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UNIP – Universidade Paulista Trabalho de Direito Tributário Professor: Carlos Gonzales Assunto: A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DO LIVRO ELETRÔNICO Aluno: Leonardo Pilegi Zamberlan Cordeiro da Silva RA: T5430I-1 7º Semestre Turma: DR7A18 Ribeirão Preto - SP 10 de março de 2020 COMEÇAMOS COM A DEFINIÇÃO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA: É o oposto da competência tributária. Enquanto na competência tem-se a autorização da cobrança de tributos sobre determinadas pessoas e fatos, na imunidade tem-se a proibição expressa à cobrança de tributos sobre outras determinadas pessoas e situações (Constituição Federal). Segundo Hugo de Brito Machado “o que é imune, não pode ser tributado...”. E segundo Ruy Barbosa Nogueira: “a imunidade é, assim, uma forma de não incidência pela supressão da competência impositiva para tributar certos fatos, situações ou pessoas, por disposição constitucional”. A imunidade está presente na Constituição Federal, diferentemente de isenção, que decorre de lei. Artigo 150, IV, “d” Constituição Federal: De acordo com o Artigo 150, IV, “d” da CF de 88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais e periódicos, bem como o papel destinado à sua impressão. Para ocorrer a imunidade, é irrelevante o conteúdo da obra, bastando-se apenas que seja livro, jornal ou periódico, de forma à não reprimir o livre pensamento e a liberdade de expressão. Se antes, já houve a discussão da imunidade do papel transferir-se também para a obra em si, nos dias de hoje há a discussão da imunidade se estender aos meios digitais, como e-book’s, CD’s e DVD’s em que os livros, jornais ou periódicos estejam gravados. Para Hugo de Brito Machado, ele acredita que a imunidade deve ser estendida em seu sentido finalístico. Ainda, Roque Antonio Carrazza observa a questão ecológica da economia do papel, devendo, então, o uso de novas tecnologias ser incentivado. O autor Anis Kfouri Junir, elenca cinco argumento no qual visa revelar a imunidade para meios digitais como justo e devido. São eles: 1º) Liberdade de expressão: pois as novas mídias representam atualmente um meio maior de acesso a informação e à liberdade de expressão. 2º) Aspectos técnicos: em face das circunstâncias tecnológicas na época (CF 88), o legislador não imaginou que a tecnologia atingiria tal patamar em tão pouco tempo. 3º) Evolução tecnológica: o valor da evolução tecnológica da nossa atual Constituição. 4º) Direito de acesso à informação: barateamento do custo de informações. 5º) Proteção ambiental: para a produção de papel há a utilização de árvores, e se a demanda de papel aumenta, aumenta-se o impacto ambiental. A IMUNIDADE DO LIVRO DIGITAL, SEGUNDO O STF: “Na sessão do dia 08 de março de 2017, o Pleno do Superior Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento do Recurso Extraordinário n° 330.817, que trata da imunidade tributária de livros digitais”. No Recurso Extraordinário nº 330.817, o Estado do Rio de Janeiro havia questionado a decisão do TJ-RJ, no qual reconhecia a imunidade do artigo 150, IV, “d” da CF à um software e CD ROM, em que as informações fora gravadas. Para o estado, o livro eletrônico, como meio novo de difusão, é distinto do livro impresso e que, por isso, não deve ter o benefício da imunidade. Para o ministro Dias Toffoli, o relator da ação, a Constituição tanto de 88 quanto a Carta Federal de 69, ao consideraram um bem (livro, jornais ou periódicos) beneficiados com a imunidade, e de modo a potencializar sua efetividade, dirigem seu olhar à finalidade da norma. “Assim foi a decisão de se reconhecerem como imunes as revistas técnicas, a lista telefônica, as apostilas, os álbuns de figurinha, bem como mapas impressos e atlas geográficos”. Ainda, para o ministro, as imunidades do determinado artigo se entendem/alcançam sim os aparelhos digitais de leitura. “As mudanças históricas e os fatores políticos e sociais presentes na atualidade, seja em razão do avanço tecnológico, seja em decorrência da preocupação ambiental, justificam a equiparação do papel aos suportes utilizados para a publicação dos livros” O relator então, votou contra o recurso do Estado do Rio de janeiro, para conhecer que a imunidade tributária do Art 150, IV, “d” CF se estende aos livros eletrônicos e os suportes próprios para sua leitura. Fora então, no julgamento, fixado a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo”.
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