Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂGULO MINEIRO - UFTM INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS - ICTE ENGENHARIA AMBIENTAL IGOR EDUARDO BERNARDES PEIXOTO MIGUEL MUSSI NETO PAULA GABRIELA MICALI RAFAEL HENRIQUE BAIOCO STEFAN BUCHDID CARDOSO Biomonitoramento da Qualidade das Águas UBERABA 2018 IGOR EDUARDO BERNARDES PEIXOTO MIGUEL MUSSI NETO PAULA GABRIELA MICALI RAFAEL HENRIQUE BAIOCO STEFAN BUCHDID CARDOSO Biomonitoramento da Qualidade das Águas Relatório apresentado à Universidade Federal do Triângulo Mineiro como avaliação da disciplina de Biomonitoramento. Professora: Ana Paula Milla dos Santos Senhuk UBERABA 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 4 3. METODOLOGIA ................................................................................................... 5 3.1. MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS ................................................. 5 3.2. TRADESCANTIA PALLIDA ........................................................................... 6 3.3. ARTEMIA SALINA .......................................................................................... 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 7 4.1. MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS ................................................. 7 4.2. TRADESCANTIA PALLIDA ........................................................................... 8 4.3. ARTEMIA SALINA .......................................................................................... 8 5. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 9 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 10 4 1. INTRODUÇÃO A água é o único recurso natural envolvido em todos os aspectos da civilização humana, desde a agricultura e industrias até a valores religiosos. Extremamente importante para a vida dos seres vivos, seja na forma bioquímica ou até mesmo como um elemento representativo. Porém, nos últimos anos, os recursos hídricos têm sido afetados devida as atividades antrópicas. Os rios, riachos e oceanos infelizmente captam toda as alterações causadas por essas atividades, fornecendo então informações sobre o meio. Segundo Dudgeon (1996), perturbações antrópicas em bacias de drenagem afetam as comunidades de organismos aquáticos devido aos processos de lavagem e carreamento. Biomonitoramento da qualidade da água e saúde dos escossistemas integram conhecimentos básicos de ecologia e medicina sobre a influência das metas socialmente definidas para a natureza (Fairweather, 1999). O biomonitoramento é um processo atual que consiste na utilização de seres vivos ou comunidade de seres vivos como instrumentos para determinar a qualidade de um meio. A preocupação com o monitoramento da qualidade da água tem um marco no início do século XX, na Alemanha, através do aparecimento dos primeiros indicadores biológicos de poluição (Rezende Monteiro, 2006). Estudos de seres vivos permitiu o desenvolvimento de várias metodologias para mensurar a qualidade da água. Essa avaliação pode ser feita através do comportamento de macro invertebrados bentônicos em diferentes ambientes. Os macroinvertebrados são bons indicadores de qualidade de água devido ao ciclo de vida longo, metodologia desenvolvida e simples, equipamentos simples e fácil fonte de informação e coleta. 2. OBJETIVOS Tal trabalho teve como objetivo analisar a qualidade da água do rio Uberaba e do córrego das Lajes, através de métodos de biomonitoramento, utilizando três tipos de técnicas. A primeira utilizando o método BMWP através de macroinvertebrados bentônicos, a segunda através de contagem de micronúcleos em Tradescantia pallida e a terceira no cálculo da CL50 para Artemia salina. 5 3. METODOLOGIA Neste tópico serão descritas as metodologias referentes ao levantamento de macroinvertebrados bentônicos no ponto de captação de água para abastecimento do rio Uberaba e do ensaio ecotoxicologico com Tradescantia pallida e Artemia salina no córrego das Lajes e no rio Uberaba 3.1. MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS Para esta parte do trabalho o local escolhido para o estudo foi o ponto de captação de água para abastecimento da cidade de Uberaba – CODAU, de coordenadas 19º42’52.6” S 47º56’12.1” W. Escolheu-se este ponto devido à facilidade de acesso que o mesmo oferece. Para a coleta das amostras utilizou-se um coletor do tipo Surber com rede de 250µm e área de 100 cm² e para a amostragem os pontos escolhidos no rio eram locais preferencialmente de águas calmas e possuíam visível presença de folhas, lama, cascalho e pedriscos. Feito isso as amostras foram fixadas no álcool. Levou-se as amostras para o laboratório e fez-se a lavagem das mesmas sobre peneiras de aberturas variadas, sempre observando se a granulometria não possibilitaria a passagem de nenhum macroinvertebrado. Após este procedimento, o material que ficou retido foi analisado minuciosamente para que fosse possível fazer a coleta e armazenou- se em tubos Falcon, separados por espécies, para que posteriormente fosse feita a contagem de cada indivíduo para que fosse possível atribuir pontuação. As pontuações e os valores para classificação da água foram dadas de acordo com Junqueira & Campos (1998). Tabela 1 - Valores atribuídos a classes de águas com método BMWP Fonte: Junqueira & Campos, 1998. 6 3.2. TRADESCANTIA PALLIDA Para a coleta das amostras o ponto escolhido para o córrego das Lajes tem as coordenadas 19º44’11”S 47º56’48.7”W e para o rio Uberaba o mesmo local anteriormente citado. Após a coleta as plantas foram, imediatamente, colocadas em solução de álcool para conservação e levadas para o laboratório. Para que o estudo fosse realizado, escolheu-se flores com florescências jovens que contivessem anteras com grãos de pólen. Estas anteras foram maceradas sobre lâmina para microscopia após gotejamento com o corante carmim acético. Após maceração foi feita a limpeza da lâmina para que fosse descartado os fragmentos de antera e cobriu-se com lamínula para que houvesse a fixação do corante nas tétrades presentes na amostra. Feito este procedimento, analisou-se em microscópio a quantidade de tétrades encontradas e a quantidade de micronúcleos para cada lâmina preparada. Com os valores obtidos fez-se uma relação entre quantidade de micronúcleos e quantidade de tétrades. Repetiu-se o método para todas as lâminas identificadas como amostras do rio Uberaba, córrego das Lajes e as de controle. 3.3. ARTEMIA SALINA Para este procedimento eclodiu-se ovos de Artemia salina em ambiente fechado, preparou-se uma solução com sal marinho para que fosse um ambiente propício para seu desenvolvimento. Após isso, fez-se a separação de 10 náuplios de Artemia salina para cada béquer contendo diferentes concentrações de água do córrego das Lajes, água captada no mesmo ponto citado no tópico anterior, as concentrações eram de 80%, 60%, 40%, 20% e controle. Esperou-se 24 horas para que os náuplios ficassem em contato com a água e fez- se a contagem para elaboração de uma curva de mortalidade, possibilitando assim determinar a CL50. 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS Os resultados encontrados para o estudo de macroinvertebrados bentônicos estão expostos na Tabela 2 a seguir. Ordem Família Quantidade BMWP Observação Odonata Libellulidae 1 8 Odonata Gomphidae 26 5 Odonata Cordulidae 4 8 Diptera Tipulidae 1 5 Diptera Chironomidae 56 2 Diptera Sciomyzidae 4 1 Mollusca Ancylidae 83 6 Mollusca Physidae 62 3 Mollusca Plamorbidae 4 3 Mollusca Lymnaeidae 8 3 Annelida 1 1 netamada Plateynemididae 1 6 Coleoptera Elmidae 36 5 Coleoptera Psephenidae 18 8 Coleoptera Gyrinidae 1 5 Tricoptera 19 10 Hemiptera 1 17 326 79 Boa Pode-se notar uma quantidade significativa de espécies e de abundância. Através dos valores estabelecidos por Junqueira & Campos (1998) classifica-se a água do Rio Uberaba como boa. 8 4.2. TRADESCANTIA PALLIDA Para a Tradescantia pallida, os valores encontrados experimentalmente estão expostos na Tabela 3 abaixo. Tabela 3 – Porcentagem de micronúcleos para cada local Local % Micronúcleos Córrego das Lajes 3,3 Rio Uberaba 2,8 Controle 1,6 Fonte: Dos autores, 2018 Através dos resultados obtidos é possível notar que a mutação genética maior ocorreu no córrego das Lajes, indicando uma diferença na qualidade da água de ambos os rios, onde o rio Uberaba se mostrou menos poluído. 4.3. ARTEMIA SALINA Os resultados obtidos experimentalmente para os valores de concentração variantes estão expostos na Tabela 4 a seguir. Tabela 4 – Relação entre mortalidade e concentração. Concentração [%] Nº médio de indivíduos vivos Controle 10 20 10 40 8 60 5,67 80 4,33 Fonte: Dos autores, 2018 Através destes dados foi possível plotar um gráfico no software Excel o qual fornece uma curva de mortalidade e sua equação, como mostra a Figura 1 a seguir. 9 Figura 1 – Curva de mortalidade Fonte: Dos autores, 2018 De posse de tais dados, com a equação da curva foi possível calcular a CL50 para a Artemia salina com os valores expostos na equação 1 abaixo. 5 = -0,0004x2 + 0,1379x - 2,66 (1) Onde o número 5 refere-se a 50% das amostras mortas. Por se tratar de uma equação de segundo grau, temos dois resultados possíveis, porém um deles é descartado pois não se encontra na faixa de concentração possível. Desta maneira encontrou-se o valor de concentração de 69,63% para CL50. 5. CONCLUSÕES Através dos resultados encontrados para o estudo de macroinvertebrados bentônicos, a água do Rio Uberaba pode ser classificada como boa. Já para os resultados encontrados no estudo da Tradescantia pallida notou-se uma mutação genética maior no córrego das Lajes do que no Rio Uberaba, indicando que a água do Rio Uberaba estava menos poluída do que a água do córrego das Lages. No terceiro e último estudo, onde foi utilizada a Artemia salina, foi feito o cálculo da CL50, onde o valor encontrado foi de 69,63%. y = -0,0004x2 + 0,1379x - 2,66 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 M o rt a li d a d e Concentração [%] Cálculo da CL50 10 REFERÊNCIAS JUNQUEIRA, V.M. & CAMPOS, S.C.M. Adaptation of the "BMWP" method for water quality evaluation to Rio das Velhas watershed (Minas Gerais, Brazil). Acta Limnol. Bras., v.10, p.125-135, 1998. DUDGEON, D. (1996). Anthropogenic influences on Hong Kong streams. Geo Journal 40 (1-2): 53-61. FAIRWEATHER, P. G. (1999). State of environmental indicators of “river health”: exploring the metaphor. Freshwater Biology 41: 211-220.
Compartilhar