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4 11 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA COORDENAÇÃO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL RESUMO DO LIVRO AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E SISTEMA DE MANUFATURA ALUNO: RODOLFO DANTAS DE OLIVEIRA BATISTA JOÃO PESSOA 2017 Capitulo 1: 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Figura 1.8 Linha transfer de montagem. Fonte: http://www.fluipressmaquinas.com.br/ 2. Automação programável: é um sistema de produção projetado com a capacidade de modificar a sequência de operações de modo a acomodar diferentes configurações de produtos. Algumas características: -Alto investimento em equipamentos de propósito geral; -Baixas taxas de produção se comparada a automação rígida; -Flexibilidade para lidar com variações e alterações na configuração do produto; -Mais adequado para a produção em lote; -A configuração física da máquina deve ser alterada e o sistema reprogramado entre trabalhos (lotes). Exemplos: - Máquinas-ferramenta numericamente controladas (CN), robôs industriais e controladores lógicos programáveis (CLPs). 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção 3. Automação flexível: é uma extensão da automação programável na qual o sistema é capaz de trocar de um trabalho para o próximo sem perda de tempo entre eles. Algumas características: -Alto investimento em um sistema com engenharia personalizada; -Produção contínua de um conjunto variado de produtos; -Taxas médias de produção; -Flexibilidade para lidar com variações no projeto do produto. Exemplo: - Sistemas flexíveis de manufatura (FMS). 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Sistemas Computadorizados de Apoio à Produção: Possuem como objetivos: -Reduzir o volume de esforço manual e burocrático nas etapas de projeto do produto, planejamento e controle da produção e nas funções de negócio da empresa; -Integrar o projeto auxiliado por computador (computer-aided design CAD) e a manufatura auxiliada por computador (computer-aided manufacturing CAM) em CAD/CAM CIM. A manufatura integrada por computador (CIM) envolve atividades de processamento de informações que proveem os dados e o conhecimento necessários à fabricação bemsucedida do produto. Razões para a Automação: 1.Aumentar a produtividade (produção maior por hora de trabalho); 2.Reduzir os custos do trabalho (substituir seres humanos por máquinas); 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção 3.Minimizar os efeitos da falta de trabalhadores, devido à diminuição de mão de obra qualificada em países desenvolvidos; 4.Reduzir ou eliminar as rotinas manuais e das tarefas administrativas (a automação de tais tarefas aumenta o nível geral das condições de trabalho); 5.Aumentar a segurança do trabalhador; 6.Melhorar a qualidade do produto (menor variação se comparado a um processo manual); 7.Reduzir o tempo de produção, assim como o estoque de materiais em processo; 8.Realizar processos que não podem ser executados manualmente (por exemplo: fabricação de circuitos integrados, processos de prototipagem rápida com base em modelos gráficos computadorizados CAD e execução de superfícies complexas). 9.Evitar o alto custo da não automação (os benefícios da automação geralmente surgem de maneiras inesperadas e intangíveis, tais como na melhoria de qualidade, no aumento das vendas, em melhores relações de trabalho e na melhoria da imagem da empresa). 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção 1.1.3. Trabalho Manual nos Sistemas de Produção Existe lugar para o trabalho manual nos sistemas de produção modernos? A resposta é SIM! Mesmo em um sistema de produção altamente automatizado, os seres humanos continuam a ser componente necessário do empreendimento de produção. O trabalho manual se aplica em dois aspectos: Trabalho manual nas operações das fábricas. Trabalho nos sistemas de apoio à produção. Trabalho manual nas operações das fábricas: A tendência de longo prazo é o uso cada vez maior de sistemas automatizados para substituir o trabalho manual. Sendo assim, quando então o trabalho manual é justificado? -Em alguns países o valor da hora de trabalho é muito baixo (China, Índia, México, etc.) de maneira que a automação não pode ser justificada; -A tarefa é tecnologicamente muito difícil de ser automatizada, sendo necessário manter o trabalho manual; 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção -O ciclo de vida do produto é curto, não sendo viável economicamente fazer a automação; -O produto é customizado, com características exclusivas, exigindo assim a flexibilidade humana; -A demanda passa por altos e baixos tal que, se a produção diminuir, o custo deve ser agregado ao produto final; -É preciso reduzir o risco de falhas no produto, pois ao se lançar um produto novo no mercado, a empresa nunca sabe ao certo se terá sucesso. -A empresa não possui capital suficiente para investir em automação. Trabalho manual nos sistemas de apoio à produção: O trabalho manual é útil em situações como: -Existe a necessidade de criatividade para realizar uma tarefa, tal como o uso de projetistas para desenhar usando um sistema CAD; -Sistemas de planejamento de processos auxiliados por computador são usados por engenheiros de produção no planejamento dos métodos e do percurso de produção; 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Mesmo que todos os sistemas de produção da fábrica sejam automatizados, ainda será necessário que os seguintes tipos de trabalho sejam executados: -Manutenção de equipamentos; -Programação e operação de computadores; -Trabalho de engenharia de projetos; -Gerenciamento da fábrica. 1.1.4. Princípios e Estratégias da Automação Observamos no tópico anterior que nem sempre é necessário usar a automação para uma determinada situação de produção. Sendo assim, que abordagens podemos usar para fazer essa análise? Neste estudo, vamos analisar três estratégias: O princípio USA. Dez estratégias para automação e melhoria dos processos. Estratégia de migração para a automação. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção O princípio USA: Consiste em (1) compreender (do inglês, understand) o processo existente; (2) simplificar (do inglês, simplify) o processo e; (3) automatizar (do inglês, automate) o processo. (1) Compreender o processo existente: -Análise de entradas e saídas do processo; -Análise da cadeia de valor; -Uso de ferramentas como o diagrama operacional e o diagrama de fluxo do processo para encontrar pontos fortes e pontos fracos do processo; -Uso de modelos matemáticos para identificar as variáveis relevantes do produto. (2) Simplificar o processo: -Verificar a real necessidade de cada etapa do processo, visando reduzir passos e movimentações desnecessárias. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção (3) Automatizar o processo: -Uso das dez estratégias para automação e melhoria de processos e estratégia de migração para a automação, descritas a seguir. Dez estratégias para a automação e melhoria dos processos: Se, ao seguirmos o princípio USA, identificarmos que a automação realmente é necessária para aumentar a produtividade, a qualidade ou qualquer outra medida de desempenho, podemos usar as dez estratégias abaixo como um mapa na busca por essas melhorias. 1.Especialização das operações: uso de equipamentos projetados especificamente para a execução de uma única operação com a maior eficiência possível. 2.Operações combinadas: uma mesma máquina é responsável por mais de uma operação, reduzindo assim o número de máquinas necessárias. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção 3.Operações simultâneas: duas ou mais operações de processamento (ou montagem) são executadas simultaneamente sobre a mesma peça, o que reduz o tempo total de processamento. 4.Integração das operações: envolve a ligação de diferentes estações de trabalho em um único mecanismo integrado, utilizando dispositivos automatizados para tratamento do trabalho na transferência das peças entre as estações. 5.Aumento da flexibilidade: usa conceitos de manufatura flexível visando a redução do tempo de programação e configuração da máquina de produção (setup). 6.Melhoriana armazenagem e manuseio de materiais: uso de sistemas automatizados de tratamento e armazenamento de materiais. 7.Inspeção on-line: efetua correções no processo à medida que ele é realizado, evitando inspecionar somente quando o processo termina, reduzindo assim o descarte (scrap). 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção 8.Otimização e controle do processo: inclui uma vasta variedade de esquemas de controle cujo objetivo é operar os processos individuais e os equipamentos associados de maneira mais eficiente (disciplina de CSP Controle e Simulação de Processos 5ª fase). 9.Controle das operações de fábrica: busca gerenciar e coordenar as operações agregadas na fábrica de maneira mais eficiente. 10.Manufatura integrada por computador (CIM): integração das operações da fábrica com a engenharia de projetos e as funções de negócio da empresa. Envolve o uso extensivo de aplicações computacionais, bancos de dados e redes de computadores em toda a fábrica. Estratégia de migração para a automação: Uma estratégia de migração típica consiste na seguintes fases: 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Fase 1: Produção manual Células únicas tripuladas trabalhando independentemente. Vantagens: ferramentas que podem ser feitas rapidamente e a um baixo custo. Fase 2: Produção automatizada Células únicas automatizadas operando independentemente. Usadas na medida que a demanda de produção cresce e a automação pode ser justificada. Fase 3: Produção automatizada integrada Sistema automatizado multiestação com operações em série e transferência automatizada das unidades de trabalho entre estações. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Esta estratégia é ilustrada na figura 1.9. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção Figura 1.9 Este capítulo ofereceu uma visão geral dos sistemas de produção e de como a automação e a produção integrada por computadores são utilizadas nestes sistemas. Vimos que as pessoas são necessárias na produção mesmo quando os sistemas são extremamente automatizados. Este estudo é dividido em quatro partes: Esta primeira parte que analisamos, mostrou uma visão geral da produção. A segunda parte é voltada à discussão acerca das tecnologias automatizadas, com seus detalhes técnicos. A terceira parte aborda tecnologias de tratamento de materiais utilizadas em fábricas e depósitos. Por fim, a quarta parte preocupa-se com a integração das tecnologias de automação e de tratamento de materiais aos sistemas de produção. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção A figura a seguir mostra uma visão geral das partes abordadas neste estudo e seus relacionamentos. 1.1. Introdução aos Sistemas de Produção