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5 GRÉCIA ANTIGA

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A G R É C I A A N T I G A 
 
Quando nos referimos a Grécia Antiga é preciso deixar claro que a Grécia não é o país que 
conhecemos hoje. A Grécia na Antiguidade refere-se a uma região. Há uma falsa impressão 
sobre a organização dessa civilização pois, em geral, os livros didáticos mencionam as 
características da Grécia como se tratassem de uma unidade, um mesmo povo, com 
aspectos comuns. 
Mas, ao pesquisar sobre sua organização política descentralizada, percebemos indícios de 
que, dentro do “mundo grego”, existiam diferentes povos com diferentes costumes e 
tradições. 
 “Pode-se falar, até certo ponto de uma unidade cultural, com deuses, dialetos e alguns 
hábitos comuns”. (Castro, p. 65). É preciso compreender o significado de Cidade-Estado. 
A cidade não tinha o significado que tem hoje, pode-se afirmar que era uma “associação 
religiosa e política das famílias e das tribos.” 
Comum a todas as Cidades-Estado gregas era a crença – independente do regime político 
a que se submetiam, de que governavam as leis e não os homens. Leis que decorriam da 
antiguidade. 
 
1 O “D I R E I T O G R E G O” 
 
Bagnoli afirma que a expressão “direito grego” é inadequada, posto que não houve uma 
unidade. “Existia uma dispersão de direitos correspondentes a cada unidade política, que 
delineava as características do direito público e privado, conforme suas especificidades.” 
O “universo grego” era muito diverso, cada cidade-estado era uma unidade política 
completamente independente. Nesse ambiente as cidades-estado “só se prestavam a 
estreitar suas relações em função da formação de alguma aliança estratégica.” (PALMA). 
De modo que o direito de Esparta é muito diferente das leis de Atenas. 
O direito na Grécia se desenvolveu com algumas características específicas: laico; sem 
grandes juristas para interpretá-lo; sua aplicação só ocorria quando comprovadas 
cabalmente a lesão; direito sem profissionalização, sem advogado, órgão de acusação, 
oficiais de cumprimentos etc. 
O nascimento da ordem jurídica e, por conseguinte do direito, é reputado aos deuses. 
Segundo Fustel de Coulanges, “os antigos afirmavam que suas leis tinham-lhes vindo dos 
deuses. Os cretenses atribuíam as suas, não a Minos, mas a Júpiter; os lacedemônios 
acreditavam que seu legislador não fosse Licurgo, mas Apolo”. 
De acordo com as gerações passadas, os deuses intervieram na Terra, trazendo entre suas 
aplicações, o conteúdo das leis. A crença atribuía a tudo que fosse Lei e costume, aos 
ensinamentos dos deuses, e por isso era bom. 
 
2 F O N T E S DO D I R E I T O G R E G O 
 
São os documentos que viabilizaram o conhecimento dessa civilização. Não houve 
compilação de textos legislativos ou comentários de juristas como os romanos. O direito 
grego fundamentava-se na concepção de justiça presente na coletividade. 
Não se conhece fontes formais do Direito na Grécia, mas aspectos do mesmo através de 
textos literários e filosóficos, como: 
. Epopeias de Homero; 
. Discursos de Demóstenes e Iseu; 
. Pensamentos desenvolvidos por Platão, Aristóteles, Plutarco; 
. Inscrições jurídicas; 
. Lei de Gortina e Lei de Dura. 
 
 
 
 
2 
 
3 C I D A D E S - E S T A D O 
 
Para compreender o que era a Grécia Antiga é preciso buscar o significado do que seja 
uma cidade-estado. As cidades-estados existem desde a Antiguidade e na Grécia Antiga, 
as mais conhecidas são Atenas e Esparta. Essas cidades ficavam dentro da Grécia, mas 
funcionavam de forma independente, com seu próprio regime político e suas leis. 
Para Coulanges a cidade grega antiga “era a associação religiosa e política das famílias e 
das tribos”. 
Segundo Flamarion Cardoso, “governavam, não os homens, mas as leis. A legitimidade da 
lei consuetudinária – nómos (lei) ou pátrios politéia (constituição ancestral) para os gregos 
decorria da antiguidade venerável que lhe era atribuída em forma histórica, ou com maior 
frequência miticamente.” 
São numerosas as cidades-estados gregas (Tebas, Creta, Tróia) e seus legisladores, como 
Gortina e Tasos, no entanto Esparta e Atenas são as mais relevantes no que diz respeito 
ao Direito. 
 
3.1 P Ó L I S 
 
As cidades-estados na Grécia surgiram a partir do século VIII a.C. e eram chamadas de 
pólis. O termo pólis é utilizado para designar um sistema político, onde essas cidades 
exerciam soberania dentro do país em que estavam, e eram conhecidas por serem um 
centro político, cultural e econômico. 
De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja 
extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 
10.000 km². Compreendia uma área urbana e outra rural. 
As pólis economicamente autossuficientes que mantinham leis próprias, nelas se ocorriam 
os cultos cívicos, religiosos e também aos heróis. 
A maioria das pólis gregas eram pequenas com populações de aproximadamente 200 mil 
habitantes ou menos na sua área urbana. 
No século IV a.C: 
Atenas – 170 mil habitantes, 
Siracusa – 125 mil habitantes, 
Esparta – 40 mil habitantes. 
A pólis grega era basicamente formada por uma Acrópole, localizada geralmente na parte 
mais elevada, onde funcionava o centro político-administrativo e se encontravam os 
templos dedicados aos deuses. 
A Ágora, a parte mais pública, onde existiam os mercados e ocorriam debates e as 
assembleias do povo. 
A Khora que correspondia a parte agrícola, onde moravam os camponeses e eram 
cultivados os alimentos. 
 
4 E S P A R T A E A T E N A S 
 
Entre 1.200 e 900 A.C. não havia leis oficias ou sistemas formalizados de punição na 
Grécia. As questões eram resolvidas por meio de assassinatos entre membros das famílias. 
A partir do meio do século VII A.C. os gregos estabeleceram suas primeiras leis codificadas. 
Atenas foi onde a democracia melhor se desenvolveu e o direito atingiu forma no que se 
refere a legislação e processo. 
 
Esparta e Atenas, ao mesmo tempo em que foram as principais cidades gregas, também 
apresentam grande contradição entre si. As duas cidades eram muito diferentes em vários 
aspectos: a maneira de fazer política, a importância da guerra, o valor das artes e da cultura, 
entre outros. Portanto é evidente que nos referimos a uma civilização grega bastante 
heterogênea, com uma política descentralizada e povos de diferentes tradições. 
3 
 
Esparta, focava na guerra, nos treinamentos e exercícios militares enquanto Atenas 
valorizava a educação de seu povo. A educação em Atenas e em boa parte da Grécia era 
totalmente paradoxal com a de Esparta. Era comum se cultivar as lições dos grandes 
escritores da época. O pai ensinava o filho os primeiros vocábulos por meio de símbolos, 
histórias, parábolas etc. 
Ao invés de priorizar o corpo, os atenienses privilegiavam o equilíbrio entre o corpo e a 
mente. Desse modo, a cidade de Atenas se transformou em um centro cultural e intelectual 
de sua época. Foi em Atenas que surgiu a filosofia e a democracia, aspectos que 
transformaram a cidade no berço do Mundo Ocidental. 
 
4.1 E S P A R T A 
 
Esparta foi fundada pelos dórios durante o século IX a.C, o nome deriva de uma planta da 
região. Era uma cidade totalmente diferente de todas de sua época. Assemelhava-se mais 
a um acampamento militar do que a uma cidade. E essa era justamente a principal 
característica dos espartanos: os seus valores militaristas. 
A sociedade espartana era dividida em: 
. espartíatas, descendentes dos dórios, guerreiros que recebiam educação militar especial 
e únicos a ter direitos políticos. Controlavam a religião, a política e os assuntos militares; 
. periecos, descendente dos aqueus que exerciam atividades ligadas ao comércio e 
artesanato. Tinham boas condições materiais de vida, mas nenhum direito político. 
. hilotas, que eram os escravos de guerra. Não tinham proteção da lei. Eram a maioria 
trabalhadora da população que sustentava o exército espartano. Eles nunca aceitaram a 
dominação espartana provocando constantes rebeliões.
Para manter o equilíbrio numérico 
entre esparciatas e hilotas, e também exercitar os jovens esparciatas havia a prática da 
krypteia (caçada). 
Os espartanos eram educados segundo uma rigorosa disciplina. Os soldados serviam ao 
exército dos 20 aos 40 anos e eram proibidos de exercer qualquer outra profissão. O 
homem espartano iniciava seu treinamento militar aos sete anos de idade. Assim, na 
juventude ele já era um exímio guerreiro. O objetivo da educação espartana era transformar 
seus cidadãos em guerreiros fortes, obedientes e competentes. Foi por meio da guerra que 
Esparta conquistou diversos territórios. 
As mulheres também tinham um papel muito importante aos olhos da sociedade espartana, 
cabia a tarefa de gerar indivíduos saudáveis para o combate, garantindo um futuro de 
glórias e conquistas. 
As leis de Esparta autorizavam a rejeição paterna às crianças portadoras de deficiências. 
“O pai poderia lançar o bebê de qualquer penhasco se imaginasse que sua compleição 
física seria um empecilho à carreira militar.” PALMA). 
 
Esparta tinha dois reis originários (Diarquia) de duas importantes famílias aristocráticas 
locais. Mas eles não possuíam autonomia nem na política interna, nem na externa. Estavam 
sujeitos à vontade superior dos aristocratas que compunham a Assembleia do Povo ou ao 
Conselho dos Anciãos. “Portanto os dois monarcas se assemelhavam a chefes militares”. 
(PALMA). 
 
Economia de Esparta. Principal atividade: agricultura e exploração dos hilotas (escravos 
de guerra). Comércio era restrito face a dificuldade de acesso ao mar. No entanto as terras 
eram muito férteis, mais produtivas que outras regiões da Grécia e, portanto, não 
necessitavam de exportação. 
 
4.1.1 Respeito às leis. O caráter divino e atemporal na Constituição de Esparta não podia 
ser alterado por qualquer mortal pois, segundo a lenda estas leis foram ditadas pelo deus 
4 
 
Apolo1 ao lendário Licurgo2 (descendente de Hércules), por intermédio do oráculo de 
Delfos. 
 
4.1.2 Influência no direito 
Segundo Rodrigo Palma a Grécia Antiga desenvolveu uma “espécie embrionária de Direito 
Internacional”. O autor considera que “a constante beligerância entre as cidades-estado 
acaba por exigir novas formas de cooperação entre os envolvidos em conflitos.” O 
constante estado de guerra entre os gregos viabilizou diversos tratados internacionais com 
diferentes finalidades. 
Finalmente, é necessário esclarecer que “não tem sido possível conhecer o direito 
espartano da mesma forma que o direito de sua maior rival, Atenas. O maior desafio é a 
inexistência de fontes diretas [...]” (PALMA) 
 
4.2 A T E N A S 
 
Atenas foi uma importante cidade da Antiguidade fundada pelos pacíficos jônios. Entre os 
séculos V e VI Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia. Sua localização geográfica 
protegeu-a de invasões e facilitou sua vida política. Considerada o “berço da erudição e do 
conhecimento, esse centro cosmopolita alcançou notável desenvolvimento na Grécia 
Antiga”. (PALMA). Pelas suas ruas circulavam filósofos atraídos “pela valorização do 
saber”. Os atenienses viviam principalmente da agricultura, apesar de seu relevo 
acidentado; da pesca e do comércio marítimo. 
Foi o comércio marítimo mantido com diferentes povos do Mediterrâneo um dos principais 
fatores que possibilitou a ascensão do estado. 
 
“A natural inclinação do país à cultura, às letras e artes fez brotar uma aristocracia bem 
articulada politicamente, que se fazia imitada e ditava padrões de comportamento para o 
mundo antigo. Em virtude disso, o Direito ateniense é, sem dúvida alguma aquele mais bem 
servido de fontes [...]”. (PALMA). 
 
A sociedade ateniense era dividida em eupátridas, que eram os grandes proprietários de 
terra; georgóis, os pequenos proprietários; demiurgos, artesões especializados e os 
escravos. 
 
Metecos eram os estrangeiros residentes nas poleis (sing. polis) gregas de Atenas. 
Existiam em várias cidades, exceto em Esparta, que não recebia estrangeiros. 
Atenas, por sua riqueza e preponderância cultural, atraiu muitos estrangeiros que exerciam 
ofícios como professor, artesão, artista, comerciante. Grande parcela da economia 
ateniense era realizada pelos metecos. 
Apesar de constituírem uma grande parcela da população, eles não tinham nenhum direito 
político e nem podiam se casar com os cidadãos da Grécia. Tinham também de pagar uma 
taxa (imposto de residência) para viverem em Atenas, como também tinham de pagar para 
poder trabalhar. Cumpriam serviço militar tal como os cidadãos e eram considerados 
homens livres. Eles se dedicavam ao comércio e à atividade manufatureira. 
 
1 Apolo foi uma das divindades principais da mitologia greco-romana, um dos deuses olímpicos. Filho 
de Zeus e Leto, e irmão gêmeo de Ártemis, possuía muitos atributos e funções, e possivelmente depois de 
Zeus foi o deus mais influente e venerado de todos os da Antiguidade clássica. 
 
2 Licurgo foi um lendário legislador da pólis de Esparta. Nada se sabe seguramente sobre a existência deste 
personagem. Heródoto fala dele em meados do século V a.C., mas a vida do legislador deve ter decorrido 
no século VIII a.C., mas a sua memória seria correntemente mencionada na Esparta do século V, pois os 
seus habitantes nessa época sentiam a necessidade de atribuir a organização estatal que os regia a um ser 
humano, e não ao acaso. Licurgo também é mencionado por Xenofonte e Plutarco. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esparta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Divindade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_ol%C3%ADmpicos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leto
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rtemis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3lis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esparta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%B3doto
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_V_a.C.
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_VIII_a.C.
5 
 
Apesar de não possuírem os mesmos direitos que os atenienses, os metecos eram 
assimilados pela população, gozando vários direitos que não implicassem na participação 
política. 
Tratamento dispensado pelos gregos e questão social – não é claro entre os 
historiadores 
 
4.2.1 Evolução política de Atenas 
 
A política ateniense passou por diversos regimes até chegar a democracia. 
 
1 Monarquia: poder do rei transmitido hereditariamente 
Nesse regime o poder estava nas mãos do rei que se chamava Basileu que tinha não só 
um papel de rei, mas também tinha função de chefe militar, estava relacionado a 
religiosidade e consultava um conselho que era composto na sua maioria por guerreiros, 
porém a última palavra era a do rei. 
 
2 Aristocracia: poder dos nobres 
Quando a monarquia perdeu força o governo aristocrático tomou o poder. O Basileu 
continuava no poder, mas era dono de um reinado simbólico. Tornou-se o responsável 
apenas por cerimônias religiosas, e as decisões eram tomadas pelo areópago (conselho). 
Quem comandava esse governo eram os eupátridas, na sua maioria donos de grandes 
terras, ou seja, a classe dominante. 
 
3 Oligarquia: poder de uma minoria rica 
O surgimento de colônias e como consequência uma expansão territorial, produziram a 
diversificação das atividades econômicas, e uma considerável modificação no quadro social 
que se somaram a insatisfação da população com os abusos de poder por parte da 
aristocracia, fazendo com que comerciantes e artesãos enriquecidos pressionassem
a 
efetivação de mudanças e maior participação no poder. 
O resultado foi a necessidade desses eupátridas passarem a escolher legisladores para 
integrar o poder aristocrático. Dracon foi o responsável por escrever leis, que até então 
eram faladas (leis orais) e Sólon, posteriormente, limitou o poder da aristocracia e ampliou 
o número de participantes da vida pública da cidade. 
 
Dracon (620 A.C.) foi o primeiro legislador ateniense a redigir um código para Atenas e 
dotando o estado de um poder judiciário. Conhecido pela severidade de suas leis, 
atualmente a palavra ‘draconiano’ significa “que ou o que é excessivamente rigoroso ou 
drástico”. Quase todos os crimes eram passíveis de pena de morte. 
Introduziu a distinção entre os diversos tipos de homicídio: homicídio involuntário, 
voluntário e legítima defesa. 
Era um eupátrida, ou seja, grande proprietário de terras. Ele “reproduziu o direito antigo, 
ditado por uma religião implacável que via em todo erro uma ofensa às divindades e em 
toda ofensa às divindades um crime odioso”. (PALMA). 
Embora extremamente severo, as leis draconianas foram uma evolução, pois anteriormente 
a elas observa-se um direito oral praticado ao arbítrio dos eupátridas. 
 
Sólon (590 A.C.) alterou o código de Dracon impondo uma reforma geral. Criou um tribunal 
de apelação das decisões dos tribunais, o Tribunal de Heliaia. 
Sólon era aristocrata de nascimento e comerciante de profissão. Legislou pensando como 
comerciante. Suas leis foram uma grande revolução social. Não distingue entre eupátridas 
e outras categorias. Buscou a igualdade entre as partes – eunomia. A reforma de Sólon 
atingiu toda a estrutura do estado: economia, sociedade e política. 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
6 
 
4 Tirania: poder de um só homem, imposto pela força. 
As reformas de Sólon embora tivessem como principal objetivo a conciliação entre 
eupátridas e o demos3, “ao tentar satisfazer aos interesses de todos, descontentou a todos, 
fornecendo os alicerces para a tirania.” (PALMA). 
Os demagogos fizeram a oposição aos aristocratas e tiveram influência no surgimento da 
tirania. Os mesmos chegaram ao poder e aplicaram um governo autoritário, e foram 
chamados de tiranos pelos atenienses. 
 
5 Democracia: poder de governar pertence ao povo. 
Com o crescimento da filosofia, a tirania sofreu uma grande queda e abriu espaço o 
surgimento da democracia (povo no poder) onde quem se tornou líder foi Clístenes que 
conduziu reformas, finalizando o trabalho de Sólon. 
Todos os cidadãos participavam da Assembleia Popular. Aos suspeitos de atentar contra o 
regime democrático de Atenas, Clístenes institui a punição denominada ostracismo, que 
consistia no exílio por dez anos. 
O apogeu da democracia ateniense ocorre com Péricles, no século V a.C. 
 
Finalmente, convêm esclarecer que a “democracia ateniense” não pode ser comparada ao 
sentido moderno de democracia. “Mulheres, estrangeiros e escravos não tinham direitos 
cívicos, logo não participavam da vida pública. Assim, verifica-se que grande parcela da 
população estava excluída desse regime [...].” (PALMA). 
 
1. Isonomia: igualdade de todos perante a lei; 
2. Isegoria: igualdade de todos no falar, ou seja, liberdade de expressão; 
3. Isocracia: igualdades de todos no poder. 
Divulgação das leis: através de inscrições nos muros. 
 
5 CARACTERÍSTICAS / IMPORTÂNCIA DO DIREITO NA GRÉCIA ANTIGA 
 
1. Criaram a democracia; 
2. Valorização do direito público; 
3. Rigidez nas penas do direito penal; 
4. Direito grego serviu de base para o direito romano; 
5. Profissionalização do direito e da figura do advogado; 
6. Os gregos não elaboraram tratados sobre o direito, apenas legislavam e administravam 
a justiça para a resolução dos conflitos. 
6. Existia a arbitragem pública, que visava reduzir a carga dos diskastas (juízes), sendo 
utilizados nos estágios iniciais do processo. O árbitro era designado pelo magistrado. 
7. Arbitragem privada, realizada fora do tribunal: as partes escolhiam o árbitro que buscava 
a conciliação entre as partes. 
8. Ação Pública: podia ser iniciada por qualquer cidadão que se considerasse prejudicado 
pelo Estado. 
Ex.: contra um oficial que aceitasse suborno ou contra um decreto legal. 
A Ação Pública era um debate jurídico entre dois ou mais litigantes, reivindicando um direito 
ou contestando uma ação, como o homicídio, o assalto, a propriedade. 
9. Leis democraticamente estabelecidas pelo povo em assembleias. 
 
6 O S I S T E M A J U D I C I Á R I O 
 
A parte que se considera lesada entra com o processo, faz a citação e toma a palavra em 
audiência, sem advogado. 
 
3 Demo era uma subdivisão da Ática, região da Grécia em torno de Atenas. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antiga_Atenas
7 
 
Atenas inventou o julgamento por um júri formado por cidadãos comuns. Os cidadãos eram 
sorteados anualmente para participar dos julgamentos, as vezes chegando a centenas, em 
votação secreta. 
A apresentação do caso era feita por um discurso dirigido aos dikastas (juízes). O juiz 
presidia o julgamento, mas não interferia no processo. 
Com o tempo, as partes começaram a usar escritores profissionais para os discursos 
forenses, os logógrafos. 
 
6.1 Categorias das instituições para a administração da justiça 
 
1. Areópago: administrava a justiça criminal. Julgava os casos de homicídio 
premeditado e doloso, incêndio e envenenamento. 
2. Heliaia: administrava a justiça civil. Eram cidadãos escolhidos por sorteio. Se o caso 
tivesse valor superior a 10 dracmas, era enviado a Atenas. Caso contrário era 
resolvido na cidade de origem. 
3. Nautodikai: tribunais marítimos. 
 
7. E S C R A V O S 
 
Em Atenas eram utilizados para formar as forças policiais e atividades artesanais. Em 
certos casos, quando possuíam alguma habilidade especial podiam comprar sua liberdade. 
De modo geral trabalhavam no campo e nas minas. 
No período clássico correspondiam a 1/3 da população. 
 
Em Esparta os escravos eram propriedade do Estado. Ninguém podia ser considerado dono 
do escravo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BAGNOLI, S.V. Introdução a história do direito. São Paulo: Atlas, 2014 
 
COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. Bauru, São Paulo: Edipro, 1998 
 
CARDOSO, Ciro Flamarion. A cidade estado antiga. São Paulo: Ática, 1985 
 
CASTRO, Flávia Lages de. História do direito geral e do Brasil. São Paulo: Lumen Juris, 
2017 
 
PALMA, Rodrigo Freitas. História do direito. São Paulo: Saraiva, 2017

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