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1 SUMÁRIO 1 SANEAMENTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ....................... 2 1.1 Saneamento Básico e Saúde ............................................................ 2 1.2 Saneamento básico .......................................................................... 5 2 GESTÃO AMBIENTAL ......................................................................... 6 3 QUAL A SITUAÇÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL? . 8 3.1 Saúde .............................................................................................. 10 3.2 Educação ........................................................................................ 12 3.3 Cidadania ........................................................................................ 12 3.4 Turismo ........................................................................................... 12 4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ........................................................... 13 5 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA . 25 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 43 2 1 SANEAMENTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE O saneamento básico é um conceito que está relacionado com o controle e distribuição dos recursos básicos (abastecimento, tratamento e distribuição de água, esgoto sanitário, coleta e destino adequado do lixo, limpeza pública) tendo em conta o bem-estar físico, mental ou social da população. No Brasil, o saneamento básico é definido pela Lei nº. 11.445/2007, sendo um direito assegurado pela Constituição a partir de investimentos públicos na área. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): "Saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos". 1.1 Saneamento Básico e Saúde A falta de saneamento básico pode gerar inúmeros problemas de saúde. Portanto, o conjunto de fatores que reúnem o saneamento levam a uma melhoria de vida na população na medida que controla e previne doenças, combatendo muitos vetores. Nesse caso, podemos pensar num dos maiores problemas enfrentados pela população brasileira atualmente com a disseminação do mosquito da dengue os quais se proliferam mediante a água parada. Dessa forma, o saneamento básico promove hábitos higiênicos e controla a poluição ambiental, melhorando assim, a qualidade de vida da população. Quando falamos em saneamento básico, logo imaginamos o abastecimento de água e o esgotamento sanitário. Entretanto, o saneamento básico inclui uma série de outros serviços fundamentais para a qualidade de vida de uma população. De acordo com a Lei 11.445/07, podemos definir como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Para que uma água de qualidade chegue à casa dos moradores de uma determinada população, ela deve ser captada e tratada para que se torne potável. Todos os processos necessários para enviar água de qualidade à população incluemse no saneamento básico. 3 Fonte: etica-ambiental.com.br O saneamento básico também se preocupa com os despejos de uma comunidade. Sendo assim, é fundamental que exista um sistema de esgotos eficiente para evitar a proliferação de doenças e de contaminação da água que está sendo consumida. Para muitos, a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos não se enquadram em saneamento básico. Entretanto, eles são fundamentais para se manter um ambiente saudável. É essencial que exista em toda cidade um programa de coleta, tratamento e destinação adequada do lixo produzido pela população, bem como os lixos encontrados nas vias públicas. É comum que muitas cidades não tenham um programa eficaz de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Todavia, é um item importantíssimo do saneamento básico, pois o sistema de drenagem evita, por exemplo, as enchentes e alagamentos, que são responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças, como a leptospirose. Sendo assim, de acordo com a lei, podemos concluir que saneamento básico é um termo muito mais amplo e que todas essas atividades estão relacionadas com um objetivo principal: promover a saúde da população. Quando nos preocupamos com a qualidade da água que é distribuída, com o tratamento correto do esgoto e o manejo adequado do lixo e das águas pluviais, 4 estamos evitando a proliferação de diversas doenças, garantindo, assim, uma melhor qualidade de vida. Além de garantir uma melhoria na condição de vida da população, o saneamento básico de qualidade ajuda indiretamente o meio ambiente. Ao dar um destino adequado ao esgoto e aos resíduos sólidos, evitamos a poluição de rios e lagos, por exemplo. É importante destacar que todas as cidades devem garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, ou seja, devem levar esses serviços a todas as residências. Entretanto, ainda muitas localidades no país não têm acesso a esses serviços tão importantes, sendo fundamentais investimentos nessa área. Entre as ações de saneamento tem aquelas que nós chamamos de básicas, compreendendo o abastecimento de água, acesso a rede coletora e tratamento de esgoto, acesso a coleta e destinação de resíduos sólidos e a drenagem de águas pluviais. A ausência desses serviços tem resultado em precárias condições de saúde e incidência de doenças, principalmente de veiculação hídrica. Segundo o IBGE (2007), no Brasil, 76% da população conta com abastecimento de água por rede geral, 44% da população dispões de rede de esgoto e 76% da população tem seu resíduo coletado. No Paraná de um total de 399 municípios 191 ainda utilizam lixões para a destinação dos resíduos sólidos, apenas 64% dos municípios são atendidos pela rede de esgoto A ocorrência de doenças infecciosas ocorridas pelas más condições de saneamento e esgotamento sanitário estão entre as principais causas de ausência no trabalho e baixa produtividade do trabalhador. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, afirma que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economizase R$4,00 com hospitais e doenças. Já o Saneamento ambiental é o conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar a Salubridade Ambiental, ou seja, um ambiente capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover condições favoráveis à saúde da população urbana e rural. Enquanto um se preocupa mais com a questão do acesso ao serviço, esta tem uma aplicação uma pouco mais ampla, além do acesso aos serviços de saneamento, inclui as questões ambientais e de preservação ambiental, tais como: Qualidade do 5 ar, qualidade da água, qualidade do solo, destinação dos resíduos sólidos, impactos ambientais e educação ambiental. A crise de água que São Paulo vem atualmente passando é resultado de uma série de questões como a falta de cuidado das nascentes, desmatamento da mata ciliar, poluição e desperdício. Para não afetar o abastecimento de água para a população, estão tendo que pensar em uma alternativa para captação dessa água. Para não agravar mais ainda a situação o Governo de São Paulo está buscando alternativas para captação de água para abastecimento público. Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públicos em políticas de controle ambiental que busca resolver os graves problemas gerados na infraestrutura das cidades, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população.1 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos”, tais como, poluição do ar (emissão de gases), do solo(lixo urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), poluição sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de rios, morros etc.), o esgoto a céu aberto, enchentes etc. Uma geração de empreendedores dedicados ao que se tornou conhecido no mercado como negócio de impacto, ganhou força e despertou a ideia de que os grandes problemas ambientais e sociais não serão solucionados só por governos ou ONGs, mas por “negócios de impacto” – empresas que aliam impacto social ou ambiental a um retorno financeiro, atuando nos setores de saúde, educação, nutrição, habitação, saneamento, agricultura, energia etc. 1.2 Saneamento básico Saneamento básico compreende um conjunto de medidas que têm importância fundamental na conservação do meio ambiente e na qualidade de vida dos habitantes das cidades, são elas, o abastecimento de água, a rede de esgotos, a limpeza pública e a coleta de lixo, serviços que revelam as condições ambientais dos centros urbanos. 1 Extraído do link: www.todamateria.com.br 6 2 GESTÃO AMBIENTAL Gestão Ambiental é o gerenciamento, a administração e condução das atividades econômicas e sociais das empresas visando o desenvolvimento sustentável e o uso racional de matérias primas e dos recursos naturais. Fonte: www.geoscan.com.br Gestão ambiental é a busca constante por melhoria das atividades econômicas, dos serviços, produtos e do meio ambiente de trabalho, estimulando a redução do desperdício de materiais, energia, água etc. e consequente redução de custos, levando em conta a sustentabilidade.2 O saneamento ambiental é o conjunto de ações que visam à melhoria da qualidade de vida das populações através do controle do meio físico para evitar doenças e propiciar uma maior higiene social. Ele se estabelece a partir de ações como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo, tratamento de esgoto, limpeza das vias públicas, contenção de enchentes, entre outros. A relevância encontra-se na preservação tanto do meio de vida dos habitantes quanto do meio ambiente. 2 Extraído do link: www.significados.com.br https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/ajudando-meio-ambiente.htm 7 Portanto, para uma melhor qualificação das condições de vida e de desenvolvimento humano de um país, é necessário que toda a população seja contemplada com as medidas acima apresentadas, o que não ocorre ainda no Brasil. Segundo o IBGE, cerca de 98% da população possui água potável e 79% não dispõe de acesso à rede sanitária, conforme dados de 2010. Outro dado de 2012, também do IBGE, afirma que 29,7% dos domicílios no Brasil não possuem acesso simultâneo à água, esgoto, coleta de lixo e eletricidade. O correto tratamento de água, assim como a instalação de redes de esgoto, coletas de lixo, entre outras ações de melhoria das condições sociais de higiene pública, é uma questão de saúde. Isso porque existe uma grande quantidade de doenças provenientes de contato de pessoas com esgotos a céu aberto, da ingestão de água com impurezas, além do contágio envolvendo insetos contaminados. Dentre essas enfermidades, podemos citar: a hepatite A, a febre amarela, a dengue, a febre tifoide, a cólera, a malária e muitas outras. Atualmente, tanto no Brasil quanto em várias partes do mundo – notadamente os países subdesenvolvidos –, a maior parte dos esgotos é despejada em rios, lagos e mares, não recebendo qualquer tipo de tratamento e propiciando a queda da qualidade de vida da população a curto e longo prazo, com a contaminação das águas e dos solos. Portanto, um dos objetivos do saneamento ambiental é promover a sustentabilidade nos sistemas de coleta e transporte de dejetos e lixos de toda ordem e tipo. Conforme aponta o Ministério do Meio Ambiente, o sistema de saneamento envolve diferentes estruturas de acordo com o tipo de elemento a ser trabalhado. O fornecimento de água é composto por estações de tratamento, sistemas de abastecimento e sistemas de captação. A coleta de esgoto é constituída por interceptores, rede coletora, estação elevatória e estações de tratamento de esgoto (ETEs). Já os resíduos industriais possuem diferentes vias de tratamento e destinação, havendo atenção especial para certos tipos, tais como os agrotóxicos, embalagens de produtos químicos, restos de produtos hospitalares, entre outros. Um dos problemas para a não contemplação de toda a população com saneamento ambiental adequado é, em muitos casos, a ausência de recursos imediatos dos governos para conseguir estruturar uma rede de qualidade. Isso acontece porque o crescimento das cidades, sobretudo nos países desenvolvidos, vem ocorrendo de forma muito acelerada e desordenada nos últimos anos, o que faz https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/hepatite-a.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-amarela.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/dengue.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/febre-tifoide.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/colera.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/malaria.htm 8 com que as administrações públicas não consigam acompanhar o ritmo de crescimento com ações de infraestrutura, estas geralmente destinadas para os setores mais nobres e especulados das cidades. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo não contam com saneamento básico e/ou ambiental, o que revela a gravidade dessa questão na atualidade.3 Você sabe o que é saneamento ambiental? Como já discutimos aqui no blog, o saneamento está diretamente ligado à qualidade de vida da população. Hoje, vou lhe explicar o conceito de saneamento ambiental e mostrar como ele altera a qualidade de vida das pessoas. O saneamento ambiental é o conjunto de práticas que objetivam melhorar a qualidade de vida da população através do controle do ambiente de forma a evitar doenças e propiciar maior higiene. Assim como o saneamento básico, o saneamento ambiental é estabelecido através de ações como o fornecimento de água potável de qualidade, coleta de lixo, tratamento de esgoto, limpeza das vias públicas, entre outros fatores importantes. O grande foco deste conceito é preservar o meio ambiente e o meio de vida da população. O crescimento urbano e a ocupação de áreas com pouca, ou nenhuma, infraestrutura têm tornado essencial a discussão sobre saneamento ambiental. Mais que a garantia dos serviços básicos, deve ser previsto ações para a sustentabilidade do ambiente. Um ambiente saudável mantém uma população saudável. O Ministério das Cidades define o saneamento ambiental como o conjunto de ações técnicas e socioeconômicas a fim de alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental e promover e melhorar as condições de vida urbana e rural. 3 QUAL A SITUAÇÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL? De acordo com o “Ranking do Saneamento”, estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2015, mostra que 40% dos esgotos do país ainda não são tratados. Além disso, 35 milhões de brasileiros não recebem o sistema de abastecimento de 3 Extraído do link: www.todamateria.com.br http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htmhttp://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/saneamento-ambiental.htm http://www.tratabrasil.org.br/o-cenario-atual-do-saneamento-ambiental-no-brasil-marilia-notic 9 água. E ainda, mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Isso é quase metade da população. Um dos motivos desses números, segundo o Instituto, é o crescimento da população urbana. Os municípios não conseguem estruturar a cidade proporcionalmente ao ritmo de crescimento populacional pelos custos de implantação desses serviços. O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), foi instituído pela Lei 11.445/07 e objetiva a universalização dos serviços de saneamento básico no Brasil. O Decreto nº 7.217/2010 determina que os municípios só receberão recursos da união caso elaborem o Plano Municipal de Saneamento Básico. Este decreto já sofreu alguns adiamentos, porém deve entrar em vigor a partir de 2018. O intuito de ambas legislações é fomentar a discussão e investimentos na área de saneamento de forma a alcançar o objetivo final: universalizar os serviços no país. Entretanto, o ritmo desses investimentos anda devagar. Em março deste ano, o governo admitiu não ser possível atingir a meta do Plansab. De acordo com o Ministério das Cidades, a meta do Plansab deve ser revista e será necessário aumentar o prazo. Segundo o órgão, as crises e instabilidades econômicas sofridas pelo país nos últimos anos afetaram os investimentos na área de saneamento. Mas isso ocorre em todo o Brasil? Há grandes disparidades quando se olha os números entre as regiões brasileiras. Quando se observa os números de coleta e tratamento de esgoto, o norte e nordeste possuem os maiores déficits. De acordo com o instituto Trata Brasil, os investimentos nessa área são desproporcionais. Os maiores investimentos em saneamento básico durante três anos, foram os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. Essas aplicações corresponderam a 63,3% do total investido. Porém, em contrapartida, os investimentos do Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e Rondônia, nesses mesmos três anos, totalizaram apenas 1,7%. As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) elevaram os índices de atendimento dos serviços básicos, porém ainda não é suficiente. Estimase http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/03/governo-admite-nao-ser-possivel-atingir-metas-de-saneamento-ate-2033.html 10 que, atualmente, para a universalização do saneamento seria necessário um investimento de R$ 500 bilhões até 2040.4 Segundo o Instituto Trata Brasil, o saneamento afeta diretamente seis setores. Vamos discutir sobre eles? 3.1 Saúde A organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a cada um real investido em saneamento se economiza quatro reais em saúde. O organismo ainda afirma que 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Em 2013, o DATASUS revelou que ocorreram 340 mil internações por infecções gastrointestinais no país. Isso representa um custo, em média, de R$ 355,71 por paciente. O Instituto Trata Brasil afirma que a universalização da coleta de esgoto reduziria, em termos absolutos, 74,6 mil internações. Sendo que 56% dessa redução ocorreria na região nordeste. Consegue imaginar os custos envolvidos nessa relação? Um avanço gradativo no saneamento geraria uma redução de despesas no SUS em torno de R$ 7 bilhões até 2035 em valores presentes. O grande problema é que a maior parte dos afetados pela falta de saneamento são as crianças. A Unicef afirma que a diarreia é a segunda maior causa de morte em crianças abaixo dos cinco anos de idade. Fonte: www.eosconsultores.com.br 4 Extraído do link: www.eosconsultores.com.br http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 11 Os fatores são diversos: consumo de água suja, lixo espalhado pelas ruas, esgoto não tratado, ambientes poluídos. Tudo isso produz um espaço perfeito para as doenças. Estudos da ONU apontam que 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas através dos investimentos em saneamento básico. As doenças mais comuns são: • Disenteria Bacteriana • Cólera • Febre Amarela • Malária • Hepatite A • Leptospirose • Esquistossomose Além de muitas outras epidemias que podem ser agravadas tal como a dengue. A OMS, em 2015, apontava a ausência de saneamento como o 11º fator de risco para as mortes no mundo. Assim, como se pode ver, os investimentos em saneamento ambiental são essenciais na melhoria da saúde pública. Contribui não somente para a redução dos gastos com internações, mas também melhora a taxa de mortalidade infantil e o número de casos de doenças infecciosas. Ademais, não é à toa que a ONU vê o saneamento como um fator primário para prevenção de problemas de saúde. Estudos apontam que 11% das faltas do trabalhador estão relacionadas a problemas gerados pela falta de saneamento. Além disso a renda per capita aumentaria em 6% com a universalização do acesso. Em 2013, 14 milhões de afastamentos do trabalho foram gerados por diarreia ou vômito. Em 2015, as horas não trabalhadas propiciaram um custo de R$ 872 milhões para as empresas. Dessa forma, o saneamento também proporciona uma redução de custos no trabalho. Estudos os Instituto Trata Brasil mostram que o acesso a rede de esgoto, um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% e resulta em 3,8% de ganho salarial por diminuição das faltas. http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-3 http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/ http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/ http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/ http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/ http://www.ambientelegal.com.br/saneamento-produtividade-e-renda/ 12 3.2 Educação Você sabia que o saneamento também afeta a educação? Lembra que a maioria afetada pelas doenças decorrentes da falta de saneamento são crianças? Pois então, devido às internações muitas crianças deixam de ir à escola. Com isso, aumentam o número de faltas e diminui o rendimento. O Trata brasil afirma que o custo do atraso escolar custou ao país cerca de R$ 16 bilhões. 3.3 Cidadania Este tópico também se relaciona com a educação. Em uma pesquisa do Instituto Trata Brasil em parceria com o Ibope, foram entrevistadas cerca de 1000 pessoas em grandes cidades do Brasil sobre conhecimentos de saneamento básico. O estudo mostrou a percepção que a população tem em relação ao saneamento, de acordo com a realidade de cada entrevistado. Um fato interessante é que o cidadão reconhece a importância do saneamento básico, porém não se mobiliza para cobrar melhorias. De acordo com o diretor do IBOPE, Hélio Gastaldi, as pessoas estão tendo mais conhecimento sobre o saneamento e seus efeitos e caminham para uma maior mobilização a longo prazo. Outro ponto importante foi que grande parte dos entrevistados mostrou saber que cabe ao prefeito as soluções para os problemas relacionados ao saneamento. Entretanto, por se tratar de um assunto com baixa visibilidade do ponto de vista eleitoral, o tema acaba ficando no fim da fila dos investimentos. Assim, é notório que o cidadão,além de saber da importância do saneamento básico, deve ver também a sua relevância. Para assim, poder cobrar dos órgãos gestores uma melhoria dos serviços. 3.4 Turismo O Ministério das Cidades aponta o turismo como um setor relevante para o saneamento. O país ganha muito com o turismo. Em 2015, no Nordeste, perdeu-se R$ 2,6 bilhões de renda do turismo pela falta do saneamento. http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-educacao-2 http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope http://www.tratabrasil.org.br/-a-percepcao-do-brasileiro-quanto-ao-saneamento-basico-e-a-responsabilidade-do-poder-publico-pesquisa-trata-brasil-ibope 13 Isso afeta diretamente a renda do trabalho e o número de pessoas ocupadas no setor. Previsões mostram que a universalização do acesso entre 2015 e 2035 geraria ganhos de renda do turismo por volta de R$ 1,2 bilhão por ano. Fonte:www.eosconsultores.com.br Baía de Guanabara – RJ. Um retrato da poluição que afeta o turismo. 4 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Uma das questões mais importantes do saneamento ambiental é a preservação do meio ambiente. O Ministério das Cidades demonstra preocupação quando a preservação dos corpos hídricos brasileiros. O Brasil detém 12% da disponibilidade hídrica global, porém há uma má distribuição desse recurso. A bacia amazônica é a maior do país, porém apenas 4% da população brasileira reside sob ela. Por outro lado, rios importantes estão altamente poluídos. O Ministério das Cidades afirma que 15,6 bilhões de litros de esgotos domésticos são lançados diariamente nos corpos hídricos sem qualquer tipo de tratamento. O Instituto Trata Brasil mostra que o equivalente a 3.500 piscinas olímpicas de esgoto é despejado em rios apenas nas 100 maiores cidades do Brasil. http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-turismo http://slideplayer.com.br/slide/10156256/ http://slideplayer.com.br/slide/10156256/ http://slideplayer.com.br/slide/10156256/ http://slideplayer.com.br/slide/10156256/ http://slideplayer.com.br/slide/10156256/ 14 Além da poluição, perde-se muito ao longo do sistema de abastecimento. Mais uma vez, ressaltamos que as perdas de água no Brasil correspondem a quase 40% do volume disponibilizado pelas concessionárias. Reduzir as perdas de água melhora não somente nos investimentos relacionados ao abastecimento, mas também auxilia na preservação dos recursos hídricos brasileiros. São muitos os fatores que podem ser relacionados como consequência da falta de saneamento. Os impactos ambientais e a saúde pública são os mais relevantes quando se trata da qualidade de vida da população. Pudemos perceber, no decorrer deste texto que a população tem melhorado a sua visão nas questões de saneamento ambiental. Entretanto ainda há bastante espaço para melhorias. É preciso investir mais nos serviços de saneamento e também cobrar mais dos órgãos gestores. Pois, como vimos hoje, os investimentos em saneamento ambiental afetam direta, ou indiretamente, os investimentos em outros setores. Além do mais, o saneamento é capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas e ainda, aumentar a renda e a produtividade do cidadão.5 A fim de mantermos a saúde do ambiente em que vivemos, precisamos levar em consideração algumas regras importantes para obtermos qualidade de vida. Para isso já foram estabelecidos alguns conceitos básicos para compreendermos esses parâmetros. Para facilitar nossa introdução vamos citar um deles que é a definição de saúde pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que é “o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças”. Segundo Philippi Jr em 1988, “quando desejamos saúde a alguém estamos desejando que esta pessoa não adquira nenhuma doença, não levando em consideração que ela precisa estar em um perfeito bem-estar de maneira geral, com seu trabalho, sua família e consigo própria para realmente ter saúde”. Dessa forma, para que o homem possa alcançar esse estado de saúde em perfeito bem estar geral, é de extrema necessidade o desenvolvimento de diversas outras atividades que interagem no dia a dia dos seres humanos, tais como: desenvolvimento urbano apropriado contemplando transporte, educação, sistema de saúde adequado, condições de trabalho com iluminação e ventilação adequadas, 5 Extraído do link: www.eosconsultores.com.br 15 prevenção para mitigar a fadiga, ruídos e alimentação saudável, caso contrário acarretará em problemas de saúde o que poderá levar até à morte. Em 1992 o Brasil assumiu compromisso perante a Agenda 21 em combater as desigualdades sociais, melhoria em sistemas de transporte e saúde, ciência e tecnologia, uso do solo, uso dos recursos hídricos entre outros, ficando bem evidenciado a questão do Saneamento Ambiental, haja vista, o grande crescimento desordenado das cidades sem nenhum planejamento eficaz, gerando doenças nas pessoas por falta de saneamento. Considerando essa carência, a Saúde Pública surgiu também como ciência, com a atribuição de solucionar problemas de morbidade e mortalidade, pois segundo Philippi Jr em 1988, “a Saúde Pública é a arte de promover, proteger e recuperar a saúde, através de medidas de alcance coletivo e de motivação da população. Cumpre principalmente as funções de educar e prevenir, tendo como colaboradores a medicina preventiva e social e o saneamento do meio”. Falando então sobre a relação entre o saneamento e a saúde pública, podemos analisar alguns dados do Brasil através de IRAS (Informações Relacionadas à Assistência à Saúde) e notamos que o nosso país teve e tem ainda apesar de uma significativa evolução positiva, um estado grave de saúde. A taxa de mortalidade infantil em 2002 era de 32,4 em cada 1.000 nascidos, muito maior do que em outros países latinos; 15% das mortes de crianças com menos de um ano de idade foram por diarreia; No Brasil já foram registrados 10 milhões de casos de esquistossomose; Nos últimos 10 anos registramos 170 mil casos de cólera; A OMS – Organização Mundial da Saúde recomenda o mínimo de US$ 500,00 por habitante para investimento na saúde, enquanto que no Brasil é da ordem de US$ 60,00; No início do plano real no Brasil há pouco mais de 20 anos atrás, o que não mudou muito nos dias atuais, constatou-se pelo senso daquela época que 20% mais ricos detinham 32 vezes mais renda que os 20% mais pobres, comprometendo o acesso dos menos favorecidos aos serviços de saúde e de saneamento. Houve uma tentativa há 14 anos atrás para se reduzir a miséria e a pobreza, mas apesar dos esforços assistencialistas não terem sidos sistematizados de forma autossustentáveis retrocedemos de forma significativa comprometendo o nosso IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O Brasil possui um IDH de 0,699 e atualmente ocupa o 73° lugar no ranking mundial. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma determinada população. 16 Os dados acima demonstram como a situação estava extremamente crítica dos serviços de saneamento no Brasil, o que evidenciava a gravidade de determinadas doenças logicamente tendo o seu controle administrado, a reincidência de doenças que já haviam sido erradicadas, enfim, o desencontro entre o desenvolvimento econômico e o da saúde pública e os problemasde governanças corporativas da sua falta ou de sua gestão não apropriada, isto é, não há integração entre os planos e programas de saúde com os de saneamento. As ações no campo da saúde pública se caracterizam mais pelo apagar fogo, ou melhor, sempre se estabelecem disposições corretivas e nunca ações definitivas e de caráter preventivo. Exemplos atualmente não faltam quando se observa os problemas de malária e febre amarela em regiões do Brasil que já haviam sido erradicadas há algumas décadas atrás. Com base nos últimos números pesquisados cerca de 35 milhões de crianças menores de 5 anos estão sob risco se a meta de mortalidade na infância não for atingida. Relatório divulgado em 2013 pelo UNICEF apontava que a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos no Brasil caiu 77% entre 1990 e 2012, uma das quedas mais significativas no mundo nesse período. Reduzir essa taxa nas populações mais vulneráveis é um dos desafios de países como Brasil. Nesse mesmo relatório de 2013 divulgado pelo UNICEF indica que, se permanecesse as atuais tendências de 4 anos atrás, o mundo não atingiria o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4 que era (diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos até há dois anos atrás, isto é, em 2015). Pior ainda: se continuarem as atuais tendências, o objetivo não será alcançado até 2028. Essa é a má notícia. Mas o relatório também oferece algumas boas notícias. Mostra que é possível fazer importantes avanços na área da sobrevivência infantil. Em termos globais, o número anual de mortes de menores de 5 anos caiu de estimados 12,6 milhões em 1990 para aproximadamente 6,6 milhões em 2012. Ao longo dos últimos 22 anos, o mundo salvou cerca de 90 milhões de vidas que, de outra forma, teriam sido perdidas. Em 2016 o Correio Brasiliense publicou matéria de um estudo realizado pela Universidade de Washington onde demonstrava que das 188 nações investigadas, 50 concentram mais de 70% da população de até 19 anos; por isso, o relatório foi feito apenas com os dados desses países. Os números refletem a desigualdade entre o mundo desenvolvido e em desenvolvimento, com diferenças ainda mais acentuadas em relação à África e à Ásia. Enquanto no Japão, onde há a menor incidência de óbitos infanto-juvenis, houve 25,9 mortes em cada 100 mil crianças e adolescentes 17 em 2013, na Nigéria, nação com o pior cenário, foram 856,7 ocorrências. O país africano, aliás, também é recordista nos óbitos por doenças infecciosas do trato respiratório (concentra 12% do total mundial) e malária (38%). Com Índia, República Democrática do Congo, Paquistão e Etiópia, a Nigéria registrou metade de todas as mortes por enfermidades associadas à diarreia. A seguir pouco mais de dez anos depois dos dados citados na introdução, isto é, a partir de 2015, já é possível evidenciarmos uma significativa melhoria desses resultados, mas não significa que é o que queremos, ainda estamos longe das metas que ora buscamos. Não podemos deixar de lembrar que uma das variáveis que influenciam de forma negativa nessa evolução é o crescimento desordenado decorrente da pressão urbana das populações e cidades que iniciam com a total falta, escassez ou não adequados sistemas de saneamento. Nos países desenvolvidos, anomalias congênitas — alterações ocorridas durante o desenvolvimento fetal, quase sempre por questões genéticas — lideram as causas de mortalidade, seguidas por complicações decorrentes de parto prematuro; acidentes de trânsito; distúrbios neonatais, como as doenças metabólicas; encefalopatia neonatal (síndrome caracterizada por alterações no desenvolvimento neurológico); infecções respiratórias; sepse (infecção geral) neonatal; diarreia e desnutrição. Já nas nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil, doenças no trato respiratório estão no topo das causas, e os acidentes de trânsito na base. Enquanto os países ricos não tiveram registro estatístico de morte por malária, no restante do mundo, a enfermidade infecciosa matou 652.820 crianças e adolescentes, com taxa de mortalidade de 29,3 em cada 100 mil. “Em alguns sentidos, países desenvolvidos e em desenvolvimento têm semelhanças nas principais causas de morte. Em ambos, complicações de partos prematuros e anomalias congênitas são causas comuns de óbito entre crianças com menos de 5 anos, enquanto que, entre adolescentes, as lesões lideram”, observa o epidemiologista Vos, Theo - 2016, professor de saúde pública da Universidade de Washington e autor correspondente do levantamento. “Quanto às principais diferenças, doenças infecciosas, sepse, malária, diarreia, HIV/Aids, meningite e tuberculose continuam sendo os grandes desafios para nações em desenvolvimento”, diz. No ranking das 25 causas de óbito, meningite ocupa a 13ª posição; HIV/Aids, a 14ª; e tuberculose aparece na 21ª. As demais citadas por Vos, Theo - 2016 fazem parte da lista das 10 principais causas. 18 Para falarmos de como a ausência de saneamento afeta a saúde, em primeiro lugar vamos citar a definição de saneamento conforme a OMS – Organização Mundial da Saúde como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre seu bem-estar físico, mental e social”. Com essa definição o saneamento nunca deve se dissociar do conceito de saúde. Várias doenças infecciosas e parasitárias são transmitidas através do meio ambiente, sendo uma dessas formas de veículo a água. Para evitar a transmissão das doenças, não basta desenvolver atividades em saneamento e nem tão somente os cuidados médicos, devemos também investir na sensibilização e conscientização sanitária, e para promover essa educação é necessário estabelecermos condições que permitam condições de praticarmos hábitos de higiene, e dentre esses hábitos, incluem-se: o uso e manutenção apropriada de instalações sanitárias, bem como a melhoria da higiene pessoal, doméstica e dos alimentos, o que não é possível alcançar se não vier acompanhada de recursos que permitam o investimento nas áreas de educação, saúde, o que somente é possível quando se atinge um nível de desenvolvimento em que as pessoas são incluídas dentro da população economicamente ativa do país. Então, como as doenças são transmitidas quando os serviços de saneamento não existem ou são inadequados? Uma grande parte de doenças que podem ser transmitidas para o ser humano é causada por microrganismos através da água, das fezes, do lixo e das condições de habitação. Aos técnicos de Saneamento é importante saber e identificar os meios de transmissões e as ações de prevenções, conforme resumo a seguir: 19 Também pela água pode ser transmitida uma diversidade de substâncias químicas nocivas ao ser humano, às quais podem gerar gravíssimos problemas de saúde, se consumido por prolongado período em quantidades elevadas, conforme demonstramos no quadro a seguir: 20 Com a Figura a seguir, foi possível evidenciar uma situação do dia a dia, onde crianças que habitam as palafitas nas margens do Igarapé do 40 em Manaus-AM convivem em contato com águas contaminadas tanto com vetores, agentes infecciosos além de componentes orgânicos, inorgânicos fezes e lixos diversos. Esta cena foi retratada às 07:30 h do dia 05/06/2004, Dia Internacional do Meio Ambiente, quando nos deslocamos para participar de evento alusivo a esse dia, no entorno do Polo Industrial (Região do Igarapé do 40 entre as Avenidas General Rodrigo Otávio e Silves, bairro do Crespo em Manaus-AM, evento esse que se denominava Projeto de Sensibilização Social para a Educação Ambiental, 21 denominado “Consciência Limpa”, onde várias empresas do Polo industrial participaram sob a Coordenação da Fundação Rede Amazônica, junto à comunidade de moradores dessa região. Nesse dia também ocorreram oficinaspara sensibilizar e educar a comunidade sobre os riscos evidenciados. Fonte:pt.linkedin.com Também pelos excrementos são transmitidas doenças. DOENÇAS RELACIONADAS AS FEZES 22 Falando agora das doenças relacionadas com o lixo. Quando não existe um sistema de coleta e disposição apropriada do lixo, uma grande diversidade de doenças pode ser transmitida aos seres vivos, principalmente aos seres humanos. Ainda nos dias atuais não se tem domínio pleno de como ocorrem alguns mecanismos de transmissão, logo, de forma indireta, o lixo impacta de forma significativa nas transmissões de doenças, pois é no lixo que os vetores se hospedam, se alimentam e se proliferam. No quadro seguinte demonstra-se os vetores, as vias de transmissões e as principais doenças relacionadas com o lixo. 23 A falta do uso de equipamentos de proteção individual por trabalhadores também acarreta em acidentes de trabalho devido a doenças em consequência de manuseio e contato direto com o lixo. A disposição inadequada do lixo no solo como a sua queima, impacta na poluição do ar, do solo e das águas superficiais e subterrâneas. 24 Sobre as doenças relacionadas à habitação, a malária é uma doença transmitida com maior intensidade em residências construídas em locais onde as concentrações dos vetores é significativa. Dessa forma, o local onde devemos construir nossas moradias deve ser previamente avaliado para o bem da saúde das pessoas. Uma vez definida a área adequada para construir moradias, devemos considerar que seja dada condição para se efetuar a higiene doméstica, como forma preventiva para evitar doenças feco-orais e das doenças procedentes do uso da água. Ao projetarmos residências devemos levar em consideração as condições de espaço, temperatura e umidade do ar, prevenindo o não favorecimento da transmissão de patogênicos pelo ar, transmitindo doenças como: catapora, caxumba, meningite, difteria e doenças respiratórias. Uma vez que as pessoas estejam morando em suas casas, os materiais, móveis e utensílios em condições impróprias para o uso, colabora com a proliferação de vetores transmissores de doenças como ratos, mosquitos, carrapatos, piolhos, pulgas, ácaros. Podemos citar como exemplo o surgimento dos barbeiros que são os vetores da doença de Chagas. O que então devemos entender por controle de vetores? Os vetores portadores de doenças que geram riscos à saúde pública, e essas transmissões podem ocorrer de forma direta ou por meio de vetores, que são seres vivos com capacidade para infectar diversos hospedeiros. A importância do controle desses vetores é prover ações que acarretam em: Mitigação da mortalidade infantil; redução da mortalidade e aumento da vida média do ser humano; prevenir doenças relacionadas aos vetores; e preservar as condições de conforto à vida humana. O controle químico é realizado periodicamente por meio de substâncias químicas com a finalidade de destruir os vetores, porém devemos ter muito cuidado, haja vista que eles são nocivos ao ser humano ao mesmo tempo em que os vetores podem desenvolver resistência à sua aplicação. São os que são aplicados pelas empresas dedetizadoras e desratizadoras e demais finalidades de combate e controle de pragas e vetores nos hospitais, clínicas, restaurantes, residências e outros. O controle ambiental caracteriza-se pelo saneamento do meio a longo prazo, com o objetivo de estabelecer condições que impeçam o desenvolvimento dos vetores. Na figura acima, todos os lixos destinados a aterro devem ser enterrados e compactados pelo solo, evitando assim que o lixo fique exposto a céu aberto. O controle ambiental por meio de aterro sanitário quando executado apropriadamente dentro das técnicas requeridas, ele traz excelentes benefícios à saúde pública, ao 25 conforto da população e à atividade econômica, permitindo o aproveitamento de gases pelo processo de biodigestor e da cogeração, além de não gerar impacto ambiental através de produtos químicos. O controle biológico pode ser efetuado por meio de lançamento de outros organismos predadores naturais dos vetores, ou que realize competição entre eles. Essa técnica ainda possui limitações quanto a sua praticidade, pois depende muito ainda de pesquisas a serem desenvolvidas. É possível que seja necessário a aplicação das três modalidades de controle, o que denominamos de controle integrado de vetores, que na realidade é a mais eficaz. Como formas básicas preventivas de saneamento para a saúde pública, vamos pesquisar e estudar um pouco sobre as necessidades da água, dos esgotos sanitários e outras maneiras de mitigar os problemas de saneamento para a população como também a drenagem pluvial e a limpeza pública. 5 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Podemos considerar os seguintes aspectos quanto à importância de um sistema de abastecimento de água. 26 Fonte: pt.linkedin.com No esquema anterior da Figura 13 é possível evidenciarmos que os aspectos sanitários e sociais superam em dobro os aspectos econômicos. E para que o abastecimento de água para a população seja eficaz e eficiente, além de se prover volume que atenda às necessidades dos consumidores, é necessário também o que consideramos de maior importância, um tratamento da água, cujo objetivo é manter as características da água como ela é encontrada na natureza. No esquema seguinte mostra-se de forma simples a sequência de um tratamento clássico convencional de maneira a atender aos padrões de qualidade exigidos pela Resolução CONAMA 357/05, Alterada pela Resolução 410/2009 – Prorrogou prazos dos padrões de lançamento de efluentes e pela 430/2011 – Lançamento de Efluentes (Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes), além de prevenir o surgimento de doenças de veiculação hídrica, tornando a água apropriada ao uso doméstico. Observando na sequência anterior, quando temos todas as quatro operações como, coagulação, floculação hidráulica, sedimentação, filtração, além da desinfecção e correção do pH, dizemos que temos o denominado tratamento clássico ou convencional. Daí em diante segue para o Sistema de Distribuição composto de unidades de reservatórios e redes de distribuição chegando assim a água em quantidade e qualidade adequada aos usuários consumidores. Outra fase importante 27 do saneamento para a saúde pública é o tratamento dos esgotos, à qual vamos demonstrar a seguir. Obviamente que para ocorrer a floculação pode ser necessário uma determinada reação química. Além disso, como é o caso da cidade de Manaus cuja captação de água vem do Rio Negro e que sua cor é escura por isso seu nome, que é resultado dos ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição do húmus no solo que são lentamente transportados para o rio. O húmus que dá a cor preta é carregado para dentro do rio com as inundações, e o grau de acidez elevado é explicado exatamente por essa grande quantidade de ácidos em seu interior provenientes da decomposição dos vegetais. E nas Estações de Tratamento de Água, para reduzir essa cor que não é um problema, e sim apenas um problema de estética que impressiona quem vai consumir, é o que custa mais caro. Enfim, reduzir a cor da água captada do Rio Negro sai mais caro que propriamente realizar o tratamento necessário para se enquadrar nos parâmetros de potabilidade. Quanto à importância dos esgotos para a saúde pública verifica-se que, após as águas serem utilizadas pela população, ocorre a geração das águas servidas, isto é, a geração de esgotos, que se não forem tratados e destinados deforma ambientalmente adequado, eles impactam na poluição do solo, das águas, acarretando em alto risco de focose transmissão de doenças. Os serviços de esgotos constituem-se de coleta individual ou coletiva, separação rápida e segura dos esgotos por meio de fossas ou redes e no tratamento e disposição sanitária adequada. Os benefícios de um sistema de esgotos, obviamente que também possui seus aspectos sanitários bem mais expressivos que os sociais e econômicos. Fonte: pt.linkedin.com 28 Antes de qualquer ação de implementar tratamento de esgotos, devemos considerar também os aspectos com relação aos objetivos do tratamento, nível do tratamento e os estudos de impacto ambiental nos corpos receptores, de maneira a alcançarmos o principal objetivo do tratamento que é a remoção dos poluentes existentes nas águas servidas que tanto podem ser oriundas de esgotos domésticos como de esgotos industriais. Nos domésticos, objetivamos a remover a matéria orgânica, sólidos em suspensão e organismos patogênicos, já nos industriais buscase a remoção além dos citados nos sanitários, também a remoção de nitrogênio, fósforo, compostos tóxicos e compostos não biodegradáveis, tudo em conformidade legal com os parâmetros da Resolução CONAMA 357/05, que dispõe sobre classificação das águas, padrões de qualidade dos corpos receptores e padrões de lançamento de efluentes nos corpos d’água. No esquema da Figura a seguir um fluxo resumido de tratamento em ETE – Estação de Tratamento de Efluentes e a destinação ambientalmente adequada do lodo gerado. Sequência de tratamento de efluentes tanto de procedência industrial e biológico simultâneo, porém depois que trata o industrial em seguida o biológico é tratado. Fonte:pt.linkedin.com Com base em pesquisa de casos reais e de sucesso, é possível para um município de 20 mil habitantes, contemplando tanto geração de esgotos industriais e biológicos, com um investimento de R$ 5,4 milhões e gastos gerais mensais 29 (despesas com mão-de-obra, despesas operacionais, manutenção do imobilizado e depreciações) da ordem de R$ 540 mil reais, implementar uma Estação de Tratamento de Efluentes para tratar esgotos com capacidade para 2 mil metros cúbicos por dia, com resultados do monitoramento dos parâmetros de qualidade da água para lançamento em corpos receptores e reuso não potável de acordo com a Resolução CONAMA 357/05. Para um município de 2 milhões de habitantes sem considerar os investimentos e despesas com drenagens e, somente considerando o investimento com ETEs e as despesas para mantê-las funcionando dentro das conformidades legais, esse investimento se estenderia para um mínimo de R$549 milhões e despesas para R$2,7 milhões mensais. Já deu para perceber porque vem se postergando até aos dias atuais tais necessidades para uma sadia qualidade devida de um município, os investimentos são altíssimos, as despesas mensais idem, além de não ser fisicamente tão visível o que não desperta a atenção de eleitores que não tem oportunidades de obterem tais conhecimentos, haja vista, a carência de investimentos em educação, além da saúde e segurança. Mas não se trata de ações não factíveis e não exequíveis, se fizemos uma ponte para atravessar um grande rio como é o caso da Ponte Phelipe Daou que atravessa o Rio Negro entre os municípios de Manaus e Iranduba no Amazonas, então é possível realizar o saneamento no que diz respeito ao tratamento de esgoto de Manaus e trazer a vida de volta paras os grandes igarapés que cortam Manaus e transformá-los em sistema viário fluvial de transporte por navegação, além do aspecto turístico. Pois não podemos deixar de considerar que Manaus é uma cidade sobre águas e que seu subterrâneo é cortado por inúmeros canais de águas além de seu imenso aquífero, que funcionam com o mesmo princípio dos vasos comunicantes, quer dizer, se um se torna poluído, então todos também se tornarão. Tudo isso é possível, basta lembrarmos que em séculos passados, o Rio Sena que corta a cidade de Paris, capital de França, também já foi esgoto a céu aberto, e hoje podemos navegar por ele, o que também é uma atração e atividade de turismo, além de que existem pessoas que possuem muitos recursos e que residem em barcos ancorados nas margens desse rio, e que pagam caríssimas taxas para isso, e que não despejam nenhum esgoto ou lixo no referido rio. Falemos então também da importância da drenagem pluvial para a saúde pública. O crescimento urbano impermeabiliza o solo não permitindo a infiltração das águas de chuvas o que aumenta o escoamento superficial com grandes volumes de 30 águas. Dessa forma, é imprescindível que haja controle desse escoamento com a finalidade de evitar diversos efeitos de degradação, e de riscos para a saúde pública, além da segurança e do bem-estar da sociedade, mitigando ao máximo possível acúmulo de poças, as inundações, as erosões e os assoreamentos. Os objetivos de um sistema de drenagem pluvial é conforme diagrama da Figura a seguir: A infraestrutura de drenagem pluvial é um item de suma importância no planejamento e saneamento urbano e que se divide em dois tipos, que são: Micro drenagem, que se refere às estruturas locais coletoras de águas da chuva. Na figura a seguir podemos observar os elementos que compõe um sistema de micro drenagem urbana. Elementos Constitutivos de Sistema de Micro Drenagem Urbana. Os constituintes da macrodrenagem têm como função o escoamento final das águas pluviais oriundas do sistema de micro drenagem urbana. A seguir vamos ilustrar um exemplo de concepção de canal fechado e também o de concepção de canal aberto. Fonte:pt.linkedin.com Macrodrenagem se refere aos canais e galerias localizados nos fundos de vale, que representa os grandes troncos coletores. 31 Agora vem a última e vital parte para fechar o ciclo do saneamento que é a importância da limpeza pública para a saúde pública. O lixo ainda é uma grande preocupação ambiental para a sociedade, e essa mesma sociedade continua a exercer pressão sobre os recursos naturais, pois tudo que é matéria tem seu tempo de vida limitado e um dia se torna resíduo, e em diversos casos ainda não se tem uma solução para a sua destinação ambientalmente adequada. Estamos cientes que isso tudo é inevitável perante o desenvolvimento e crescimento socioeconômico necessário as nossas vidas, isto é, estamos falando do metabolismo industrial e social. Considerando que em todas as atividades dos seres vivos, humanos ou não, ocorre a geração de resíduos, e se não houver um sistema de coleta, tratamento, reciclagem, reuso e destinação ambientalmente e sanitariamente adequada, corremos sérios riscos de contaminação do solo, do ar, da água e com a proliferação de vetores e doenças, que é uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente. Do ponto de vista econômico, a geração desordenada e descontrolada em excesso de resíduos sem que haja uma destinação apropriada para reciclagem transformando em outras matérias-primas, nos leva a um grande desperdício de novos materiais, de energéticos e aumento dos impactos sobre os recursos da natureza, como mostra a figura seguinte. Para evitar os problemas visualizados na figura anterior, a sociedade por meio de seus governantes deve decidir sobre as definições do que deve ser feito com a destinação final dos resíduos urbanos e industriais de uma forma controlada e em conformidade legal, para que seja prevenido a não poluir o solo, a água e o ar, não atrair vetores, eliminar riscos de incêndios e explosões e outros. Dentre as alternativas para tratamento e disposição final do lixo, a mais adequada é o aterro sanitário, apesar também de ser possível decidir para determinados segmentos, a incineração e a compostagem. Há formas mais modernas de tratar e tornar inerte os resíduos transformando em novas matérias-primas, porém em função do volume e da viabilidade técnica-econômica ainda nãoé possível praticá-la. Entretanto ainda penso que a mais adequada é a implantação de usinas com uso de biodigestores para transformação do lixo em energia elétrica e também em gás, contudo, somente daqueles resíduos que não for mais possível aplicar a “Análise do Ciclo de Vida”, isto é, “do berço ao túmulo”. Mas isso é um outro assunto a tratarmos em um artigo específico. 32 A NBR 8419 dispõe sobre as regras e técnicas para a implementação de um aterro sanitário, visando dispor os resíduos no solo sem impactar na saúde pública e na segurança, pois esse tipo de aterro deve contemplar instalações de apoio, sistema de drenagem de águas pluviais, sistemas de coleta e tratamento de líquidos percolados e de drenagem de gases, que são formados devido à decomposição da matéria orgânica, bem como a impermeabilização lateral e inferior, de maneira a eliminar a contaminação do solo e do lençol freático, conforme figura seguinte: Entretanto, devemos evitar aterrar resíduo, é aconselhável que precisamos buscar todas as formas de reciclar o máximo possível, pois nos dias atuais, não se admite mais desperdiçar e acumular poluentes, podendo os resíduos se tornar matérias-primas recuperáveis, a prática da reciclagem vem ao encontro de um mecanismo de desenvolvimento limpo, isto é, da prática da Análise do Ciclo de Vida dos produtos, que denominamos como “do berço ao túmulo”, retornando ao ciclo de produção, o que nos traz grandes vantagens, como, a redução dos custos da coleta, o aumento da vida útil dos aterros, o reuso de bens que antes eram descartados, a redução dos energéticos (energia elétrica, querosene, GLP, diesel e gasolina), redução dos custos de produção, a criação de novos empregos, a redução da exploração de recursos naturais, e principalmente a melhoria do nível de qualidade da saúde pública e dos seres humanos que nela estão inseridos. Quero aqui fazer um lembrete que passa despercebido para muitos profissionais. O nosso aterro da cidade de Manaus não é sanitário, na realidade ele se denomina de Aterro Controlado. Quando ele iniciou ele queimou muito metano para a atmosfera, gás esse que não foi aproveitado, e a meta era que quando de cima desse aterro fosse possível visualizar o Rio Negro, esse seria o limite de uso desse aterro. Mas isso já extrapolou e na realidade o nosso aterro nos dias atuais não tem mais capacidade de receber resíduos, estamos no limite do limite de segurança. Mas sabemos que estudos e planos já estão sendo concluídos para a construção de um novo aterro pelo que torcemos que seja realmente um aterro sanitário e que fizesse uso do gás que irá gerar e que fosse feito um complexo onde haveria também usinas para processar os biodigestores e a geração de energia elétrica de maneira que a nossa cidade possa atuar como realmente uma representante ecológica e sustentável da grande fábrica de chuvas de nosso planeta que é a nossa “Rain Forest”. Vale aqui ressaltar que o novo aterro sanitário que está sendo feito no quilômetro 13 da BR-174 desde 2010, local com vários balneários nas redondezas 33 teve sua obra paralisada por recomendação do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), a Construtora Marquise S/A se comprometeu a paralisar as obras de construção do novo aterro sanitário de Manaus até a conclusão e aprovação de laudo hidro geológico sobre o local destinado ao empreendimento. No mesmo documento, o MPF recomendou ainda ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) que apresente um termo de referência para a elaboração do estudo. O procurador da República Rafael da Silva Rocha, autor do documento, ressaltou que a construção de aterro sanitário, sem a realização de todos os estudos ambientais necessários, representa uma grave ameaça ao meio ambiente, especialmente por conta do risco de contaminação dos rios e lençóis freáticos, favorecendo, também, o surgimento de vetores transmissores de doenças infectocontagiosas. “O risco que recai sobre os recursos hídricos não pode ser assumido por uma decisão governamental, ao contrário, aciona a necessidade de diálogo e participação, de modo que toda a sociedade, consciente de sua existência, seja chamada a decidir, com conhecimento e informação”, defende o procurador em trecho da recomendação. A partir de apuração que acompanha a execução da obra do novo aterro sanitário de Manaus desde 2010, por meio de inquérito civil público, o MPF constatou ainda que o licenciamento do novo aterro sanitário de Manaus estava em desacordo com a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 237/97, já que a licença prévia (LMC nº 113/12) foi emitida por um órgão municipal e a licença de instalação (LI nº 203/11) por um órgão estadual, o que fere o artigo 7º da resolução. A investigação demonstrou ainda que a licença prévia, com atestado de viabilidade do aterro, foi emitida quase um ano após a licença de instalação que, por sua vez, autorizou a implantação do aterro. Empreendimento só deve ser retomado após conclusão e aprovação de laudo hidro geológico sobre a área de construção. Com essa pesquisa e estudo quero concluir que, o saneamento visa proteger a saúde dos seres humanos através de uma infraestrutura voltada à defesa da Saúde Pública. Para finalizar a pesquisa, muito mais detalhes poderíamos estar citando nesse trabalho, pois o tema é muito abrangente, mas considerando as limitações da publicação como artigo, foi necessário sintetizar o máximo possível, o que foi preciso empreender esforços para não se perder no conteúdo e penso que em alguns pontos me vi no risco de isso ocorrer, pois esse é um dos assuntos que mais gosto de estudar, concentrando assim nos pontos importantes relacionados ao tema da pesquisa que foi a importância do saneamento para a saúde pública. Mas não podemos deixar aqui 34 de mencionar que para implementar serviços de saneamento, é necessário seguirmos certas regras como: Devemos partir da coleta de informações gerais, no que diz respeito aos sistemas estudados nesta pesquisa, sendo eles, o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a drenagem pluvial, a limpeza pública, a situação epidemiológica, as práticas de controle de vetores e a situação ambiental. Com isso, nos tornamos capazes para estabelecer um diagnóstico, para aí então elaborarmos, aprovarmos e licenciarmos um projeto, somente após isso é que partimos para as obras, e o mais importante e, após o início das operações darmos continuidade na manutenção. Quero aqui externar meus agradecimentos ao Mestre Prof. Msc. Edmilson Francisco Urtiga que me orientou com diversos pontos importantes e significativos, agregando valor nos meus conhecimentos durante a minha pesquisa para minha especialização no assunto.6 Fonte:pt.linkedin.com O setor de saneamento básico no Brasil, entre as ações de infraestrutura urbana, sempre foi relegado a segundo plano, ficando à deriva por mais de vinte anos. Sem endereço, sem regras e sem investimentos, ganhou um novo alento, em 2003,com a criação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, quando foram integradas e racionalizadas as ações de saneamento básico, com a criação de novos programas e implantados novos critérios para acesso aos recursos, por meio de seleção pública de projetos e a retomada dos investimentos 6 Extraído do link: pt.linkedin.com 35 no setor, que estavam paralisados há praticamente uma década, a chamada década perdida (1990), além da formulação do projeto de lei visando dotar o País de uma política para o setor. Após um longo processo de discussão com todas as entidades do setor e da sociedade civil organizada interessada no tema, o projeto foi aprovado no segundo semestre de 2006, por unanimidade, nas duas casas do Congresso Nacional. Com isso, a Lei 11.445/2007,que instituiu as diretrizes nacionais e a política federal do saneamento básico, foi sancionada no dia 05 de janeiro de 2007. Não poderia deixar de registrar duas felizes coincidências: na primeira, a data da sanção coincidiu com o meu último dia como Secretário Nacional de Saneamento Ambiental – sentimento de dever cumprido - e na segunda, a nova lei foi sancionada exatamente 12 anos após o veto integral, em 05.01.1995, do PLC 199, também aprovado por unanimidade, que também instituía a Política Nacional de Saneamento Básico. Obviamente, caso o projeto de lei não tivesse sido vetado, o setor de saneamento poderia estar, no momento da sanção, com melhores indicadores de cobertura e ter avançado na universalização, bem como poderia estar aperfeiçoando a lei existente. Tivemos que recomeçar do zero. A instituição do marco regulatório e a implantação do PAC Saneamento, em janeiro de 2007, que disponibilizou nos últimos nove anos mais de 86 bilhões de recursos para investimentos no setor, trouxeram novo fôlego para o tão maltratado setor de saneamento básico no País. Após nove anos de implantação da política nacional de saneamento básico, de lá para cá o que mudou? Quais os avanços e os desafios que temos pela frente? Como Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades e coordenador de todo esse processo durante o primeiro mandato do Presidente Lula e como militante do saneamento há mais de quarenta anos, sinto-me na obrigação de fazer essa reflexão e uma modesta avaliação de como se encontra atualmente o setor e quais os desafios futuros. São inegáveis os avanços ocorridos nesse período. Saímos de uma situação de ausência de políticas, de planejamento, de regulação e de investimentos para uma situação completamente diferente. Foram estabelecidas regras que proporcionaram a previsibilidade e maior segurança jurídica ao setor, a possibilidade de novos arranjos institucionais na prestação dos serviços e instituídos os princípios da universalização e do controle social e das diretrizes para o planejamento, a regulação, a fiscalização 36 e a prestação dos serviços de saneamento básico. Além disso, merece destaque o lançamento do PAC Saneamento, a regulamentação da lei, por meio do Decreto 7.217/2010, a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei 12.305/2010 e a implantação do PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico, com a finalidade de estabelecer um planejamento de longo prazo para o setor, prevendo o volume total de recursos necessários à universalização, da ordem de R$ 504 bilhões. Em função de todos esses fatos, o País está avançando na universalização, com o aumento da cobertura dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e dos manejos das águas pluviais e de resíduos sólidos, resgatando a dignidade do cidadão e garantindo o acesso aos serviços e a melhoria na qualidade de vida de milhões de brasileiros. Apesar de todos esses avanços, ainda temos muito por fazer, entendendo que o processo de universalização não está sendo executado de acordo com as metas do PLANSAB, nem na velocidade desejada por todos aqueles que militam no setor. Como avançar mais rapidamente na ampliação dos serviços? O que fazer para garantir o acesso aos serviços de saneamento básico a quem ainda não dispõe desses serviços, a exemplo das populações de baixa renda, especialmente da periferia das grandes cidades, dos pequenos municípios mais pobres e da zona rural? Segundo balanço do Ministério das Cidades do PAC Saneamento, no mês de novembro/2015, no período de 2007 a 2015 foram selecionados R$ 86,1 bilhões, contratados R$ 81,5 bilhões e executados R$ 38,1 bilhões. Ou seja: os operadores públicos e privados só conseguiram executar 46,7 % de todo o valor contratado. O fato é que o setor deixou de utilizar cerca de R$ 48 bilhões disponíveis. Segundo o PLANSAB, a necessidade de recursos para universalizar no período de 2014-2018 é de R$ 88,4 bilhões. Supondo que sejam disponibilizados mais R$ 40 bilhões, como executar, até 2018, todo esse montante de recursos? Diante da escassez de recursos, por que o setor não consegue gastar com qualidade e celeridade os recursos disponibilizados? Segundo o Ministério das Cidades, as obras do PAC em geral, levam, em média, mais de cinco anos – alguns mais de oito anos - para serem concluídas após a contratação dos recursos. Responder a essa questão – que não é fácil – é um dos pontos chaves para identificarmos e equacionarmos os problemas para que o saneamento básico possa avançar na busca da universalização. 37 Portanto, é necessário uma especial atenção e reflexão de todos os atores envolvidos, desde o governo federal, que libera os recursos, passando pelos estados, municípios e prestadores, que executam as ações, pelas empresas de engenharia, que elaboram projetos e executam obras, pelos fabricantes de materiais e equipamentos, pelos órgãos reguladores, pelos órgãos de controle e, particularmente, pela sociedade organizada, que deveria acompanhar e fiscalizar o planejamento, a execução das obras e a qualidade dos serviços, visando criar as condições necessárias para a melhoria da eficiência na aplicação dos recursos, qualificando o gasto público e o avanço no desempenho da elaboração de projetos de qualidade e execução de obras sustentáveis. Uma das reclamações dos operadores do setor é a falta de critérios únicos e uniformes por parte do Governo Federal para o acesso aos recursos do OGU -cada órgão define a forma e critérios diferentes. Outra queixa é a demora na liberação dos recursos, daí a necessidade da simplificação dos processos para acesso aos recursos de financiamento com a eliminação da duplicidade na fase de análise das propostas. Com isso, os prazos de contratação, que hoje duram, em média, dois anos, poderiam ser reduzidos para pouco mais de um ano, sem nenhum comprometimento do processo. Além disso, a divulgação da disponibilidade dos recursos, pelos órgãos financiadores, no primeiro trimestre do ano, permitiria aos operadores antecipar o planejamento das ações e dos projetos, dando mais agilidade na implantação dos empreendimentos. Além da questão da morosidade na implantação das obras de ampliação dos sistemas, uma das questões mais importantes e um dos maiores desafios a ser enfrentado pelo setor é a eficiência operacional. Não será possível universalizar os serviços de saneamento básico sem enfrentar essa questão de forma contínua e planejada. Não podemos conviver, ainda hoje, com a média de perdas da ordem de 40% de tudo que é produzido. É urgente combater esse elevado índice para nos aproximarmos dos indicadores dos países desenvolvidos do primeiro mundo. Para isso será necessário definir novas estratégias de combate às perdas, mobilizando menos recursos humanos e materiais para produzir e distribuir cada metro de água tratada ou para coletar e tratar cada metro cúbico de esgoto sanitário. Outra questão a ser equacionada é com relação à estrutura tarifária praticada pelo setor de saneamento no Brasil. As tarifas atuais não estimulam o acesso regular 38 e contínuo da população de baixa renda aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Fonte:pt.linkedin.com A forma pela qual está organizada a remuneração pelos serviços de saneamento, baseada ainda nos critérios e metodologia do antigo PLANASA, não incorpora, em sua estrutura tarifária, mecanismos efetivos capazes de assegurar o acesso das famílias de mais baixa renda aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Isto ocorre porque os subsídios se dão por mecanismos de progressividade tarifária, fundamentados na intensidade do consumo. O subsídio para extensão dos benefícios dos serviços de saneamento aos segmentos de mais baixa renda está concentrado nos demaisusuários dos serviços, sem a participação direta do Estado, muito embora a operação dos serviços seja quase que integralmente realizada por entes públicos. Além disso, é necessário observar a relação existente entre acesso aos serviços de saneamento básico e disponibilidade de renda. Os estratos sociais mais pobres não podem, por não terem condições de pagar as tarifas cobradas, ser excluídos do sistema público. Daí a necessidade da implantação de subsídio direto para propiciar o acesso aos serviços. Segundo o IBGE, considerando o Orçamento Familiar, o gasto do brasileiro com tarifas dos serviços de água e esgoto comparado com outros serviços é muito baixo (15%). Dispende-se muito mais recursos com os serviços de energia (38%) e telefonia fixa e celular (35%), que possuem infraestruturas bem menos complexas, do 39 que com serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. É importante observar que mesmo com o custo muito mais baixo do que os outros serviços, a população, que não a tem a cultura da importância do saneamento básico, tem uma sensação de que os serviços de água e esgoto são muito caros. Fonte: ciclovivo.com.br Por tudo isso, faz-se necessário promover um ajuste na estrutura tarifária, estabelecendo uma política que contemple a modicidade das tarifas, o subsídio à população de baixa renda e ao mesmo tempo o equilíbrio e a sustentabilidade do sistema. Apesar da lei 11.445/2007 ter previsto que os entes da federação poderão instituir fundos, essa questão não avançou. Por onde passo tenho sido um defensor da instituição de fundos de universalização, nos três níveis de governo, incluindo os fundos metropolitanos e, particularmente, o Fundo Nacional de Universalização do Saneamento Básico, nos moldes dos fundos dos setores de energia e telefonia, entendendo que em nenhum país do mundo conseguiu-se atingir a universalização sem o dispêndio de vultosos recursos do tesouro. Esses investimentos são necessários, principalmente por que no Brasil as doenças provocadas pela ingestão de água contaminada lideram as causas de mortalidade e respondem por dois terços das internações do SUS, incluindo adultos, e porque os serviços de saneamento básico são de primordial importância na 40 formação da infraestrutura de um país, permitindo o seu desenvolvimento e, principalmente, combatendo inúmeras doenças que afetam as populações que não possuem a cobertura dos serviços. Corroborando mais essa necessidade, na zona urbana a busca pela universalização implica na ampliação da cobertura, sobretudo na periferia das cidades, áreas com os maiores índices de inadimplência, ocupadas preponderantemente pela população de baixa renda. Acrescente-se que, devido ao desordenamento urbano, por vezes verificado na periferia, as obras são de difícil execução, exigindo ações integradas de saneamento básico. A instituição do Fundo Nacional, com a disponibilização de recursos de várias origens e particularmente do OGU, contribuirá, de forma decisiva, para garantir a universalização. Um dos avanços e dos pontos mais importantes da lei é a exigência do planejamento como instrumento fundamental para o desenvolvimento das ações de saneamento básico. Em função da exigência legal da apresentação dos planos municipais de saneamento básico para acessar aos recursos da União, muito embora o Governo Federal, por meio do Decreto 8.629, de 30.12.2015, tenha prorrogado esse prazo, passando de 31.12.2015 para 31.12.2017, a elaboração dos planos de saneamento continua sendo um dos maiores desafios e motivo de preocupação, pois as sucessivas prorrogações de prazos e o fato de que mais da metade dos municípios brasileiros ainda não dispõe desse instrumento, demonstram que essa ação, fundamental para o setor, vem enfrentando obstáculos consideráveis devido à falta de recursos humanos e financeiros e ao desconhecimento desta obrigação legal por parte dos titulares dos serviços. Não adianta prorrogar os prazos sem que sejam criadas as condições técnicas e financeiras para que os municípios elaborem os seus planos. O planejamento impacta decisivamente na contratação e execução dos investimentos, em função da necessidade de uma articulação das suas diretrizes e das metas de investimento e universalização com os recursos tarifários, que obrigatoriamente deverão ser tratados nas revisões tarifárias. O instrumento da regulação é um dos avanços mais expressivos na lei nacional de saneamento básico, podendo ser considerado um marco na moderna regulação brasileira, que rompe com um modelo esgotado que causava uma forte insegurança jurídica, permitindo vislumbrar um novo e promissor ciclo para o segmento. 41 A regulação do saneamento, por sua complexidade, ainda carece de aperfeiçoamento, tendo em vista que existem muitas rotinas e procedimentos ainda em fase de organização e discussão, com destaque para os mecanismos de regulação econômica e da qualidade da prestação de serviços. Entendendo que o instrumento da regulação é fundamental para a universalização dos serviços, tornase necessário avançar na implementação de uma regulação que coloque o usuário no centro da proteção estatal e que torne o saneamento básico menos suscetível às manipulações políticas e aos interesses conjunturais. Para isso, é urgente a estruturação dos órgãos reguladores de forma a garantir que haja independência decisória, autonomia administrativa, orçamentária, financeira, transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade nas decisões. Como vemos, os desafios são imensos. Além dos citados acima, podemos identificar outros que, no nosso entendimento, devem ser considerados e superados para o avanço setor: i Definir um único órgão responsável pelas ações de saneamento básico no País, reorganizando institucionalmente o setor, racionalizando e integrando as ações de saneamento básico do Governo Federal, de modo a tornar factível a implementação da política nacional de saneamento, de forma a superar os desafios visando a universalização do acesso aos serviços; ii Acabar com os conflitos com relação à titularidade nas regiões metropolitanas. Para isso, o governo federal tem que atualizar a Lei 11.445/2007, adaptando-a às recentes decisões do Supremo Tribunal Federal - STF e ao Estatuto das Metrópoles (Lei 13.089/2015); iii Avançar na implementação do PLANSAB, disponibilizando os recursos necessários à universalização, estabelecendo uma política perene de alocação de recursos; iv Criar as condições para a melhoria e a qualificação dos gastos públicos, de modo que os recursos disponibilizados possam ser efetivamente aplicados em empreendimentos sustentáveis, que tragam reais benefícios para a população; Disponibilizar recursos e estabelecer estratégias para que os municípios e estados possam elaborar os diversos planos previstos nas leis 11.445/2007 (Lei Nacional do Saneamento Básico), 12.305 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e 42 v 13.089/2015 (Estatuto das Metrópoles); vi Criar um Órgão Federal para supervisionar os órgãos reguladores, definindo a uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, inclusive de sua remuneração e compatibilidade de planejamento; vii) Definir, por lei, a imunidade tributária das empresas de saneamento básico, vii conforme ampla jurisprudência do STF; viii Desonerar as empresas de saneamento do PIS/COFINS, com a utilização desses recursos para investimentos e para o desenvolvimento institucional e de revitalização das empresas de saneamento básico, estabelecendo, para isso, regras claras definidas em um programa específico; ix Instituir a Política de Saneamento Rural, reforçando as iniciativas do PLANSAB que prevê, entre os seus programas, recursos para atender a zona rural, as comunidades indígenas, de remanescente de quilombos, de reservas extrativistas,
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