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SANEAMENTO-AMBIENTAL-E-SUSTENTABILIDADE

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1 
 
SUMÁRIO 
1 SANEAMENTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ....................... 2 
1.1 Saneamento Básico e Saúde ............................................................ 2 
1.2 Saneamento básico .......................................................................... 5 
2 GESTÃO AMBIENTAL ......................................................................... 6 
3 QUAL A SITUAÇÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL? . 8 
3.1 Saúde .............................................................................................. 10 
3.2 Educação ........................................................................................ 12 
3.3 Cidadania ........................................................................................ 12 
3.4 Turismo ........................................................................................... 12 
4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ........................................................... 13 
5 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA . 25 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 43 
 
 
 
2 
1 SANEAMENTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 
O saneamento básico é um conceito que está relacionado com o controle e 
distribuição dos recursos básicos (abastecimento, tratamento e distribuição de água, 
esgoto sanitário, coleta e destino adequado do lixo, limpeza pública) tendo em conta 
o bem-estar físico, mental ou social da população. 
No Brasil, o saneamento básico é definido pela Lei nº. 11.445/2007, sendo um 
direito assegurado pela Constituição a partir de investimentos públicos na área. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): 
"Saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer 
efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos". 
1.1 Saneamento Básico e Saúde 
A falta de saneamento básico pode gerar inúmeros problemas de saúde. 
Portanto, o conjunto de fatores que reúnem o saneamento levam a uma melhoria de 
vida na população na medida que controla e previne doenças, combatendo muitos 
vetores. 
Nesse caso, podemos pensar num dos maiores problemas enfrentados pela 
população brasileira atualmente com a disseminação do mosquito da dengue os quais 
se proliferam mediante a água parada. 
Dessa forma, o saneamento básico promove hábitos higiênicos e controla a 
poluição ambiental, melhorando assim, a qualidade de vida da população. 
Quando falamos em saneamento básico, logo imaginamos o abastecimento de 
água e o esgotamento sanitário. Entretanto, o saneamento básico inclui uma série de 
outros serviços fundamentais para a qualidade de vida de uma população. 
De acordo com a Lei 11.445/07, podemos definir como saneamento básico o 
conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de 
água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e 
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. 
Para que uma água de qualidade chegue à casa dos moradores de uma 
determinada população, ela deve ser captada e tratada para que se torne potável. 
Todos os processos necessários para enviar água de qualidade à população 
incluemse no saneamento básico. 
 
3 
 
Fonte: etica-ambiental.com.br 
O saneamento básico também se preocupa com os despejos de uma 
comunidade. Sendo assim, é fundamental que exista um sistema de esgotos eficiente 
para evitar a proliferação de doenças e de contaminação da água que está sendo 
consumida. 
Para muitos, a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos não se 
enquadram em saneamento básico. Entretanto, eles são fundamentais para se manter 
um ambiente saudável. É essencial que exista em toda cidade um programa de coleta, 
tratamento e destinação adequada do lixo produzido pela população, bem como os 
lixos encontrados nas vias públicas. 
É comum que muitas cidades não tenham um programa eficaz de drenagem e 
manejo de águas pluviais urbanas. Todavia, é um item importantíssimo do 
saneamento básico, pois o sistema de drenagem evita, por exemplo, as enchentes e 
alagamentos, que são responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças, como a 
leptospirose. 
Sendo assim, de acordo com a lei, podemos concluir que saneamento básico 
é um termo muito mais amplo e que todas essas atividades estão relacionadas com 
um objetivo principal: promover a saúde da população. 
Quando nos preocupamos com a qualidade da água que é distribuída, com o 
tratamento correto do esgoto e o manejo adequado do lixo e das águas pluviais, 
 
4 
estamos evitando a proliferação de diversas doenças, garantindo, assim, uma melhor 
qualidade de vida. 
Além de garantir uma melhoria na condição de vida da população, o 
saneamento básico de qualidade ajuda indiretamente o meio ambiente. Ao dar um 
destino adequado ao esgoto e aos resíduos sólidos, evitamos a poluição de rios e 
lagos, por exemplo. 
É importante destacar que todas as cidades devem garantir a universalização 
do acesso ao saneamento básico, ou seja, devem levar esses serviços a todas as 
residências. Entretanto, ainda muitas localidades no país não têm acesso a esses 
serviços tão importantes, sendo fundamentais investimentos nessa área. 
Entre as ações de saneamento tem aquelas que nós chamamos de básicas, 
compreendendo o abastecimento de água, acesso a rede coletora e tratamento de 
esgoto, acesso a coleta e destinação de resíduos sólidos e a drenagem de águas 
pluviais. 
A ausência desses serviços tem resultado em precárias condições de saúde e 
incidência de doenças, principalmente de veiculação hídrica. 
Segundo o IBGE (2007), no Brasil, 76% da população conta com 
abastecimento de água por rede geral, 44% da população dispões de rede de esgoto 
e 76% da população tem seu resíduo coletado. No Paraná de um total de 399 
municípios 191 ainda utilizam lixões para a destinação dos resíduos sólidos, apenas 
64% dos municípios são atendidos pela rede de esgoto 
A ocorrência de doenças infecciosas ocorridas pelas más condições de 
saneamento e esgotamento sanitário estão entre as principais causas de ausência no 
trabalho e baixa produtividade do trabalhador. Dados divulgados pelo Ministério da 
Saúde, afirma que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economizase 
R$4,00 com hospitais e doenças. 
Já o Saneamento ambiental é o conjunto de ações socioeconômicas que tem 
por objetivo alcançar a Salubridade Ambiental, ou seja, um ambiente capaz de 
prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover 
condições favoráveis à saúde da população urbana e rural. 
Enquanto um se preocupa mais com a questão do acesso ao serviço, esta tem 
uma aplicação uma pouco mais ampla, além do acesso aos serviços de saneamento, 
inclui as questões ambientais e de preservação ambiental, tais como: Qualidade do 
 
5 
ar, qualidade da água, qualidade do solo, destinação dos resíduos sólidos, impactos 
ambientais e educação ambiental. 
A crise de água que São Paulo vem atualmente passando é resultado de uma 
série de questões como a falta de cuidado das nascentes, desmatamento da mata 
ciliar, poluição e desperdício. Para não afetar o abastecimento de água para a 
população, estão tendo que pensar em uma alternativa para captação dessa água. 
Para não agravar mais ainda a situação o Governo de São Paulo está buscando 
alternativas para captação de água para abastecimento público. 
Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públicos em políticas de 
controle ambiental que busca resolver os graves problemas gerados na infraestrutura 
das cidades, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.1 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamento é o controle 
de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, 
físico, mental e social dos indivíduos”, tais como, poluição do ar (emissão de gases), 
do solo(lixo urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), poluição 
sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de rios, morros etc.), o 
esgoto a céu aberto, enchentes etc. 
Uma geração de empreendedores dedicados ao que se tornou conhecido no 
mercado como negócio de impacto, ganhou força e despertou a ideia de que os 
grandes problemas ambientais e sociais não serão solucionados só por governos ou 
ONGs, mas por “negócios de impacto” – empresas que aliam impacto social ou 
ambiental a um retorno financeiro, atuando nos setores de saúde, educação, nutrição, 
habitação, saneamento, agricultura, energia etc. 
1.2 Saneamento básico 
Saneamento básico compreende um conjunto de medidas que têm importância 
fundamental na conservação do meio ambiente e na qualidade de vida dos habitantes 
das cidades, são elas, o abastecimento de água, a rede de esgotos, a limpeza pública 
e a coleta de lixo, serviços que revelam as condições ambientais dos centros urbanos. 
 
1 Extraído do link: www.todamateria.com.br 
 
6 
2 GESTÃO AMBIENTAL 
Gestão Ambiental é o gerenciamento, a administração e condução das 
atividades econômicas e sociais das empresas visando o desenvolvimento 
sustentável e o uso racional de matérias primas e dos recursos naturais. 
 
 
Fonte: www.geoscan.com.br 
Gestão ambiental é a busca constante por melhoria das atividades econômicas, 
dos serviços, produtos e do meio ambiente de trabalho, estimulando a redução do 
desperdício de materiais, energia, água etc. e consequente redução de custos, 
levando em conta a sustentabilidade.2 
O saneamento ambiental é o conjunto de ações que visam à melhoria da 
qualidade de vida das populações através do controle do meio físico para evitar 
doenças e propiciar uma maior higiene social. Ele se estabelece a partir de ações 
como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo, tratamento de 
esgoto, limpeza das vias públicas, contenção de enchentes, entre outros. A relevância 
encontra-se na preservação tanto do meio de vida dos habitantes quanto do meio 
ambiente. 
 
2 Extraído do link: www.significados.com.br 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm
 
7 
Portanto, para uma melhor qualificação das condições de vida e de 
desenvolvimento humano de um país, é necessário que toda a população seja 
contemplada com as medidas acima apresentadas, o que não ocorre ainda no Brasil. 
Segundo o IBGE, cerca de 98% da população possui água potável e 79% não dispõe 
de acesso à rede sanitária, conforme dados de 2010. Outro dado de 2012, também 
do IBGE, afirma que 29,7% dos domicílios no Brasil não possuem acesso simultâneo 
à água, esgoto, coleta de lixo e eletricidade. 
O correto tratamento de água, assim como a instalação de redes de esgoto, 
coletas de lixo, entre outras ações de melhoria das condições sociais de higiene 
pública, é uma questão de saúde. Isso porque existe uma grande quantidade de 
doenças provenientes de contato de pessoas com esgotos a céu aberto, da ingestão 
de água com impurezas, além do contágio envolvendo insetos contaminados. Dentre 
essas enfermidades, podemos citar: a hepatite A, a febre amarela, a dengue, a febre 
tifoide, a cólera, a malária e muitas outras. 
Atualmente, tanto no Brasil quanto em várias partes do mundo – notadamente 
os países subdesenvolvidos –, a maior parte dos esgotos é despejada em rios, lagos 
e mares, não recebendo qualquer tipo de tratamento e propiciando a queda da 
qualidade de vida da população a curto e longo prazo, com a contaminação das águas 
e dos solos. Portanto, um dos objetivos do saneamento ambiental é promover a 
sustentabilidade nos sistemas de coleta e transporte de dejetos e lixos de toda ordem 
e tipo. 
Conforme aponta o Ministério do Meio Ambiente, o sistema de saneamento 
envolve diferentes estruturas de acordo com o tipo de elemento a ser trabalhado. O 
fornecimento de água é composto por estações de tratamento, sistemas de 
abastecimento e sistemas de captação. A coleta de esgoto é constituída por 
interceptores, rede coletora, estação elevatória e estações de tratamento de esgoto 
(ETEs). Já os resíduos industriais possuem diferentes vias de tratamento e 
destinação, havendo atenção especial para certos tipos, tais como os agrotóxicos, 
embalagens de produtos químicos, restos de produtos hospitalares, entre outros. 
Um dos problemas para a não contemplação de toda a população com 
saneamento ambiental adequado é, em muitos casos, a ausência de recursos 
imediatos dos governos para conseguir estruturar uma rede de qualidade. Isso 
acontece porque o crescimento das cidades, sobretudo nos países desenvolvidos, 
vem ocorrendo de forma muito acelerada e desordenada nos últimos anos, o que faz 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/hepatite-a.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-amarela.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/dengue.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/colera.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/malaria.htm
 
8 
com que as administrações públicas não consigam acompanhar o ritmo de 
crescimento com ações de infraestrutura, estas geralmente destinadas para os 
setores mais nobres e especulados das cidades. 
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que 
aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo não contam com 
saneamento básico e/ou ambiental, o que revela a gravidade dessa questão na 
atualidade.3 
Você sabe o que é saneamento ambiental? Como já discutimos aqui no blog, o 
saneamento está diretamente ligado à qualidade de vida da população. Hoje, vou lhe 
explicar o conceito de saneamento ambiental e mostrar como ele altera a qualidade 
de vida das pessoas. 
O saneamento ambiental é o conjunto de práticas que objetivam melhorar a 
qualidade de vida da população através do controle do ambiente de forma a evitar 
doenças e propiciar maior higiene. 
Assim como o saneamento básico, o saneamento ambiental é estabelecido 
através de ações como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo, 
tratamento de esgoto, limpeza das vias públicas, entre outros fatores importantes. O 
grande foco deste conceito é preservar o meio ambiente e o meio de vida da 
população. 
O crescimento urbano e a ocupação de áreas com pouca, ou nenhuma, 
infraestrutura têm tornado essencial a discussão sobre saneamento ambiental. Mais 
que a garantia dos serviços básicos, deve ser previsto ações para a sustentabilidade 
do ambiente. Um ambiente saudável mantém uma população saudável. 
O Ministério das Cidades define o saneamento ambiental como o conjunto de 
ações técnicas e socioeconômicas a fim de alcançar níveis crescentes de salubridade 
ambiental e promover e melhorar as condições de vida urbana e rural. 
3 QUAL A SITUAÇÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL? 
De acordo com o “Ranking do Saneamento”, estudo realizado pelo Instituto 
Trata Brasil em 2015, mostra que 40% dos esgotos do país ainda não são tratados. 
Além disso, 35 milhões de brasileiros não recebem o sistema de abastecimento de 
 
3 Extraído do link: www.todamateria.com.br 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htmhttp://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm
http://www.tratabrasil.org.br/o-cenario-atual-do-saneamento-ambiental-no-brasil-marilia-notic
 
9 
água. E ainda, mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso aos serviços de coleta 
e tratamento de esgoto. Isso é quase metade da população. 
Um dos motivos desses números, segundo o Instituto, é o crescimento da 
população urbana. Os municípios não conseguem estruturar a cidade 
proporcionalmente ao ritmo de crescimento populacional pelos custos de implantação 
desses serviços. 
O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), foi instituído pela Lei 
11.445/07 e objetiva a universalização dos serviços de saneamento básico no 
Brasil. O Decreto nº 7.217/2010 determina que os municípios só receberão recursos 
da união caso elaborem o Plano Municipal de Saneamento Básico. Este decreto já 
sofreu alguns adiamentos, porém deve entrar em vigor a partir de 2018. 
O intuito de ambas legislações é fomentar a discussão e investimentos na área 
de saneamento de forma a alcançar o objetivo final: universalizar os serviços no país. 
Entretanto, o ritmo desses investimentos anda devagar. Em março deste ano, o 
governo admitiu não ser possível atingir a meta do Plansab. 
De acordo com o Ministério das Cidades, a meta do Plansab deve ser revista e 
será necessário aumentar o prazo. Segundo o órgão, as crises e instabilidades 
econômicas sofridas pelo país nos últimos anos afetaram os investimentos na área de 
saneamento. 
Mas isso ocorre em todo o Brasil? 
Há grandes disparidades quando se olha os números entre as regiões 
brasileiras. Quando se observa os números de coleta e tratamento de esgoto, o norte 
e nordeste possuem os maiores déficits. De acordo com o instituto Trata Brasil, os 
investimentos nessa área são desproporcionais. 
Os maiores investimentos em saneamento básico durante três anos, foram os 
estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. Essas 
aplicações corresponderam a 63,3% do total investido. Porém, em contrapartida, os 
investimentos do Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e Rondônia, nesses mesmos três 
anos, totalizaram apenas 1,7%. 
As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) elevaram os 
índices de atendimento dos serviços básicos, porém ainda não é suficiente. Estimase 
http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html
http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html
http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html
 
10 
que, atualmente, para a universalização do saneamento seria necessário um 
investimento de R$ 500 bilhões até 2040.4 
Segundo o Instituto Trata Brasil, o saneamento afeta diretamente seis setores. 
Vamos discutir sobre eles? 
3.1 Saúde 
A organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a cada um real investido 
em saneamento se economiza quatro reais em saúde. O organismo ainda afirma que 
88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. 
Em 2013, o DATASUS revelou que ocorreram 340 mil internações por 
infecções gastrointestinais no país. Isso representa um custo, em média, de R$ 355,71 
por paciente. 
O Instituto Trata Brasil afirma que a universalização da coleta de esgoto 
reduziria, em termos absolutos, 74,6 mil internações. Sendo que 56% dessa redução 
ocorreria na região nordeste. 
Consegue imaginar os custos envolvidos nessa relação? 
Um avanço gradativo no saneamento geraria uma redução de despesas no 
SUS em torno de R$ 7 bilhões até 2035 em valores presentes. 
O grande problema é que a maior parte dos afetados pela falta de saneamento 
são as crianças. A Unicef afirma que a diarreia é a segunda maior causa de morte em 
crianças abaixo dos cinco anos de idade. 
 
Fonte: www.eosconsultores.com.br 
 
4 Extraído do link: www.eosconsultores.com.br 
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
 
11 
Os fatores são diversos: consumo de água suja, lixo espalhado pelas ruas, 
esgoto não tratado, ambientes poluídos. Tudo isso produz um espaço perfeito para as 
doenças. Estudos da ONU apontam que 10% das doenças registradas ao redor do 
mundo poderiam ser evitadas através dos investimentos em saneamento básico. 
As doenças mais comuns são: 
• Disenteria Bacteriana 
• Cólera 
• Febre Amarela 
• Malária 
• Hepatite A 
• Leptospirose 
• Esquistossomose 
Além de muitas outras epidemias que podem ser agravadas tal como a dengue. 
A OMS, em 2015, apontava a ausência de saneamento como o 11º fator de risco para 
as mortes no mundo. 
Assim, como se pode ver, os investimentos em saneamento ambiental são 
essenciais na melhoria da saúde pública. Contribui não somente para a redução dos 
gastos com internações, mas também melhora a taxa de mortalidade infantil e o 
número de casos de doenças infecciosas. Ademais, não é à toa que a ONU vê o 
saneamento como um fator primário para prevenção de problemas de saúde. 
Estudos apontam que 11% das faltas do trabalhador estão relacionadas a 
problemas gerados pela falta de saneamento. Além disso a renda per capita 
aumentaria em 6% com a universalização do acesso. 
Em 2013, 14 milhões de afastamentos do trabalho foram gerados por diarreia 
ou vômito. Em 2015, as horas não trabalhadas propiciaram um custo de R$ 872 
milhões para as empresas. 
Dessa forma, o saneamento também proporciona uma redução de custos no 
trabalho. Estudos os Instituto Trata Brasil mostram que o acesso a rede de esgoto, 
um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% e resulta em 3,8% de ganho 
salarial por diminuição das faltas. 
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3
http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/
http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/
http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/
http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/
http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/
 
12 
3.2 Educação 
Você sabia que o saneamento também afeta a educação? Lembra que a 
maioria afetada pelas doenças decorrentes da falta de saneamento são crianças? 
Pois então, devido às internações muitas crianças deixam de ir à escola. 
Com isso, aumentam o número de faltas e diminui o rendimento. O Trata brasil 
afirma que o custo do atraso escolar custou ao país cerca de R$ 16 bilhões. 
3.3 Cidadania 
Este tópico também se relaciona com a educação. Em uma pesquisa do 
Instituto Trata Brasil em parceria com o Ibope, foram entrevistadas cerca de 1000 
pessoas em grandes cidades do Brasil sobre conhecimentos de saneamento básico. 
O estudo mostrou a percepção que a população tem em relação ao 
saneamento, de acordo com a realidade de cada entrevistado. Um fato interessante é 
que o cidadão reconhece a importância do saneamento básico, porém não se mobiliza 
para cobrar melhorias. 
De acordo com o diretor do IBOPE, Hélio Gastaldi, as pessoas estão tendo 
mais conhecimento sobre o saneamento e seus efeitos e caminham para uma maior 
mobilização a longo prazo. 
Outro ponto importante foi que grande parte dos entrevistados mostrou saber 
que cabe ao prefeito as soluções para os problemas relacionados ao saneamento. 
Entretanto, por se tratar de um assunto com baixa visibilidade do ponto de vista 
eleitoral, o tema acaba ficando no fim da fila dos investimentos. 
Assim, é notório que o cidadão,além de saber da importância do saneamento 
básico, deve ver também a sua relevância. Para assim, poder cobrar dos órgãos 
gestores uma melhoria dos serviços. 
3.4 Turismo 
O Ministério das Cidades aponta o turismo como um setor relevante para o 
saneamento. O país ganha muito com o turismo. Em 2015, no Nordeste, perdeu-se 
R$ 2,6 bilhões de renda do turismo pela falta do saneamento. 
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-educacao-2
http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope
http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope
http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope
http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope
 
13 
Isso afeta diretamente a renda do trabalho e o número de pessoas ocupadas 
no setor. Previsões mostram que a universalização do acesso entre 2015 e 2035 
geraria ganhos de renda do turismo por volta de R$ 1,2 bilhão por ano. 
 
 
Fonte:www.eosconsultores.com.br 
Baía de Guanabara – RJ. Um retrato da poluição que afeta o turismo. 
4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 
Uma das questões mais importantes do saneamento ambiental é a preservação 
do meio ambiente. 
O Ministério das Cidades demonstra preocupação quando a preservação dos 
corpos hídricos brasileiros. O Brasil detém 12% da disponibilidade hídrica global, 
porém há uma má distribuição desse recurso. 
A bacia amazônica é a maior do país, porém apenas 4% da população brasileira 
reside sob ela. Por outro lado, rios importantes estão altamente poluídos. 
O Ministério das Cidades afirma que 15,6 bilhões de litros de esgotos 
domésticos são lançados diariamente nos corpos hídricos sem qualquer tipo de 
tratamento. O Instituto Trata Brasil mostra que o equivalente a 3.500 piscinas 
olímpicas de esgoto é despejado em rios apenas nas 100 maiores cidades do Brasil. 
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo
http://slideplayer.com.br/slide/10156256/
http://slideplayer.com.br/slide/10156256/
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14 
Além da poluição, perde-se muito ao longo do sistema de abastecimento. Mais 
uma vez, ressaltamos que as perdas de água no Brasil correspondem a quase 40% 
do volume disponibilizado pelas concessionárias. 
Reduzir as perdas de água melhora não somente nos investimentos 
relacionados ao abastecimento, mas também auxilia na preservação dos recursos 
hídricos brasileiros. 
São muitos os fatores que podem ser relacionados como consequência da falta 
de saneamento. Os impactos ambientais e a saúde pública são os mais relevantes 
quando se trata da qualidade de vida da população. 
Pudemos perceber, no decorrer deste texto que a população tem melhorado a 
sua visão nas questões de saneamento ambiental. Entretanto ainda há bastante 
espaço para melhorias. É preciso investir mais nos serviços de saneamento e também 
cobrar mais dos órgãos gestores. 
Pois, como vimos hoje, os investimentos em saneamento ambiental afetam 
direta, ou indiretamente, os investimentos em outros setores. Além do mais, o 
saneamento é capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas e ainda, aumentar 
a renda e a produtividade do cidadão.5 
 A fim de mantermos a saúde do ambiente em que vivemos, precisamos levar 
em consideração algumas regras importantes para obtermos qualidade de vida. Para 
isso já foram estabelecidos alguns conceitos básicos para compreendermos esses 
parâmetros. Para facilitar nossa introdução vamos citar um deles que é a definição de 
saúde pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que é “o completo bem-estar 
físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças”. Segundo Philippi Jr 
em 1988, “quando desejamos saúde a alguém estamos desejando que esta pessoa 
não adquira nenhuma doença, não levando em consideração que ela precisa estar 
em um perfeito bem-estar de maneira geral, com seu trabalho, sua família e consigo 
própria para realmente ter saúde”. 
Dessa forma, para que o homem possa alcançar esse estado de saúde em 
perfeito bem estar geral, é de extrema necessidade o desenvolvimento de diversas 
outras atividades que interagem no dia a dia dos seres humanos, tais como: 
desenvolvimento urbano apropriado contemplando transporte, educação, sistema de 
saúde adequado, condições de trabalho com iluminação e ventilação adequadas, 
 
5 Extraído do link: www.eosconsultores.com.br 
 
15 
prevenção para mitigar a fadiga, ruídos e alimentação saudável, caso contrário 
acarretará em problemas de saúde o que poderá levar até à morte. Em 1992 o Brasil 
assumiu compromisso perante a Agenda 21 em combater as desigualdades sociais, 
melhoria em sistemas de transporte e saúde, ciência e tecnologia, uso do solo, uso 
dos recursos hídricos entre outros, ficando bem evidenciado a questão do 
Saneamento Ambiental, haja vista, o grande crescimento desordenado das cidades 
sem nenhum planejamento eficaz, gerando doenças nas pessoas por falta de 
saneamento. Considerando essa carência, a Saúde Pública surgiu também como 
ciência, com a atribuição de solucionar problemas de morbidade e mortalidade, pois 
segundo Philippi Jr em 1988, “a Saúde Pública é a arte de promover, proteger e 
recuperar a saúde, através de medidas de alcance coletivo e de motivação da 
população. Cumpre principalmente as funções de educar e prevenir, tendo como 
colaboradores a medicina preventiva e social e o saneamento do meio”. 
Falando então sobre a relação entre o saneamento e a saúde pública, podemos 
analisar alguns dados do Brasil através de IRAS (Informações Relacionadas à 
Assistência à Saúde) e notamos que o nosso país teve e tem ainda apesar de uma 
significativa evolução positiva, um estado grave de saúde. A taxa de mortalidade 
infantil em 2002 era de 32,4 em cada 1.000 nascidos, muito maior do que em outros 
países latinos; 15% das mortes de crianças com menos de um ano de idade foram 
por diarreia; No Brasil já foram registrados 10 milhões de casos de esquistossomose; 
Nos últimos 10 anos registramos 170 mil casos de cólera; A OMS – Organização 
Mundial da Saúde recomenda o mínimo de US$ 500,00 por habitante para 
investimento na saúde, enquanto que no Brasil é da ordem de US$ 60,00; No início 
do plano real no Brasil há pouco mais de 20 anos atrás, o que não mudou muito nos 
dias atuais, constatou-se pelo senso daquela época que 20% mais ricos detinham 32 
vezes mais renda que os 20% mais pobres, comprometendo o acesso dos menos 
favorecidos aos serviços de saúde e de saneamento. Houve uma tentativa há 14 anos 
atrás para se reduzir a miséria e a pobreza, mas apesar dos esforços assistencialistas 
não terem sidos sistematizados de forma autossustentáveis retrocedemos de forma 
significativa comprometendo o nosso IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O 
Brasil possui um IDH de 0,699 e atualmente ocupa o 73° lugar no ranking mundial. O 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela Organização das 
Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma determinada 
população. 
 
16 
Os dados acima demonstram como a situação estava extremamente crítica dos 
serviços de saneamento no Brasil, o que evidenciava a gravidade de determinadas 
doenças logicamente tendo o seu controle administrado, a reincidência de doenças 
que já haviam sido erradicadas, enfim, o desencontro entre o desenvolvimento 
econômico e o da saúde pública e os problemasde governanças corporativas da sua 
falta ou de sua gestão não apropriada, isto é, não há integração entre os planos e 
programas de saúde com os de saneamento. As ações no campo da saúde pública 
se caracterizam mais pelo apagar fogo, ou melhor, sempre se estabelecem 
disposições corretivas e nunca ações definitivas e de caráter preventivo. Exemplos 
atualmente não faltam quando se observa os problemas de malária e febre amarela 
em regiões do Brasil que já haviam sido erradicadas há algumas décadas atrás. 
Com base nos últimos números pesquisados cerca de 35 milhões de crianças 
menores de 5 anos estão sob risco se a meta de mortalidade na infância não for 
atingida. Relatório divulgado em 2013 pelo UNICEF apontava que a taxa de 
mortalidade de crianças menores de 5 anos no Brasil caiu 77% entre 1990 e 2012, 
uma das quedas mais significativas no mundo nesse período. Reduzir essa taxa nas 
populações mais vulneráveis é um dos desafios de países como Brasil. Nesse mesmo 
relatório de 2013 divulgado pelo UNICEF indica que, se permanecesse as atuais 
tendências de 4 anos atrás, o mundo não atingiria o Objetivo de Desenvolvimento do 
Milênio 4 que era (diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores 
de 5 anos até há dois anos atrás, isto é, em 2015). Pior ainda: se continuarem as 
atuais tendências, o objetivo não será alcançado até 2028. Essa é a má notícia. Mas 
o relatório também oferece algumas boas notícias. Mostra que é possível fazer 
importantes avanços na área da sobrevivência infantil. Em termos globais, o número 
anual de mortes de menores de 5 anos caiu de estimados 12,6 milhões em 1990 para 
aproximadamente 6,6 milhões em 2012. Ao longo dos últimos 22 anos, o mundo 
salvou cerca de 90 milhões de vidas que, de outra forma, teriam sido perdidas. 
Em 2016 o Correio Brasiliense publicou matéria de um estudo realizado pela 
Universidade de Washington onde demonstrava que das 188 nações investigadas, 50 
concentram mais de 70% da população de até 19 anos; por isso, o relatório foi feito 
apenas com os dados desses países. Os números refletem a desigualdade entre o 
mundo desenvolvido e em desenvolvimento, com diferenças ainda mais acentuadas 
em relação à África e à Ásia. Enquanto no Japão, onde há a menor incidência de 
óbitos infanto-juvenis, houve 25,9 mortes em cada 100 mil crianças e adolescentes 
 
17 
em 2013, na Nigéria, nação com o pior cenário, foram 856,7 ocorrências. O país 
africano, aliás, também é recordista nos óbitos por doenças infecciosas do trato 
respiratório (concentra 12% do total mundial) e malária (38%). Com Índia, República 
Democrática do Congo, Paquistão e Etiópia, a Nigéria registrou metade de todas as 
mortes por enfermidades associadas à diarreia. 
A seguir pouco mais de dez anos depois dos dados citados na introdução, isto 
é, a partir de 2015, já é possível evidenciarmos uma significativa melhoria desses 
resultados, mas não significa que é o que queremos, ainda estamos longe das metas 
que ora buscamos. Não podemos deixar de lembrar que uma das variáveis que 
influenciam de forma negativa nessa evolução é o crescimento desordenado 
decorrente da pressão urbana das populações e cidades que iniciam com a total falta, 
escassez ou não adequados sistemas de saneamento. Nos países desenvolvidos, 
anomalias congênitas — alterações ocorridas durante o desenvolvimento fetal, quase 
sempre por questões genéticas — lideram as causas de mortalidade, seguidas por 
complicações decorrentes de parto prematuro; acidentes de trânsito; distúrbios 
neonatais, como as doenças metabólicas; encefalopatia neonatal (síndrome 
caracterizada por alterações no desenvolvimento neurológico); infecções 
respiratórias; sepse (infecção geral) neonatal; diarreia e desnutrição. Já nas nações 
em desenvolvimento, incluindo o Brasil, doenças no trato respiratório estão no topo 
das causas, e os acidentes de trânsito na base. Enquanto os países ricos não tiveram 
registro estatístico de morte por malária, no restante do mundo, a enfermidade 
infecciosa matou 652.820 crianças e adolescentes, com taxa de mortalidade de 29,3 
em cada 100 mil. 
“Em alguns sentidos, países desenvolvidos e em desenvolvimento têm 
semelhanças nas principais causas de morte. Em ambos, complicações de partos 
prematuros e anomalias congênitas são causas comuns de óbito entre crianças com 
menos de 5 anos, enquanto que, entre adolescentes, as lesões lideram”, observa o 
epidemiologista Vos, Theo - 2016, professor de saúde pública da Universidade de 
Washington e autor correspondente do levantamento. “Quanto às principais 
diferenças, doenças infecciosas, sepse, malária, diarreia, HIV/Aids, meningite e 
tuberculose continuam sendo os grandes desafios para nações em desenvolvimento”, 
diz. No ranking das 25 causas de óbito, meningite ocupa a 13ª posição; HIV/Aids, a 
14ª; e tuberculose aparece na 21ª. As demais citadas por Vos, Theo - 2016 fazem 
parte da lista das 10 principais causas. 
 
18 
Para falarmos de como a ausência de saneamento afeta a saúde, em primeiro 
lugar vamos citar a definição de saneamento conforme a OMS – Organização Mundial 
da Saúde como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem 
ou podem exercer efeito deletério sobre seu bem-estar físico, mental e social”. Com 
essa definição o saneamento nunca deve se dissociar do conceito de saúde. Várias 
doenças infecciosas e parasitárias são transmitidas através do meio ambiente, sendo 
uma dessas formas de veículo a água. 
Para evitar a transmissão das doenças, não basta desenvolver atividades em 
saneamento e nem tão somente os cuidados médicos, devemos também investir na 
sensibilização e conscientização sanitária, e para promover essa educação é 
necessário estabelecermos condições que permitam condições de praticarmos 
hábitos de higiene, e dentre esses hábitos, incluem-se: o uso e manutenção 
apropriada de instalações sanitárias, bem como a melhoria da higiene pessoal, 
doméstica e dos alimentos, o que não é possível alcançar se não vier acompanhada 
de recursos que permitam o investimento nas áreas de educação, saúde, o que 
somente é possível quando se atinge um nível de desenvolvimento em que as 
pessoas são incluídas dentro da população economicamente ativa do país. 
Então, como as doenças são transmitidas quando os serviços de saneamento 
não existem ou são inadequados? Uma grande parte de doenças que podem ser 
transmitidas para o ser humano é causada por microrganismos através da água, das 
fezes, do lixo e das condições de habitação. Aos técnicos de Saneamento é 
importante saber e identificar os meios de transmissões e as ações de prevenções, 
conforme resumo a seguir: 
 
 
19 
 
 
Também pela água pode ser transmitida uma diversidade de substâncias 
químicas nocivas ao ser humano, às quais podem gerar gravíssimos problemas de 
saúde, se consumido por prolongado período em quantidades elevadas, conforme 
demonstramos no quadro a seguir: 
 
20 
 
 
Com a Figura a seguir, foi possível evidenciar uma situação do dia a dia, onde 
crianças que habitam as palafitas nas margens do Igarapé do 40 em Manaus-AM 
convivem em contato com águas contaminadas tanto com vetores, agentes 
infecciosos além de componentes orgânicos, inorgânicos fezes e lixos diversos. 
Esta cena foi retratada às 07:30 h do dia 05/06/2004, Dia Internacional do Meio 
Ambiente, quando nos deslocamos para participar de evento alusivo a esse dia, no 
entorno do Polo Industrial (Região do Igarapé do 40 entre as Avenidas General 
Rodrigo Otávio e Silves, bairro do Crespo em Manaus-AM, evento esse que se 
denominava Projeto de Sensibilização Social para a Educação Ambiental, 
 
21 
denominado “Consciência Limpa”, onde várias empresas do Polo industrial 
participaram sob a Coordenação da Fundação Rede Amazônica, junto à comunidade 
de moradores dessa região. Nesse dia também ocorreram oficinaspara sensibilizar e 
educar a comunidade sobre os riscos evidenciados. 
 
 
Fonte:pt.linkedin.com 
 
 
Também pelos excrementos são transmitidas doenças. 
DOENÇAS RELACIONADAS AS FEZES 
 
22 
 
 
Falando agora das doenças relacionadas com o lixo. Quando não existe um 
sistema de coleta e disposição apropriada do lixo, uma grande diversidade de doenças 
pode ser transmitida aos seres vivos, principalmente aos seres humanos. Ainda nos 
dias atuais não se tem domínio pleno de como ocorrem alguns mecanismos de 
transmissão, logo, de forma indireta, o lixo impacta de forma significativa nas 
transmissões de doenças, pois é no lixo que os vetores se hospedam, se alimentam 
e se proliferam. 
No quadro seguinte demonstra-se os vetores, as vias de transmissões e as 
principais doenças relacionadas com o lixo. 
 
23 
 
 
A falta do uso de equipamentos de proteção individual por trabalhadores 
também acarreta em acidentes de trabalho devido a doenças em consequência de 
manuseio e contato direto com o lixo. A disposição inadequada do lixo no solo como 
a sua queima, impacta na poluição do ar, do solo e das águas superficiais e 
subterrâneas. 
 
24 
Sobre as doenças relacionadas à habitação, a malária é uma doença 
transmitida com maior intensidade em residências construídas em locais onde as 
concentrações dos vetores é significativa. Dessa forma, o local onde devemos 
construir nossas moradias deve ser previamente avaliado para o bem da saúde das 
pessoas. Uma vez definida a área adequada para construir moradias, devemos 
considerar que seja dada condição para se efetuar a higiene doméstica, como forma 
preventiva para evitar doenças feco-orais e das doenças procedentes do uso da água. 
Ao projetarmos residências devemos levar em consideração as condições de 
espaço, temperatura e umidade do ar, prevenindo o não favorecimento da 
transmissão de patogênicos pelo ar, transmitindo doenças como: catapora, caxumba, 
meningite, difteria e doenças respiratórias. Uma vez que as pessoas estejam morando 
em suas casas, os materiais, móveis e utensílios em condições impróprias para o uso, 
colabora com a proliferação de vetores transmissores de doenças como ratos, 
mosquitos, carrapatos, piolhos, pulgas, ácaros. Podemos citar como exemplo o 
surgimento dos barbeiros que são os vetores da doença de Chagas. 
O que então devemos entender por controle de vetores? Os vetores portadores 
de doenças que geram riscos à saúde pública, e essas transmissões podem ocorrer 
de forma direta ou por meio de vetores, que são seres vivos com capacidade para 
infectar diversos hospedeiros. A importância do controle desses vetores é prover 
ações que acarretam em: Mitigação da mortalidade infantil; redução da mortalidade e 
aumento da vida média do ser humano; prevenir doenças relacionadas aos vetores; e 
preservar as condições de conforto à vida humana. 
O controle químico é realizado periodicamente por meio de substâncias 
químicas com a finalidade de destruir os vetores, porém devemos ter muito cuidado, 
haja vista que eles são nocivos ao ser humano ao mesmo tempo em que os vetores 
podem desenvolver resistência à sua aplicação. São os que são aplicados pelas 
empresas dedetizadoras e desratizadoras e demais finalidades de combate e controle 
de pragas e vetores nos hospitais, clínicas, restaurantes, residências e outros. 
O controle ambiental caracteriza-se pelo saneamento do meio a longo prazo, 
com o objetivo de estabelecer condições que impeçam o desenvolvimento dos 
vetores. Na figura acima, todos os lixos destinados a aterro devem ser enterrados e 
compactados pelo solo, evitando assim que o lixo fique exposto a céu aberto. O 
controle ambiental por meio de aterro sanitário quando executado apropriadamente 
dentro das técnicas requeridas, ele traz excelentes benefícios à saúde pública, ao 
 
25 
conforto da população e à atividade econômica, permitindo o aproveitamento de gases 
pelo processo de biodigestor e da cogeração, além de não gerar impacto ambiental 
através de produtos químicos. 
O controle biológico pode ser efetuado por meio de lançamento de outros 
organismos predadores naturais dos vetores, ou que realize competição entre eles. 
Essa técnica ainda possui limitações quanto a sua praticidade, pois depende muito 
ainda de pesquisas a serem desenvolvidas. É possível que seja necessário a 
aplicação das três modalidades de controle, o que denominamos de controle integrado 
de vetores, que na realidade é a mais eficaz. 
 
 
Como formas básicas preventivas de saneamento para a saúde pública, vamos 
pesquisar e estudar um pouco sobre as necessidades da água, dos esgotos sanitários 
e outras maneiras de mitigar os problemas de saneamento para a população como 
também a drenagem pluvial e a limpeza pública. 
5 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
Podemos considerar os seguintes aspectos quanto à importância de um 
sistema de abastecimento de água. 
 
26 
 
Fonte: pt.linkedin.com 
No esquema anterior da Figura 13 é possível evidenciarmos que os aspectos 
sanitários e sociais superam em dobro os aspectos econômicos. E para que o 
abastecimento de água para a população seja eficaz e eficiente, além de se prover 
volume que atenda às necessidades dos consumidores, é necessário também o que 
consideramos de maior importância, um tratamento da água, cujo objetivo é manter 
as características da água como ela é encontrada na natureza. No esquema seguinte 
mostra-se de forma simples a sequência de um tratamento clássico convencional de 
maneira a atender aos padrões de qualidade exigidos pela Resolução CONAMA 
357/05, Alterada pela Resolução 410/2009 – Prorrogou prazos dos padrões de 
lançamento de efluentes e pela 430/2011 – Lançamento de Efluentes (Dispõe sobre 
a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, 
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes), além de 
prevenir o surgimento de doenças de veiculação hídrica, tornando a água apropriada 
ao uso doméstico. 
Observando na sequência anterior, quando temos todas as quatro operações 
como, coagulação, floculação hidráulica, sedimentação, filtração, além da desinfecção 
e correção do pH, dizemos que temos o denominado tratamento clássico ou 
convencional. Daí em diante segue para o Sistema de Distribuição composto de 
unidades de reservatórios e redes de distribuição chegando assim a água em 
quantidade e qualidade adequada aos usuários consumidores. Outra fase importante 
 
27 
do saneamento para a saúde pública é o tratamento dos esgotos, à qual vamos 
demonstrar a seguir. Obviamente que para ocorrer a floculação pode ser necessário 
uma determinada reação química. Além disso, como é o caso da cidade de Manaus 
cuja captação de água vem do Rio Negro e que sua cor é escura por isso seu nome, 
que é resultado dos ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição do húmus 
no solo que são lentamente transportados para o rio. O húmus que dá a cor preta é 
carregado para dentro do rio com as inundações, e o grau de acidez elevado é 
explicado exatamente por essa grande quantidade de ácidos em seu interior 
provenientes da decomposição dos vegetais. E nas Estações de Tratamento de Água, 
para reduzir essa cor que não é um problema, e sim apenas um problema de estética 
que impressiona quem vai consumir, é o que custa mais caro. Enfim, reduzir a cor da 
água captada do Rio Negro sai mais caro que propriamente realizar o tratamento 
necessário para se enquadrar nos parâmetros de potabilidade. 
Quanto à importância dos esgotos para a saúde pública verifica-se que, após 
as águas serem utilizadas pela população, ocorre a geração das águas servidas, isto 
é, a geração de esgotos, que se não forem tratados e destinados deforma 
ambientalmente adequado, eles impactam na poluição do solo, das águas, 
acarretando em alto risco de focose transmissão de doenças. Os serviços de esgotos 
constituem-se de coleta individual ou coletiva, separação rápida e segura dos esgotos 
por meio de fossas ou redes e no tratamento e disposição sanitária adequada. Os 
benefícios de um sistema de esgotos, obviamente que também possui seus aspectos 
sanitários bem mais expressivos que os sociais e econômicos. 
 
 
Fonte: pt.linkedin.com 
 
28 
Antes de qualquer ação de implementar tratamento de esgotos, devemos 
considerar também os aspectos com relação aos objetivos do tratamento, nível do 
tratamento e os estudos de impacto ambiental nos corpos receptores, de maneira a 
alcançarmos o principal objetivo do tratamento que é a remoção dos poluentes 
existentes nas águas servidas que tanto podem ser oriundas de esgotos domésticos 
como de esgotos industriais. Nos domésticos, objetivamos a remover a matéria 
orgânica, sólidos em suspensão e organismos patogênicos, já nos industriais buscase 
a remoção além dos citados nos sanitários, também a remoção de nitrogênio, fósforo, 
compostos tóxicos e compostos não biodegradáveis, tudo em conformidade legal com 
os parâmetros da Resolução CONAMA 357/05, que dispõe sobre classificação das 
águas, padrões de qualidade dos corpos receptores e padrões de lançamento de 
efluentes nos corpos d’água. No esquema da Figura a seguir um fluxo resumido de 
tratamento em ETE – Estação de Tratamento de Efluentes e a destinação 
ambientalmente adequada do lodo gerado. 
Sequência de tratamento de efluentes tanto de procedência industrial e 
biológico simultâneo, porém depois que trata o industrial em seguida o biológico é 
tratado. 
 
Fonte:pt.linkedin.com 
Com base em pesquisa de casos reais e de sucesso, é possível para um 
município de 20 mil habitantes, contemplando tanto geração de esgotos industriais e 
biológicos, com um investimento de R$ 5,4 milhões e gastos gerais mensais 
 
29 
(despesas com mão-de-obra, despesas operacionais, manutenção do imobilizado e 
depreciações) da ordem de R$ 540 mil reais, implementar uma Estação de 
Tratamento de Efluentes para tratar esgotos com capacidade para 2 mil metros 
cúbicos por dia, com resultados do monitoramento dos parâmetros de qualidade da 
água para lançamento em corpos receptores e reuso não potável de acordo com a 
Resolução CONAMA 357/05. Para um município de 2 milhões de habitantes sem 
considerar os investimentos e despesas com drenagens e, somente considerando o 
investimento com ETEs e as despesas para mantê-las funcionando dentro das 
conformidades legais, esse investimento se estenderia para um mínimo de R$549 
milhões e despesas para R$2,7 milhões mensais. Já deu para perceber porque vem 
se postergando até aos dias atuais tais necessidades para uma sadia qualidade 
devida de um município, os investimentos são altíssimos, as despesas mensais idem, 
além de não ser fisicamente tão visível o que não desperta a atenção de eleitores que 
não tem oportunidades de obterem tais conhecimentos, haja vista, a carência de 
investimentos em educação, além da saúde e segurança. Mas não se trata de ações 
não factíveis e não exequíveis, se fizemos uma ponte para atravessar um grande rio 
como é o caso da Ponte Phelipe Daou que atravessa o Rio Negro entre os municípios 
de Manaus e Iranduba no Amazonas, então é possível realizar o saneamento no que 
diz respeito ao tratamento de esgoto de Manaus e trazer a vida de volta paras os 
grandes igarapés que cortam Manaus e transformá-los em sistema viário fluvial de 
transporte por navegação, além do aspecto turístico. Pois não podemos deixar de 
considerar que Manaus é uma cidade sobre águas e que seu subterrâneo é cortado 
por inúmeros canais de águas além de seu imenso aquífero, que funcionam com o 
mesmo princípio dos vasos comunicantes, quer dizer, se um se torna poluído, então 
todos também se tornarão. 
Tudo isso é possível, basta lembrarmos que em séculos passados, o Rio Sena 
que corta a cidade de Paris, capital de França, também já foi esgoto a céu aberto, e 
hoje podemos navegar por ele, o que também é uma atração e atividade de turismo, 
além de que existem pessoas que possuem muitos recursos e que residem em barcos 
ancorados nas margens desse rio, e que pagam caríssimas taxas para isso, e que 
não despejam nenhum esgoto ou lixo no referido rio. 
Falemos então também da importância da drenagem pluvial para a saúde 
pública. O crescimento urbano impermeabiliza o solo não permitindo a infiltração das 
águas de chuvas o que aumenta o escoamento superficial com grandes volumes de 
 
30 
águas. Dessa forma, é imprescindível que haja controle desse escoamento com a 
finalidade de evitar diversos efeitos de degradação, e de riscos para a saúde pública, 
além da segurança e do bem-estar da sociedade, mitigando ao máximo possível 
acúmulo de poças, as inundações, as erosões e os assoreamentos. 
Os objetivos de um sistema de drenagem pluvial é conforme diagrama da 
Figura a seguir: 
A infraestrutura de drenagem pluvial é um item de suma importância no 
planejamento e saneamento urbano e que se divide em dois tipos, que são: 
Micro drenagem, que se refere às estruturas locais coletoras de águas da 
chuva. Na figura a seguir podemos observar os elementos que compõe um sistema 
de micro drenagem urbana. 
 
Elementos Constitutivos de Sistema de Micro Drenagem Urbana. 
Os constituintes da macrodrenagem têm como função o escoamento final das 
águas pluviais oriundas do sistema de micro drenagem urbana. A seguir vamos ilustrar 
um exemplo de concepção de canal fechado e também o de concepção de canal 
aberto. 
 
 
Fonte:pt.linkedin.com 
Macrodrenagem se refere aos canais e galerias localizados nos fundos de vale, 
que representa os grandes troncos coletores. 
 
31 
Agora vem a última e vital parte para fechar o ciclo do saneamento que é a 
importância da limpeza pública para a saúde pública. O lixo ainda é uma grande 
preocupação ambiental para a sociedade, e essa mesma sociedade continua a 
exercer pressão sobre os recursos naturais, pois tudo que é matéria tem seu tempo 
de vida limitado e um dia se torna resíduo, e em diversos casos ainda não se tem uma 
solução para a sua destinação ambientalmente adequada. Estamos cientes que isso 
tudo é inevitável perante o desenvolvimento e crescimento socioeconômico 
necessário as nossas vidas, isto é, estamos falando do metabolismo industrial e 
social. Considerando que em todas as atividades dos seres vivos, humanos ou não, 
ocorre a geração de resíduos, e se não houver um sistema de coleta, tratamento, 
reciclagem, reuso e destinação ambientalmente e sanitariamente adequada, 
corremos sérios riscos de contaminação do solo, do ar, da água e com a proliferação 
de vetores e doenças, que é uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente. 
Do ponto de vista econômico, a geração desordenada e descontrolada em excesso 
de resíduos sem que haja uma destinação apropriada para reciclagem transformando 
em outras matérias-primas, nos leva a um grande desperdício de novos materiais, de 
energéticos e aumento dos impactos sobre os recursos da natureza, como mostra a 
figura seguinte. 
Para evitar os problemas visualizados na figura anterior, a sociedade por meio 
de seus governantes deve decidir sobre as definições do que deve ser feito com a 
destinação final dos resíduos urbanos e industriais de uma forma controlada e em 
conformidade legal, para que seja prevenido a não poluir o solo, a água e o ar, não 
atrair vetores, eliminar riscos de incêndios e explosões e outros. Dentre as alternativas 
para tratamento e disposição final do lixo, a mais adequada é o aterro sanitário, apesar 
também de ser possível decidir para determinados segmentos, a incineração e a 
compostagem. Há formas mais modernas de tratar e tornar inerte os resíduos 
transformando em novas matérias-primas, porém em função do volume e da 
viabilidade técnica-econômica ainda nãoé possível praticá-la. Entretanto ainda penso 
que a mais adequada é a implantação de usinas com uso de biodigestores para 
transformação do lixo em energia elétrica e também em gás, contudo, somente 
daqueles resíduos que não for mais possível aplicar a “Análise do Ciclo de Vida”, isto 
é, “do berço ao túmulo”. Mas isso é um outro assunto a tratarmos em um artigo 
específico. 
 
32 
A NBR 8419 dispõe sobre as regras e técnicas para a implementação de um 
aterro sanitário, visando dispor os resíduos no solo sem impactar na saúde pública e 
na segurança, pois esse tipo de aterro deve contemplar instalações de apoio, sistema 
de drenagem de águas pluviais, sistemas de coleta e tratamento de líquidos 
percolados e de drenagem de gases, que são formados devido à decomposição da 
matéria orgânica, bem como a impermeabilização lateral e inferior, de maneira a 
eliminar a contaminação do solo e do lençol freático, conforme figura seguinte: 
Entretanto, devemos evitar aterrar resíduo, é aconselhável que precisamos 
buscar todas as formas de reciclar o máximo possível, pois nos dias atuais, não se 
admite mais desperdiçar e acumular poluentes, podendo os resíduos se tornar 
matérias-primas recuperáveis, a prática da reciclagem vem ao encontro de um 
mecanismo de desenvolvimento limpo, isto é, da prática da Análise do Ciclo de Vida 
dos produtos, que denominamos como “do berço ao túmulo”, retornando ao ciclo de 
produção, o que nos traz grandes vantagens, como, a redução dos custos da coleta, 
o aumento da vida útil dos aterros, o reuso de bens que antes eram descartados, a 
redução dos energéticos (energia elétrica, querosene, GLP, diesel e gasolina), 
redução dos custos de produção, a criação de novos empregos, a redução da 
exploração de recursos naturais, e principalmente a melhoria do nível de qualidade da 
saúde pública e dos seres humanos que nela estão inseridos. Quero aqui fazer um 
lembrete que passa despercebido para muitos profissionais. O nosso aterro da cidade 
de Manaus não é sanitário, na realidade ele se denomina de Aterro Controlado. 
Quando ele iniciou ele queimou muito metano para a atmosfera, gás esse que não foi 
aproveitado, e a meta era que quando de cima desse aterro fosse possível visualizar 
o Rio Negro, esse seria o limite de uso desse aterro. Mas isso já extrapolou e na 
realidade o nosso aterro nos dias atuais não tem mais capacidade de receber 
resíduos, estamos no limite do limite de segurança. Mas sabemos que estudos e 
planos já estão sendo concluídos para a construção de um novo aterro pelo que 
torcemos que seja realmente um aterro sanitário e que fizesse uso do gás que irá 
gerar e que fosse feito um complexo onde haveria também usinas para processar os 
biodigestores e a geração de energia elétrica de maneira que a nossa cidade possa 
atuar como realmente uma representante ecológica e sustentável da grande fábrica 
de chuvas de nosso planeta que é a nossa “Rain Forest”. 
Vale aqui ressaltar que o novo aterro sanitário que está sendo feito no 
quilômetro 13 da BR-174 desde 2010, local com vários balneários nas redondezas 
 
33 
teve sua obra paralisada por recomendação do Ministério Público Federal no 
Amazonas (MPF/AM), a Construtora Marquise S/A se comprometeu a paralisar as 
obras de construção do novo aterro sanitário de Manaus até a conclusão e aprovação 
de laudo hidro geológico sobre o local destinado ao empreendimento. No mesmo 
documento, o MPF recomendou ainda ao Instituto de Proteção Ambiental do 
Amazonas (Ipaam) que apresente um termo de referência para a elaboração do 
estudo. O procurador da República Rafael da Silva Rocha, autor do documento, 
ressaltou que a construção de aterro sanitário, sem a realização de todos os estudos 
ambientais necessários, representa uma grave ameaça ao meio ambiente, 
especialmente por conta do risco de contaminação dos rios e lençóis freáticos, 
favorecendo, também, o surgimento de vetores transmissores de doenças 
infectocontagiosas. “O risco que recai sobre os recursos hídricos não pode ser 
assumido por uma decisão governamental, ao contrário, aciona a necessidade de 
diálogo e participação, de modo que toda a sociedade, consciente de sua existência, 
seja chamada a decidir, com conhecimento e informação”, defende o procurador em 
trecho da recomendação. A partir de apuração que acompanha a execução da obra 
do novo aterro sanitário de Manaus desde 2010, por meio de inquérito civil público, o 
MPF constatou ainda que o licenciamento do novo aterro sanitário de Manaus estava 
em desacordo com a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) 
nº 237/97, já que a licença prévia (LMC nº 113/12) foi emitida por um órgão municipal 
e a licença de instalação (LI nº 203/11) por um órgão estadual, o que fere o artigo 7º 
da resolução. A investigação demonstrou ainda que a licença prévia, com atestado de 
viabilidade do aterro, foi emitida quase um ano após a licença de instalação que, por 
sua vez, autorizou a implantação do aterro. Empreendimento só deve ser retomado 
após conclusão e aprovação de laudo hidro geológico sobre a área de construção. 
Com essa pesquisa e estudo quero concluir que, o saneamento visa proteger 
a saúde dos seres humanos através de uma infraestrutura voltada à defesa da Saúde 
Pública. Para finalizar a pesquisa, muito mais detalhes poderíamos estar citando 
nesse trabalho, pois o tema é muito abrangente, mas considerando as limitações da 
publicação como artigo, foi necessário sintetizar o máximo possível, o que foi preciso 
empreender esforços para não se perder no conteúdo e penso que em alguns pontos 
me vi no risco de isso ocorrer, pois esse é um dos assuntos que mais gosto de estudar, 
concentrando assim nos pontos importantes relacionados ao tema da pesquisa que 
foi a importância do saneamento para a saúde pública. Mas não podemos deixar aqui 
 
34 
de mencionar que para implementar serviços de saneamento, é necessário seguirmos 
certas regras como: Devemos partir da coleta de informações gerais, no que diz 
respeito aos sistemas estudados nesta pesquisa, sendo eles, o abastecimento de 
água, o esgotamento sanitário, a drenagem pluvial, a limpeza pública, a situação 
epidemiológica, as práticas de controle de vetores e a situação ambiental. Com isso, 
nos tornamos capazes para estabelecer um diagnóstico, para aí então elaborarmos, 
aprovarmos e licenciarmos um projeto, somente após isso é que partimos para as 
obras, e o mais importante e, após o início das operações darmos continuidade na 
manutenção. Quero aqui externar meus agradecimentos ao Mestre Prof. Msc. 
Edmilson Francisco Urtiga que me orientou com diversos pontos importantes e 
significativos, agregando valor nos meus conhecimentos durante a minha pesquisa 
para minha especialização no assunto.6 
 
 
Fonte:pt.linkedin.com 
O setor de saneamento básico no Brasil, entre as ações de infraestrutura 
urbana, sempre foi relegado a segundo plano, ficando à deriva por mais de vinte anos. 
Sem endereço, sem regras e sem investimentos, ganhou um novo alento, em 
2003,com a criação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério 
das Cidades, quando foram integradas e racionalizadas as ações de saneamento 
básico, com a criação de novos programas e implantados novos critérios para acesso 
aos recursos, por meio de seleção pública de projetos e a retomada dos investimentos 
 
6 Extraído do link: pt.linkedin.com 
 
35 
no setor, que estavam paralisados há praticamente uma década, a chamada década 
perdida (1990), além da formulação do projeto de lei visando dotar o País de uma 
política para o setor. 
Após um longo processo de discussão com todas as entidades do setor e da 
sociedade civil organizada interessada no tema, o projeto foi aprovado no segundo 
semestre de 2006, por unanimidade, nas duas casas do Congresso Nacional. Com 
isso, a Lei 11.445/2007,que instituiu as diretrizes nacionais e a política federal do 
saneamento básico, foi sancionada no dia 05 de janeiro de 2007. 
Não poderia deixar de registrar duas felizes coincidências: na primeira, a data 
da sanção coincidiu com o meu último dia como Secretário Nacional de Saneamento 
Ambiental – sentimento de dever cumprido - e na segunda, a nova lei foi sancionada 
exatamente 12 anos após o veto integral, em 05.01.1995, do PLC 199, também 
aprovado por unanimidade, que também instituía a Política Nacional de Saneamento 
Básico. Obviamente, caso o projeto de lei não tivesse sido vetado, o setor de 
saneamento poderia estar, no momento da sanção, com melhores indicadores de 
cobertura e ter avançado na universalização, bem como poderia estar aperfeiçoando 
a lei existente. Tivemos que recomeçar do zero. 
A instituição do marco regulatório e a implantação do PAC Saneamento, em 
janeiro de 2007, que disponibilizou nos últimos nove anos mais de 86 bilhões de 
recursos para investimentos no setor, trouxeram novo fôlego para o tão maltratado 
setor de saneamento básico no País. Após nove anos de implantação da política 
nacional de saneamento básico, de lá para cá o que mudou? Quais os avanços e os 
desafios que temos pela frente? 
Como Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das 
Cidades e coordenador de todo esse processo durante o primeiro mandato do 
Presidente Lula e como militante do saneamento há mais de quarenta anos, sinto-me 
na obrigação de fazer essa reflexão e uma modesta avaliação de como se encontra 
atualmente o setor e quais os desafios futuros. 
São inegáveis os avanços ocorridos nesse período. Saímos de uma situação 
de ausência de políticas, de planejamento, de regulação e de investimentos para uma 
situação completamente diferente. Foram estabelecidas regras que proporcionaram a 
previsibilidade e maior segurança jurídica ao setor, a possibilidade de novos arranjos 
institucionais na prestação dos serviços e instituídos os princípios da universalização 
e do controle social e das diretrizes para o planejamento, a regulação, a fiscalização 
 
36 
e a prestação dos serviços de saneamento básico. Além disso, merece destaque o 
lançamento do PAC Saneamento, a regulamentação da lei, por meio do Decreto 
7.217/2010, a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei 
12.305/2010 e a implantação do PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico, 
com a finalidade de estabelecer um planejamento de longo prazo para o setor, 
prevendo o volume total de recursos necessários à universalização, da ordem de R$ 
504 bilhões. 
Em função de todos esses fatos, o País está avançando na universalização, 
com o aumento da cobertura dos serviços de abastecimento de água, esgotamento 
sanitário e dos manejos das águas pluviais e de resíduos sólidos, resgatando a 
dignidade do cidadão e garantindo o acesso aos serviços e a melhoria na qualidade 
de vida de milhões de brasileiros. Apesar de todos esses avanços, ainda temos muito 
por fazer, entendendo que o processo de universalização não está sendo executado 
de acordo com as metas do PLANSAB, nem na velocidade desejada por todos 
aqueles que militam no setor. 
Como avançar mais rapidamente na ampliação dos serviços? O que fazer para 
garantir o acesso aos serviços de saneamento básico a quem ainda não dispõe 
desses serviços, a exemplo das populações de baixa renda, especialmente da 
periferia das grandes cidades, dos pequenos municípios mais pobres e da zona rural? 
Segundo balanço do Ministério das Cidades do PAC Saneamento, no mês de 
novembro/2015, no período de 2007 a 2015 foram selecionados R$ 86,1 bilhões, 
contratados R$ 81,5 bilhões e executados R$ 38,1 bilhões. Ou seja: os operadores 
públicos e privados só conseguiram executar 46,7 % de todo o valor contratado. O 
fato é que o setor deixou de utilizar cerca de R$ 48 bilhões disponíveis. Segundo o 
PLANSAB, a necessidade de recursos para universalizar no período de 2014-2018 é 
de R$ 88,4 bilhões. Supondo que sejam disponibilizados mais R$ 40 bilhões, como 
executar, até 2018, todo esse montante de recursos? 
Diante da escassez de recursos, por que o setor não consegue gastar com 
qualidade e celeridade os recursos disponibilizados? Segundo o Ministério das 
Cidades, as obras do PAC em geral, levam, em média, mais de cinco anos – alguns 
mais de oito anos - para serem concluídas após a contratação dos recursos. 
Responder a essa questão – que não é fácil – é um dos pontos chaves para 
identificarmos e equacionarmos os problemas para que o saneamento básico possa 
avançar na busca da universalização. 
 
37 
Portanto, é necessário uma especial atenção e reflexão de todos os atores 
envolvidos, desde o governo federal, que libera os recursos, passando pelos estados, 
municípios e prestadores, que executam as ações, pelas empresas de engenharia, 
que elaboram projetos e executam obras, pelos fabricantes de materiais e 
equipamentos, pelos órgãos reguladores, pelos órgãos de controle e, particularmente, 
pela sociedade organizada, que deveria acompanhar e fiscalizar o planejamento, a 
execução das obras e a qualidade dos serviços, visando criar as condições 
necessárias para a melhoria da eficiência na aplicação dos recursos, qualificando o 
gasto público e o avanço no desempenho da elaboração de projetos de qualidade e 
execução de obras sustentáveis. 
Uma das reclamações dos operadores do setor é a falta de critérios únicos e 
uniformes por parte do Governo Federal para o acesso aos recursos do OGU -cada 
órgão define a forma e critérios diferentes. Outra queixa é a demora na liberação dos 
recursos, daí a necessidade da simplificação dos processos para acesso aos recursos 
de financiamento com a eliminação da duplicidade na fase de análise das propostas. 
Com isso, os prazos de contratação, que hoje duram, em média, dois anos, poderiam 
ser reduzidos para pouco mais de um ano, sem nenhum comprometimento do 
processo. Além disso, a divulgação da disponibilidade dos recursos, pelos órgãos 
financiadores, no primeiro trimestre do ano, permitiria aos operadores antecipar o 
planejamento das ações e dos projetos, dando mais agilidade na implantação dos 
empreendimentos. 
Além da questão da morosidade na implantação das obras de ampliação dos 
sistemas, uma das questões mais importantes e um dos maiores desafios a ser 
enfrentado pelo setor é a eficiência operacional. Não será possível universalizar os 
serviços de saneamento básico sem enfrentar essa questão de forma contínua e 
planejada. Não podemos conviver, ainda hoje, com a média de perdas da ordem de 
40% de tudo que é produzido. É urgente combater esse elevado índice para nos 
aproximarmos dos indicadores dos países desenvolvidos do primeiro mundo. Para 
isso será necessário definir novas estratégias de combate às perdas, mobilizando 
menos recursos humanos e materiais para produzir e distribuir cada metro de água 
tratada ou para coletar e tratar cada metro cúbico de esgoto sanitário. 
Outra questão a ser equacionada é com relação à estrutura tarifária praticada 
pelo setor de saneamento no Brasil. As tarifas atuais não estimulam o acesso regular 
 
38 
e contínuo da população de baixa renda aos serviços de abastecimento de água e de 
esgotamento sanitário. 
 
 
Fonte:pt.linkedin.com 
A forma pela qual está organizada a remuneração pelos serviços de 
saneamento, baseada ainda nos critérios e metodologia do antigo PLANASA, não 
incorpora, em sua estrutura tarifária, mecanismos efetivos capazes de assegurar o 
acesso das famílias de mais baixa renda aos serviços de abastecimento de água e de 
esgotamento sanitário. Isto ocorre porque os subsídios se dão por mecanismos de 
progressividade tarifária, fundamentados na intensidade do consumo. O subsídio para 
extensão dos benefícios dos serviços de saneamento aos segmentos de mais baixa 
renda está concentrado nos demaisusuários dos serviços, sem a participação direta 
do Estado, muito embora a operação dos serviços seja quase que integralmente 
realizada por entes públicos. Além disso, é necessário observar a relação existente 
entre acesso aos serviços de saneamento básico e disponibilidade de renda. Os 
estratos sociais mais pobres não podem, por não terem condições de pagar as tarifas 
cobradas, ser excluídos do sistema público. Daí a necessidade da implantação de 
subsídio direto para propiciar o acesso aos serviços. 
Segundo o IBGE, considerando o Orçamento Familiar, o gasto do brasileiro 
com tarifas dos serviços de água e esgoto comparado com outros serviços é muito 
baixo (15%). Dispende-se muito mais recursos com os serviços de energia (38%) e 
telefonia fixa e celular (35%), que possuem infraestruturas bem menos complexas, do 
 
39 
que com serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. É importante 
observar que mesmo com o custo muito mais baixo do que os outros serviços, a 
população, que não a tem a cultura da importância do saneamento básico, tem uma 
sensação de que os serviços de água e esgoto são muito caros. 
 
 
Fonte: ciclovivo.com.br 
Por tudo isso, faz-se necessário promover um ajuste na estrutura tarifária, 
estabelecendo uma política que contemple a modicidade das tarifas, o subsídio à 
população de baixa renda e ao mesmo tempo o equilíbrio e a sustentabilidade do 
sistema. 
Apesar da lei 11.445/2007 ter previsto que os entes da federação poderão 
instituir fundos, essa questão não avançou. Por onde passo tenho sido um defensor 
da instituição de fundos de universalização, nos três níveis de governo, incluindo os 
fundos metropolitanos e, particularmente, o Fundo Nacional de Universalização do 
Saneamento Básico, nos moldes dos fundos dos setores de energia e telefonia, 
entendendo que em nenhum país do mundo conseguiu-se atingir a universalização 
sem o dispêndio de vultosos recursos do tesouro. 
Esses investimentos são necessários, principalmente por que no Brasil as 
doenças provocadas pela ingestão de água contaminada lideram as causas de 
mortalidade e respondem por dois terços das internações do SUS, incluindo adultos, 
e porque os serviços de saneamento básico são de primordial importância na 
 
40 
formação da infraestrutura de um país, permitindo o seu desenvolvimento e, 
principalmente, combatendo inúmeras doenças que afetam as populações que não 
possuem a cobertura dos serviços. 
Corroborando mais essa necessidade, na zona urbana a busca pela 
universalização implica na ampliação da cobertura, sobretudo na periferia das 
cidades, áreas com os maiores índices de inadimplência, ocupadas 
preponderantemente pela população de baixa renda. Acrescente-se que, devido ao 
desordenamento urbano, por vezes verificado na periferia, as obras são de difícil 
execução, exigindo ações integradas de saneamento básico. A instituição do Fundo 
Nacional, com a disponibilização de recursos de várias origens e particularmente do 
OGU, contribuirá, de forma decisiva, para garantir a universalização. 
Um dos avanços e dos pontos mais importantes da lei é a exigência do 
planejamento como instrumento fundamental para o desenvolvimento das ações de 
saneamento básico. Em função da exigência legal da apresentação dos planos 
municipais de saneamento básico para acessar aos recursos da União, muito embora 
o Governo Federal, por meio do Decreto 8.629, de 30.12.2015, tenha prorrogado esse 
prazo, passando de 31.12.2015 para 31.12.2017, a elaboração dos planos de 
saneamento continua sendo um dos maiores desafios e motivo de preocupação, pois 
as sucessivas prorrogações de prazos e o fato de que mais da metade dos municípios 
brasileiros ainda não dispõe desse instrumento, demonstram que essa ação, 
fundamental para o setor, vem enfrentando obstáculos consideráveis devido à falta de 
recursos humanos e financeiros e ao desconhecimento desta obrigação legal por 
parte dos titulares dos serviços. Não adianta prorrogar os prazos sem que sejam 
criadas as condições técnicas e financeiras para que os municípios elaborem os seus 
planos. 
O planejamento impacta decisivamente na contratação e execução dos 
investimentos, em função da necessidade de uma articulação das suas diretrizes e 
das metas de investimento e universalização com os recursos tarifários, que 
obrigatoriamente deverão ser tratados nas revisões tarifárias. 
O instrumento da regulação é um dos avanços mais expressivos na lei nacional 
de saneamento básico, podendo ser considerado um marco na moderna regulação 
brasileira, que rompe com um modelo esgotado que causava uma forte insegurança 
jurídica, permitindo vislumbrar um novo e promissor ciclo para o segmento. 
 
41 
A regulação do saneamento, por sua complexidade, ainda carece de 
aperfeiçoamento, tendo em vista que existem muitas rotinas e procedimentos ainda 
em fase de organização e discussão, com destaque para os mecanismos de 
regulação econômica e da qualidade da prestação de serviços. Entendendo que o 
instrumento da regulação é fundamental para a universalização dos serviços, tornase 
necessário avançar na implementação de uma regulação que coloque o usuário no 
centro da proteção estatal e que torne o saneamento básico menos suscetível às 
manipulações políticas e aos interesses conjunturais. Para isso, é urgente a 
estruturação dos órgãos reguladores de forma a garantir que haja independência 
decisória, autonomia administrativa, orçamentária, financeira, transparência, 
tecnicidade, celeridade e objetividade nas decisões. 
Como vemos, os desafios são imensos. Além dos citados acima, podemos 
identificar outros que, no nosso entendimento, devem ser considerados e superados 
para o avanço setor: 
i Definir um único órgão responsável pelas ações de saneamento básico 
no País, reorganizando institucionalmente o setor, racionalizando e 
integrando as ações de saneamento básico do Governo Federal, de 
modo a tornar factível a implementação da política nacional de 
saneamento, de forma a superar os desafios visando a universalização 
do acesso aos serviços; 
ii Acabar com os conflitos com relação à titularidade nas regiões 
metropolitanas. Para isso, o governo federal tem que atualizar a Lei 
11.445/2007, adaptando-a às recentes decisões do Supremo Tribunal 
Federal - STF e ao Estatuto das Metrópoles (Lei 13.089/2015); 
iii Avançar na implementação do PLANSAB, disponibilizando os recursos 
necessários à universalização, estabelecendo uma política perene de 
alocação de recursos; 
iv Criar as condições para a melhoria e a qualificação dos gastos públicos, 
de modo que os recursos disponibilizados possam ser efetivamente 
aplicados em empreendimentos sustentáveis, que tragam reais 
benefícios para a população; Disponibilizar recursos e estabelecer 
estratégias para que os municípios e estados possam elaborar os 
diversos planos previstos nas leis 11.445/2007 (Lei Nacional do 
Saneamento Básico), 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e 
 
42 
v 13.089/2015 (Estatuto das Metrópoles); 
vi Criar um Órgão Federal para supervisionar os órgãos reguladores, 
definindo a uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, 
inclusive de sua remuneração e compatibilidade de planejamento; vii) 
Definir, por lei, a imunidade tributária das empresas de saneamento 
básico, 
vii conforme ampla jurisprudência do STF; 
viii Desonerar as empresas de saneamento do PIS/COFINS, com a 
utilização desses recursos para investimentos e para o desenvolvimento 
institucional e de revitalização das empresas de saneamento básico, 
estabelecendo, para isso, regras claras definidas em um programa 
específico; 
ix Instituir a Política de Saneamento Rural, reforçando as iniciativas do 
PLANSAB que prevê, entre os seus programas, recursos para atender a 
zona rural, as comunidades indígenas, de remanescente de quilombos, 
de reservas extrativistas,

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