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CURSO DE ODONTOLOGIA – FISIOLOGIA
SECREÇÃO SALIVAR E pH BUCAL
Profº. Dr. Alex Tadeu Martins
Profº. Dr. Luiz Fernando Rimoli
CAMILA FERREIRA MARCONDES 	511783
CAMYLLA GARCIA FRASONI 	528941
DANIELA FRANCO 	527148
DANIELLE YURI UEHARA 	 529996
DEBORA LISSA SOARES OGATA 	529607
GUSTAVO H. S. MENEGUELO		529523
Barretos – SP
2017
INTRODUÇÃO
A saliva é produzida e liberada pelas glândulas salivares, que são glândulas exócrinas (secreções liberadas na cavidade). Existem dois tipos de glândulas na cavidade bucal: as glândulas maiores (parótida, submandibular e sublingual) e a glândulas menores (labiais, jugais, palatina). 
As glândulas maiores possuem ductos que servem para transportar o produto de secreção dos ácinos até a cavidade bucal e tem capacidade de modificar a composição da saliva que são denominados: intercalado, estriado e principal. 
Além disso, as glândulas maiores são responsáveis por 80% do volume de saliva secretado por dia, ou seja, 1.500 a 3000 ml. Este valor varia dependendo dos estímulos bucais, gastrintestinais e cefálicos.  
A saliva produzida e liberada no momento da digestão dos alimentos é serosa, fluída, volumosa, rica em bicarbonato e cloreto de sódio e tem pH alcalino. Esta saliva é produzida pelo estímulo do parassimpático do sistema nervoso autônomo que atua sobre as glândulas através das fibras colinérgicas, que estimulam as glândulas parótidas. Já o simpático estimula o aumento e a viscosidade da saliva através das fibras pós-ganglionares adrenérgicas. 
Existem fatores como a mastigação, sabor, odor dos alimentos, ação hormonal, ação de medicamentos e entre outros que podem alterar a função das glândulas, provocando mudança no fluxo salivar. 
A saliva desempenha varias funções fundamentais no processo de manutenção da saúde bucal. Dentre todas as funções destacam-se: 
· Digestória: a enzima ptialina (alfa-amilase) secretada na saliva tem a função de iniciar a digestão de amidos (carboidratos) na cavidade oral;
· Regulador de pH: a saliva tem capacidade tampão que é importantíssimo para a manutenção do pH oral (7,0; +/- 0,2). Tal função proporciona um meio adequado para a função normal dos tecidos, juntamente com a presença de bicarbonato de sódio e de cloreto de sódio;
· Anticariogênica: bloqueio da proliferação de microrganismos cariogênicos por meio da higienização dos dentes originada do fluxo salivar contínuo, associada a ação imunológica e de tampão da saliva.
OBJETIVOS
1. Mostrar a influência do fluxo salivar sobre o pH da boca.
2. Analisar a relação entre a ingestão alimentar e a secreção salivar.
CAUSUÍSTICA E MÉTODOS
Material: 
Fita de pH;
Limão;
Chiclete com açúcar;
Chiclete sem açúcar;
Bolacha salgada;
Bolacha doce;
Refrigerante comum;
Refrigerante diet.
Soluções: 
Solução saliva 
Solução bicarbonato de sódio 
Sequência Experimental
Para realização desse experimento, utilizando a fita de pH, determinamos o pH inicial de cada membro do grupo e anotamos os resultados em um papel.
Em seguida, 4 integrantes consumiram bolacha do tipo salgada e a quinta pessoa ingeriu bolacha doce. Logo após a deglutição aferimos, novamente com a fita de pH, o pH bucal e anotamos o resultado.
Após isso, cada um fez a ingestão de diferentes tipos de refrigerante, sendo guaraná normal, guaraná zero, coca cola normal e coca cola zero. Ingerimos o refrigerante rapidamente e em seguia aferimos o pH bucal e anotamos o resultado no papel.
Depois, 4 alunos do grupo mastigaram o chiclete com açúcar e 1 integrante mastigou o chiclete sem açúcar durante 1 minuto, e em seguida medimos o pH da boca e anotamos o resultado.
Em seguida, um aluno do grupo ingeriu 3 gotas de limão e mediu o pH bucal e anotamos o resultado.
 
RESULTADOS
Conforme experiência realizada em laboratório sobre a determinação do pH bucal frente a ingestão de algum alimento ou bebida, constatou-se os seguintes resultados do pH bucal em cada integrante do grupo em relação a cada etapa:
· pH Bucal (em repouso)
	NOME
	pH BUCAL (em repouso)
	CAMILA M.
	7,0
	CAMYLLA F.
	6,0
	DANIELA F.
	6,0
	DANIELLE U.
	6,0
	DEBORA O.
	7,0
	GUSTAVO M.
	6,5
· Bolacha recheada
Na presença de um alimento com amido, todos os integrantes apresentaram um pH bucal básico, estando o mesmo aumentado em relação ao seu pH em repouso, independentemente da bolacha ser doce ou salgada.
	NOME
	TIPO DE BOLACHA
	pH BUCAL
	CAMILA M.
	SALGADA
	8,0
	CAMYLLA F.
	SALGADA
	8,0
	DANIELA F.
	SALGADA
	8,0
	DANIELLE U.
	SALGADA
	8,0
	DEBORA O.
	SALGADA
	9,0
	GUSTAVO M.
	DOCE
	8,0
· Refrigerante
Na presença de uma bebida ácida, todos os integrantes tiveram o seu pH bucal igual ou acima de 7,0 – pH salivar mais voltado para pH básico.
Em relação a comparação do mesmo indivíduo beber refrigerante e depois bicarbonato de sódio com água, verificou-se que o pH da saliva na ingestão de um ácido tende-se a alcalinizar. E, na ingestão de uma base, o pH da saliva tente-se a acidificar.
	NOME
	TIPO DE REFRIGERANTE
	pH REFRIGERANTE
	pH BUCAL
	CAMILA M.
	COCA-COLA ZERO
	2,5
	8,5
	CAMYLLA F.
	COCA-COLA NORMAL
	3,0
	8,0
	DANIELA F.
	COCA-COLA NORMAL
	3,0
	7,5
	DANIELLE U.
	GUARANÁ NORMAL
	3,0
	8,0
	DEBORA O.
	GUARANÁ NORMAL
	3,0
	8,0
	GUSTAVO M.
	GUARANÁ ZERO
	3,0
	7,0
	PROF. ALEX MARTINS
	GUARANÁ ZERO
	3,0
	7,0
	PROF. ALEX MARTINS
	BICARBONATO DE SÓDIO C/ ÁGUA
	9,5
	7,5
· Chiclete
Na presença de um açúcar, três pessoas do grupo tiveram o seu pH bucal diminuído em relação ao pH bucal anterior com uma bebida ácida, ou seja, o pH da saliva estava retornando para o pH neutro em direção ao pH ácido. Dois integrantes mantiveram o pH da saliva igual a experiência anterior e apenas um integrante teve o pH salivar aumentado.
	NOME
	TIPO DE CHICLETE
	pH BUCAL
	CAMILA M.
	COM AÇUCAR
	8,0
	CAMYLLA F.
	COM AÇUCAR
	8,0
	DANIELA F.
	COM AÇUCAR
	7,5
	DANIELLE U.
	COM AÇUCAR
	7,0
	DEBORA O.
	SEM AÇUCAR
	7,5
	GUSTAVO M.
	COM AÇUCAR
	8,0
· Limão
O único integrante do grupo que ingeriu o limão foi o mesmo que comeu a bolacha recheada, este apresentou o pH bucal de 6,5 após a ingestão.
EM RESUMO
DISCUSSÃO
1ª PARTE
A aferição do pH da saliva tem grande importância em relação à prevenção de cárie, a qual deve ser realizada dentro dos consultórios odontológicos. O pH varia de 0 a 14, sendo 7,0 o índice de neutralidade. Tudo acima de 7,0 é alcalino, e abaixo de 7,0 é considerado ácido. O pH em repouso na cavidade bucal – entre 6,0 e 7,0 - é aquele em que os ácidos e bases estão em equilíbrio e influência a secreção salivar. 
Cada alimento possui um valor de pH (ácido ou básico) que gera influencia ao entrar em contato com a saliva. Com isso, o próprio organismo, com a intenção de manter a homeostasia através da secreção salivar, reage frente ao pH do alimento, buscando neutralizar o pH do meio. Por exemplo, no caso do limão que possui pH bastante ácido, é liberado maior secreção salivar para aumentar o pH da boca em direção a um pH mais neutro. Outro exemplo é a ingestão de refrigerantes que possuem o pH por volta de 2,0, conforme demonstra o artigo SKUPIEN et. al (2009) em que o pH ácido causa porosidade ao dente estando mais susceptível a cárie. E quando o indivíduo ingere algo com pH básico há a estimulação da secreção salivar mais ácida.
A saliva possui um período de latência que corresponde ao tempo que demora para que o organismo reaja frente a uma alteração. Portanto, quanto maior o período de latência, maior susceptibilidade a cárie o indivíduo terá, devido a sua falta de rapidez na capacidade tamponante da saliva.
De acordo com da SILVA (2007), o consumo de alimentos com açúcares influencia o surgimento da cárie dentária em crianças. Porém, a cárie é diretamente influenciada pela higiene bucal e não tanto pela quantidade e tipo de alimento ingerido uma vez que este último fator só prejudica e diminui o pH da boca quando não há higiene bucal adequada nas ultimas 12-24 horas. 
A escovação não tira o biofilme, apenas desorganiza-oque neste estado os microrganismos não são capazes de produzir ácidos.
A influência do alimento se dá apenas quando o biofilme está organizado. Na presença do biofilme organizado, o açúcar é utilizado pelos microrganismos como fonte de alimento com isso eles produzem ácidos que irá forma a cárie dentária.
Portanto, todos os alimentos podem causar a doença cárie, visto que a causa desta é a falta ou deficiência de higiene bucal, independente se o alimento contém açúcar ou não, se ele é doce ou salgado e/ou se foi ingerido muito ou pouco alimento. 
2ª PARTE
QUESTIONÁRIO
1. Citar as glândulas encarregadas de produzir saliva. Classificar as mesmas de acordo com o tipo de saliva secretada.
As glândulas produtoras de saliva são parótida, labiais, jugais, palatinas, submandibular e sublingual. Quanto a classificação decorrente do tipo de saliva secretada são classificas em serosas (parótida), mucosa (labiais, jugais, palatinas) e seromucosas/mistas (submandibular e sublingual).
2. Explicar como é feito o controle da secreção salivar.
 	A secreção salivar está sobre controle do sistema nervoso autônomo, e os nervos simpáticos e parassimpáticos trabalham de maneira complexa e conjunta. A estimulação das fibras eferentes parassimpáticas produz o maior fluxo salivar
Ação parassimpática: tem origem no bulbo cerebral, nos chamados núcleos salivares superior e inferior. As fibras motoras do glossofaríngeo saem do núcleo salivar inferior, fazem sinapse no gânglio ótico e inervam as glândulas parótidas. Já as glândulas submandibular e sublingual são inervadas através do nervo lingual que são oriundas das fibras do nervo facial que emergem do núcleo salivar. Assim, com a excitação da corda do tímpano e glossofaríngeo, como integrantes do sistema parassimpático, determinam a estimulação da glândula salivar através do aumento da velocidade na formação da saliva, do consumo de oxigênio e da irrigação sanguínea da glândula.
Ação simpática: O sistema simpático estimula a contratilidade de células epiteliais que são responsáveis pela produção da saliva. Sendo estimulado, ocorre a expulsão da saliva pré formada, que consequentemente aumenta transitoriamente o fluxo salivar. Após alguns instantes, o fluxo salivar começa a diminuir devido a redução da irrigação sanguínea determinada pela vasoconstrição simpática. Portanto, havendo uma hiperatividade simpática a boca, consequentemente, ficará seca.
3. Qual o volume diário de secreção salivar? Citar cinco fatores que podem aumentar ou diminuir esse volume. 
O volume diário de saliva secretada é de 800 a 1500 ml, com valor médio de 1000 ml. O volume varia em função dos estímulos bucais (gustativos, ato mastigatório), gastrointestinais (acidez, irritação) e cefálicos (reflexos condicionados). 
4. Quais são os efeitos do exercício físico sobre a secreção salivar?
A realização de exercícios físicos, principalmente exaustivos, provoca alterações significativas no fluxo e na composição da saliva, ocorrendo uma diminuição do fluxo e um aumento de proteína e concentração salivar. 
5. Justificar a escolha da boca para a determinação clínica de temperatura corporal. 
A saliva constante na boca permite o umedecimento dos tecidos e a manutenção da temperatura normal do corpo, portanto a cavidade oral é utilizada como um dos principais locais para aferir a temperatura corporal devido a esse mecanismo. 
6. Citar as funções desempenhadas pela saliva. 
São várias as funções desempenhadas pela saliva, como a função no processo de estimulação dos botões gustativos, termorregulação o que permite o umedecimento dos tecidos e manutenção da temperatura normal do local, função digestória dos amidos na boca, ação reguladora de pH pelo sistema tampão, lubrificação da mucosa oral, como importante meio que libera substâncias químicas atuantes no metabolismo, crescimento e proliferação das celular, anticariogênica entre outras como a formação do bolo alimentar, facilitar na deglutição.
CONCLUSÃO
Concluímos que, todo individuo em contato com um alimento ácido, tende a aumentar o fluxo da secreção salivar para alcalinizar e balancear o pH total da cavidade oral. O contrário também é valido, ou seja, quando ingerimos algo básico, estimula uma saliva ácida. 
Por fim, o principal determinante da cárie será a formação de ácidos pelos microrganismos quando houver deficiência na higiene bucal e não tanto o tipo e quantidade de alimentos ingeridos, apesar deste também influenciar.
APROVEITAMENTO
 (X) EXCELENTE
Consideramos que o aproveitamento foi excelente, pois todos os integrantes do grupo conseguiram entender o objetivo do experimento e realizá-lo com sucesso. Além disso, esclarecemos a diferença entre pH salivar e pH do biofilme em relação a formação da cárie dentária.
REFERÊNCIAS
· PERALTA, C.C. et al. Fisiologia: base para diagnóstico clínico e laboratorial. 2ª edição. Birigui: Editora Boreal, 2012.
· HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011.
· SILVA, JMF da. Avaliação da frequência do consumo de alimentos cariogênicos e sua relação com a cárie dentária numa amostra de crianças. 2007. 38 f. Diss. Tese (Doutorado)-Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto, Portugal, 2007. Disponível em:< http://repositorioaberto. up. pt/bitstream/10216/54450/2/115462_0728TCD28. pdf>. Acesso em: 17 abr, 2017.
· SKUPIEN, J. A. et al. Avaliação do pH de refrigerantes do tipo normal e light. Saúde (Santa Maria), v. 35, n. 2, p. 33-36, 2009.

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