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A psicologia é ou não é uma ciência? 
 
por Professor Felipe de Souza | 
Basicamente, existem três respostas possíveis dadas ao longo da história. 
Olá amigos! 
Durante a faculdade de psicologia, e depois, sempre acabamos lidando com a seguinte 
pergunta: “a psicologia é ou não é uma ciência? ” Neste texto, procuro mostrar as 
possíveis respostas que já foram dadas por psicólogos de todo o mundo para a questão. É 
um texto introdutório, para que todos possam compreender. O objetivo é iniciar a 
discussão. 
Nota: se você tem mais conhecimentos de epistemologia ou se você tiver dúvidas sobre 
o texto, poste seu comentário abaixo e contribua. 
A psicologia é ou não é uma ciência? 
Uma preocupação constante no início da história da psicologia foi com a cientificidade. 
Ou seja, em separar a disciplina das outras disciplinas estabelecidas antes como ciência 
(física, química, biologia, sociologia), tanto com o objetivo de separação como para 
legitimar o estudo e a criação de departamentos à parte nas universidades. 
Desde o começo, a psicologia sofreu críticas por não ser uma ciência. Talvez fosse algo 
parecido com a filosofia, mas não uma ciência. Para começo de conversa, portanto, temos 
que ter um conceito do que é a ciência, certo? Se não, poderemos falar e falar e falar e 
não partiremos de uma definição. 
Ciência, scientia, science, Wissenschaft… são palavras que estão intimamente 
relacionadas ao conhecimento. Do mesmo modo que podemos perguntar a alguém: “você 
tem ciência de que existe gravidade e você pode cair daí?” nós poderíamos perguntar: 
“você sabe, você tem o conhecimento de que existe gravidade e você pode cair daí?” 
Portanto, ciência significa conhecimento. A diferença entre um conhecimento cotidiano, 
do senso comum, e o conhecimento científico (no sentido que trataremos aqui no texto, o 
sentido moderno) é que o conhecimento científico possui um método, um caminho para 
ser construído. Existe a metodologia científica, baseada em hipóteses e testes empíricos. 
É engraçado porque o conhecimento científico acabou trazendo muitas tecnologias, 
aplicações úteis, para a nossa vida. E dada a bagagem de conhecimentos construída até 
hoje, a ciência se mostrou um caminho eficaz, razão pela qual disciplinas mais recentes 
como a psicologia procuram ou utilizar os conhecimentos confirmados ou imitar os 
métodos para ter os mesmos resultados. Digo que é engraçado porque, em última 
instância, a ciência não pretende ser a verdade final e definitiva. 
http://www.psicologiamsn.com/author/professor-felipe-de-souza
A partir do modelo de uma hipótese, da possibilidade de replicação por outros 
pesquisadores, e da experimentação é frequente que um conhecimento tido como verdade 
absoluta ontem, não seja amanhã. Portanto, é bobagem ter este tipo de atitude de que a 
ciência é a autoridade máxima. Um cientista que se preze terá sempre consigo mais a 
dúvida e a curiosidade do que a pretensão de um conhecimento absoluto. 
Mas, enfim, há essa vontade de ser ciência, de ser ciência hard, como se diz. Desta forma, 
ao longo da história, temos 3 possíveis respostas para a pergunta se a psicologia é ou não 
é uma ciência: 
1) A psicologia é uma ciência 
Tendo em vista o que foi falado acima, a psicologia é considerada uma ciência quando 
utiliza os métodos das outras ciências, ou seja, quando estabelece hipóteses e as testa em 
laboratório. Ela pode procurar usar métodos próximos da biologia ou sistemas que foram 
desenvolvidos no âmbito da medicina, por exemplo, com grupos controle, estatísticas, 
médias, etc. 
Por este motivo, Wundt é marcado como o pai da psicologia moderna porque teria sido 
ele o primeiro pesquisador a criar um laboratório de psicologia, em 1879. Infelizmente, 
as obras de Wundt nunca foram traduzidas para o português. Algumas delas foram 
traduzidas para o inglês, mas quem quiser se aprofundar em tudo o que foi escrito por ele, 
terá que estudar no original em alemão. 
Depois de Wundt, muitos outros pesquisadores criaram laboratórios para pesquisar a 
psique. Curiosamente, para quem não sabe, psique (psicologia é psique+logia) significa 
alma em grego. A diferença de Wundt para outros pesquisadores será não só o que vai ser 
estudado na psique como a forma de estudar este conteúdo. 
O movimento dentro da psicologia que ficou conhecimento como psicologia 
comportamental viu que era excessivamente problemático estudar a alma, a psique, a 
mente. Portanto, reformulou o objeto de estudo da psicologia da psique para o 
comportamento. O comportamento de um sujeito (normalmente chamado de organismo 
para se aproximar da biologia) é a unidade de estudo. Afinal, é muito difícil estudar a 
mente – o que é mente? – Mas é possível estudar o que um organismo faz, quando faz e 
como faz. 
O problema é que um tipo de comportamento que é dos mais importantes para nós, seres 
humanos, é um comportamento privado ou encoberto, ou seja, o que pensamos e 
sentimos. Continua, portanto, a questão até os dias atuais sobre como estudar 
cientificamente o que uma pessoa pensa e sente, se ela não diz o que está pensando ou 
sentindo. 
(Observação: com o advento das neurociências e as tecnologias que possibilitam estudar 
o cérebro em funcionamento, este problema está sendo trabalhado de outra forma, com 
possibilidades muito interessantes). 
Mas, de toda forma, aos olhos de outras ciências, a psicologia comportamental é uma 
ciência porque utiliza dos mesmos princípios estabelecidos ao redor do mundo para uma 
pesquisa científica. A psicologia cognitiva, e as outras vertentes decorrentes, como a 
Mindfulness Psychology, também são incluídas geralmente como perspectivas 
científicas. 
2) A psicologia é um outro tipo de ciência 
Desde Dewey – e até antes – nós temos a ideia de que existiriam tipos diferentes de ciência 
de acordo com o objeto de estudo. Faz sentido porque estudar um objeto inanimado é 
diferente de estudar um objeto “animado” (anima, em animado e inanimado vem de 
anima, no latim, que significa alma, como psique, em grego). 
Assim, surgiram diversas catalogações como, por exemplo: 
Naturwissenschaften – ciências da natureza 
Geistwissenchaften – ciências humanas (literalmente, ciências do espírito). 
Por aqui, é comum dividirmos as faculdades em: 
– Faculdades de exatas; 
– Faculdades biológicas; 
– Faculdades de humanas. 
Outras vertentes da psicologia, como a psicologia fenomenológica-existencial, defendem 
que a psicologia é sim uma ciência, mas não uma ciência como as ciências da natureza 
ou como as ciências biológicas ou exatas. A psicologia é uma ciência da compreensão, 
ou seja, utiliza de outros métodos – igualmente sistemáticos – para estudar a 
complexidade que é o ser humano. 
Para começar, um ser humano é muito diferente de um objeto inanimado ou de um animal 
por ter linguagem. A linguagem é algo que o difere totalmente destes outros possíveis 
objetos de estudo e, portanto, exige uma outra metodologia que a contemple. 
3) A psicologia não é uma ciência 
Uma outra vertente influente na psicologia é a psicanálise, que, embora não se identifique 
com a psicologia, deu origem a diversas teorias e pesquisas. Assim, podemos falar de 
psicologia psicodinâmica, como aquela que incorpora a psicanálise como um importante 
fundamento. 
Se formos ler Freud, veremos que ele procurou também legitimar a psicanálise como uma 
ciência. Para quem não sabe, Freud se formou em medicina e se especializou em 
neurologia. E, dado esse desejo do pai da psicanálise, houve um longo debate na 
epistemologia do século XX se a psicanálise poderia ser considerada ou não uma ciência. 
A celeuma reside no fato de que os conhecimentos adquiridos pelos psicanalistas não o 
foram em um ambiente controlado, como um laboratório, e a metodologia de pesquisa 
não segue os padrões de grupo-controle, estatísticas, e outras exigências para se enquadrar 
na ciência. 
O método é muito mais ligado ao quepodemos chamar de estudo de caso e, portanto, 
existe a crítica se pode ser generalizado. Além disso, podemos criticar os conceitos. Será 
que existe algo como o inconsciente? Ou o inconsciente é só uma outra palavra impossível 
de comprovar como mente ou psique? 
Bem, psicanalistas como Jacques Lacan, mais cientes dos problemas da epistemologia, 
até tentaram inicialmente também esta legitimação, mas depois perceberam que é 
impossível criar uma ciência da psicanálise. A psicanálise estaria muito mais próxima da 
ética. Isso significa que a psicanálise se insere em um tipo de questão que envolve um 
sujeito e, portanto, trabalha um problema que é um problema ético e não científico. 
Dois exemplos nos ajudarão a entender. 
Um psicólogo, baseado nas metodologias científicas, pode fazer uma pesquisa com 200 
esquizofrênicos. Se o psicólogo clínico for procurar ajudar um deles, ele estará 
trabalhando com um indivíduo que é único. Embora tenha sintomas parecidos com os 
outros 199, ele não será idêntico à eles. De modo que existe o problema do individual e 
do grupo, do particular e do geral. 
Quando os psicanalistas afirmam que a psicanálise (e a psicologia por derivação) está no 
campo da ética, o que está sendo afirmado é que as questões da prática sempre vão 
envolver questões éticas. Para ficar claro, vamos separar o que é ética e o que é ciência, 
com um exemplo genial de um querido professor: 
– Ciência: tomar refrigerante provoca celulite; 
– Ética: devo ou não devo tomar refrigerante? 
Em outras palavras, a ciência pode trazer conhecimentos estruturados, que procuram ser 
verdadeiros (até que se prove o contrário). Porém, no dia a dia, na prática, o uso que 
vamos fazer do conhecimento é sempre ético. A ética pode ser definida como a busca de 
uma resposta para o que é melhor fazer. É melhor ou não é melhor tomar refrigerante? Na 
prática clínica, por exemplo, é melhor ou não é melhor tomar este remédio? É melhor 
escolher X ou é melhor escolher Y? 
Por isso, o Conselho Federal de Psicologia possui uma Ética Profissional, com normas do 
que é melhor fazer (e não um manual com técnicas e axiomas). 
Conclusão 
Como disse no início, o objetivo deste texto é ser introdutório e mostrar algumas 
perspectivas para a pergunta se a psicologia é ou não é uma ciência. Na medida em que 
existem psicologias, no plural, e não uma única psicologia, o problema acaba sendo maior 
ainda, porque teríamos que perguntar se cada uma destas psicologias é ou não uma 
ciência. 
Procurei mostrar as três principais perspectivas: 
– A psicologia é uma ciência 
– A psicologia é um outro tipo de ciência 
– A psicologia não é uma ciência (é uma ética). 
Leia também – Formas de pensamento para estudar o pensamento na psicologia 
 
A avaliação formativa "é toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se 
desenvolver, ou melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do 
desenvolvimento no sentido de um projeto educativo" (PERRENOUD,1999) 
 
Om Sharavana Bhavaya Hamaha 
Marlene 
 
 
https://www.psicologiamsn.com/2014/08/formas-de-pensamento-para-estudar-o-pensamento-na-psicologia.html

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