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Aleitamento Materno No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes

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Prévia do material em texto

Introdução 
ao Curso
Unidade 1
2
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total 
desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer 
fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens 
desta obra é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo 
desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas 
Saúde e especialistas do assunto indicados pela área demandante do curso.
Ficha Catalográfica 
______________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de 
Minas Gerais. Curso de Extensão Aleitamento Materno em Rede. Unidade 1: 
Introdução ao Curso. Belo Horizonte, Minas Gerais, novembro, 2012.
CRÉdiTOS
3
Parabéns! Você irá utilizar a partir de agora o seu Material de Referência. 
Ele contempla todo o conteúdo do curso de forma ampla para agregar mais 
conhecimento em sua aprendizagem. Por isso, leia-o com atenção!
Antes de iniciar a leitura, veja quais são os objetivos de aprendizagem previstos 
para esta Unidade.
Agora você está pronto para iniciar seus estudos!
- Conhecer as ações do Programa Rede Viva Vida/
Mães de Minas.
- Compreender a importância do trabalho em Rede 
em aleitamento materno.
- Conhecer as políticas de apoio à amamentação no Brasil.
4
aleiTamenTO maTeRnO na Rede de aTençãO 
à Saúde da mUlheR e da CRiança 
Rede ViVa Vida / mãeS de minaS
1
1.1 - Rede de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança no Estado de 
Minas Gerais
O Programa de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança, denominado 
Programa Viva Vida (Resolução SES nº 356), foi uma proposta elaborada a 
partir de 2003 pelo governo de Minas Gerais com o objetivo de redução da 
mortalidade infantil e materna. Desde então, esse Programa vem consolidando 
uma Rede de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança. Como estratégia de 
construção dessa rede, o Estado de Minas Gerais investe na estruturação e 
qualificação assistencial, bem como em estratégias de mobilização social. São 
elas: 
a) Estruturação da Rede Assistencial
• Investimentos nos pontos de atenção à saúde em relação à área física 
e equipamentos; 
• Ampliação do número de maternidades credenciadas para atendimento 
à gestante de alto risco (32 credenciadas e 10 em processo de credenciamento) 
e 78 maternidades de risco habitual;
• Ampliação de 287 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal;
• Fornecimento de equipamentos básicos para assistência à mulher e ao 
recém-nascido em todos os níveis de atenção à saúde;
• Criação de 07 Casas de Apoio à Gestante e a Puérpera;
• Modelagem da rede de atenção à saúde da mulher e da criança;
• Implantação dos 27 Centros Viva Vida de Referência Secundária 
5
(CVVRS). Esses Centros são pontos de atenção de média complexidade e 
visam à atenção integral a saúde sexual e reprodutiva, com acompanhamento 
do pré-natal da gestante de alto risco e da criança de risco.
b) Qualificação da Rede
• Elaboração e implementação de instrumentos de normalização dos 
processos de trabalho (Linhas Guias e Protocolos Clínicos) de atenção pré-
natal, parto e puerpério, assistência ao recém-nascido e à criança;
• Capacitação dos recursos humanos em todos os níveis da assistência 
na perspectiva de uma atenção qualificada integral e humanizada 
(aproximadamente 16.000 profissionais capacitados); 
• Implementação dos 877 Comitês de Investigação do Óbito Materno, 
Fetal e Infantil nos níveis hospitalar, municipal e microrregional, com o objetivo 
de melhorar a qualidade dos dados e o planejamento das ações.
c) Mobilização Social
• Estratégia que busca unificar esforços de todos os setores da sociedade, 
de toda a população, para trabalhar em prol da redução da mortalidade infantil 
e materna no Estado. 
• Formação de 215 Comitês Municipais de Defesa da Vida;
• Convênios com organizações não governamentais;
• Premiação aos municípios que desenvolveram políticas para redução 
da mortalidade infantil e materna.
6
Em 2011, as ações da Rede Viva Vida foram reforçadas 
pelo Projeto Mães de Minas. As estratégias principais 
desse projeto é a identificação e o monitoramento das 
gestantes e da criança até um ano de idade por meio do 
Call Center e a Mobilização Social. O Call center constitui ferramenta de 
interlocução direta com a gestante, família e serviços de saúde. Durante 
esse contato, é realizado o acompanhamento do desenvolvimento da 
gravidez, do nascimento e da criança até um ano e a identificação e 
orientação de situações de vulnerabilidades. Na mobilização social é 
realizada a articulação com parceiros potenciais e a rede de proteção 
social, além de capacitação dos 215 Comitês em Defesa da Vida já 
existentes. (MINAS GERAIS, 2012).
As estratégias de manutenção e ampliação da 
Rede Viva Vida / Mães de Minas que vêm sendo 
desenvolvidas pelo Estado de Minas Gerais, passam 
a ser complementadas por recursos federais do 
Projeto Rede Cegonha (Portaria nº 1.459 de 2011). Esses recursos 
são destinados aos principais condicionantes da mortalidade infantil e 
materna (Transporte; Leitos de UTI Neonatal; Casa de Apoio à Gestante, 
Telemedicina). (BRASIL, 2011).
7
POlíTiCaS PúbliCaS de PROmOçãO, PROTeçãO 
e aPOiO aO aleiTamenTO maTeRnO2
O aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, com 
complemento adequado a partir desta idade e sua manutenção até os dois 
anos ou mais, é considerado o hábito alimentar mais saudável (BRASIL, 
2009). Entretanto, essa prática ainda não representa a situação da maioria 
das crianças brasileiras, prejudicando a nutrição infantil e colaborando com o 
aumento dos índices de mortalidade na infância.
 Os índices de aleitamento materno aquém do 
preconizado pela Organização Mundial da Saúde, 
associados à morbimortalidade neonatal, justificam a 
elaboração de políticas públicas de promoção, proteção 
e apoio ao aleitamento materno. Essas políticas também reforçam o 
cumprimento do direito da mãe e da criança garantidos pela Constituição 
Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e atendem 
aos compromissos assumidos pela gestão pública como o Pacto Nacional 
pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, a Declaração do 
Milênio, o Pacto pela Vida, entre outros.
São componentes da política de promoção, proteção e apoio ao 
aleitamento materno: 
a) A Iniciativa do Hospital Amigo da Criança é uma estratégia de 
incentivo ao aleitamento materno que objetiva mobilizar os profissionais das 
instituições hospitalares para que promovam mudanças em suas condutas 
8
e rotinas através do conhecimento e cumprimento dos “Dez Passos para o 
Sucesso do Aleitamento Materno.”
b) A Rede de Bancos Leite Humano é responsável pela coleta, 
processamento e distribuição do leite humano, bem como assistência 
às lactantes cujos filhos estão hospitalizados ou em dificuldades com a 
amamentação.
c) A Rede Amamenta Brasil é uma estratégia de promoção, proteção e 
apoio à prática do aleitamento materno na Atenção Básica. Utiliza a educação 
permanente em saúde e a metodologia crítico reflexiva para abordagem do 
aleitamento materno no contexto da Unidade Básica de saúde.
d) O Método Canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para 
o cuidado humanizado ao recém-nascido de baixo peso, que reúne estratégias 
de intervenção biopsicossocial. O método consiste em três etapas que se 
inicia com o acolhimento e a aproximação dos pais/família do recém-nascido 
pela equipe de saúde, passando pela unidade intermediária canguru, alta 
responsável e acompanhamento do RN até completar 2.500g, quando, então, 
é referenciado para a atençãobásica. A posição canguru consiste em manter o 
recém nascido de baixo peso, em contato pele a pele, na posição vertical junto 
ao peito despido dos pais ou de outros familiares.
e) A Proteção Legal ao Aleitamento Materno é amparada por legislação 
específica. São elas, a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para 
Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras e a 
Lei nº 11.265 de 2006 que regulamenta a comercialização desses alimentos. 
Em 2008, foi sancionada a Lei nº 11.770 que estabelece a licença maternidade 
de seis meses para as funcionárias públicas federais, ficando a critério dos 
estados, municípios e empresas privadas a adoção desta Lei. Outra importante 
ação que está sendo apoiada mais recentemente é a criação das Salas de 
9
Apoio à Amamentação nas Empresas.
f) A Mobilização Social são as ações de incentivo ao aleitamento 
materno por diversos setores da sociedade, na perspectiva do compromisso e 
responsabilidade de todos. Essas ações podem ser pontuais como a Semana 
Mundial da Amamentação e o Dia Nacional de Doação de Leite Humano. 
g) As Pesquisas Nacionais de Prevalência do Aleitamento Materno 
são estratégias importantes para avaliar o impacto e o redirecionamento das 
ações da política brasileira de aleitamento materno (BRASIL, 2010).
 
A Rede Estadual de Atenção à saúde da mulher e da criança e as diretrizes 
das políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno 
compõem esforços para estruturação das Ações do Aleitamento Materno 
em Minas Gerais. Atualmente, a rede é composta por 54 Tutores Estaduais 
formados na Rede Amamenta Brasil, 02 Unidades Básicas de Saúde certificadas 
e 15 com Oficinas de Trabalho realizadas; 27 Centros Viva Vida de Referência 
Secundária para atendimento à gestante de alto risco e à criança de risco; 
12 Bancos de Leite Humano e 27 Postos de Coleta; 23 Hospitais Amigos da 
Criança; 35 Tutores Estaduais do Método Canguru com 60% das maternidades 
de alto risco adotando o Método; 14 Salas de Apoio à Amamentação, sendo 10 
vinculadas aos Bancos de Leite Humano.
10
Adriene Cristina Lage
COnTeUdiSTa
ReFeRÊnCiaS
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção humanizada ao recém-nascido de 
baixo peso. Método Canguru: Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Políticas públicas de incentivo ao aleitamento 
materno. A experiência do Brasil: Brasília, DF, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. 
Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS – a Rede Cegonha.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério – Atenção Qualificada 
e Humanizada. Brasília, DF, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Rede Amamenta Brasil. Brasília, DF, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil – 
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Brasília, DF, 2009.
11
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Mães de Minas – A vida 
merece esse cuidado. Belo Horizonte, MG, 2012.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Resolução SES nº 356, 
de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre o Programa Viva Vida e estabelece 
outras providências.
Contextualização do 
aleitamento materno 
no Brasil
Unidade 2
2
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total 
desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer 
fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens 
desta obra é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo 
desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas 
Saúde e especialistas do assunto indicados pela área demandante do curso.
Ficha Catalográfica 
______________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas 
Gerais. Curso de Extensão Aleitamento Materno em Rede. Unidade 2: 
Contextualização do Aleitamento Materno no Brasil. Belo Horizonte, Minas 
Gerais, novembro, 2012.
CRÉdiTOS
3
Este é o seu Material de Referência da Unidade 2. Leia-o com atenção e 
aprofunde seus conhecimentos sobre o tema abordado. Acompanhe a seguir 
os objetivos de aprendizagem a serem alcançados após o estudo. Boa leitura!
Agora você está pronto para iniciar seus estudos!
• Refletir sobre as tendências do Aleitamento 
materno no Brasil.
• Conhecer as práticas de aleitamento materno 
segundo a OMS.
• Aprimorar o processo de comunicação em aleitamento materno.
4
impORTânCia da amamenTaçãO1
Vários estudos científicos comprovam a superioridade do leite materno 
sobre os leites artificiais e de outras espécies. Estima-se que mais de um milhão 
de crianças morram a cada ano de diarreia, infecções respiratórias e outras 
infecções por não serem amamentadas de maneira adequada. A amamentação 
também contribui para a saúde da mãe (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 
2000). São vários os argumentos em favor do aleitamento materno:
Redução da mortalidade infantil
Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem 
contra infecções, a mortalidade infantil por essa causa é menor entre as 
crianças amamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 
13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas 
preveníveis (JONES et al., 2003). Nenhuma outra estratégia isolada alcança o 
impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores 
de 5 anos.
5
A proteção do leite materno contra mortes infantis é 
maior quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade 
por doenças infecciosas é seis vezes maior em crianças 
menores de 2 meses não amamentadas, diminuindo à 
medida que a criança cresce, porém ainda é o dobro no segundo ano de 
vida (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). É importante ressaltar 
que, enquanto a proteção contra mortes por diarreia diminui com a idade, 
a proteção contra mortes por infecções respiratórias se mantém constante 
nos primeiros dois anos de vida.
Proteção contra diarreia
O aleitamento infantil diminui o risco da criança contrair diarreia e, além 
disso, exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas 
têm um risco três vezes maior de se desidratarem e de morrerem por diarreia 
quando comparadas com as amamentadas (VICTORIA et al., 1992). 
É importante destacar que essa proteção pode reduzir quando o aleitamento 
materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança amamentada água ou chás 
pode dobrar o risco de diarreia nos primeiros seis meses de vida (BROWN et 
al., 1989; POPKIN et al., 1992).
Proteção contra infecção respiratória
A proteção do leite materno contra infecções respiratórias foi demonstrada 
em vários estudos realizados em diferentes partes do mundo, inclusive no 
Brasil. Em Pelotas (RS), a chance de uma criança não amamentada internar 
por pneumonia nos primeiros três meses foi 61 vezes maior do que em 
crianças amamentadas exclusivamente (CESAR et al., 1999). Já o risco de 
6
hospitalização por bronquiolite foi sete vezes maior em crianças amamentadas 
por menos de um mês (ALBERNAZ; MENEZES; CESAR, 2003).
O aleitamento materno também previne otites (TEELE; KLEIN; ROSNER, 1989).
Proteção contra alergias
Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de 
vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica 
e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes (VAN ODIJK 
et al., 2003).
A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos 
primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia 
ao leite de vaca. Por isso, é importante evitar o uso 
desnecessário de fórmulas lácteas nas maternidades.Proteção contra hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes
Há evidências sugerindo que a amamentação ao seio apresenta 
benefícios a longo prazo. A OMS publicou importante revisão sobre evidências 
desse efeito (HORTA et al., 2007). Essa revisão concluiu que os indivíduos 
amamentados apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas 
(-1,2mmHg e -0,5mmHg, respectivamente), níveis menores de colesterol total 
(-0,18mmol/L) e risco 37% menor de apresentar diabetes tipo 2. Não só o 
indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes, mas também 
a mulher que amamenta. Foi descrita uma redução de 15% na incidência de 
diabetes tipo 2 para cada ano de lactação (STUEBE et al., 2005). Atribui-se essa 
proteção a uma melhor homeostase da glicose em mulheres que amamentam.
7
Proteção contra obesidade
A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesidade em 
crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida constatou 
menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido 
amamentadas. 
Promoção do crescimento
O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento 
e o desenvolvimento ótimos da criança, além de ser mais bem digerido, quando 
comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir 
todas as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses.
Promoção do desenvolvimento cognitivo
 A maioria dos estudos conclui que as crianças amamentadas apresentam 
vantagens nas suas funções cognitivas quando comparadas com as não 
amamentadas, principalmente as com baixo peso ao nascimento (HORTA, et 
al, 2009).
Promoção do desenvolvimento da saúde bucal
O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama da mãe é muito 
importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral.
Proteção contra câncer de mama. Por meio de estudos realizados em 30 
países, estima-se que o risco de a mulher que amamenta apresentar câncer de 
mama diminua 4,3% a cada 12 meses de lactação (COLLABORATIVE GROUP 
ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER, 2002). 
8
Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho
Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a 
criança e para a mãe. A amamentação é uma forma muito especial de contato 
entre a mãe e seu bebê e uma oportunidade de a criança aprender muito cedo 
a comunicar-se e relacionar-se com afeto e confiança. 
Economia
Aos gastos com a compra de leite devem-se acrescentar custos com 
mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de 
doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas. 
Qualidade de vida
O Aleitamento Materno (AM) pode melhorar a qualidade de vida das 
famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem menos, necessitam 
de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos, o que pode 
implicar em menos faltas dos pais ao trabalho, bem como menos gastos e 
situações estressantes. Além disso, a amamentação bem sucedida é fonte 
de prazer para mães e crianças, o que pode repercutir favoravelmente nas 
relações familiares e estilos de vida. 
9
pRáTiCaS aTUaiS de alimenTaçãO 
infanTil SegUndO a OmS2
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento 
materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas 
no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). Assim, o 
aleitamento materno é classificado em:
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente 
leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, 
sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo 
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além 
do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, 
infusões), sucos de frutas e outros líquidos.
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da 
mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, 
além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade 
de complementá-lo, e não de substituí-lo.
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite 
materno e outros tipos de leite.
10
As recomendações da Organização Mundial de Saúde relativas à 
amamentação são as seguintes:
• O leite materno é o melhor alimento para a criança e deve ser exclusivo 
até os 6 meses de idade. Ou seja, até essa idade, o bebê deve tomar apenas 
leite materno e não se deve dar nenhum outro alimento complementar ou 
bebida.
• A partir dos 6 meses de idade, todas as crianças devem receber alimentos 
complementares (sopas, papas, etc.) e manter o aleitamento materno.
• As crianças devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até 
completarem os 2 anos de idade.
Em 1990, a organização Mundial de Saúde (OMS) e o 
Fundo das Nações Unidas promoveram em Florença, na 
Itália, um encontro em busca de ações para proteção, 
promoção e apoio ao aleitamento materno. Nesse 
encontro, foi elaborada a “Declaração de Innocenti”, um conjunto de metas 
que resgata o direito da mulher praticar, com sucesso, a amamentação, 
além de enfatizar o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de 
idade.
Uma das consequências do encontro foi a idealização do programa 
“Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IAC)”, que tem por objetivo básico 
a mobilização de profissionais de saúde, funcionários de hospitais e 
maternidades para mudanças em rotinas e condutas, visando prevenir o 
desmame precoce. O conjunto de medidas para atingir as metas contidas 
na Declaração de Innocenti foi denominado de “Dez Passos para o 
sucesso do Aleitamento Materno”, elaborado por especialistas de saúde 
e nutrição de vários países. 
11
Dez Passos para Promover o Aleitamento Materno
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, 
a qual deve ser rotineiramente transmitida a toda a 
equipe de cuidados de saúde.
2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para 
implementar esta norma.
3. Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e a 
prática da amamentação. 
4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após 
o parto.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo 
que tenham de ser separadas de seus filhos.
6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além 
do leite materno, a não ser que seja por indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês 
permaneçam juntos 24 horas por dia. 
8. Encorajar a amamentação sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
10. Encorajar a criação de grupos de apoio à amamentação, para onde 
as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
Basicamente, os dez passos são medidas que visam informar a todas as 
gestantes os benefícios e o correto manejo do aleitamento materno.
12
As intercorrências devem ser tratadas como 
urgências, tendo a puérpera prioridade, a fim de evitar o 
desmame precoce e a evolução negativa do caso. Algumas 
intercorrências necessitam de acompanhamento contínuo 
até a resolução.
Em todos os casos, a visão integral da mulher é a chave de uma assistência 
de qualidade, garantindo uma boa evolução. Muitas vezes, a tensão, o estresse, 
a ansiedade se manifestam em um ingurgitamento mamário, da mesma maneira 
que a mastite é comum em nutrizes com depressão puerperal.
Acolhimento da Mulher na Amamentação
Apesar de a lactação ser um processo natural, o aleitamento materno 
requer motivaçãoe destreza que deve ser aprendida tanto pela nutriz como 
pelo lactente. O papel dos profissionais da saúde deve ser orientado a facilitar 
esse processo durante o pré-natal, parto e puerpério.
É importante ressaltar que a nutriz assistida com 
atenção, carinho e segurança seguirá as orientações 
e tratamento, resultando em boa resolutividade. Todas 
as informações dadas devem ser simples e relevantes. 
Do mesmo modo, as medidas propostas de tratamento devem ser 
selecionadas e adequadas para cada caso, evitando-se o uso de várias 
alternativas simultaneamente. 
13
Quando a puérpera procura um serviço de saúde para queixa de 
dificuldades, ela deve ser prontamente acolhida.
Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH) 
que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu 
protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização 
pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes.
MATSUMOTO (1998) considera o “acolhimento” como um processo, 
especificamente de relações humanas, pois deve ser realizado por todos os 
trabalhadores de saúde e em todos os momentos e tipos de atendimento. Não se 
limita ao ato de receber, mas em uma sequência de atos e modos que compõem 
o processo de trabalho em saúde. Da mesma forma, podemos concluir que não 
se limita aos espaços intramuros da unidade básica ou hospitalar, constituindo 
a visita domiciliar também uma oportunidade para o acolhimento.
Todas as habilidades do aconselhamento devem ser atentamente usadas 
no acolhimento, com ênfase na empatia: aceitar o que a mãe diz, não julgá-la, 
não “cobrar” dela posturas e atitudes frente à amamentação, elogiar, informar 
e sugerir para que a mãe possa decidir o que é melhor para o seu filho.
14
HabilidadeS em COmUniCaçãO3
Não basta ao profissional de saúde ter conhecimentos técnicos e 
habilidades no manejo do aleitamento materno. Ele precisa ter também 
competência para se comunicar com eficiência, o que se consegue mais 
facilmente usando a técnica do aconselhamento em amamentação. Aconselhar 
não significa dizer à mulher o que ela deve fazer; significa ajudá-la a tomar 
decisões, após ouvi-la, entendê-la e dialogar com ela sobre os prós e contras 
das opções. Aconselhamento é diferente de dar conselho. Dar conselho é dizer 
à mãe o que ela deve fazer.
No aconselhamento, é importante que as mães sintam que o profissional se 
interessa pelo bem-estar delas e de seus filhos para que elas adquiram confiança 
e se sintam apoiadas e acolhidas. Em outras palavras, o aconselhamento, por 
meio do diálogo, ajuda a mãe a tomar decisões, além de desenvolver sua 
confiança no profissional.
Os seguintes recursos são muito utilizados no aconselhamento, não só 
em amamentação, mas em diversas circunstâncias:
• Praticar a comunicação não-verbal (gestos, expressão facial):
A comunicação não-verbal com a mãe pode ajudar a fazer com que ela se 
sinta calma e capaz de ouvir. Por exemplo, sentar no mesmo nível e próximo 
à mãe, sorrir, como sinal de acolhimento; balançar a cabeça afirmativamente 
como sinal de interesse, tocar na mãe ou no bebê quando apropriado, como 
sinal de empatia.
• Remover barreiras físicas como mesa, papéis, promovendo uma maior 
aproximação entre a mulher e o profissional de saúde.
15
• Usar linguagem simples, acessível a quem está ouvindo.
• Dar espaço para a mãe falar. Para isso, é necessário dedicar tempo para 
ouvir, prestando atenção no que a mãe está dizendo e no significado de suas 
falas.
Uma mãe que amamenta pode não ter facilidade de falar de seus 
sentimentos:
a) se ela é tímida;
b) se não conhece bem o profissional;
c) se seus sentimentos não são socialmente valorizados na sua 
comunidade.
Nesses casos, algumas técnicas são úteis, tais como:
• Fazer perguntas abertas, dando mais espaço para a mãe se expressar. 
Perguntas abertas geralmente começam com: “Como?” “O quê?” “Por quê?” 
“Conte-me sobre...” As perguntas abertas fazem o profissional de saúde 
otimizar o tempo e aprender mais sobre a mãe. Elas impedem que a mãe 
responda Sim ou Não.
• Em vez de perguntar se o bebê está sendo 
amamentado, perguntar como ela está alimentando o bebê. 
• Outra técnica que pode incentivar as mães a falarem 
mais é devolver em outras palavras o que dizem. Ou seja, 
se a mãe relata que a criança chora muito à noite, o profissional pode fazer a 
mãe falar mais sobre isso perguntando: “O seu bebê faz você ficar acordada à 
noite porque chora muito?”.
• Podemos usar expressões que demonstram interesse “Hamham...”, 
“Humm...”, “Sei, sei...”, “Ah, é?!”, “Mmm...”, “Aha!” ,”Nossa!”. Assim o profissional 
da saúde demonstra que está ouvindo e que se mantém interessado nela.
• Demonstrar empatia, ou seja, mostrar à mãe que os seus sentimentos 
16
são compreendidos, colocando-a no centro da situação e da atenção do 
profissional. A empatia ocorre quando demonstramos que estamos ouvindo o 
que a mãe diz e tentando entender como ela se sente; quando observamos a 
situação do ponto de vista da mãe. Quando se usa de empatia, mantém-se o 
foco na mãe e nos seus sentimentos. Por exemplo, quando a mãe diz que está 
muito cansada porque o bebê quer mamar com muita frequência, o profissional 
pode comentar que entende porque a mãe está se sentindo tão cansada.
• Evitar palavras que soam como julgamentos, como por exemplo: certo, 
errado, bem, mal etc. Estas palavras geralmente fazem com que a mãe se 
sinta errada, ou que há alguma coisa errada com seu bebê. Por exemplo, em 
vez de perguntar se o bebê mama bem, seria mais apropriado perguntar como 
o bebê mama.
• Aceitar e respeitar os sentimentos e as opiniões das mães, sem, no 
entanto, precisar concordar ou discordar do que ela pensa. Por exemplo, se 
uma mãe afirma que o seu leite é fraco, o profissional pode responder dizendo 
que entende a sua preocupação. E pode complementar dizendo que o leite 
materno pode parecer ralo no começo da mamada, mas contém muitos 
nutrientes.
• Reconhecer e elogiar aquilo em que a mãe e o bebê estão indo bem, 
por exemplo, quando o bebê está ganhando peso ou sugando bem, ou mesmo 
elogiá-la por ter vindo à Unidade de Saúde, se for o caso. Essa atitude aumenta 
a confiança da mãe, encoraja-a a manter práticas saudáveis e facilita a sua 
aceitação a sugestões.
• Oferecer poucas informações em cada aconselhamento, as mais 
importantes para a situação do momento.
• Fazer sugestões em vez de dar ordens. Ofereça escolhas e deixe que a 
mãe decida o que é melhor para ela.
17
• Oferecer ajuda prática como, por exemplo, oferecer uma água, segurar 
o bebê por alguns minutos e ajudá-la a encontrar uma posição confortável para 
amamentar.
• Conversar com as mães sobre as suas condições de saúde e as do 
bebê, explicando-lhes todos os procedimentos e condutas. A ênfase dada a 
determinados tópicos durante um aconselhamento em amamentação pode 
variar de acordo com a época e o momento em que é feito. 
TendênCiaS dO aleiTamenTO 
nO bRaSil4
Com o surgimento de leites artificiais para substituir o leite materno, a 
amamentação natural teve o seu declínio. No Brasil, o Programa Nacional 
de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM) foi iniciado em 1982, desde 
então surgiram inúmeras campanhas pró-aleitamento materno em nível 
local e nacional. Como resultado, as publicações mostraram que as taxas de 
aleitamento materno vêm crescendo em todo o País.
A duração mediana da amamentação no Brasil, que era de 2,5 meses em 
1975 subiu para 5,5 meses em 1989 e para 7 meses em 1996 (REA , 2003). O 
último inquérito nacional, realizado em 2009 pelo Ministério da Saúde, mostrou 
uma duração medianado aleitamento materno de 341,6 dias (11,2 meses) no 
conjunto das capitais brasileiras e DF. No mesmo estudo, constatou-se aumento 
da prevalência de aleitamento materno exclusivo em menores de 4 meses no 
conjunto das capitais brasileiras e DF, de 35,5%, em 1999, para 51,2%, em 
18
2008. A comparação entre as regiões apontou aumentos mais expressivos nas 
regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste. O percentual de crianças entre 9 e 
12 meses amamentadas, entre 1999 e 2008, também mostrou aumento no 
conjunto das capitais brasileiras e DF, passando de 42,4%, em 1999, para 
58,7%, em 2008.
 Dr Ricardo Shigheru
COnTeUdiSTa
19
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Acolhimento em 
aleitamento materno e 
manejo da amamentação
Unidade 3
2
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total 
desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer 
fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens 
desta obra é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo 
desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas 
Saúde e especialistas do assunto indicados pela área demandante do curso.
Ficha Catalográfica 
______________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de Minas 
Gerais. Curso de Extensão Aleitamento Materno em Rede. Unidade 3: 
Acolhimento em Aleitamento Materno e Manejo da Amamentação. Belo 
Horizonte, Minas Gerais, novembro, 2012.
CRÉdiTOS
3
Este é o seu Material de Referência da Unidade 3. Leia-o com atenção e 
aprofunde seus conhecimentos sobre o tema abordado. Acompanhe a seguir 
os objetivos de aprendizagem a serem alcançados após o estudo. Boa leitura!
Agora você está pronto para iniciar seus estudos!
• Reconhecer a importância do acolhimento em 
aleitamento materno.
• Compreender as técnicas de posicionamento 
mãe/bebê no aleitamento materno.
• Identificar fatores que podem interferir no manejo do aleitamento 
materno.
4
aCOlhimenTO à mUlheR, bebê 
e família na amamenTaçãO1
O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias 
definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, 
ou seja, uma atitude de inclusão. 
 O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em 
suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde 
e adoecimento, e na responsabilização pela resolutividade, com ativação de 
redes de compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de resposta 
às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde (BRASIL, 
2007).
O aleitamento materno é a ação que contribui para 
maior redução na taxa de mortalidade infantil no primeiro 
ano de vida, principalmente quando acompanhado do 
estímulo, sensibilização e do apoio à prática efetiva da 
amamentação.
É um ato biologicamente esperado, mas por influências culturais, 
econômicas, sociais e psicológicas pode tornar-se um “fardo” para as mulheres. 
Daí a importância do acompanhamento multiprofissional da gestante/nutriz 
durante todo seu percurso clínico e em todos os níveis assistenciais que forem 
necessários para atender as suas necessidades.
5
No acolhimento à nutriz, é importante considerar as emoções e as 
atitudes das pessoas que a cercam, incluindo a família, a comunidade e a 
equipe de saúde, uma vez que esses fatores interferem diretamente no 
sucesso ou insucesso do início e manutenção da amamentação. Por essa 
razão, devemos estimular e possibilitar a inclusão dos acompanhantes da 
mulher, principalmente seu companheiro, em todos os momentos da atenção. 
Não podemos nos esquecer de que esses atores formam a rede de apoio à 
mulher durante a amamentação, principalmente no seu retorno ao domicílio.
Reforçamos, nesse sentido, que atitudes e ações da equipe de saúde 
devem apontar para o cuidar autêntico, não só do sujeito da atenção, no caso 
a mulher, como também investigar, conhecer e incluir sua rede de apoio em 
todos os momentos do seu percurso.
As mulheres no período puerperal normalmente estão fragilizadas e 
temem não dar conta do seu novo papel: ser mãe! Primeiro vem a alegria 
do nascimento, mas, logo após, podem surgir as dificuldades para cuidar de 
seu filho. Nesse período, habitualmente, a prática da amamentação é a que 
demanda mais atenção, apoio, cuidados e necessidade de ajuda.
Escutar e apoiar são as maiores ferramentas que precisamos utilizar na 
promoção e prática da amamentação. Cada ser humano tem suas características 
e quando dedicamos tempo e atenção individualizada,podemos ajudá-los a 
decidir o melhor para si.
6
Como citado anteriormente, as dificuldades da 
amamentação podem estar relacionadas a vários fatores 
como culturais, familiares, emocionais e físicos. A falta 
de conhecimento das vantagens e da superioridade da 
amamentação em relação à alimentação artificial, bem como seus efeitos 
sobre a saúde da mãe, do bebê, da família e da sociedade, demonstra que 
a mulher não foi adequadamente orientada e aconselhada anteriormente. 
Muitas mulheres chegam à maternidade, na maioria das vezes, sem 
nenhum conhecimento dos aspectos positivos da amamentação, mesmo 
após terem participado de todas as consultas do pré-natal, o que reforça 
a necessidade de não perdermos a oportunidade de orientar e esclarecer 
todas as dúvidas da mulher e da família, em seu percurso clínico.
Atentos a estas peculiaridades, os profissionais de todos os níveis de 
atenção à mulher e criança devem estar capacitados para acolher, orientar e 
acompanhar as mulheres, seus bebês e familiares, a fim de reduzir o desmame 
precoce e consequentemente, a taxa de morbidade e mortalidade infantil no 
primeiro ano de vida.
7
manejO da amamenTaçãO2
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas 
para a Infância (UNICEF) reforçam a necessidade do desenvolvimento de 
políticas e programas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno 
(CARVALHO; TAMEZ, 2002). 
O apoio consiste na informação correta e prática no momento oportuno, 
com uma atitude de aconselhamento, suporte emocional, com respeito aos 
valores, crenças, entendimento e conhecimento da mulher. A proteção 
assegura o cumprimento de um conjunto de leis trabalhistas, assim como a 
implementação da norma nacional para controlar a publicidade de produtos 
que interferem no sucesso da amamentação. A promoção cria valores e 
comportamentos favoráveis à amamentação. As iniciativas de mobilização 
social como a Semana Mundial da Amamentação e o Dia Nacional de Doação 
de Leite Humano são exemplos de marketing social utilizadas na promoção e 
incentivo ao aleitamento materno (CARVALHO; TAMEZ, 2002).
8
O sucesso da amamentação é alcançado com a 
amamentação exclusiva, apenas com o leite materno, 
até os seis meses de vida do bebê, e continuando até os 
dois anos ou mais, enquanto for prazeroso para a mãe e 
para o bebê. Pensar no sucesso da amamentação requer considerarmos 
o desejo da mulher, sua disponibilidade, paciência, assim como os 
diferentes tipos de apoio que recebe. O apoio pode vir do pai do bebê, 
dos familiares, amigos, profissionais de saúde e da comunidade em geral, 
principalmente no início da amamentação (CORDEIRO, 2008).
Além disso, devemos considerar que “a amamentação não é apenas um 
processo fisiológico de alimentar o bebê, mas envolve um padrão mais amplo 
de comunicação psicossocial entre mãe e bebê. Pode ser uma excelente 
oportunidade de estabelecimento do vínculo afetivo e desenvolvimento do 
afeto da mãe pelo bebê.”
Dessa forma, os profissionais de saúde devem promover e encorajar o 
contato pele a pele e o início do aleitamento materno na primeira hora após o 
nascimento, momento em que mãe e filho vão se reconhecer e estão prontos 
para o ato de “dar de mamar e mamar”.
O manejo do aleitamento deve envolver aspectos emocionais, culturais, 
sociais, econômicos conforme contextualizado acima, assim como os aspectos 
fisiológicos, anatômicos e os voltados para a sensibilização e orientação da 
mulher nos primeiros momentos, principalmente no que tange aos problemas 
apresentados pela díade mãe-filho e família durante todo o percurso da mulher 
no ciclo gravídico puerperal. 
9
Isso posto, abordaremos o manejo da amamentação dentro dessa 
perspectiva ora apresentada.
2.1- Atenção no Pré-natal 
Em muitas culturas, as mulheres presumem que irão amamentar. Em 
outras, onde há vasta promoção e divulgação de substitutos do leite materno, a 
maioria das mulheres decide se irá ou não amamentar antes do nascimento de 
seu filho. Nesse sentido, é importante que os profissionais de saúde orientem 
as mulheres a respeito do aleitamento materno o quanto antes e identifiquem 
mães e bebês que possam apresentar maior risco de enfrentar dificuldades 
relacionadas à amamentação (BRASIL, 2009). 
A assistência pré-natal é um momento privilegiado para discutir e 
esclarecer questões que são únicas para cada mulher. O principal objetivo é 
acolher a mulher desde o início da gravidez, oferecendo atendimento qualificado 
e humanizado, assegurando ao fim da gestação o nascimento de uma criança 
saudável e o bem-estar materno e neonatal (BRASIL, 2006). 
Durante esse período, o acompanhamento da gestante 
na Unidade Básica de Saúde para gestação de risco 
habitual é realizado através de consultas individuais, 
exames laboratoriais, atividades de educação em saúde 
com equipe multiprofissional, entre outros. Esse acompanhamento deverá 
seguir as diretrizes clínicas da “Linha Guia Estadual de Atenção ao Pré-
natal, Parto e Puerpério”.
10
As gestantes de alto risco devem ser encaminhadas aos serviços de 
referência para realizarem o pré-natal de alto risco, mantendo o vínculo com 
a Unidade Básica a qual pertencem. Em Minas Gerais existem serviços de 
referência para pré-natal de alto risco na atenção secundária e terciária. Dentre 
eles destacam-se os Centros Viva Vida de Referência Secundária (CVVRS), 
onde as ações de aleitamento materno devem ser incentivadas e/ou reforçadas.
O acompanhamento pré-natal é uma excelente 
oportunidade para motivar as mulheres a amamentarem, 
bem como esclarecer suas dúvidas e dos familiares. 
Dentre todas as atividades realizadas, a promoção da 
amamentação na gestação, comprovadamente, tem impacto positivo nas 
prevalências de aleitamento materno, em especial entre as primíparas 
(BRASIL, 2009).
De acordo com a Linha Guia Estadual de Atenção ao Pré-natal, Parto 
e Puerpério (2006), o aleitamento materno no pré-natal possui as seguintes 
recomendações: 
• realizar o exame das mamas de maneira contínua. Neste momento 
é recomendável verificar cirurgias anteriores de tórax ou mama e investigar 
possíveis traumas, bem como orientar o autoexame. Além disso, é importante 
ressaltar para a mulher a presença de algumas modificações que poderão 
ocorrer nas mamas, como aumento do volume, alterações de sensibilidade e 
maior quantidade de fluxo sanguíneo. Mamas e mamilos podem ter aparências 
diferentes e ainda assim produzirem leite perfeitamente. É muito raro que uma 
11
mulher seja incapaz de amamentar devido à forma de suas mamas e mamilos 
(BRASIL, 2009);
• investigar o conhecimento da gestante sobre amamentação e o 
seu desejo de amamentar durante a primeira consulta. Algumas mulheres 
necessitam de atenção adicional por apresentar preocupações especiais como 
dificuldades com a amamentação de um filho anterior, necessidade de retorno 
precoce ao trabalho ou escola, falta de apoio familiar, depressão, doenças 
crônicas, sorologia positiva para HIV, uso de medicamentos, entre outros 
(BRASIL, 2009);
• fortalecer a autoconfiança da mãe para que ela sinta maior segurança 
no ato de amamentar; e
• orientar sobre as técnicas de aleitamento e higiene das mamas, que 
deve ser realizada naturalmente no banho diário.
As orientações no pré-natal podem ser individuais ou em grupos. 
Os Grupos de Gestantes devem ser conduzidos no sentido de oferecer 
informações objetivas de acordo com o interesse das gestantes, propiciar 
trocas de experiências e contar sempre com a participação de uma equipe 
multiprofissional. O saber da mulher que já amamentou vai ajudar na construção 
do conhecimento das primigestas, aumentandoseu interesse e fortalecendo 
sua autoconfiança. 
12
Sugestão de temas a serem abordados nos Grupos 
de Gestantes: 
• importância do pré-natal; 
• vantagens e manejo da amamentação (anatomia 
da mama e fisiologia da lactação); 
• posicionamento e pega correta; 
• duração das mamadas e os tipos de leite; 
• ordenha manual e banco de leite humano; 
• direitos da mãe que amamenta; 
• aconselhamento em aleitamento materno; 
• trabalho de parto, parto, puerpério e cuidados com o recém nascido. 
Nesses Grupos, é importante o uso de materiais educativos, a presença 
da família e a participação ativa das gestantes, mães que já amamentaram ou 
que estão em aleitamento materno.
As principais orientações recebidas pela mulher durante o pré-natal 
sobre aleitamento materno dizem respeito à importância do leite materno na 
proteção quanto às doenças da criança; o tempo de amamentação exclusiva; a 
amamentação na primeira hora de vida e os benefícios do aleitamento materno 
(DEMITTO et al., 2010). 
Em um estudo com 852 crianças até 24 meses de idade, verificou-se 
que a duração mediana do aleitamento materno total foi significativamente 
mais prolongada entre as crianças cujas mães haviam frequentado seis ou 
13
mais consultas de pré-natal e recebido orientação sobre aleitamento materno 
(VASCONCELOS, 2006).
Apesar da abordagem do aleitamento materno no pré-natal ser uma 
recomendação do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde 
de Minas Gerais, segundo Percegoni (2002), em um estudo realizado para 
investigar o conhecimento de 266 puérperas sobre o aleitamento materno, 
apenas 14,3% relataram ter sido orientadas nesse período.
Portanto, o aleitamento materno no pré-natal, quer na Unidade Básica de 
Saúde, em Serviços de Referência ou em consultórios, deve ser estimulado 
com estratégias sólidas como capacitação de toda a equipe de saúde envolvida, 
construção de instrumentos para atendimento e seguimento da gestante, 
captação precoce e incentivo à realização de todas as consultas do pré-natal 
com reforço do vínculo gestantes/profissionais.
2.2 - Atenção na Sala de Parto
Manter o ambiente termoneutro do bebê ao nascimento é uma das 
preocupações na sala de parto. Como forma efetiva de manutenção da 
adequada temperatura para o recém-nascido, está indicado o contato pele a 
pele, no qual o bebê é colocado despido na pele também despida da mãe, 
logo após o nascimento, antes mesmo de cortar o cordão umbilical, com o 
cuidado de secar o bebê e o cobrir com campo ou compressas aquecidas 
para que não ocorra perda de calor por convecção ou evaporação. Assim, a 
mãe proverá calor para seu filho, através do mecanismo de condução. Esse 
método é seguro, sem custo, com benefícios a curto e médio prazos tanto para 
14
a mãe quanto para o bebê, sendo mais consistente o aumento do sucesso e da 
duração da amamentação e dos escores da vinculação mãe-bebê (MERCER 
et al, 2011).
Assim, não há dúvidas de que a experiência do 
trabalho de parto e parto pode afetar o aleitamento 
materno precoce e determinar sua duração. Vale lembrar 
que não é necessário apressar-se e forçar o bebê a 
mamar. A mãe e o bebê devem manter-se em contato de pele até que 
ambos estejam prontos para o aleitamento. As normas hospitalares que 
separam as mães de seus filhos rotineiramente precisam ser revisadas, 
pois interferem no aleitamento.
As instituições que foram certificadas na Iniciativa Hospital Amigo 
da Criança (IHAC) adotam os Dez Passos para o sucesso do aleitamento 
materno, que constituem um conjunto de ações para promover, incentivar, 
apoiar e proteger a amamentação. O quarto passo: ajudar as mães a iniciar o 
aleitamento na primeira meia hora após o nascimento. Para isso, é recomendado 
o contato pele a pele mãe e bebê precoce e prolongado no período pós-parto 
imediato, que deve permanecer até a primeira mamada ou pelo tempo que for 
prazeroso e desejoso pelo binômio. O quarto passo da IHAC tem suas bases 
teóricas sustentadas em evidências científicas de benefícios como o auxílio no 
estabelecimento da sucção precoce que, estimulando a hipófise na produção 
de prolactina e ocitocina, estimula a produção láctea, além dos efeitos sobre a 
involução uterina mais rápida e menor sangramento (OMS, 2001). Somam-se a 
esses, outros benefícios como o favorecimento do estabelecimento de laços 
15
afetivos entre o binômio mãe/filho, mais precisamente nas primeiras duas 
horas. Após duas a três horas do nascimento, o bebê normalmente adormece 
por longos períodos, o que dificulta o estabelecimento do contato com a mãe 
e com outros. Por esse motivo, o profissional de saúde na sala de parto deve 
proporcionar o contato pele a pele e não interferir, apenas estar atento e 
disponível para ajudar mãe e bebê. Deve ainda, no momento de colocar o bebê 
para sugar, observar a pega, sucção e se necessário, pedir permissão para 
tocar em sua mama e sugerir uma posição que vai favorecer a correta pega 
do bebê. A mamada deve ser observada do início ao fim e jamais interrompida 
devido às rotinas hospitalares.
A informação de que foi realizado pele a pele e de que o bebê sugou na 
sala de parto deve constar na anotação de enfermagem em sua admissão ou 
no cartão de amamentação, quando houver. 
2.3 - Atenção no Alojamento Conjunto 
Em 1983, foi publicada a Resolução nº 18/INAMPS dirigida aos hospitais 
públicos e conveniados na qual se estabeleceu normas e tornou obrigatória a 
permanência do filho ao lado da mãe, após o nascimento, 24h por dia, através 
do sistema de alojamento conjunto. São várias as vantagens desse sistema 
dentre elas, o incentivo e apoio à amamentação. 
16
Ajudar a mãe e seu filho no processo de amamentação 
não envolve somente um conjunto de técnicas; sobretudo 
trata-se de um fenômeno psicossocial no qual uma das 
principais formas de apoio é o aconselhamento, que 
ocorre por meio de ações educativas e acompanhamento. Estas ações 
têm como objetivo identificar o desejo e avaliar a prática da amamentação.
Os cuidados a serem prestados à mãe e ao recém-nascido (RN) no 
Alojamento Conjunto (AC), no puerpério imediato, principalmente pela 
enfermagem, envolvem o conhecimento sobre o período denominado 
sensitivo, que é imediatamente após o nascimento, durante o qual os eventos 
que ocorrem têm potencial para influenciar o desenvolvimento da interação 
do binômio. Em um estudo sobre o significado do desmame precoce entre 
as mulheres, a maioria relatou dificuldades, insegurança, medo e dúvidas 
em relação à amamentação, as quais poderiam ser minimizadas através de 
assistência adequada no puerpério imediato. 
A prática de “expressão do mamilo” para confirmação da presença do 
colostro durante o exame físico da puérpera deve ser desencorajada, uma vez 
que poderá causar dor, interferir na produção de prolactina e ocitocina pela 
nutriz, alterando a produção e ejeção do leite. 
Independente se o parto for vaginal ou cesáreo, é importante que a 
amamentação seja iniciada o mais precoce possível. Alguns mitos existem 
quanto à descida do leite em mulheres que realizaram cesariana ser mais tardia 
que no parto vaginal. Na verdade, o que ocorre é o início da amamentação 
mais tardia em mulheres que se submeteram à cesariana, devido à anestesia, 
17
desconforto da mulher, com demora do estímulo de sucção e consequentemente 
da liberação dos hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite. 
Em caso de necessidade de complementação de leite para o bebê, o ideal é 
que o ofereça pela técnica de relactação para que o bebê mantenha sucção e 
consequente estímulo da lactação. A técnica de relactação consiste em colocar 
leiteem um recipiente que deve se posicionar numa altura abaixo da mama, 
imergir uma sonda uretral número 4 (quatro) no recipiente com leite, colocar o 
bebê para sugar e quando estiver sugando, a ponta da sonda deve ser colocada 
no canto da boca do bebê de forma suave, para que ele possa sugar a mama 
e o leite.
Ao observarmos a primeira mamada no alojamento 
conjunto, devemos acompanhá-la do início ao fim. Caso 
a mãe manifeste dor no mamilo, devemos orientá-
la quanto à posição e pega adequadas do bebê para 
diminuir ou eliminar a dor.
Alguns critérios precisam ser observados para promoção de um ambiente 
tranquilo e estimulador, que possibilite a confiança da puérpera para o sucesso 
da amamentação no Alojamento Conjunto (AC):
 » Quanto à postura do profissional: o profissional deve se posicionar no 
mesmo nível e perto da mulher ao conversar com ela; estimulá-la a expressar 
seus sentimentos; olhar nos olhos dela demonstrando interesse; observar 
e responder à linguagem corporal (não verbal) da mãe; escutar mais e falar 
menos; evitar muitas perguntas diretas, dar informações objetivas e relevantes, 
sem passar ordens; fazer com que a mãe perceba que você está interessada 
18
(o) em ajudá-la e aprovar suas decisões.
 » Quanto à aproximação do binômio/família: procure conhecer a 
rede de apoio da mulher para a amamentação, inclua o companheiro/pai nas 
orientações, faça-o participar das discussões e também lhe permita expor suas 
dúvidas e medos. Na maioria das vezes, o pai é o principal apoiador da mulher 
ou o único que tem possibilidades para apoiá-la. Mantenha bebês, mães e pais 
juntos desde o nascimento, promovendo alojamento conjunto.
O passo 7 da IHAC incentiva a prática do alojamento conjunto – permitir 
que mães e recém nascidos permaneçam juntos 24 horas por dia (BRASIL, 
2010).
 » Quanto à amamentação em si: explique o processo de produção e 
ejeção do leite em linguagem acessível, para que a mulher entenda que quanto 
mais manipular a mama, ou o bebê mamar, mais leite será produzido; que o RN 
deve determinar a frequência e a duração das mamadas – aleitamento em livre 
demanda; que o leite deve ser retirado se as mamas se encherem muito ou 
ficarem muito pesadas, para evitar o ingurgitamento mamário e consequente 
mastite puerperal.
A orientação acima encontra respaldo no passo 8 da IHAC, que consiste 
em incentivar o aleitamento materno sob livre demanda (BRASIL, 2010), na 
qual a amamentação deve ser guiada pelo bebê.
 » Com relação à posição da mãe e do bebê e pega: o bebê deve ser 
posicionado mais ereto, cabeça mais alta em relação ao corpo, barriga do bebê 
junto à barriga da mãe (barriga com barriga), possibilitando que a boca do 
bebê fique à altura do mamilo e aréola. A mãe deve ter liberdade de escolher a 
melhor posição para amamentar e que não prejudique a mamada. Caso sinta 
dor durante a mamada, deve retirar o bebê do peito (técnica do dedo mínimo) 
19
e tentar novamente fazendo a prega em “c” logo atrás da aréola para facilitar 
a pega correta. O RN deve largar o peito espontaneamente; as mamadas 
noturnas são importantes para garantir a estimulação e produção do leite, mas 
não é necessário acordar o bebê para mamar, apenas se ele solicitar. A posição 
da mãe e do bebê, a boa pega e o apoio à mulher que amamenta são pontos 
importantíssimos para que a amamentação seja bem sucedida (REGO, 2008).
Sinais de uma boa pega: a boca está bem aberta; o queixo do bebê toca 
o peito; o lábio inferior do bebê está virado para fora (“boca de peixe”), com 
presença de mais aréola acima do que abaixo da boca do bebê, o bebê suga, 
faz uma pausa e suga novamente com sucções lentas e profundas de forma 
que a mãe pode ouvir o bebê deglutindo.
Figura 1: Boa pega do bebê (Fonte: Ministério da Saúde).
20
Figura 2: Posição adequada do bebê na amamentação (Fonte: Maternidade 
Odete Valadares).
Na Figura 2, podemos observar que a cabeça e o tronco do bebê estão 
alinhados, com discreta elevação da cabeça; o corpo do bebê está próximo e 
voltado para a mãe; e o bebê está apoiado no pescoço, ombros e nádegas, o 
que lhe confere a posição necessária durante a amamentação. 
21
Na figura 3, podemos observar a pega adequada do recém-nascido.
Figura 3: Boca do bebê de frente para a região aréolo-mamilar e pega em 
forma de “c” (Fonte: Arquivos de fotos da Maternidade Odete Valadares)
É importante que o profissional de saúde elimine e desencoraje práticas 
que prejudicam a amamentação, quais sejam: 
• não limitar o horário e a duração das mamadas; 
• não estabelecer normas para práticas de aleitamento; 
• não oferecer mamadeiras ou bicos artificiais a bebês amamentados; 
• não utilização de pomadas e cremes nos mamilos. 
O passo 9 da IHAC reforça a importância de não oferecer bicos artificiais 
ou chupetas a crianças amamentadas.
22
Figura 4: Posição adotada pela mãe (Fonte: Ministério da Saúde).
São vários os músculos faciais envolvidos na pega e sucção durante 
uma amamentação. Segundo Carvalho e Tamez (2002), a amamentação é o 
mais importante e efetivo meio para uma correta relação maxilo-mandibular. 
Portanto, o desenvolvimento facial e a prevenção de problemas ortodônticos, 
respiratórios e uma correta mastigação dos alimentos no futuro, estão 
diretamente relacionados à falta de sucção ao seio ou desmame precoce 
(CLOHERTY; EICHENWALD; STARK, 2005).
As práticas hospitalares poderão favorecer ou interferir negativamente 
no estabelecimento de uma boa pega. O uso de mamadeiras, chupetas, 
intermediários de silicone e outros artifícios de borracha utilizados precocemente, 
podem levar à confusão de sucção e o bebê preferir estes métodos de se 
alimentar em detrimento do peito (BRASIL, 2006). 
Quanto ao passo 9 da IHAC, a oferta de bicos artificiais, mamadeiras, 
chupetas ou uso de intermediário de silicone vão fazer com que o bebê não 
sugue conforme a fisiologia da sucção ao seio materno levando-o à confusão 
de bicos, conforme já citado (CARVALHO, 2002).
23
Ouve-se com grande frequência que “amamentar é 
natural” e “basta colocar a criança para sugar”. Porém, 
na prática diária com mães que estão amamentando, 
observamos grande insegurança e dúvidas e muitos 
questionamentos de quem tem pouca ou nenhuma experiência com o 
aleitamento. Dentre os fatores que podem dificultar a amamentação 
podemos citar estes: 
• a falta de apoio à mulher; 
• os traumas mamilares consequentes da pega incorreta e aumento 
da sensibilidade do mamilo devido a sucção frequente; 
• o ingurgitamento mamário devido ao aumento da produção láctea 
de forma que o bebê não consiga mamar todo o leite produzido; ducto 
bloqueado; mastite e abscesso mamário. 
Traumas mamilares: nesta situação, deve-se fazer o seguinte:
• ordenhar manualmente a aréola antes da mamada, caso seja 
diagnosticado ingurgitamento ampolar (aréolar); 
• observar a mamada: se diagnosticado uma pega incorreta, orientar 
a mulher na correção da pega, além de exposição dos mamilos ao sol duas 
vezes ao dia por 10 minutos, até às 10 horas da manhã e após às 16 horas; 
• amamentar sob livre demanda. Não há contra-indicação de manter a 
amamentação no trauma mamilar, porém é importante respeitar a dor materna; 
• orientar a mãe a oferecer ao bebê primeiro a mama que está com menor 
trauma e por último a mama com maior trauma e se necessário, suspender a 
amamentação até melhora do quadro e ordenhar manualmente o leite para 
ser oferecido ao bebê através de colher ou copo. Não é orientado o uso de 
24
pomadas e cremes nos mamilos (CLOHERTY; EICHENWALD; STARK, 2005).
É importante salientar que dor para amamentar é 
causa importante de desmame precocee, por isso, sua 
prevenção é primordial, o que pode ser conseguido com 
as medidas citadas acima (GIUGLIANI, 2004).
Figura 5: Escoriação mamilar (Fonte: Ministério da Saúde).
25
Figura 6: Fissura mamilar (Fonte: Ministério da Saúde).
26
Figura 7: Erosão mamilar (Fonte: Ministério da Saúde). 
Ingurgitamento mamário: muitas vezes é confundido com a apojadura/
descida do leite, que ocorre entre o 2º e 5º dias pós-parto e se caracteriza com 
dor generalizada nas mamas, desconforto causado por edema, mas não há 
excesso de leite, o contrário do que ocorre no ingurgitamento propriamente 
dito. 
27
Figura 8: Massagem no ingurgitamento mamário (Fonte: Arquivo de Fotos 
Maternidade Odete Valadares)
Devemos orientar a mulher a realizar o esvaziamento da região aréolo-
mamilar antes das mamadas para facilitar a pega e evitar traumas mamilares; 
realizar massagem e ordenha manual quando ocorrer o ingurgitamento 
glandular, ampolar e lobar, este último se necessário. Quando apropriado, está 
indicado o uso de compressas geladas para o alívio da dor e para promoção 
da vasoconstrição mamária. As compressas geladas podem ser aplicadas 
antes (alívio da dor) e após (alívio da dor e vaso constrição) massagear a 
mama. Evitar manipular muito a mama, pois a manipulação excessiva estimula 
28
a vasodilatação com consequente aumento na produção de leite, por isso a 
importância do diagnóstico do tipo de ingurgitamento.
Figura 9: Ordenha manual (Fonte: arquivo da Maternidade Odete 
Valadares)
A massagem deve ser realizada através de movimentos circulares com as 
pontas dos dedos, iniciando pela região areolar em direção à base das mamas, 
o que facilita a saída do leite e o esvaziamento da mama. 
Ducto bloqueado: os ductos podem ficar bloqueados por aleitamento 
infrequente, retirada inadequada de leite de uma área do peito, pressão local 
numa área das mamas, pressão dos dedos durante as mamadas e sucção 
ineficaz. São observados nódulos dolorosos que costumam aparecer em apenas 
uma mama, geralmente com vermelhidão local, calor, não acompanhado de 
29
hipertermia (REGO, 2008; GIUGLIANI, 2004). Qualquer medida que favoreça 
o esvaziamento completo da mama irá atuar na prevenção do bloqueio. Assim, 
devemos orientar o esvaziamento frequente das mamas, uso de sutiã firme, 
com alças largas e evitar o uso de roupas muito apertadas que podem garrotear 
a mama.
Mastite: atenção deve ser dada ao diagnóstico diferencial entre 
obstrução dos ductos, ingurgitamento mamário e mastite. A mastite se refere 
a uma infecção observada em uma ou mais regiões da mama, com a entrada 
de microorganismos facilitada pelos traumas mamilares. Seu quadro clínico é 
caracterizado por início súbito, dor localizada, calor e rubor na parte da mama 
afetada. O abscesso mamário consiste na complicação da mastite mal tratada 
ou mal conduzida. Tanto a mastite bacteriana quanto o abscesso mamário 
nas mães tratadas com antibioticoterapia não contraindicam a amamentação. 
Torna-se fundamental o esvaziamento mamário nesses casos (REGO, 2008; 
CLOHERTY; EICHENWALD; STARK, 2005).
Rede de apoio à amamentação: as mães devem compreender todas 
as orientações relativas à prática da amamentação. As principais razões 
relatadas pelas mães para a complementação precoce do leite materno 
estão relacionadas com a insegurança materna frente a sua capacidade 
de amamentar, a atribuição de responsabilidade quanto aos cuidados com 
a criança, bem como a influência de terceiros por meio de orientações, 
conselhos, pressão exercida sobre a mulher lactante, dentre outros (BRASIL, 
2002; KING, 2001). Nesse sentido, vale lembrar que a amamentação é um 
ato fortemente influenciado pela vivência da mãe nutriz em seu contexto 
sociocultural, que se sobrepõe aos determinantes biológicos (ALMEIDA; 
NOVAK, 2004). Portanto, conhecer a rede social na qual a nutriz e seus 
30
familiares estão inseridos permite o estabelecimento de ações de intervenção 
mais eficazes, além de exercer forte interferência na decisão da mãe de 
amamentar ou não (SOUZA, 2006). 
A inexistência de um companheiro ou a ausência de uma família para 
compartilhar a internação do bebê determina que a equipe ajude a mãe a 
encontrar formas de se sentir melhor apoiada neste período. 
É fundamental que a equipe identifique, juntamente com os pais, com 
quem de fato eles poderão contar, como e com quem eles construirão 
sua rede social. A percepção da equipe de saúde do grau de dificuldade 
da situação em que se encontra a família é fundamental para detectar 
a necessidade de se acionar uma rede de apoio que possibilite o 
acompanhamento do bebê, durante a internação e após a alta hospitalar, 
pela família.
Autores como Dabas (2000) sugerem que desde a internação deve 
se indagar a respeito da rede social pessoal dos pais, procedimento que 
deveria fazer parte da história clínica do bebê e da família (BRASIL, 2011).
A rede de contatos e suporte que a família utiliza para o cuidado 
familiar pode ser denominada rede social de apoio, que consiste em um 
sistema amplo de recursos que oferece apoio instrumental e emocional 
à família, em suas diferentes necessidades, promovendo, assim, uma 
melhoria na qualidade de vida das pessoas pertencentes à comunidade 
(LEWIS, 1987).
31
O contato e o apoio à nutriz durante o aleitamento 
materno por familiares, amigos e vizinhos é de suma 
importância; entretanto, além desses fatores, também 
exercem um papel fundamental para o sucesso da 
lactação, os profissionais de saúde. Da mesma forma que a mulher 
constrói seu conceito de aleitamento materno através do seu contexto 
sociocultural, os profissionais de saúde também constroem sua assistência 
à lactante baseando-se nos significados que atribuem à amamentação 
(SILVA, 2001).
Dessa forma, podemos afirmar que se todas as mulheres tivessem acesso 
às informações sobre as inúmeras vantagens para ela, seu filho, familiares e 
sociedade e ainda, se os profissionais fossem capacitados e motivados para 
oferecer ajuda nos primeiros dias de vida do bebê, teríamos como resultados 
uma sociedade mais amável, com mais humanidade e consequentemente 
menos violência e morte. Não há dúvida de que vale a pena apostar nesta 
prática!
32
mÉTOdO CanGURU3
O Método Canguru é um tipo de assistência neonatal voltada para 
o atendimento humanizado do recém-nascido pré-termo. Uma de suas 
estratégias consiste em colocar o bebê em contato pele a pele com sua 
mãe/pai/familiar. Os benefícios dessa assistência, além de garantir calor e 
leite materno, possibilitam ainda a promoção do vínculo mãe/família-bebê; o 
estímulo ao aleitamento materno; a alta precoce da unidade neonatal; menor 
taxa de infecção do bebê; dentre outros. 
O Ministério da Saúde adotou o Método Canguru como uma Política 
Nacional de Saúde, inserido no contexto da humanização da assistência 
neonatal, na perspectiva de minimizar os efeitos negativos da internação 
neonatal sobre os bebês e suas famílias. Essa política reúne conhecimentos 
acerca das particularidades físicas e biológicas e das necessidades especiais 
de cuidados técnicos e psicológicos do casal grávido, da gestante, da mãe, do 
pai, do recém-nascido de baixo peso e de toda a sua família. Abrange ainda a 
equipe de profissionais responsável por esse atendimento, buscando motivá-la 
para mudanças importantes em suas ações como cuidadores.
O método compõe-se de três etapas: 
• primeira - o bebê ainda está na UTI Neonatal ou Unidade Intermediária 
Neonatal;
• segunda - o RN é encaminhado para a Unidade Intermediária Canguru 
33
juntamente com a mãe (que reinterna para acompanhar o bebê 24h); 
• terceira- o bebê recebe alta hospitalar e é acompanhado pela unidade 
até atingir o peso de 2500g, quando é referenciado para a atenção primária.
COnTeUdiSTaS
Adriene Cristina Lage
Ieda Ribeiro Passos
Maria Aparecida Mendes de A. Veloso
34
RefeRênCiaS
ALMEIDA, J. A. G. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Rio de 
Janeiro: Fiocruz, 1999
ALMEIDA, J. A. G.; NOVAK, F. R. Amamentação: um híbrido natureza-
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Situações especiais em 
aleitamento materno
Unidade 4
2
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total 
desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer 
fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens 
desta obra é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo 
desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas 
Saúde e especialistas do assunto indicados pela área demandante do curso.
Ficha Catalográfica 
______________________________________________________________
MINAS GERAIS. Canal Minas Saúde. Secretaria de Estado de Saúde de 
Minas Gerais. Curso de Extensão Aleitamento Materno em Rede. Unidade 
4: Situações Especiais em Aleitamento Materno. Belo Horizonte, Minas 
Gerais, dezembro, 2012.
CRÉdiTOS
3
Este é o seu Material de Referência da Unidade 4. Leia-o com atenção e 
aprofunde seus conhecimentos sobre o tema abordado. Acompanhe a seguir 
os objetivos de aprendizagem a serem alcançados após o estudo. Boa leitura!
Agora, você está pronto para continuar seus estudos!
• Conhecer as diversas situações especiais que 
podem ocorrer durante a amamentação.
• Saber atuar nas situações especiais em 
aleitamento materno.
• Aprimorar as técnicas para sanar dificuldades e problemas com 
a amamentação.
4
aLeiTaMenTO MaTeRnO 
na UTi neOnaTaL1
O aleitamento materno é o alimento ideal para o recém-nascido e deve 
ser exclusivo até os seis meses de idade e complementado até os dois anos 
ou mais da criança. Não há dúvidas de que o leite materno confere proteção 
com uma combinação de proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas, enzimas, 
minerais e células vivas, da mesma forma que garante benefícios nutricionais, 
imunológicos, psicológicos e econômicos inquestionáveis (AKRE, 1994). 
A amamentação como prática exclusiva e prolongada contribui para o 
declínio dos níveis da mortalidade infantil, sendo considerada um dos principais 
componentes (BRAGA; MACHADO; BOSI, 2008).
Amamentar uma criança saudável, exclusivamente, 
até os seis meses de idade já é um grande desafio a ser 
conquistado, considerando que nas capitais brasileiras a 
mediana da amamentação está em torno de 10 meses e 
a de amamentação exclusiva de apenas 23 dias, com variações regionais 
(BRASIL, 2001).
Para mudar esses números, várias ações têm sido propostas e 
implementadas por grupos internacionais e nacionais, como a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância 
(UNICEF), a Academia Americana de Pediatria e o Colégio Americano de 
5
Obstetrícia e Ginecologia, o Ministério da Saúde, secretarias de Estado da 
Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria, dentre outras. Algumas ações 
incluem educação permanente dos profissionais de saúde e aconselhamento em 
amamentação, entre outras. Vale lembrar que o profissional de saúde treinado 
em aleitamento materno desempenha um papel importante na promoção da 
amamentação, influenciando diretamente sua taxa e duração (BRASIL, 2001). 
Para que seja possível o aleitamento materno em Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN), é necessário que seja possibilitado à mulher/mãe 
seu acesso à unidade e aproximação do seu bebê. 
A equipe de saúde, em especial, o enfermeiro, a 
enfermagem e o pediatra devem apoiar o AM, ajudando 
a mulher e orientando sobre como manter a lactação, 
para quando seu filho estiver preparado/pronto para 
amamentar, o que, geralmente, ocorre entre as 32-34 semanas de idade 
gestacional corrigida e estabilidade clínica. Observamos que o aleitamento 
materno em unidades neonatais não é uma prioridade, ainda. Com o foco 
na clínica do neonato e em salvar vidas, não há grande preocupação 
da equipe de saúde com a temática do aleitamento materno. Existem, 
de forma isolada, algumas ações que demonstram atitudes positivas do 
profissional nesse aspecto, como orientar as mães para a importância da 
manutenção do aleitamento materno e como fazê-lo; encaminhamento 
das mães para o banco de leite/serviço de aleitamento materno, quando 
presente na unidade.
6
Além disso, existem barreiras hospitalares à amamentação, principalmente 
com relação às normas estabelecidas na UTIN, como ausência de visita aberta 
para os pais, principalmente para a mãe; estrutura física inadequada; falta 
de conforto para

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