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Teoria das Estruturas 2 – Prof. Tiago Toitio Capítulo 1 – Estruturas Hiperestáticas 1.1 – INTRODUÇÃO As equações de equilíbrio da estática fornecem as condições necessárias e suficientes para o equilíbrio. Quando todas as forças em uma estrutura podem ser determinadas somente com as equações de equilíbrio, a estrutura é denominada estaticamente determinada (isostática). Estruturas que têm mais forças desconhecidas do que as equações de equilíbrio são denominadas estaticamente indeterminadas (hiperestáticas). Algumas características das estruturas hiperestáticas: ✓ Análise estrutural mais trabalhosa e complicada ✓ Estrutura mais rígida (menores deformações) ✓ A estrutura tem capacidade para redistribuir esforços para os apoios redundantes ✓ As deformações causadas por variações de temperatura ou por recalque de apoio ocasionam tensões adicionais na estrutura Figura 1.1 – Viga Isostática. (a) Modelo real. (b) Modelo estrutural. Figura 1.2 – Viga Hiperestática. (a) Modelo real. (b) Modelo estrutural. A Figura 1.3 mostra uma comparação, do comportamento estrutural, entre uma viga isostática e uma viga hiperestática. As duas vigas têm o mesmo vão L e o mesmo carregamento q, diferindo nas condições de apoio. A viga isostática é apoiada por duas articulações, e a viga hiperestática por dois engastes. O módulo de rigidez à flexão da viga foi considerado com o valor E.I = 108.106 N.m². Figura 1.3 – Comparação entre viga isostática e hiperestática. (a) Modelo estrutural das vigas. (b) Reações de apoio. (c) Diagramas de momento fletor. (d) Deflexões máximas. A viga isostática apresenta maior momento fletor no meio do vão, porém momento fletor nulo nas extremidades. Por outro lado, a viga hiperestática apresenta menor momento fletor no meio do vão, mas apresenta momento fletor nas extremidades, que são absorvidos pelos apoios (pilares, por exemplo). Quanto à deflexão, as estruturas hiperestáticas são mais rígidas, apresentando menores deflexões. Como em estruturas de grandes vãos a deflexão é crítica, é mais eficaz utilizar vigas contínuas hiperestáticas. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Exercício Proposto 1.1. Classificar as vigas estaticamente indeterminadas (hiperestáticas) quanto ao grau de indeterminação. 1.2 – MÉTODOS DE ANÁLISE Ao se analisar uma estrutura hiperestática, é necessário satisfazer as seguintes exigências: ✓ Equilíbrio – as forças de reação devem manter a estrutura em repouso ✓ Compatibilidade – a estrutura deve se ajustar (não podem existir lacunas) e a forma defletida deve ser coerente com as restrições impostas pelos apoios ✓ Relação força-deslocamento Em geral, há duas maneiras de satisfazer essas exigências: ✓ Método das Forças (Flexibilidade) ✓ Método dos Deslocamentos (Rigidez) O Método das Forças foi originalmente desenvolvido por James C. Maxwell em 1864 e mais tarde aperfeiçoado por Otto Mohr e Heinrich Müller-Breslau. Foi um dos primeiros métodos disponíveis para análise de estruturas hiperestáticas. O método consiste em escrever equações que satisfazem as exigências de força-deslocamento e compatibilidade para a estrutura a fim de determinar as forças redundantes. Ou seja, as incógnitas são as forças redundantes. O Método do Deslocamento é baseado em primeiro escrever as relações de força- deslocamento para os elementos da estrutura e então satisfazer as exigências de equilíbrio para a estrutura. Nesse caso, as incógnitas são os deslocamentos. Uma vez que os deslocamentos tenham sido obtidos, as forças são obtidas a partir das equações de força- deslocamento e compatibilidade. Dentro do conjunto de métodos dos deslocamentos temos, entre outros, o Método da Inclinação-Deflexão, o Método de Cross e o Método da Rigidez Direta utilizando formulação matricial. Leitura Indicada – Referência [1] (Hibbeler, 2013): ▪ Item 10.1 (Estruturas Estaticamente Indeterminadas) do Capítulo 10 Referências Bibliográficas: [1] Hibbeler, R. C. – Análise das Estruturas. 8ª Ed. 2013. Pearson Prentice Hall. [2] Leet, K. M. et al. – Fundamentos da Análise Estrutural. 3ª Ed. 2009. McGraw-Hill.
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