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MATÉRIA CRIMES EM ESPÉCIE I Crimes em espécie I ( Art. 121 ao 212, CP) – Prof. Ricardo Valente Crimes contra a vida – Art. 121 a 129, CP) Art. 121(Homicídio) - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – matar(núcleo do tipo) - alguém(ser humano com vida; - Elemento Subjetivo (dolo e culpa); - Consumação/tentativa – morte cerebral; - Majorantes; - Minorantes; - Classificação - Espécies de Homicídio: Art. 121 caput – simples; Art. 121 § 1º – privilegiado; Art. 121 § 2º – qualificado; Art. 121 § 3º – culposo. Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Caso de diminuição de pena § 1.º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2.º Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino; VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. Homicídio culposo § 3.º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Aumento de pena § 4.º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5.º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.(Perdão judicial) § 6.º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. § 7.º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – induzir, instigar e prestar auxílio(núcleo do tipo) - alguém(ao suicídio); - Elemento Subjetivo (dolo); - Consumação – lesão corporal grave ou consequência morte cerebral; * O crime não admite forma tentada. - Majorantes; motivo egoístico ou vítima é menor (dobra a pena) - Minorantes; Pesquisa Doutrinária: 1) A Eutanásia caracteriza o homicídio qualificado ou privilegiado? 2)O homicídio privilegiado e qualificado pode ser considerado crime hediondo? Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único. A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Infanticídio - Sujeitos – próprio(ativo – mãe, passivo – filho recém nascido) ; - Elemento Objetivo – matar(núcleo do tipo) - criança durante o parto ou logo após, pela mãe em estado puerperal; - Elemento Subjetivo (dolo); - Consumação – morte cerebral do recém nascido; * O crime admite forma tentada. Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. O STF, no julgamento da ADPF n. 54, de 12-4-2012, decidiu, por maioria de votos, julgar procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada neste artigo. Aborto provocado por terceiro Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. •• O STF, no julgamento da ADPF n. 54, de 12-4-2012, decidiu, por maioria de votos, julgar procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada neste artigo. •• A Resolução n. 1.989, de 10-5-2012, do Conselho Federal de Medicina, dispõe sobre o diagnóstico de anencefalia para a antecipação terapêutica do parto e dá outras providências. Forma qualificada Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. DAS LESÕES CORPORAIS - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – ofender(núcleo do tipo) - alguém(incolumidade física); * integridade corporal (anatômica)ou a saúde (fisiológica) de outrem. - Elemento Subjetivo (dolo ou culpa); - Consumação – efetivo dano a incolumidade física; * É necessário o exame de corpo de delito * O crime admite forma tentada(lesão corporal leve – Art. 129 caput). - Majorantes : Aumento de pena §§ 7.º, 10, 11 e 12; - Minorantes: Diminuição de pena § 4.º. Lesão corporal (natureza leve) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Lesão corporal de natureza grave § 1.º Se resulta: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. Lesão corporal de natureza gravíssima(classificação doutrina) § 2.º Se resulta: I - incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. Lesão corporal seguida de morte § 3.º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão,de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Diminuição de pena § 4.º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.(privilegiado) Substituição da pena § 5.º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; Art. 129§4º (privilegiado) II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6.º Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. Aumento de pena § 7.º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4.º e 6.º do art. 121 deste Código. (§4º - a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. §6º - é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.) § 8.º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5.º do art. 121.(perdão judicial) Violência doméstica § 9.º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1.º a 3.º deste artigo(lesão grave, gravíssima e que resulta morte) e se as circunstâncias são as indicadas no § 9.º deste artigo (Violência doméstica), aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). § 11. Na hipótese do § 9.º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. CASO 1 – Gergilei, contratado por Nestor por 5 mil reais, sequestrou e matou por asfixia a menor impúbere Lilica. Em sede policial constatou-se que o fato gerador do crime foi uma dívida de 50 mil reais que o pai da vítima se recusava a pagar Nestor. Considerando que Nestor confessou sua conduta e que Gergilei já era reincidente dessa espécie de crime. Promova a capitulação penal e a dosimetria da pena. Dados: Homicídio qualificado(Art. 121 §2º, III e §4º) - asfixia; agravante - reincidência e motivo torpe (Art. 61, I e IIa)Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.Obs.: os dois respondem pelo mesmo crime, devido ser autor e coautor. Aumento de pena - a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)- Lilica, impúbere. Atenuante Nestor – confessou, agravante Gergilei – reincidente. R- capitulação: Homicídio qualificado(Art. 121 §2º, III e §4º c/c Art. 61, I e IIa), dosimetria: Nestor Pena básica de (12 a 30 anos)15 anos, causa de agravante(motivo torpe e asfixia)1/6, atenuante(confessou) 1/6, caso de aumento(menor impúbere)1/3 e sem causa de diminuição de pena = total de 20 anos em regime fechado e Gergilei Pena básica de (12 a 30 anos)15 anos, causa de agravante(reincidente)1/3 sem atenuante, caso de aumento(menor impúbere)1/3 e sem causa de diminuição de pena = total de 27 anos em regime fechado Obs. só corrigiu o caso 1 CASO 2 – Perivaldo, ao chegar embriagado em casa irritou-se com sua esposa Gergiléia que havia reclamado da para o jantar, veio a agredi-la com socos e pontapés. Socorrida pelos vizinhos a vítima foi levada para o hospital e como estava gestante acabou abortando em virtude das lesões. Considerando que Perivaldo foi tido na ação penal como semi-imputável. Promova a capitulação penal e a dosimetria da pena. Dados: Lesão corporal Art. 129 §2.º V, CP, Violência doméstica Art. 129 §§ 9.º e 10: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos e aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). Causa de diminuição de pena – semi-imputável (Art.26 §U – 1/3 a 2/3) R- capitulação :Lesão corporal Art. 129 §2.º V, CP , C/C Violência doméstica Art. 129 §§ 9.º e 10, CP, dosimetria: Pena básica de (1 a 3 anos)3 anos, não existe causa de agravante nem atenuante, caso de aumento(1/3)(1/3 e causa de diminuição de pena(1/3 a 1/2)1/3 = total de 3 anos Para lembrar: Inimputáveis Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Aula dia 15/03/18 - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Perigo de contágio venéreo Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1.º Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2.º Somente se procede mediante representação. - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – expor(núcleo do tipo) - alguém( por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea); - Elemento Subjetivo (dolo: direto ou eventual); - Consumação – efetivas relações sexuais ou qualquer ato libidinoso ; * O crime admite forma tentada(perigo abstrato). - Majorantes : Aumento de pena (Art 130 §1º - intenção do agente transmitir a moléstia); Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – Praticar ou executar(núcleo do tipo) - a alguém(a contágio com o fim de transmitir a outrem moléstia grave); - Elemento Subjetivo (dolo: direto); - Consumação – efetivas relações sexuais ou qualquer ato libidinoso ; * O crime admite forma tentada(perigo abstrato). Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. - Sujeitos – comum(ativo e passivo) – qualquer pessoa; - Elemento Objetivo – Expor(núcleo do tipo) - a vida ou a saúde de outrem (perigo direto e iminente); - Elemento Subjetivo (dolo: direto ou eventual); - Consumação – perigo concreto; - Majorante – (Art. 132 §U)* O crime admite forma tentada(perigo abstrato). CASO 3 – Gergiléia em depressão por ter sido abandonada pelo seu marido, deliberadamente, abandonou o seu filho, menor impúbere, numa rua movimentada do Centro do Rio. A criança dirigiu-se a um senhor depois identificado como Pirineu pedindoajuda. Pirineu chamando o menor de “trombadinha” se recusou a ajudá-lo. A criança acabou sendo levada por um indivíduo identificado como Zé Caveira que matou o menor, juntamente com a sua mulher Cretinície, com emprego de fogo num ritual satânico. Considerando: A. Que Gergiléia era maníaca depressiva. B. Pirineu confessou a sua conduta na Delegacia. C. Zé Caveira era reincidente em crimes contra a vida. Promova a capitulação penal e a dosimetria da pena. P/ próxima aula Abandono de incapaz Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. § 1.º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. § 2.º Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Aumento de pena § 3.º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. § 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 2.º Se resulta a morte: Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Omissão de socorro Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico hospitalar emergencial: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. Maus-tratos Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2.º Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. § 3.º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. DA RIXA Rixa Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa. Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. DOS CRIMES CONTRA A HONRA Calúnia Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. § 1.º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2.º É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade § 3.º Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Difamação Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. § 1.º O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2.º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3.º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
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