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ATENÇÃO ODONTOLOGICA A PACIENTES PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN - SOU

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Atenção Odontológica a pacientes portadores 
de 
 Síndrome de Down 
 
*Nathaly Barbosa, Sophia Cardo, Letícia Romeiro e Tuany Alencar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Introdução 
A Síndrome de Down ou Trissomia do cromossomo 21, é um distúrbio genético 
recorrente na espécie humana e diferente do imaginado, acontece sendo independente de 
fatores hereditários. Atualmente no Brasil, há cerca de 300 mil portadores de SD, sendo 1 
criança portadora a cada 650 nascimentos. A trissomia acontece decorrente de um erro na 
meiose celular durante a formação dos gametas de ambos os gêneros (mãe ou pai), onde 
ocorre a não disjunção das cromátides irmãs do cromossomo 21, fazendo com que durante 
a fecundação e formação do zigoto, a primeira célula do futuro embrião possua em seu DNA 
2 pares +1 do cromossomo citado, resultando em uma célula 2n+1, ou seja 47 cromossomos. 
 Essa mutação cromossômica numérica acarreta inúmeras características físicas 
tipicamente apresentadas pelos portadores, várias destas estão relacionadas a cavidade oral 
e respiratória sendo de grande interesse para a área odontológica. Levando em consideração 
a média de pacientes PNE (Portadores de Necessidades Especiais) dentre a população 
brasileira e o número de profissionais da odontologia habilitados ao atendimento, podemos 
concluir que dificilmente um Cirurgião Dentista conduzirá sua carreira sem receber ao menos 
1 paciente especial em seu consultório. Desta forma, a exclusiva intenção deste projeto é 
expor a necessidade e mudança de postura do profissional no trato com este paciente, que 
necessita de total atenção não só odontológica como multidisciplinar para garantia da 
estabilidade de sua saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características físicas e mentais causadas pela Síndrome de Down 
A observação da Trissomia no cromossomo 21 se dá com seus primeiros sinais atuando 
na característica física do neonato e/ou nascituro, no momento do seu nascimento ou até 
mesmo em seu desenvolvimento intrauterino, havendo sinais perceptíveis, exames mais 
aprofundados e específicos são efetuados para fazer a constatação da síndrome. 
Características mais comuns aos portadores da SD: 
 
 
 
 
Dentre as características, se destacam as que são de grande interesse para a 
Odontologia como: 
• Face achatada 
• Língua protusa 
• Língua geográfica 
• Palato estreito, alto e ogival 
• Macroglossia relativa 
• Má oclusão 
• Respiração bucal 
• Quelite angular 
• Nasofaringe estreita 
• Hipertrofia das Tonsilas e 
Adenóides. 
• Fluxo salivar significativamente 
baixo. 
Além de todas estas diferenciações físicas e mentais, existe a presença de anomalias 
dentárias que são causas frequentes dos pacientes portadores de Síndrome de Down como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Taurodontia 
 
Além disso, os pacientes podem apresentar diversas desarmonias oclusais que são comuns 
aos portadores como mordida cruzada, bruxismo, apinhamento e prognatismo. 
 
• Microcefalia 
• Orelhas com implantação baixa 
• Olhos pregueados 
• Prega siemesca 
• Dificuldade motora 
• 50% dos portadores possuem 
cardiopatia congênita 
• Atraso no desenvolvimento 
neurológico 
• Doenças respiratórias 
pH Salivar e doenças periodontais 
A muito existe uma discussão na área de pesquisas á respeito do pH salivar e da 
efetividade do efeito tampão do paciente em questão, no entanto, estudos bem classificados 
comprovaram que ambos estão dentro da normalidade em comparação a pacientes não 
portadores da síndrome. 
Os mesmos estudos também constatam que a grande diferenciação da saliva do 
portador para o não portador se dá em questão de fluxo, sendo que o paciente com SD possui 
um fluxo salivar 50% menor que o paciente não sindrômico, essa redução está 
preferencialmente ligada ao metabolismo da glândula parótida, causando uma secura na 
cavidade oral -também decorrente da respiração bucal- que revela susceptibilidade a 
processos infecciosos, crescimento bacteriano e em decorrência a doença cárie. 
 Outra característica que compõe as limitações do portador de Síndrome de Down, é a 
sua deficiência imunológica, onde possui baixa contagem de linfócitos T e quimiotaxia 
deficiente. 
Toda essa situação causada pelas diferenciações geradas pela Síndrome, ocasiona a 
facilitação das doenças periodontais no paciente sendo elas: gengivite, periodontite, 
gengivite ulcerativa necrosante e retração gengival. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção ao paciente 
De acordo com o código de ética da Odontologia, nós profissionais da área devemos 
exercer a profissão mantendo um comportamento digno e zelando também pela saúde, 
bem-estar e dignidade do paciente. Promover a saúde coletiva no desempenho de nossas 
funções, cargos e cidadania, independente de exercer a profissão no setor público ou 
privado. O que significa que jamais poderíamos deixar de viver a experiência de atender um 
paciente especial. Considerando a população crescente de pacientes PNE e o número de CDs 
que atuam no país, podemos concluir que dificilmente um profissional percorrerá toda a sua 
carreira sem que em algum momento venha prestar atendimento a um paciente especial. 
É importante destacar que o consultório odontológico não necessita de adaptações 
para a recepção do paciente em questão, e que a única e mais poderosa ferramenta que irá 
contribuir para a saúde do paciente é a informação e preparo do profissional CD. Desta 
forma, levamos em consideração também que a saúde deste paciente depende não só do 
cirurgião como de uma equipe multidisciplinar, capaz de trazer qualidade vida necessária 
para o mesmo. 
Por tanto, se torna muito importante que o profissional da saúde compreenda todas 
as condições e limitações que envolvem este paciente e principalmente a sensibilidade 
emocional que na maioria dos casos se apresenta, é fundamental o desenvolvimento de um 
laço de confiança e afeto, para que ele se sinta incluído, respeitado e seguro dentro do 
ambiente odontológico. 
As técnicas que podem ser utilizadas para atender o paciente que é portador da 
Síndrome de Down se assemelham muito às técnicas usadas na odontopediatria, onde os 
pacientes são motivados a manter a higienização através de métodos áudio visuais com 
macromodelos e treinamento. 
 O atraso no desenvolvimento neurológico do paciente, faz com que o mesmo tenha 
dificuldade com ações que envolvam a linguagem, então tendem a responder melhor a 
atividades que cativem suas habilidades visio espaciais. 
❖ Pacientes portadores de Síndrome de Down são descritos como carismáticos, 
animados, afetuosos e tem grande interesse na interação social. 
 
 
 
 
 
 
 
Especialidade na Odontologia voltada a pacientes com necessidades especiais 
Segundo o CROSP atualmente no Brasil se apresentam por volta de 535 Cirurgiões-
Dentistas que possuem a especialidade no atendimento a pacientes com necessidades 
especiais, dentre elas o autismo. A população de portadores de Síndrome de Down no nosso 
território é por volta de 300 mil indivíduos, onde em sua totalidade necessitam que o dentista 
esteja integrado à equipe multidisciplinar que irá tratar e estabilizar sua saúde garantindo 
sua qualidade de vida. Mesmo que não haja a especialização certificada, necessária de fato 
é a mudança de postura do profissional, onde o mesmo venha a se munir da informação e 
sensibilidade fundamental para a tratativa do paciente especial. 
Instituições de ensino reconhecidas pelo MEC e aprovadas pelo CFO, oferecem o curso 
de especialização em Odontologia para Paciente com Necessidades Especiais, possuindo em 
média uma duração de 20 meses com frequência de 4 dias por mês, podendo receber ao fim 
do curso especialização dupla tanto para a lida de pacientes especiais quanto no 
aperfeiçoamento em Odontogeriatria.Referências importantes 
www.crosp.org.br 
www.movimentodown.org.br 
www.blog.suryadental.com.br 
www.Pearsonclinical.com.br 
Odonto Magazine 
*Artigo publicado/pesquisa - Análise Sialométrica em indivíduos portadores de Síndrome de Down 
http://www.pearsonclinical.com.br/

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