CICLOS DE VIDA FAMILIAR

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CICLOS DE VIDA FAMILIAR
UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO ENFERMAGEM – 5º SEMESTRE
DISCIPLINA: ENFERMAGEM DA FAMÍLIA
Profª Márcia Frandsen Pereira
VISÃO SISTÊMICA DA FAMÍLIA
 Família é um sistema movendo-se através do 
tempo = passível de inúmeros estresses
 PREVISÍVEIS = “ritos de passagem”
 Puberdade
 Casamentos
 Funerais
VISÃO SISTÊMICA DA FAMÍLIA
 Imprevisíveis :
 migração
 morte prematura
 nascimento de um novo membro familiar 
portador de deficiência
 enfermidade crônica
 divórcio 
 recasamento
DEFINIÇÃO
 Ciclo Vital Familiar :“é um conjunto de 
etapas ou fases definidas sob alguns 
critérios pelos quais as famílias passam, 
desde o início da sua constituição em uma 
geração até a morte do ou dos indivíduos 
que a iniciaram”. 
 Segundo Cerveny; Berthould e colaboradores 
(1997), “cada família constrói sua história e 
este processo de construção da realidade se 
dá no dia-a-dia, ao longo do ciclo vital”. 
CICLO VITAL DA FAMÍLIA
 De acordo com Carter e McGoldrick (1995), 
contextualizar a família em seu ciclo vital é de 
grande valia para entendermos a 
problemática apresentada, assim como para 
nos orientar no trabalho com a família,
tendo-se em vista as indicações sobre as 
tarefas sociais e afetivas da família em cada 
fase.
CICLOS DE VIDA FAMILIAR
 Cerveny e Berthold- Visitando a Família ao Longo do Ciclo Vital. 
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004
 Estudo realizado no Brasil e que define quatro ciclos familiares:
 Família em Fase de Aquisição
 Família em Fase Adolescente
 Família em Fase Madura 
 Família em Fase Última
FAMÍLIA EM FASE DE AQUISIÇÃO
 Princípio–chave: permeia-se por um 
processo de CONSTRUÇÃO: aceitar a 
responsabilidade emocional e financeira por 
si mesmo
 Metas a alcançar e a criação de um modelo 
próprio de família
 Processos fundamentais:
 1- UNINDO-SE 
 2- CONSTRUINDO A VIDA A DOIS
 3- VIVENDO A PARENTALIDADE
UNINDO-SE
 Integram-se nesta categoria: jovens 
solteiros, adolescentes que engravidam 
mas unem-se e vão viver na casa dos pais; 
parceiros com diferença de idade, onde 
um dos cônjuges possui filhos de 
casamento anterior; 
 Conquistando
 Vivendo o processo inicial da união: 
preparando-se e adaptando-se
CONSTRUINDO A VIDA A DOIS
 Vivendo um tempo de adaptação = 
principalmente se for casal de primeira união
 Iniciando a família = estabelecer novos 
padrões de relação entre o casal
 Construção de cumplicidade = co-habitar 
implica em sintonia e identificação
 Vivendo dificuldades = hábitos e valores 
simples do dia a dia são elementos que 
precisam ser negociados
 Vivendo sem filhos = pode durar muito ou 
pouco
VIVENDO A PARENTALIDADE
 Inicia-se com o desejo e a decisão de ter 
filhos ou com o surgimento de uma gravidez 
inesperada, até a transformação do casal em 
família.
 A chegada do primeiro filho, deve ser 
encarado como um momento de crise (no 
sentido de transição, de mudança) que
é altamente enriquecedor para a vida familiar.
Família na Fase de Aquisição
Resumo geral:
 engloba a escolha do(a) parceiro(a), o 
nascimento da família pela união formal ou 
informal do casal; a preocupação em adquirir 
bens; a chegada dos filhos e a vida com filhos 
pequenos. É uma fase que se caracteriza pela 
aquisição em todos os sentidos: material, 
emocional, psicológico (Berthoud & Bergami, 
1997).
Família na Fase Adolescente 
 Princípio- chave:
 aumentar a flexibilidade dos limites da 
família para incluir a independência dos filhos 
e fragilidade dos avós
Família na Fase Adolescente
 Caracteriza-se pelo momento específico em 
que os filhos experimentam a adolescência 
em direção à idade adulta. 
 Ela mobiliza bastante os pais, que se 
encontram na faixa dos quarenta aos 
cinqüenta anos, porque:
 eles passam a rever sua própria adolescência 
e os aspectos que podem ser resgatados de 
uma juventude ainda presente diante de si. 
Família na fase Adolescente
 É uma fase que pode propiciar muitos 
conflitos e questionamentos, tanto por parte 
dos filhos, como dos pais (Luisi & Cangelli
Filho, 1997).
 Para muitos pais, a percepção de que o filho 
está se tornando um adolescente só acontece 
ao se darem conta das modificações 
corporais ocorridas com o filho. 
 O desenvolvimento psicossocial não é 
considerado.
Família na Fase Adolescente
 Há muitas queixas associadas aos 
comportamentos dos filhos porque estes não 
são entendidos como característicos da 
adolescência, mas sim percebidos como 
"malcriação" dos filhos (comportamentos não 
aprovados). 
 Muito freqüentes são as queixas quanto à 
instabilidade de comportamento, indisciplina 
e rebeldia dos filhos.
Família na Fase Adolescente
 Os filhos lutam pela independência de modo 
ambivalente (querendo e não querendo) e os 
pais também se comportam de modo 
semelhante.
 Muitos pais atuam com rigidez intensa
frente a seus filhos, gerando conflitos.
 Outros atuam com permissividade extrema,. 
deixando de orientar o filho num momento 
tão importante de estruturação de
sua personalidade. 
Família na Fase Adolescente
 O adolescente quer independência,
mas também quer e precisa de limites.
 Por outro lado, há muitos pais que 
compreendem a adolescência como um 
processo na vida do filho,agindo como 
facilitadores da vivência deste processo,
ou seja, mantendo postura de diálogo, de 
abertura para com o filho.
Família na Fase Madura
 Princípio –chave: aceitar múltiplas saídas e 
entradas no sistema familiar
 É considerada a fase mais longa e mais 
difícil do ciclo vital
 Muitas transformações e ajustes
Família na Fase Madura
 Nela estão inseridos os filhos adultos jovens 
e pais em plena maturidade, cuja idade 
estende-se dos cinqüenta a meados dos 
sessenta anos.
 As características dessa família envolvem 
mudanças como: 
 saída de casa e/ou casamento dos filhos; 
inclusão da terceira geração e parentes por 
afinidades;
 cuidados com a geração mais velha, entre 
outras. 
Família na Fase Madura
 Novo padrão de relacionamento pais e filhos 
= ambos adultos
 “Síndrome do Ninho Vazio” = hoje, na classe 
média, está ocorrendo mais tarde
 Prolongamento da adolescência
Família na Fase Madura
 É considerada uma fase difícil, porque o casal 
se depara com duas gerações precisando de 
amparo: 
 a dos filhos que estão se preparando para ter 
sua própria família;
 A transformação dos pais em avós = “Rito de 
passagem”
 os pais em processo de envelhecimento 
Família na Fase Madura
 O casal costuma ressignificar a relação 
conjugal:
 Volta olhar para o casamento = relação 
amadurecida
 Revendo acertos e erros
 Redefinindo padrões = marido pode tornar-se 
mais dependente da esposa
 Redescoberta do parceiro = cumplicidade
 Podem, entretanto, ocorrer separações:
 Vêm a tona a fragilidade do vínculo conjugal
Família em Fase Madura
 Podem ocorrer mudanças no padrão de vida:
 Queda do poder aquisitivo
 Desemprego com dificuldade de recolocação 
no mercado de trabalho
 Aproximação da aposentadoria
 “encarando” a aposentadoria :
 O homem pode apresentar conflito de 
indefinição de papéis e passa a ter problemas 
de relacionamento intrafamiliar
Família na Fase Última
 É uma etapa que tem se estendido bastante, 
dada a maior longevidade humana. 
 Depende muito de como foram vividas as 
fases anteriores.
Família em Fase Última
 Em alguns casos, mesmo com os filhos 
criados, surge uma nova demanda: os filhos 
que, por dificuldade financeira ou por 
estarem descasados, retornam com seus 
filhos e mulheres/maridos (noras ou genros).
 Cerveny e Berthoud (1997) denominaram 
este movimento de "pais estendidos", 
significando cuidar dos filhos e dos netos. 
Família em Fase Última
 Nessa direção, Peixoto (2004) afirmou:
 “Muitos filhos divorciados retornam à casa dos pais 
solicitando um apoio - financeiro ou moral - para educar 
seus filhos. Esta é uma prática comum no Brasil, pois, 
como dissemos, as políticasfamiliares são restritas e o 
sistema público escolar é ineficaz. 
 São poucas as creches e as escolas maternais da rede 
pública, e as escolas do ensino fundamental funcionam 
somente meio período, obrigando os pais que trabalham 
a lançar mão de sistemas informais de guarda das 
crianças, como as babás e as empregadas domésticas 
ou, ainda, seus pais aposentados.” 
Família na Fase Última
 Princípio–chave: aceitar a mudança de 
papéis das gerações
 Traz muitas questões que já foram iniciadas 
na Fase Madura: aposentar-se, tornar-se 
avós, somados aos fatos de que ocorrências 
como viuvez e morte de amigos e parentes 
ocorrem com maior freqüencia
 Exclusivo desta fase: a chegada da quarta 
geração = casamento dos netos
Família na Fase Última
 O luto pela perda de amigos e parentes trará 
forçosamente à tona a velhice como a fase 
que se aproxima da finitude pessoal e da idéia 
inevitável da viuvez. Nessa fase, há um 
fechamento de um ciclo.
Família em Fase Última
 O idoso em idade mais avançada revê seu 
conceito de saúde, aceitando com mais 
naturalidade certas limitações físicas e a 
presença de doenças crônicas
 O idoso costuma voltar para sua própria 
história
 O idoso começa a desfazer-se de seus bens 
materiais 
Família em Fase Última
 Começa a perder seu papel social e familiar
 A perda do cônjuge e dos amigos toma forma 
de perda de parcerias
 Paulatinamente o idoso vai diminuindo 
atividades
 De cuidador familiar vai migrando para a 
posição de ser cuidado = “ deixando-se “ 
cuidar
 Preparo para a partida = aceitando a idéia da 
morte; intensificação da religiosidade.
CONCLUINDO...
 O ciclo vital é um conceito integrador das 
fases ou etapas dos indivíduos que 
constituem uma família, evidenciando a 
trama relacional dos mesmos através do 
tempo, conectando as distintas gerações 
que a compõem.
CONCLUINDO...
 Constitui-se num aporte significativo para as 
diferentes áreas do conhecimento, 
especificamente para a psicologia e o campo 
da saúde, oferecendo a possibilidade de 
contextualizar as estratégias de intervenção, 
por meio de uma concepção de clínica 
ampliada
CONCLUINDO...
 Os momentos de transições familiares 
podem desencadear repercussões sobre a 
saúde e qualidade de vida de seus 
integrantes, de tal forma que a obtenção de 
suporte social desempenha um papel de 
destaque. 
 Suporte social capacita a família a 
funcionar com "versatilidade e maiores 
recursos" obtendo, consequentemente, 
saúde, informação, bens, serviços e ajuda 
na crise.