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Resenha Aplicações do Direito Medico

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Mauricio Aristóteles Freitas 
Pós-Graduação em Direito Médico e Hospitalar 
Aplicações do Direito Médico 
 
Como a resenha do Direito Medico, pode se assemelhar ao Direito Hospitalar, pela 
correlação de muitos assuntos, direitos e obrigações e tomando em consideração a 
leitura e vídeos proporcionados durante as aulas, descreverei uma pequena resenha, 
não só com o aprendizado, que é de muita importância na formação acadêmica, mas 
vou levar mais em consideração a atividade pratica, vivenciada nos tribunais dos Estados 
Unidos, (28 anos de advocacia naquele país, até a aposentadoria em 2002 e retorno ao 
Brasil), muito embora o foco principal será realmente o nosso ordenamento jurídico. 
Muito interessante o fato histórico desenvolvido pelo Professor Simonelli, quando 
invoca o Código de Hamurabi, para referendar o direito no todo, mas principalmente no 
que tange o Direito Médico, chegando ao juramento de Hipócrates, cujos ensinamentos 
de ordem ética continua atualmente. 
Torna-se muitas vezes dificil em separar as duas responsabilidades, pois o médico pode 
estar prestando serviços ao hospital, que por sua vez não presta serviço médico, pelo 
menos de forma direta, pois não tem essa capacidade. Muito tênue a linha que divide 
um do outro, mesmo sendo o médico, preposto da entidade hospitalar. 
Notório que o caminho mais seguro e rápido ao paciente, é sem dúvida nenhuma o 
Código de Defesa do Consumidor, que lhe ampara de forma integral, sem a necessidade 
fundamental da prova e da verossimilhança, haja vista que o próprio código lhe permite 
a inversão do ônus da prova, em seu artigo 6º, o que no meu ponto de vista e da 
experiencia, viola completamente o direito do réu (acusado), coaduna desta maneira 
com o pensamento do Professor Simonelli, essa inversão muitas vezes se torna 
impossível a prova, pois os médicos em geral, se não tiverem uma boa assessoria, tanto 
administrativa como juridica, não terão a documentação que lhes confere tal prova. 
Principalmente quando se trata de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ou do 
Termo de Consentimento Informado. 
Com relação aos termos, muito bem colocado pelo professor Kamaroff, que o médico 
jamais requeira a assinatura de qualquer um dos termos, no dia do procedimento, 
correndo o risco de sua nulidade, pois poderá alegar o paciente a sua condição 
psicológica e física naquele momento. 
Importante tambem salientar, conforme aprendemos nos vídeos, que o prontuário 
médico deve ser esclarecido e de boa leitura, e inclusive constando a assinatura do 
paciente, como mais uma prova da informação dada a ele ou ela. 
A responsabilidade solidaria, ponto crucial no entroncamento entre hospital e 
profissional médico, fica deveras confusa, no que tange o ordenamento jurídico pátrio, 
pois não se tem de forma clara, qual o diploma legal a ser usado, por um lado o Código 
Civil e por outro o CDC. No CC temos em seu artigo 186 e 927, a caracterização do dano 
moral e no CDC em seu artigo 14, a indenização pelo dano causado ao consumidor, sem 
que se comprove a culpa, partindo do princípio da hipossuficiencia. Olhando por esse 
ângulo, sempre estará em posição desvantajosa aquele que desconhece a parte técnica. 
Ou seja, o consumidor nesse caso, não conhece a terminologia médico, o que lhe dá 
uma vantagem na relação, muito embora com o advento da internet, o paciente antes 
da consulta já pesquisou a sua possivel enfermidade e estará em condições de discutir 
com o medico a sua patologia, que pode não ser aquela, mas certamente muito próxima. 
Acredito que mesmo tendo o médico informado de forma clara e segura todos os 
procedimentos a serem usados, quais os resultados que poderão ocorrer, o médico, 
sempre terá a seu desfavor o desconhecimento do consumidor. Balança de pêndulo 
jurídico viciado, pois já está predeterminado a pender para um lado, no caso o do 
consumidor. 
Pois bem, vamos fazer uma pequena comparação com a vivencia e pratica dos EUA, 
muito embora não seja essa a área de minha atuação, meu escritório em San Francisco, 
cuidava do que chamamos de “Medical Mal Practice”, onde aqui envolvia não somente 
o médico, mas toda a sua equipe, que lhe dá o apoio para desenvolver a atividade. 
Como nos Estados Unidos, a maioria da população laboral ativa, de uma forma ou outra 
tem um seguro de saude, com coparticipação, que envolver procedimentos a serem 
realizados em Hospital, são solidários todos na relação contratual, muito embora muitos 
profissionais tenham em seus contratos de trabalho as excludentes de responsabilidade. 
No que tange as seguradoras, elas mantem em seus contratos tambem as excludentes 
e o percentual de participação na utilização do seguro, geralmente de 20%. 
A legislação do Estado da California, exige a contratação de seguro por acidente, 
negligência ou imprudência médica, aqui englobando tambem os seguros de saude, pois 
de acordo com a legislação do Estado, todos são solidários na responsabilidade de 
indenizar um paciente. A apólice de seguro, deve cobrir um valor mínimo indenizatório, 
onde o mais caro é o do Ginecologista/Obstetra, devido a sua responsabilidade ilimitada 
com relação ao ser nascido. 
Tendo apólice indenizatória, o profissional médico, se esquiva do processo judicial, 
mediante o pagamento ao lesado, que será pago de forma administrativa pela 
seguradora, que tem o direito de uma ação de regresso em desfavor do profissional 
médico. Nesse diapasão, as seguradoras, mantem um corpo de investigadores, que 
buscarão de forma investigativa a busca de quem foi o causador do problema, em sendo 
considerado que foi o médico, a ação será contra ele, em sendo do paciente, o prêmio 
será negado, e as provas juntadas pelos investigadores servirão de defesa na 
eventualidade de um processo judicial. 
Acredito que deveríamos chegar a esse patamar no Brasil, pois temos seguradoras, que 
de uma forma ou outra, poderiam ter em seu quadro, tais investigadores, para 
eventualmente evitar as fraudes, formatar defesa em favor de seus segurados e juntar 
provas em eventual litigio, o que realmente faria o equilíbrio na relação consumerista. 
Dentro da nossa realidade e princípios juridicos, dificil chegarmos a um patamar de 
organização de saude, no que tange as indenizações por erro médico e responsabilidade 
no tratamento de pacientes, como acontece nos EUA, mas acredito que com o 
crescimento das ações judiciais, devem os médicos buscar uma forma de proteção, 
através de seguro contra terceiros, minimizando dessa forma a exposição em que hoje 
se encontram, principalmente em um pais onde as sentenças são variáveis e 
interpretações de Tribunais Superiores não são uníssonas. Nos resta seguir no caminho 
da defesa daquele que realmente é o lesado, levando sempre em consideração a 
necessidade e a reparação real do dano, sem o intuito de buscar um proveito econômico 
em detrimento da moralidade e da ética. Sejamos justos para fazer justiça.

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