Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 1 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 Curso: Engenharia Mecânica Disciplina: Projeto de Elementos de Máquinas Aula: 4 Transmissão de Potência através de Eixos, acoplamentos, Chavetas e Estrias 1- Definição – são elementos de construção mecânica, que se destinam a suportar outros elementos como polias, engrenagens, rolamentos, rodas de atrito, etc, com a finalidade de transmitir movimentos. 2- Tipos de eixos – são classificados em dois tipos: a) Eixo fixo – mais conhecidos como “eixo” Ex.: eixo dianteiro de um veículo de tração traseira. b) Eixo móvel – mais conhecidos como “eixos-árvores” Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 2 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 3- Materiais Indicados – para os eixos com diâmetros menores que 150 mm, são torneados ou trefilados à frio. Os materiais mais utilizados são: - Aço carbono: DIN ABNT/SAE Tensão de Ruptura σ (N/mm2) Tensão de Escoamento δ (N/mm2) Dureza Fornec. HB (N/mm2) ST 42,11 1025 500 230 1200 - 1400 ST 50,11 1035 600 270 1400 - 1700 ST 60,11 1045 700 300 1700 - 1950 ST 70,11 1060 850 350 1950 - 2400 - Aço Ligados: DIN ABNT/SAE Tensão de Ruptura σ (N/mm2) Tensão de Escoamento δ (N/mm2) Dureza Fornec. HB (N/mm2) 20 Mn Cr4 4120 1000 600 207 25 Mn Cr4 4130 1200 700 217 50 Cr V4 6150 1200 700 220 Para o aço ST 50,11 (ABNT 1035), recomenda-se a utilização das tensões admissíveis. σfadm 40 a 50 N/mm2 (flexão) δtadm 30 a 50 N/mm2 (torção) Para os demais aços, utilizar os seguintes coeficientes de segurança (k): 5 ≤ k ≤ 7 (flexão) 6 ≤ k ≤ 9 (torção) Obs.: Esses fatores serão aplicados em relação à tensão de escoamento do material (σe). 4- Esforços nas transmissões – para uam engrenagem cilindrica de dentes retos (ECDR), temos as seguintes relações: Ft Fr Fn Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 3 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 a) Força Tangencial – é a força tangencial que atua na transmissão, é a carga responsável pelo movimento, sendo definido por meio de: Ft = 2 Mt ou Ft = P , onde: do Vp Ft – força tangencial (N) Mt – torque ou momento torçor (N.mm) do – diâmetro primitivo da engrenagem (mm) P – potência (W) Vp – velocidade periférica (m/s) n – rotação (rpm) Definição de torque: Mt = 30.000 . P (N.mm) π . n Velocidade periférica: Vp = π . do . n (m/s) 60 . 1000 Diâmetro primitivo: do = m . Z1 (mm) , onde: Z1 = nº de desntes da engrenagem (adm) π = constante trigonométrica (adm) 60 = constante, para resultado sair em segundos 1000 = constante, para resultado sair em metros m = módulo da engrenagem (mm) b) Força Radial (Fr) – o acionamento da engrenagem motora dá origem a uma carga radial na engrenagem movida que por sua vez, reage na motora com uma carga de mesma intensida, porem com sentido contrario. A relação entre a carga radial e a tangencial resulta na tangente do ângulo de pressão (α) Fr = tgα → Fr = Ft . tgα (N) Ft c) Força resultante (Fn) – é a resultante das cargas radial e tangencial, que se obtem por meio de: Fn = √ Fr2 + Ft2 ou Fn = Ft ou Fn = Fr cos α sen α 5- Modos Prováveis de Falha nos Eixos A maioria dos eixos gira. As cargas transversais de engrenagens, rodas dentadas, polias e mancais montados em um eixo rotativo promovem tensões ciclicas completamente alternadas. Em alguns casos, cargas transversais também podem promover tensões de cisalhamento devidas ao cortante completamente alternadas. Em resumo, os principais modos de falha a serem considerados quando se projeta um eixo de transmissão de potência são: a) falha por fadiga – devido as cargas serem alternadas; b) falha por deformação elástica – induzidas por forças de desalinhamentos e ressoanãncias associadas a velocidades críticas; c) falha por desgaste – quando mancais de deslizamentos, dentes de engrenagens ou cames são características intrinsicas do eixo. Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 4 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 6- Cálculo Algébrico de uma Transmissão Para o cálculo do diâmetro do eixo por flexo-torção, dividiremos as forças calculadas em dois planos. Neste caso obteremos dois momentos máximos, um em cada plano: para o plano horizontal (PH) → Usaremos a força tangencial (Ft); para o plano vertical (PV) → usaremos a força radial (Fr) A força resultante (Fn), utilizaremos para calcular o eixo por rigidez. Pano Horizontal (PH) Reações: ∑MA = 0 + -(a+b).RBH + a.Ft = 0 → RBH = a.Ft (N) (a+b) ∑Fy = 0 + RAH – Ft + RBH = 0 → RAH = Ft – RBH (N) Equações p/ cortante e Momentos 0 < x < a Q = RAH Se x = 0 MH = 0 MH max = RAH . x Se x = a MH = RAH . a (N.mm) X Q M RAH RBH Ft RAH RBH Ft Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 5 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 Plano Vertical (PV) 7- Momento Resultante (MR) O momento resultante seria o momento máximo considerando os dois planos simultaneamente por flexão. MR = √ MH(max)2 + MV(max)2 (N.mm) 8- Momento Ideal (Mi) Para o cálculo do momento ideal (Mi), temos que levar em conta o momento torçor no eixo e o coeficiente de Bach, que é a razão entre a tensão de flexão admissível pela tensão de torção admissível do material a ser utilizado. a = σfadm (adm) δtadm Mi = √ MR2 + (a . Mt)2 (N.mm) 2 9- Cálculo do diâmetro do eixo (d) Para esse cálculo, temos que saber antecipadamente o tipo de eixo que será utilizado, caso o eixo seja maciço, utilizaremos b=1, caso seja vazado, utilizaremos a seguinte fórmula: b = 1 1- d 4 D Reações: ∑MA = 0 + -(a+b).RBV + a.Fr = 0 → RBV = a.Fr (N) (a+b) ∑Fy = 0 + RAV – Fr + RBV = 0 → RAV = Fr – RBV (N) Equações p/ cortante e Momentos 0 < x < a Q = RAV Se x = 0 MV = 0 MVmax = RAV . x Se x = a MV = RAV . a (N.mm) X Q M RAV RBV Fr RAV RBV Fr Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 6 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 Curso: Engenharia Mecânica Disciplina: Elementos de Máquinas I Aula: 5 Dimensionameno de eixo por rigidez 10- Critérios para limitar a flexibilidade a) Genérico – é decorrente das características construtivas de algumas famílias de máquinas, os valores limites são definidos pelos setores industriais que representam o grupo de máquinas e equipamentos em questão. Estes valores em via de regra, são consequência da experiência dos projetistas. Maquinas para construção civíl Maquina de fazer blocos Estruturas metálicas f = L/500 a L/1500 Maquinas de elevação e transporte Pontes rolantes Guindastes e gruas f = L/1200 a L/3000 Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 7 de 11 paulo.barros@docente.unip.br25/04/19 Maquinas operatrizes Torno mecânico ou CNC Fresadora convencional ou CNC f ≤ L/5000 Onde: f – Flecha admissível (mm) L – Comprimento total do eixo (mm) b) Critérios específicos – são decorrentes de limitações existentes no funcionamento dos componentes utilizados na montagem do eixo. É uma característica de projeto desses componentes como: mancais de deslizamento ou rolamento, polias, engrenagens, etc. Engrenagens Mancais de deslizamentos Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 8 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 Rolamentos Rolamento esfera Rolamento autocompensador 11- Condições de engastamento a) Eixo bi-apoiado com a ponta em balanço Para dimensionar eixo redondo utilizar momento de inércia: Jø = π d4/64 Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 9 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 b) Eixo bi-apoiado com carga centrada ou não Para dimensionar eixo redondo utilizar momento de inércia: Jø = π d4/64 c) Eixo bi-apoiado com um momento em balanço Para dimensionar eixo redondo utilizar momento de inércia: Jø = π d4/64 Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 10 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19 Onde: P = carga aplicada (N) θ = deflexão angular (angulo) (rad) f = deflexão angular (flecha) (mm) E= modulo de elasticidade do material (N/mm2) J = momento de inércia (seção do material) (mm4) 12- Exemplos de aplicações Prof. Paulo Luiz da Silva Barros Página 11 de 11 paulo.barros@docente.unip.br 25/04/19
Compartilhar