIRO*** - ROBERTO HIROSHI MATSUI****
CRISTINA LÚCIA FEIJÓ ORTOLANI***** - PRISCILA DOMINGUES DE ALMEIDA****** - MARCO ANTONIO ROCCO*******
LUIS PAULO FERREIRA BELLINI********
*Especialista em Ortodontia; Mestranda em Ortodontia-Clínica Infantil pela Universidade Paulista UNIP/SP.
Endereço: Rua Mario Zampieri no 89 Apto 3 Centro
CEP: 09720-450 São Bernardo do Campo/SP tel: 4335-6158
**Professora Doutora; Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia APCD/SBC.
***Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial; Professor Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia APCD/SBC.
****Mestre em Ortodontia; Doutorando em Biopatologia pela UNESP/SJC; Professor Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia APCD/
SBC e da Graduação em Odontologia (Ortodontia) UNIP/SP.
*****Professora Doutora da Universidade Paulista – UNIP; Pós-Doutoranda pela UNIFESP.
******Professora Doutora do Curso de Especialização em Ortodontia APCD/SBC.
*******Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares e Coordenador do Curso de Especialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares da
APCD/SBC.
********Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial; Mestre em Ortodontia, especialista em Ortondontia e Ortopedia Facial, Professor Assistente
do Curso de Especialização em Ortodontia APCD/SBC
ARTIGO CIENTÍFICO
SINOPSE
Estabelecer um diagnóstico correto é de
fundamental importância para a elaboração de um adequado
planejamento, pois uma das finalidades do tratamento
ortodôntico é proporcionar uma boa relação entre a oclusão
e as diversas estruturas da face, promovendo o bom
funcionamento de todo o sistema estomatognático. Para
isso, é necessária uma avaliação criteriosa, individualizando-
se cada caso e garantindo assim, os melhores resultados
possíveis. As informações necessárias para se estabelecer
um planejamento coerente com as condições anatômicas e
funcionais que o indivíduo apresenta podem ser obtidas por
meio de alguns exames, dentre esses a análise facial e
cefalométrica. Neste estudo, três Ortodontistas realizaram
a análise facial subjetiva e posteriormente os dados obtidos
foram comparados com a análise cefalométrica para avaliar
a concordância entre as análises e também entre os
avaliadores. As análises foram realizadas em 50 indivíduos
no início do tratamento ortodôntico, com uma média de idade
de 13 anos 8 meses. Na análise facial subjetiva os
avaliadores verificaram o padrão facial, o perfil e a
harmonia. Posteriormente, procedeu-se a verificação das
grandezas cefalométricas FMA, SN.Gn, H.NB e H-Nariz
da Análise Padrão USP. Os valores obtidos foram
transferidos para o computador, calculados ecomparados.
Nos resultados encontrados, com relação ao perfil facial
verificou-se concordância entre a análise facial subjetiva e
análise cefalométrica. Já para o padrão facial e
principalmente para a harmonia não houve concordância
entre os dados obtidos das duas análises.
Unitermos: Diagnóstico, Análise Facial, Análise
Cefalométrica.
ABSTRACT
To establish a correct diagnosis is important for the
elaboration of an adequate planning, therefore one of the
purposes of the orthodontic treatment is provide a good
relation between the occlusion and the diverse structures
of the face, promoting the good functioning of the
stomatognatic system. For that, it is necessary a sensible
evaluation, individualizing each case and guaranteeing the
www.apcdscs.com.br
Abril 20095
INTRODUÇÃO
A estética facial tem sido uma preocupação entre os
indivíduos, pois a qualidade de vida é influenciada por meio
desta, interferindo diretamente nos aspectos social, profis-
sional e econômico.
A beleza física é valorizada excessivamente pela socieda-
de e no decorrer dos séculos, tem recebido influências da
história, da arte e da filosofia.
Vários estudiosos e grandes mestres da arte começaram a
considerar os princípios de equilíbrio, harmonia e propor-
ção em busca da beleza, que possui uma tendência cultural
e varia ao longo da história entre os indivíduos, se modifi-
cando com o passar do tempo.
Padrões de beleza e harmonia foram descritos em
proporções matemáticas e durante muitos anos, para a ela-
boração do plano de tratamento, eram utilizados exclusiva-
mente os valores cefalométricos.
Atualmente, sabe-se que padrões numéricos são
apenas referências e devem ser utilizados em associação
aos outros dados coletados para se diagnosticar correta-
mente os problemas presentes. Desta maneira, a análise
facial foi se tornando um dos mais importantes métodos de
diagnóstico, para que o tratamento das maloclusões possa
ser realizado com o objetivo de restabelecer a forma, a
função e proporcionar a estética mais apropriada.
Uma avaliação criteriosa das diversas estruturas
tegumentares faciais deve ser realizada em busca de uma
interação entre harmonia facial e oclusão para obtenção
de equilíbrio.
O presente trabalho objetivou comparar a análise
facial subjetiva com a análise cefalométrica e determinar o
grau de concordância entre os avaliadores.
REVISÃO DA LITERATURA
Análise Facial
O objetivo final do tratamento ortodôntico, além da
restituição da oclusão normal, deveria ser restabelecer à
face sua melhor aparência, sendo importante avaliar o tipo,
a forma e a proporção facial do indivíduo (WUERPEL27
1937).
Downs8 (1956), em seus estudos, analisou o perfil
facial e verificou que a harmonia deste estaria relacionada
ao tecido mole que recobre a face, pois os tecidos moles
produzem efeitos na estética e na dentição.
A aplicação de princípios básicos matemáticos e ge-
ométricos foi estudada para avaliar a morfologia normal de
estruturas envolvidas na ortodontia e dentística, analisando
o equilíbrio, a harmonia e a proporção, associados à forma
e ao crescimento (RICKETTS20 1982).
É essencial distinguir as anormalidades esqueléticas
das dentárias, para que se consiga tratar da maneira mais
apropriada cada uma delas, pois muitos problemas dentários
são corrigidos mais facilmente quando problemas
esqueléticos são tratados precocemente (JEFFERSON12
1996).
Suguino et al.22 (1996) destacaram a importância
do exame clínico facial para o diagnóstico e plano de trata-
mento, e sugeriram que este deve ser feito com o indivíduo
sentado, olhando para frente na linha do horizonte, isto é,
na posição natural da cabeça. Salientaram que esse exame
não deve ser baseado em radiografia estática e fotografia
isolada, pois nestas a cabeça do indivíduo pode estar
posicionada de maneira incorreta, o que leva à diagnósticos
imprecisos. Para os autores, a avaliação da estética facial
é subjetiva e deve ser realizada para identificar traços faciais
positivos e negativos. Concluíram que o exame clínico facial
deve ser associado ao exame cefalométrico e à análise de
modelos, para que o diagnóstico e o planejamento do trata-
mento sejam bem sucedidos.
A análise facial permite avaliar a relação entre o
esqueleto craniofacial e o contorno facial do tecido mole e
pode ser feita utilizando-se fotografias de frente e perfil e
também diretamente durante o exame clínico do indivíduo.
Na análise frontal, avaliam-se assimetrias da face no plano
transversal e vertical; já na análise do perfil, observam-se
três tipos: reto, convexo e côncavo (RAKOSI et al.18 1999).
Celnik7 (2000) afirmou que um dos objetivos do tra-
tamento ortodôntico é a obtenção de uma oclusão estável
associada à simetria funcional e estética. Ressaltou que
best possible results. The necessary information to establish
a coherent planning with the anatomical and functional
conditions presented by the individual can be gotten by
means of some exams, among those the facial and
cephalometric analysis. In this study, three Orthodontists
made the subjective facial analysis and later the gotten data
had been compared with the cephalometric analysis to also
evaluate the agreement between the analyses and between
the evaluators. The analysis had been carried through in
50 individuals at the beginning of the orthodontic treatment,
with an average age of 13 years 8 months. In the subjective
facial analysis the evaluators had verified the face standard,
the profile and the harmony. Later, it was proceeded
verification from the cephalometric measurements FMA,
SN.Gn, H.NB and H-Nose of the USP Analysis Standard.
The values obtained had been transferred to the computer,
calculated and compared. In the found results, with regard
to the facial profile agreement between the subjective facial
analysis and cephalometric analysis was verified.
Considering the facial standard and mainly to the harmony
there was not agreement data of the two analyses.
Uniterms: Diagnosis, Cephalometric Analysis, Facial
Analysis.
revista ESPELHO CLÍNICO
Abril 2009 6
para elaborar o diagnóstico e o plano de tratamento, deve-
se utilizar as informações fornecidas pelas análises
cefalométricas, modelos de estudo, exame clínico e foto-
grafias do indivíduo.
Vedovello et al.25 (2001) ressaltaram que um dos
principais objetivos do tratamento ortodôntico é a estética
da face, juntamente com a oclusão normal, a saúde dos
tecidos periodontais e a estabilidade do tratamento. Afir-
maram que o exame clínico da face deve levar em consi-
deração a raça, o padrão facial e a cultura do indivíduo.
Destacaram que a utilização da análise cefalométrica e
dos modelos como auxiliar no diagnóstico é imprescindí-
vel.
Ferreira10 (2002) salientou a importância da deter-
minação do tipo facial do indivíduo como complemento di-
agnóstico, pois desproporções entre ossos e partes moles
determinam com freqüência problemas miofuncionais. Des-
creveu os padrões faciais verticais como: mesofacial, onde
os terços da face estão equilibrados; braquifacial ou face
curta, onde o padrão de crescimento facial é horizontal; e
dolicofacial ou face longa, que possui padrão de cresci-
mento facial vertical. Relatou que os padrões faciais sagitais
podem ser perfil reto, perfil convexo e perfil côncavo.
A análise facial é a chave do diagnóstico ortodôntico,
pois é mais condizente com as necessidades estéticas do
indivíduo. Essa análise torna-se independente dos padrões
cefalométricos numéricos, sendo que nem sempre levam a
uma correção estética desejada. A análise facial completa
a cefalometria, unindo a avaliação dos dentes, do tecido
ósseo e tegumentar, respeitando a necessidade estética de
cada indivíduo (LANDGRAF13 et al. 2002).
É fundamental conhecer a morfologia craniofacial e
as proporções faciais para predizer as tendências de cres-
cimento, buscando aproveitá-lo, redirecioná-lo ou restrin-
gi-lo (MACHADO14 2002). A análise facial é indispensá-
vel para o diagnóstico e planejamento ortodôntico e deve
ser associada à cefalometria convencional e a outrosexa-
mes complementares. Ela identifica as características po-
sitivas e negativas do perfil mole do indivíduo, para a reali-
zação da correção da maloclusão, visando a melhora do
padrão facial (VEDOVELLO FILHO et al.26 2002).
De acordo com Cabrera4 (2004), o diagnóstico do
biotipo facial é determinado clinicamente pela análise facial,
onde podem ser definidos três tipos distintos: mesofacial,
braquifacial e dolicofacial. Os indivíduos mesofaciais pos-
suem dimensões horizontais e verticais proporcionais; já
nos indivíduos braquifaciais, a altura facial anterior é redu-
zida e a face mais larga; nos indivíduos dolicofaciais, a
altura facial é aumentada e a face mais estreita. A avalia-
ção das características morfológicas das estruturas
anatômicas faciais é indispensável como coadjuvante das
interpretações das análises cefalométricas, visto que o va-
lor numérico interpretado com rigor poderá comprometer
o diagnóstico e o plano de tratamento. Indivíduos Padrão I
apresentam equilíbrio facial e podem ser dólico, meso ou
braquifacial. Nestes indivíduos, a maloclusão é restrita a
área dento-alveolar, não ocorrendo envolvimento
esquelético. Já os indivíduos Padrão II são portadores de
maloclusões resultantes do degrau sagital aumentado en-
tre maxila e mandíbula, isto é, podem ser provocadas por
uma protrusão maxilar ou retrusão mandibular, ou ainda
uma combinação de ambas. Com relação às maloclusões
do Padrão III, estas se caracterizam por apresentar um
degrau sagital maxilo-mandibular diminuído, de caráter
esquelético, mas nem sempre apresentam uma relação mo-
lar de Classe III. Estão incluídos neste grupo os portado-
res de retrusão maxilar ou prognatismo mandibular.
A cefalometria é um instrumento complementar de
diagnóstico e um método que avalia o crescimento
craniofacial e os resultados do tratamento (CAPELOZZA
FILHO6 2004). Ao final da década de 1960, a análise facial
teve maior valorização para o diagnóstico e plano de trata-
mento. Atualmente, a maioria dos indivíduos que procu-
ram tratamento ortodôntico deseja melhorar também a apa-
rência facial. O conceito atual de estética facial aceita um
perfil mais protrusivo (SANTOS et al.21 2005)
Em 2006, Feres9 avaliou a concordância entre a
análise facial subjetiva proposta por Capelozza Filho e a
análise cefalométrica de tecidos moles de Arnett e
McLaughlin. Foram utilizadas para a avaliação fotografias
de frente e perfil e telerradiografias em norma lateral pa-
dronizadas de 50 indivíduos. Primeiramente, os indivíduos
da amostra foram classificados pela análise facial subjeti-
va visual, de acordo com os padrões faciais propostos por
Capelozza Filho, em: Padrão I, Padrão II e Padrão III.
Posteriormente, foi feita a análise cefalométrica de teci-
dos moles, que permitiu visualizar a relação ântero-poste-
rior da maxila, lábios superiores e inferiores, mandíbula e
do pogônio. Foi observado que houve concordância entre
Análise Facial Subjetiva e Análise Cefalométrica de Teci-
dos Moles para os Padrões I e II, porém não observou
concordância para o Padrão III, o que pode ter sido atri-
buído ao pequeno número de indivíduos deste padrão pre-
sentes na amostra estudada. Afirmou que a análise facial
é extremamente importante na Ortodontia, devendo ser
associada à cefalometria e à análise de modelos.
Reis et al.19 (2006) realizaram um estudo com uma
mostra de 100 indivíduos (50 de cada gênero) leucodermas,
com idade variando de 18 a 36 anos e foram obtidas foto-
grafias faciais padronizadas do perfil facial. A banca sele-
cionada para classificar esteticamente a amostra foi com-
posta por 14 ortodontistas, 12 leigos e 6 artistas. Os resul-
tados da análise facial subjetiva mostraram que 89% dos
indivíduos foram classificados como esteticamente acei
www.apcdscs.com.br
Abril 20097
Análise Cefalométrica
Com a introdução do cefalostato por Broadbent3
(1931), foi possível a padronização das telerradiografias
em norma lateral da cabeça, permitindo a visualização da
posição das bases ósseas e sua relação com os dentes. A
partir da possibilidade de se obter uma imagem radiográfica
padronizada, inúmeros pesquisadores elaboraram diversas
análises cefalométricas, identificando pontos, linhas, planos
e ângulos sobre o desenho das estruturas anatômicas da
radiografia lateral da face.
De acordo com Tweed24 (1944), o conceito de
“normal” seria a existência de equilíbrio e harmonia entre
as proporções faciais, para obtenção de uma face humana
considerada agradável. Para se alcançar o equilíbrio e a
harmonia facial, os incisivos inferiores deveriam estar bem
posicionados no osso basal, ou seja, verticalizados em sua
base óssea, pois percebeu que quanto mais protrusão
dentária maior a pobreza em harmonia facial.
Um método como recurso de diagnóstico para
analisar o perfil mole, foi proposto por Holdaway11 (1956),
que sugeriu uma linha tangente ao mento mole e à posição
mais anterior do lábio superior, denominada “linha H”. Para
o autor, as faces com bom perfil apresentavam ângulo de
7º à 9º com a linha NB e quando as relações das bases
apicais, ou seja, ângulo ANB estivesse aproximadamente
2º.
Peck e Peck17 (1970) realizaram um estudo com
52 jovens previamente escolhidos pela população por
possuírem estética facial agradável. Foram avaliadas as
telerradiografias laterais e as fotografias desses jovens.
Empregaram as análises cefalométricas de Margolis,
Downs e Steiner, e compararam os valores obtidos com os
padrões que esses autores haviam determinado. As
qualidades faciais como simetria, harmonia e proporção
foram definidas e examinadas. Afirmaram que não existem
números que possam expressar a complexidade da estética
facial, e não há uma equação para caracterizar a beleza da
face. Observaram que o público em geral admirou um
padrão dentofacial mais protruso em comparação com os
valores cefalométricos.
 O padrão facial dos brasileiros, leucodermas, com
oclusão normal é mais importante do que os padrões
ortodônticos das análises cefalométricas disponíveis. O
equilíbrio do perfil facial não é necessariamente
acompanhado por uma oclusão normal (TUKASAN et al.23
1996).
Okuyama e Martins16 (1997) pesquisaram a
preferência da estética facial de ortodontistas, leigos e
artistas plásticos. Classificaram 180 perfis de jovens
leucodermas, melanodermas e xantodermas em bom,
regular ou deficiente. Os autores não observaram
concordância significante dos avaliadores em relação à
preferência do perfil facial tegumentar dos indivíduos
avaliados, demonstrando que os critérios estéticos são
subjetivos e meramente pessoais.
Almeida1 (1998) descreveu as medidas e os valores
cefalométricos utilizados por Tweed em 1952 e atualmente,
para a elaboração do diagnóstico ortodôntico, dentre eles,
FMA, que é uma grandeza cefalométrica indicativa de
crescimento da parte inferior da face, em ambos os sentidos,
com valores normais de 22º à 28º.
Braga et al.2 (2004) salientaram a importância da
associação da análise dos tecidos tegumentares com a
análise dos tecidos duros, pois ambos são fundamentais
para se chegar a um resultado satisfatório ao final do
tratamento. Enfatizaram que os valores da cefalometria
devem ser utilizados como guias, individualizando-se cada
caso para se obter a harmonia facial e oclusal desejada. A
cefalometria permite uma visão da posição espacial das
estruturas dento-esqueléticas e tegumentares e revela
alterações funcionais e estruturais quando comparadas aos
padrões normativos pré-estabelecidos.
Dentre as grandezas angulares, o Ângulo SN.Gn é
formado pelas linhas S-N (base craniana) e S-Gn e expressa
a rotação da mandíbula durante o crescimento, identificando
a tendência vetorial e o tipo facial e possui um valor
normativo de 67º com um desvio padrão de + ou – 3,5º
(CABRERA e CABRERA5 2004).
MATERIAL E MÉTODO
Amostra
A amostra foi constituída por 50 indivíduos no início
do tratamento ortodôntico, com média de idade de 13 anos
e 8 meses, sem levar em consideração o gênero, escolhidos
aleatoriamente. Participaram deste estudo três avaliadores
Especialistasem Ortodontia, que foram denominados como
Avaliador A, Avaliador B e Avaliador C.
Coleta de Dados
Cada avaliador recebeu um formulário em folha de
sulfite para avaliação, contendo cinco colunas. Na 1ª coluna,
as iniciais dos nomes dos indivíduos; na 2ª coluna, a idade;
táveis, 3% agradáveis e 8% desagradáveis. O selamento
labial passivo deve ser considerado um objetivo a ser al-
cançado durante o tratamento ortodôntico, pois o indivíduo
que apresenta esse selamento tem mais de 90% de chance
de ser reconhecido como esteticamente aceitável ou agra-
dável, já que reduz a repercussão de discrepâncias dentárias
ou esqueléticas na face.
Em 2007, Nanda15 relatou que ao longo da história,
a percepção estética varia entre os indivíduos, raças e cul-
turas. Afirmou que a estética pode ser subjetiva e variável
entre as diferentes etnias, mas que as pessoas atraentes
possuem características específicas que podem ser defini-
das e que devem ser consideradas para a obtenção do di-
agnóstico, planejamento e elaboração de mecânicas para
a correção dos problemas dentofaciais.
revista ESPELHO CLÍNICO
8Abril 2009
RESULTADOS
De acordo com a Tabela I, o avaliador A classificou
com relação ao padrão facial, 6% dos indivíduos em
braquifaciais, 46% em mesofaciais e 48% em dolicofaciais.
Com relação ao perfil facial, classificou 68% em convexos,
30% em retos e 2% em côncavo; já para a harmonia facial,
84% das faces foram consideradas harmônicas e 16%
desarmônicas.
Tabela I: Classificação da amostra de acordo com a
análise facial subjetiva – Avaliador A.
PADRÃO FACIAL PERFIL FACIAL HARMONIA FACIAL
Freq. % Freq. % Freq. %
Braquifaciais 3 6 Convexos 34 68 Harmônicas 42 84
Mesofaciais 23 46 Retos 15 30 Desarmônicas 8 16
Dolicofaciais 24 48 Côncavo 1 2
De acordo com a Tabela II, o avaliador B classificou
12% dos indivíduos em braquifaciais, 46% em mesofaciais
e 42% em dolicofaciais. Para este avaliador, 68% dos perfis
eram convexos, 30% eram retos e 2% côncavos. Segundo
sua avaliação, 64% das faces eram harmônicas e 36%
desarmônicas.
Tabela II: Classificação da amostra de acordo com a análise
facial subjetiva – Avaliador B.
Figura 1:
Ângulo FMA
Figura 2:
Ângulo SN.Gn
O Ângulo SN.Gn é formado pelas
linhas Sela-Násio e Sela-Gnátio, define a
resultante vetorial de crescimento
mandibular no sentido ântero-posterior e
indica a tendência de crescimento
(horizontal, vertical ou equilibrado), como
descrito por Ferreira (2002) (Figura 2).
De acordo com Cabrera e Cabrera
(2004), apresenta-se com norma de 67º
e desvio-padrão de +/- 3,5º.
O ângulo do perfil mole, H.NB, é
formado pela linha H e linha NB, e sua
norma é de 9º à 12º (Figura 3). Quando
aumentado, indica perfil convexo, se
coincidente com a norma, um perfil reto
e se diminuído, um perfil côncavo.
H-Nariz é a distância linear
medida da linha H até a ponta do nariz
(Figura 4). A norma é de 9 mm à 11
mm. Num perfil considerado agradável,
essa linha passa pelo centro do nariz;
quando essa distância estiver diminuída
ou negativa em relação ao padrão, há
uma convexidade facial e se estiver
aumentada, indica uma concavidade.
Figura 3: Ângulo
H.NB
Análise dos Dados
Após o término das análises, os
formulários foram recolhidos e os dados
obtidos transferidos para planilhas
eletrônicas do programa de computador
Microsoft Office Excel 2003. Os dados
foram tabulados e ordenados de
maneira a facilitar a contagem. Os
resultados encontrados nas duas análises
(subjetiva e cefalométrica) foram comparados e
elaborados gráficos para a visualização dos mesmos.
Figura 4:
Distância H-
Nariz
na 3ª coluna, o padrão facial com três alternativas (braqui,
meso, dólico); na 4ª coluna, o perfil facial também com
três alternativas (convexo, reto, côncavo) e na 5ª coluna, a
harmonia facial, que poderia ser classificada como
harmônica ou desarmônica.
Os indivíduos estavam sentados na cadeira
odontológica com a cabeça em posição natural. Os
avaliadores executaram a análise facial subjetiva de cada
indivíduo tanto no aspecto frontal como de perfil.
Posteriormente, procedeu-se a anotação dos
valores normativos de algumas grandezas cefalométricas
com seus respectivos desvios-padrão, registrados na Análise
Padrão USP, que foi escolhida para este estudo por ser
uma das mais utilizadas pelos profissionais de Ortodontia
no Brasil. As grandezas cefalométricas selecionadas dessa
análise foram: FMA e SN.Gn (para avaliar tendência de
crescimento e característica biotipológica facial), H.NB e
H-Nariz (para a avaliação do perfil e harmonia facial).
O Ângulo FMA é formado pelo Plano de Frankfurt
e Plano Mandibular e evidencia a direção de crescimento
facial (Figura 1). Quando aumentado, indica crescimento
vertical; se diminuído, crescimento horizontal e, dentro da
norma, crescimento equilibrado. Segundo Almeida1 (1998),
os valores normais variam de 22º à 28º.
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9 Abril 2009
Quando se analisou a tendência de crescimento e o pa-
drão facial com o FMA, foram encontrados 16% dos indivíduos
com tendência de crescimento horizontal (braquifaciais); 40% com
tendência de crescimento neutro (mesofaciais) e 44% com ten-
dência de crescimento vertical (dolicofaciais). Já o ângulo SN.Gn
Na harmonia facial, em 66% dos casos (33
indivíduos), os 3 avaliadores concordaram entre si. Em
34% dos casos (17 indivíduos) houve concordância de 2
de 3 avaliadores (Gráfico 3).
Todos Concordaram 2 de 3 Concordam
Harmonia Facial - Avaliadores
Gráfico 3: Grau de concordância entre os avaliadores de acordo com
a harmonia facial.
Comparando-se o grau de concordância entre os
avaliadores, constatou-se que em relação ao padrão facial,
dos 50 indivíduos avaliados, ocorreu concordância dos 3
avaliadores em 52% dos casos (26 indivíduos) enquanto
que em 2 de 3 avaliadores concordaram em 44% (22
indivíduos). Já em 4% dos casos (2 indivíduos), houve
discordância entre os 3 avaliadores (Gráfico 1).
Gráfico 1: Grau de concordância entre os avaliadores de acordo com
o padrão facial.
Padrão Facial - Avaliadores
Todos Concordaram 2 de 3 Concordam Todos Discordaram
De acordo com a Tabela III, o avaliador C,
classificou 16% dos indivíduos em braquifaciais, 46% em
mesofaciais e 38% em dolicofaciais. Este avaliador
considerou 76% dos perfis convexos, 22% retos e 2%
côncavo. Para ele, 86% das faces eram harmônicas e 14%
desarmônicas.
Tabela III: Classificação da amostra de acordo com a
análise facial subjetiva – Avaliador C.
PADRÃO FACIAL PERFIL FACIAL HARMONIA FACIAL
Freq. % Freq. % Freq. %
Braquifaciais 8 16 Convexos 38 76 Harmônicas 43 86
Mesofaciais 23 46 Retos 11 22 Desarmônicas 7 14
Dolicofaciais 21 42 Côncavo 1 2
Para o perfil facial, os 3 avaliadores concordaram
entre si em 48% dos casos (29 indivíduos), enquanto que
em 2 de 3 avaliadores concordaram em 52% (31
indivíduos). Não houve discordância entre todos os
avaliadores (Gráfico 2).
Perfil Facial - Avaliadores
Todos Concordaram 2 de 3 Concordam Todos Discordaram
Gráfico 2: Grau de concordância entre os avaliadores de acordo com
o perfil facial.
apontou 10% dos indivíduos com tendência de crescimento hori-
zontal (braquifaciais), 46% com tendência de crescimento neutro
(mesofaciais) e 44% com tendência de crescimento vertical
(dolicofaciais) (Tabela IV).
Tabela IV: Classificação da amostra de acordo com a aná-
lise cefalométrica referente à tendência de crescimento.
PADRÃO FACIAL PERFIL FACIAL HARMONIA FACIAL
Freq. % Freq. % Freq. %
Braquifaciais 6 12 Convexos 34 68 Harmônicas 32 64
Mesofaciais 23 46 Retos 15 30 Desarmônicas 18 36
Dolicofaciais 21 42 Côncavo 1 2
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1 0Abril 2009
No padrão facial relacionado à medida SN.Gn,
os 3 avaliadores e 2 de 3 avaliadores concordaram com a
cefalometria em 54% dos casos (27 indivíduos) e
discordaram da cefalometria em 46% dos casos (23
indivíduos) (Gráfico 5).
Avaliando-se as grandezas FMA e SN.Gn, houve
concordância de ambas em 68% dos casos (34 indivíduos)
e discordância em 32% dos casos (16 indivíduos) (Gráfico
6).
No perfil facial, relacionado ao H.NB,a opinião
dos avaliadores concordou com a cefalometria em 74%
dos casos (37 indivíduos); já em 26% dos casos (13
indivíduos), houve discordância dos avaliadores em relação
à cefalometria (Gráfico 7).
Análise Facial Subjetiva x Cefalometria (SN.Gn)
Gráfico 5: Comparação entre a análise facial subjetiva e
cefalométrica (SN.Gn) de acordo com o padrão facial.
Concordância Discordância
Gráfico 6: Comparação entre as grandezas FMA e SN.Gn de acordo
com a tendência de crescimento facial.
FMA x SN.Gn
Concordância Discordância
Concordância Discordância
Análise Facial Subjetiva x Cefalometria (H.NB)
Gráfico 7: Comparação entre a análise facial subjetiva e cefalometria
(H.NB) referente ao perfil facial.
Comparando-se a análise facial subjetiva com a
cefalometria, foram observados os seguintes resultados: no
padrão facial relacionado à medida FMA, os 3 avaliadores
e 2 de 3 avaliadores concordaram com a cefalometria em
56% dos casos (28 indivíduos), enquanto que em 44% dos
casos (22 indivíduos) os 3 avaliadores e 2 de 3 avaliadores
concordaram entre si, mas discordaram da cefalometria
(Gráfico 4).
Concordância Discordância
Análise Facial Subjetiva x Cefalometria (FMA)
Gráfico 4: Comparação entre a análise facial subjetiva e
cefalométrica (FMA) de acordo com o padrão facial.
Perfil Facial - H.NB Harmonia Facial - H-Nariz
Freq. % Freq. %
Convexos 33 66 Harmônicas 4 8
Retos 11 22 Desarmônicas 46 92
Côncavos 7 14
Com relação ao perfil facial verificado em H.NB, constatou-se
66% dos perfis convexos, 20% retos e 14% côncavos. Na classi-
ficação da harmonia facial, de acordo com H - Nariz, foram encon-
tradas 8% de faces harmônicas e 92% desarmônicas (Tabela V).
Tabela V: Classificação da amostra de acordo com a análise
cefalométrica referente ao perfil facial e harmonia.
Tendência de Crescimento - FMA Tendência de Crescimento – SN.Gn
Freq. % Freq. %
Horizontal 8 16 Horizontal 5 10
Neutro 20 40 Neutro 23 46
Vertical 22 44 Vertical 22 44
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1 1 Abril 2009
DISCUSSÃO
A análise da morfologia facial vem se tornando um
recurso de diagnóstico indispensável como coadjuvante das
interpretações das análises cefalométricas, como afirmaram
Cabrera4 (2004), Landgraf13 et al. 2002, Machado14 2002,
Rakosi et al.18 1999, Suguino et al.22 (1996), Vedovello et al.25
(2001), Vedovello Filho et al.26 2002 . Este fato está de acordo
com os resultados do presente estudo, visto que ocorreram
diferenças referentes ao padrão facial e principalmente à
harmonia, entre os dados da análise facial subjetiva e da
análise cefalométrica. Portanto, o uso de apenas uma análise
não é o suficiente, pois poderá comprometer o diagnóstico e
conseqüentemente, o plano de tratamento.
Assim, o presente estudo constatou por meio de seus
resultados e em observação aos dados presentes na literatura,
que é imprescindível para a obtenção de um diagnóstico
preciso e elaboração de um planejamento adequado, a
realização dos vários métodos disponíveis. Esses métodos
compreendem as análises: facial, cefalométrica, de modelos,
radiográficas e fotográficas. Tais exames se complementam
e fornecem conjuntamente dados para a obtenção de
resultados satisfatórios no final do tratamento, como também
afirmaram Suguino et al.22 (1996), Celnik7 (2000), Landgraf
et al.13 (2002), Vedovello Filho et al.26 (2002), Feres9 (2006),
Nanda15 (2007).
O objetivo do tratamento ortodôntico é a restituição
da oclusão normal juntamente com o restabelecimento da
estética facial, e a avaliação do tipo facial de cada indivíduo é
importante, como ressaltou Wuerpel em 1937. Esses
conceitos se aplicam até os dias atuais, conforme relatados
também por Celnik7 (2000), Vedovello et al.25 (2001), Santos
et al.21 (2005).
Nos dias atuais, de acordo com Okuyama e Martins16
(1997) e Santos et al.21 (2005), lábios mais volumosos e um
perfil mais protrusivo são aceitos como estética facial e
preferência de beleza.
Para Ricketts20 (1982) e Jefferson12 (1996), a
harmonia, equilíbrio e beleza facial, estão diretamente
relacionados à proporção divina.
Tukasan, Rino e Takahashi23 (1996) concordaram com
os conceitos de Tweed24 (1944), de que deveria existir um
bom posicionamento dos incisivos inferiores para a obtenção
do equilíbrio facial.
Para a realização do presente estudo, o exame clínico
da face foi feito com o indivíduo em posição natural da
cabeça, isto é, olhando para frente em direção ao horizonte,
com os lábios relaxados, conforme sugeriram os autores
Suguino et al.22 (1996) e Vedovello Filho et al.26 (2002).
A análise facial deve ser realizada em norma
frontal e lateral, como foi feita neste estudo e descritos por
Suguino et al.22 (1996), Rakosi et al.18 (1999), Landgraf et
al.13 (2002), Reis et al.19 (2006) e Nanda15 (2007).
É necessário determinar o tipo facial do indivíduo
como complemento diagnóstico e identificar os padrões
faciais, que podem ser mesofacial, braquifacial e dolicofacial,
e também os diferentes perfis, classificando-os como retos,
convexos ou côncavos, como foi realizado no presente estudo
e descrito também por Rakosi et al.18 (1999), Ferreira10 (2002),
Cabrera4 (2004) e Capelozza Filho6 (2004). Já para Capelozza
Filho6 (2004), Reis et al.19 (2006) e Feres9 (2006), a
classificação dos indivíduos segundo a análise morfológica
da face pode ser: Padrão I, Padrão II, Padrão III e padrões
face longa e face curta, onde a discrepância é vertical.
Na avaliação do padrão facial e do perfil, os
resultados deste estudo mostraram que os avaliadores, na
maioria das vezes, tiveram a mesma percepção. Houve
concordância entre eles em 96% dos casos referentes ao
padrão facial e 100% em relação ao perfil. Este fato pode ser
atribuído à formação dos mesmos e experiência profissional.
Enquanto que na avaliação da harmonia facial, as opiniões
divergiram entre os avaliadores. Isto mostra que a avaliação
da estética facial é subjetiva e meramente pessoal, pois existem
opiniões diferentes. É importante levar em consideração para
o exame clínico da face, alguns fatores como a raça, o gênero,
a idade, a cultura e os aspectos sociais, o que está de acordo
com Okuyama e Martins16 (1997) e Nanda15 (2007).
Este estudo mostrou que as grandezas cefalométricas
escolhidas, FMA e SN.Gn, apresentaram entre si, diferença
de 32% na comparação da tendência de crescimento facial.
Essa alteração pode ser atribuída às diferentes referências
utilizas em cada medida.
Visando verificar se existe concordância entre a análise
facial subjetiva e a análise cefalométrica, houve discordância
referente ao padrão facial relacionado tanto para a medida FMA
como para SN.Gn. Estes resultados demonstram que existem
variações entre o tecido tegumentar e ósseo. Consequentemente,
as medidas dos tecidos duros podem desviar-se
consideravelmente da forma facial que os indivíduos expressam
através dos tecidos moles, como afirmam Braga et al.2 (2004),
sendo importante a avaliação do tecido mole da face, de acordo
com os estudos de Downs8 (1956), pois o mesmo pode produzir
efeitos na estética e oclusão.
A harmonia facial relacionada ao H-Nariz mostrou
concordância dos avaliadores com a cefalometria em 20%
dos casos (10 indivíduos) e em 80% dos casos (40
indivíduos) os avaliadores discordaram da cefalometria
(Gráfico 8).
Análise Facial Subjetiva x Cefalometria (H.Nariz)
Gráfico 8: Comparação entre a análise facial subjetiva e
cefalometria (H-Nariz) referente à harmonia facial.
Concordância Discordância
revista ESPELHO CLÍNICO
Abril 2009 12
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Entretanto, em 2006, Feres9 realizou um estudo para
verificar a concordância entre a análise facial subjetiva
proposta por Capelozza Filho e a análise cefalométrica de
tecidos moles de Arnett e McLaughlin, constatando que
ocorreu concordância das duas análises para os Padrões I e
II, já para o Padrão III, foi estatisticamente fraca.
Ao se avaliar o perfil facial, comparando-se a análise
subjetiva e a cefalometria, ocorreu concordância entre ambas
em 74% dos casos. Isto pode estar relacionado ao fato da
grandeza H.NB ser o ângulo que avalia o perfil mole, como
foi relatado por Ferreira10 (2002).
Para Wuerpel27 (1937), Peck e Peck17 (1970),
Landgraf et al.13 (2002), Braga et al.2 (2004), Cabrera4 (2004),
as faces não deveriam ser tratadas de acordo com uma norma
fixa, pois não existem números para expressar a estética
facial, mas sim respeitar as características existentes para
obtenção de harmonia e equilíbrio entre as diferentes formas
faciais.
Neste estudo, a análise subjetiva da harmonia facial
e avaliação cefalométrica mostraram discordância, o que seria
um indicativo de que somente o H-Nariz não poderia ser
aplicável para a avaliação da harmonia do perfil.
CONCLUSÕES
Os resultados encontrados neste estudo mostraram
que:
· Os avaliadores apresentaram percepções semelhantes
com relação ao padrão facial e perfil. Porém, houve
diferentes opiniões referentes à harmonia facial.
· Na maioria dos casos, não houve concordância entre
os dados obtidos da análise facial subjetiva e da análise
cefalométrica com relação ao padrão facial e
principalmente à harmonia facial; já para o perfil,
verificou-se concordância entre as duas análises.
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https://www.researchgate.net/publication/282648143

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